Entre associações de engenheiros eletricistas temos, por exemplo, a CIGRÉ (Comitê Nacional Brasileiro de Produção e Transmissão de Energia Elétrica CIGRÉ-Brasil ) e a IEEE (About IEEE). Entre essas entidades, algo que me despertava interesse, quando militava em minha profissão formal, eram as revistas da IEEE. Os artigos técnicos, nem sempre razoáveis, vinham acompanhados de críticas de especialistas, eventualmente mais interessantes do que o texto publicado.
Temos revistas gratuitas e digitais. Na preocupação de serem feitas para leitura rápida, deixando mais espaço para publicidade e com a sensação da falta de honestidade intelectual, afinal o preço da mídia sustenta o pessoal, servem mais de painel de novidades do que ambientes de consulta séria.
Em línguas estrangeiras podemos encontrar de tudo, e em Português?
O livro “O Efeito facebook” (Kirkpatrick, 2011) mostra o caminho que jovens americanos, extremamente inteligentes e laboriosos, enfrentaram para criar o Facebook. Sensacional e educativo. Por quê não aproveitar a experiência deles e de revistas antigas para se criar uma plataforma científica aberta? Sem custos para os usuários?
O Governo Federal e os estaduais gastam uma fortuna com o ensino de terceiro grau e profissionalizantes. E a literatura técnica?
Livros convencionais em Engenharia, Arquitetura, Medicina, Agronomia etc. formam um ambiente extremamente limitado quando poderíamos ter sons, filmes, entrevistas, interatividade, atualizações permanentes, acessibilidade a PcD etc.. Obviamente o que falta são especialistas e empresas dispostas a trabalhar nesse sentido.
O custo de nossas universidades públicas e privadas é considerável. Torná-las mais eficazes deveria ser uma questão de honra nacional. O futuro de nosso país depende demais de uma visão realista do Brasil século 21 [ (Cascaes, A formação do Engenheiro e ser Engenheiro) (Cascaes, Brasil 2050, 2011) (Cascaes, Engenharia - Economia - Educação e Brasil)].
Por quê não formar um centro de produção de material científico e digital, com profissionais dedicados e abertura para outras universidades e especialistas, gente que ganharia com a mídia do governo (caríssima nos meios convencionais), de ONGs e pessoal?
Ter um artigo publicado em alguma revista de alguma organização científica de renome é uma honra que muitos anseiam para existir. Que tal aproveitar essa vaidade, promoção profissional e desejo de contribuir para o progresso da humanidade (a preocupação existe?) oferecendo apoio logístico para divulgação de seus trabalhos, principalmente na forma de “livros” digitais (Literatura Técnica Didática Digital - LTDD)? Material com textos, filmes, ppts, fotografias e diversos padrões de acessibilidade a favor das PcD? Dos profissionais idosos? De gente isolada dos grandes centros?
Estamos há muito tempo procurando apoio para essa empreitada. As barreiras que encontramos depõem contra a imagem santa, veneranda e racional que muitos atribuem a si próprios. Felizmente o mundo avança e agora temos, via internet (Cascaes, Um livro e mais um passo gigantesco), soluções geniais, em grande parte procedentes do que dizem ser a nação mais radical do ponto de vista capitalista. Estão aí, é só querer usá-los. Com os modelos criados podemos ajustá-los a nossas necessidades, criando outros produtos.
No Paraná teremos agora o BEL-100 (Copel inaugura serviço de transmissão de dados,voz e imagens BEL-100), ótimo! Graças a uma pequena equipe de pessoas extraordinárias da Copel Telecom o Paraná poderá criar uma infinidade de produtos de interesse do Estado, dos municípios e do seu povo, e servindo de exemplo para outros lugares esse imenso Brasil.
Imaginamos que entre os projetos que os copelianos terão condições de desenvolver em parceria com as áreas dedicadas à Educação de terceiro grau, profissionais e suas entidades etc. será fazer um “Facelivro Técnico”, ou algo parecido.
Facelivro, um espaço onde venhamos a incentivar a liberação de livros que ensinem o indivíduo a exercer sua profissão. Algo que faça a gente relembrar tempos em que encontrávamos em livrarias técnicas centenas de bons livros americanos, russos, alemães etc., agora em português e em ambiente WEB.
Cascaes
23.2.2011
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 22 de 2 de 2011, disponível em Literatura Técnica Didática Digital - LTDD: http://ltde.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: A formação do Engenheiro e ser Engenheiro: http://aprender-e-ser-engenheiro.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 11 de 2 de 2011, disponível em Engenharia - Economia - Educação e Brasil: http://economia-engenharia-e-brasil.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (12 de 1 de 2011). Acesso em 12 de 1 de 2011, disponível em Brasil 2050: http://brasil-2050.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). Um livro e mais um passo gigantesco. Fonte: Ensino a Distância Inteligente: http://eadinteligente.blogspot.com/2009/12/um-livro-e-mais-um-passo-gigantesco.html
Comitê Nacional Brasileiro de Produção e Transmissão de Energia Elétrica CIGRÉ-Brasil . (s.d.). Acesso em 23 de 2 de 2011, disponível em CIGRÉ - Brasil: http://www.cigre.org.br/zpublisher/materias/institucional.asp?id=15946
Copel inaugura serviço de transmissão de dados,voz e imagens BEL-100. (s.d.). Acesso em 23 de 2 de 2011, disponível em Economia: http://economia.ig.com.br/empresas/infraestrutura/copel+inaugura+servico+de+transmissao+de+dadosvoz+e+imagens+bel100/n1238008641037.html
Engineers, I. o. (s.d.). About IEEE. Acesso em 23 de 2 de 2011, disponível em IEEE: http://www.ieee.org/about/index.html
Kirkpatrick, D. (2011). O Efeito Facebook - Os bastidores da história da empresa que conecta o mundo. (M. L. Oliveira, Trad.) Rio de Janeiro: Editora Intrínsica Ltda.
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Um sistema para universalização de Livros Técnicos Digitais – Facelivro Técnico
Postado por
relatar atividades culturais e reuniões da Academia de Letras José de Alencar - ALJA
às
16:31:00
Nenhum comentário:
PACs, impostos e Paraná
Hora de fazer as contas.
A campanha eleitoral, como é rotina até na Lua, veio recheada de promessas. Candidatos ao Poder Legislativo afirmaram o impossível (afinal quem decide o que, quando, como, quanto e onde gastar em projetos é o Poder Executivo) e os candidatos para os cargos executivos fizeram afirmações difíceis em tempos de crise global.
Estudos de viabilidade feitos há menos de três anos podem ser jogados no lixo (exemplo: Copa do Mundo de 2014) e nosso povo paga até para ser enterrado na sua terra. Mais impostos?
Vendo as reportagens sobre a situação dos estados, a mais surpreendente, se bem que nem tanto, foi a do Paraná. Estado da agroindústria exportadora sofre com pedágios absurdos, um porto quase parando e a absurda Lei Kandir. Pior ainda, sendo espaço para grandes, médias, pequenas e micros hidrelétricas fica com a quirela da exportação deste insumo valioso, graças à omissão de nossos representantes quando a Constituição de 1988 foi discutida e aprovada. O ICMS da energia é uma exceção, quem produz fica com alguns royalties e aqueles que usam a energia, sem muitos critérios, com o imposto de consumo, ICMS do tamanho da vontade dos governadores. Pior ainda, na remodelação institucional promovida quando a atual presidente, Sua. Excia. Dilma Roussef comandava (de fato e de efeito) o Ministério das Minas e Energia, o poder dos estados mais a Engenharia consensual entre empresas cedeu lugar para uma lógica de “mercado” e conveniências centradas em Brasília, extremamente vantajosas aos consumidores eletrointensivos (aliás, é impressionante a presença ostensiva de lobistas na nossa capital, função não regulamentada, como seria razoável) e aos componentes desta União Federal em que os mais espertos decidem (lembrando que os estados mais desenvolvidos já esgotaram seu potencial hidroelétrico).
Lobistas nacionais e estrangeiros viabilizaram cartórios hidráulicos e de vento e assim a energia elétrica deve aumentar de preço, mais ainda porque mataram bons aproveitamentos energéticos que o Brasil dispunha. Esqueceram-se do uso múltiplo das barragens.
O que notamos de mais grave, após a constatação da fragilidade dos municípios e até de estados que poderiam estar livres da mendicância brasiliense, é que a distribuição dos impostos é inversamente proporcional à responsabilidade das unidades federadas.
A União fica com a parte do Leão (em todos os sentidos), os estados com a carne dura e os municípios ganham os ossos. Ou seja, dependemos da boa vontade do Governo Federal para muitos projetos importantes, a serem pagos com o nosso dinheiro, retornando como ato de simpatia do comando nacional. Compete aos estados e municípios, contudo, a responsabilidade de cuidar efetivamente de seus habitantes.
Com certeza, quando o Brasil, quebrado por efeito de pressões extravagantes gastou mais do que podia, a ordem era exportar ao máximo para que o país pudesse chegar a um ponto de estabilização monetária. O Governo Federal precisou inventar muito e juntar dinheiro para pagar a banca internacional, com juros inflados pelos EUA, em mais uma de suas crises.
Veio o Plano Real ancorado nas importações para segurar um mercado interno turbinado pela maldita correção monetária, reserva de mercado e desvalorizações diárias da nossa moeda. Precisávamos então acabar com a inflação. Quase mergulhamos no vazio mais duas vezes. Graças apoios internacionais, em destaque os EUA (com a perda da nossa soberania), conseguimos escapar e agora o Brasil descobriu e produzirá petróleo para exportar, a agroindústria fatura tremendamente, em grande parte graças a fazendeiros dispostos a qualquer risco e ao trabalho fantástico da EMBRAPA, e saímos dessa confusão sem radicalismos liberais, mérito ao governo Lula e sua clarividência no segundo mandato, quando também percebeu que valorizávamos fobias importadas, esquecendo os dramas centenários de um Brasil escravagista.
No Paraná temos desafios especiais.
Precisamos arrecadar mais, de acordo com nosso secretário da Fazenda, Dr. Hauly, lutar por uma reforma fiscal, como ele sempre defendeu, racionalizar despesas, reconstruir a Ferroeste e se possível aumentá-la, devolver ao Porto de Paranaguá a racionalidade técnica e administrativa, abrir novas rodovias, ampliar com o máximo de urgência o Aeroporto Afonso Pena, acabando com o passeio (via rodovias) dos produtos industrializados aqui (e perdendo receita fiscal e aumentando custos Paraná) e viagens de turistas paranaenses rumo a São Paulo se quiserem visitar outro país, melhorar a qualidade das concessionárias estaduais e municipais e investir em projetos eficazes, de alta rentabilidade e proativos (um bom exemplo: o Projeto Banda Larga da Copel).
Esgotar esse assunto é muita pretensão, mas é fácil para qualquer cidadão que viva no Paraná e goste do assunto identificar uma meia dúzia de projetos importantes para o estado esperando atenção e competência.
A reforma fiscal é quase uma utopia, afinal ela interessa à maioria dos deputados federais e senadores da República?
Precisamos aprofundar e viabilizar no menor prazo possível as PPPs.
É o momento de ouro delas. O Estado e municípios podem criar editais para outorga de concessões de equipamentos e sistemas de seus interesses. Minoritários, se possível, os projetos estarão sob o comando de grupos privados, sem restrições para encantar ONGs e outros que costumam faturar sobre as estatais.
O Paraná pode e deve recuperar o tempo perdido. É um estado fantástico, só precisa de bons governantes e inteligência para atrair investimentos.
Cascaes
22.2.2011
A campanha eleitoral, como é rotina até na Lua, veio recheada de promessas. Candidatos ao Poder Legislativo afirmaram o impossível (afinal quem decide o que, quando, como, quanto e onde gastar em projetos é o Poder Executivo) e os candidatos para os cargos executivos fizeram afirmações difíceis em tempos de crise global.
Estudos de viabilidade feitos há menos de três anos podem ser jogados no lixo (exemplo: Copa do Mundo de 2014) e nosso povo paga até para ser enterrado na sua terra. Mais impostos?
Vendo as reportagens sobre a situação dos estados, a mais surpreendente, se bem que nem tanto, foi a do Paraná. Estado da agroindústria exportadora sofre com pedágios absurdos, um porto quase parando e a absurda Lei Kandir. Pior ainda, sendo espaço para grandes, médias, pequenas e micros hidrelétricas fica com a quirela da exportação deste insumo valioso, graças à omissão de nossos representantes quando a Constituição de 1988 foi discutida e aprovada. O ICMS da energia é uma exceção, quem produz fica com alguns royalties e aqueles que usam a energia, sem muitos critérios, com o imposto de consumo, ICMS do tamanho da vontade dos governadores. Pior ainda, na remodelação institucional promovida quando a atual presidente, Sua. Excia. Dilma Roussef comandava (de fato e de efeito) o Ministério das Minas e Energia, o poder dos estados mais a Engenharia consensual entre empresas cedeu lugar para uma lógica de “mercado” e conveniências centradas em Brasília, extremamente vantajosas aos consumidores eletrointensivos (aliás, é impressionante a presença ostensiva de lobistas na nossa capital, função não regulamentada, como seria razoável) e aos componentes desta União Federal em que os mais espertos decidem (lembrando que os estados mais desenvolvidos já esgotaram seu potencial hidroelétrico).
Lobistas nacionais e estrangeiros viabilizaram cartórios hidráulicos e de vento e assim a energia elétrica deve aumentar de preço, mais ainda porque mataram bons aproveitamentos energéticos que o Brasil dispunha. Esqueceram-se do uso múltiplo das barragens.
O que notamos de mais grave, após a constatação da fragilidade dos municípios e até de estados que poderiam estar livres da mendicância brasiliense, é que a distribuição dos impostos é inversamente proporcional à responsabilidade das unidades federadas.
A União fica com a parte do Leão (em todos os sentidos), os estados com a carne dura e os municípios ganham os ossos. Ou seja, dependemos da boa vontade do Governo Federal para muitos projetos importantes, a serem pagos com o nosso dinheiro, retornando como ato de simpatia do comando nacional. Compete aos estados e municípios, contudo, a responsabilidade de cuidar efetivamente de seus habitantes.
Com certeza, quando o Brasil, quebrado por efeito de pressões extravagantes gastou mais do que podia, a ordem era exportar ao máximo para que o país pudesse chegar a um ponto de estabilização monetária. O Governo Federal precisou inventar muito e juntar dinheiro para pagar a banca internacional, com juros inflados pelos EUA, em mais uma de suas crises.
Veio o Plano Real ancorado nas importações para segurar um mercado interno turbinado pela maldita correção monetária, reserva de mercado e desvalorizações diárias da nossa moeda. Precisávamos então acabar com a inflação. Quase mergulhamos no vazio mais duas vezes. Graças apoios internacionais, em destaque os EUA (com a perda da nossa soberania), conseguimos escapar e agora o Brasil descobriu e produzirá petróleo para exportar, a agroindústria fatura tremendamente, em grande parte graças a fazendeiros dispostos a qualquer risco e ao trabalho fantástico da EMBRAPA, e saímos dessa confusão sem radicalismos liberais, mérito ao governo Lula e sua clarividência no segundo mandato, quando também percebeu que valorizávamos fobias importadas, esquecendo os dramas centenários de um Brasil escravagista.
No Paraná temos desafios especiais.
Precisamos arrecadar mais, de acordo com nosso secretário da Fazenda, Dr. Hauly, lutar por uma reforma fiscal, como ele sempre defendeu, racionalizar despesas, reconstruir a Ferroeste e se possível aumentá-la, devolver ao Porto de Paranaguá a racionalidade técnica e administrativa, abrir novas rodovias, ampliar com o máximo de urgência o Aeroporto Afonso Pena, acabando com o passeio (via rodovias) dos produtos industrializados aqui (e perdendo receita fiscal e aumentando custos Paraná) e viagens de turistas paranaenses rumo a São Paulo se quiserem visitar outro país, melhorar a qualidade das concessionárias estaduais e municipais e investir em projetos eficazes, de alta rentabilidade e proativos (um bom exemplo: o Projeto Banda Larga da Copel).
Esgotar esse assunto é muita pretensão, mas é fácil para qualquer cidadão que viva no Paraná e goste do assunto identificar uma meia dúzia de projetos importantes para o estado esperando atenção e competência.
A reforma fiscal é quase uma utopia, afinal ela interessa à maioria dos deputados federais e senadores da República?
Precisamos aprofundar e viabilizar no menor prazo possível as PPPs.
É o momento de ouro delas. O Estado e municípios podem criar editais para outorga de concessões de equipamentos e sistemas de seus interesses. Minoritários, se possível, os projetos estarão sob o comando de grupos privados, sem restrições para encantar ONGs e outros que costumam faturar sobre as estatais.
O Paraná pode e deve recuperar o tempo perdido. É um estado fantástico, só precisa de bons governantes e inteligência para atrair investimentos.
Cascaes
22.2.2011
Postado por
relatar atividades culturais e reuniões da Academia de Letras José de Alencar - ALJA
às
16:29:00
Nenhum comentário:
Marcadores:
impostos e Paraná,
PACs
O projeto BEL – Banda Extra Larga e a educação técnica no Brasil
A universalização da internet e sua ampliação de capacidade graças às fibras óticas, plataformas potentes, notebooks, satélites, DVDs, pendrives, etc. e agora o fantástico Projeto BEL-100 [(COPEL, 2010) (Bel-100 conexão à internet)] e a decisão do governo federal de implementar a Telebras para o EAD (Ensino a Distância Inteligente) e outras finalidades (TELEBRAS) poderão ser a base para uma revolução na educação e ensino de profissões assim como em oferta de recursos de aprendizado modernos, futuristas.
Precisamos de mais e melhores profissionais. Apesar dos esforços temos barreiras nesse processo de educação dos futuros engenheiros, arquitetos, agrônomos etc. Em 2010, na 67ª. SOEAA (A formação do Engenheiro e ser Engenheiro), vimos palestras incisivas sobre esta questão. A demanda por profissionais de bom nível é flagrante e foi até assunto de muita discussão no CIETEP durante o ano de 2009 (Engenharia - Economia - Educação e Brasil) e no IEP, de onde tivemos o Projeto País.
Poderíamos ter um cenário melhor, não temos. Um indicador forte de regressão é descobrir nos alunos de terceiro grau a utilização das tenebrosas apostilas e a falta de boas bibliotecas. Pior ainda se lembrarmos da importância da inclusão da pessoa com deficiência, para quem, dependendo da opção que fizer, falta tudo.
Os profissionais já diplomados se debatem na obtenção de bons livros para o exercício de suas atividades e assim a fragilidade de obras e sistemas aparece com frequência em manchetes que nos envergonham e matam brasileiros.
Os livros convencionais são caros, normalmente desatualizados, limitados pelo preço e dimensões físicas, ocupam espaços, não oferecem facilidades para pessoas com deficiências sensoriais, intelectuais e motoras, não se prestam a ajustes de comunicação etc.
Com a evolução dos meios de comunicação, processamento de dados, redução de custos etc. os livros técnicos digitais – LTD podem ser já a solução para uma série de limitações dos meios convencionais de informação profissional. Com os livros elegem-se portais para a exposição permanente da biblioteca que será formada. A existência de portais de referência será objeto de mídia dos patrocinadores que viabilizarem bibliotecas de livros técnicos. Ou seja, algo que o Paraná poderá produzir em pouco tempo, em associação, se for o caso, com outros centros de geração de literatura técnica.
Por quê o Paraná?
Porque precisamos de material didático ajustado às nossas necessidades e, se possível, visando o tipo de desenvolvimento que desejamos para o estado.
A elaboração da biblioteca digital poderá ser também um ganho adicional a professores e especialistas que aceitarem o desafio de fazer os LTDs (Cascaes, Literatura Técnica Didática Digital - LTDD).
A edição de LTDs poderá ter o apoio dos fundos setoriais, Lei Rouanet, entidades de fomento cultural, nacionais e internacionais, e servirem de instrumento de mídia. Ou seja, serem gratuitos, de uso livre.
Aliás, lendo o livro “O Efeito Facebook” (Kirkpatrick, 2011) sentimos a possibilidade de se fazer algo semelhante e dedicado à formação de uma excelente biblioteca técnica em cima de contribuições com base na estrutura e recursos humanos que o Paraná dispõe e subutiliza (COPEL, SANEPAR, LACTEC, TECPAR, Universidades Estaduais, etc.).
A construção desta biblioteca é ato de interesse público e privado, pois cria mais uma base universalização da cultura técnica a serviço de todos, desde a mais humilde repartição pública até a autarquia ou estatal mais importante, assim como para qualquer indústria ou profissional independente
E nossa contribuição poderá servir o Brasil inteiro.
A maior parte dos estudantes universitários em nosso país é formada por pessoas de capacidade financeira reduzida, com limitações de consulta e de posse de livros técnicos de toda espécie.
Há uma enorme falta de livros técnicos bons em língua portuguesa, atualizados, cobrindo as exigências dos cursos regulares de nossas universidades. Temos também, repetindo, um ambiente de dificuldades financeiras para o estudante comum além da simples inexistência de livros. A solução exige uma mudança de paradigmas e a ousadia aliada à capacidade de implementação de soluções modernas e baratas.
Nota-se em livrarias convencionais que o livro técnico não é prioridade. Percebe-se que em suas prateleiras dá-se preferência àquelas obras mais populares. Em prejuízo do estudante e do profissional formado, a carência de fontes de consulta formais, feitas com qualidade didática, é flagrante e preocupante. Nosso país precisa crescer; como avançar sem uma base literária consolidada, atualizada e acessível a todos?
A competitividade depende da qualidade dos profissionais que, por sua vez, precisam de boas ferramentas para seu aprendizado assim como de ambientes escolares de boa qualidade e locais de trabalho inteligentes.
A criação de uma biblioteca de livros técnicos didáticos em ambiente da web, livros ofertados sem custo para os acessantes (custos de edição e operação mantidos por inserções de mídia, doações, fundos setoriais, recursos dedicados à cultura etc.), é uma forma de universalização da cultura técnica e de garantir uma base mínima de ensino profissional em todos os níveis com boa qualidade.
Pode-se, facilmente, criar roteiros para livros que seriam selecionados em concursos ou escolhidos por notória competência dos autores. Os cursos regulares têm para todas as suas cadeiras programas detalhados que podem ser roteiros para elaboração e seleção de contribuições.
Nas escolas as ementas dos cursos são um roteiro para a edição de livros, condição normalmente atendida dentro das universidades, muitas vezes de forma precária (apostilas, colagens, cópias não autorizadas etc.) em prejuízo do público interno e externo (à medida que não se criam condições de acesso à cultura técnica para o profissional já formado).
Os recursos de comunicação modernos permitem uma nova estratégia de apresentação da literatura técnica, algo absolutamente necessário diante dos desafios do século 21. Literatura em ambiente WEB, obras completas e feitas para esse fim, podem ser a base de consulta e estudo dos universitários e profissionais de nível superior.
Um exemplo extraordinário de bom uso da Internet é a Wikipédia, sucesso absoluto de enciclopédia, apesar de seus defeitos. A AMAZON (Books) dá um show e outros ambientes têm produtos, e no Brasil?
Entendemos que instituições com as atribuições, o prestígio e a competência das associações industriais existentes no Paraná poderão ser instrumentos de projetos a favor da universalização da cultura técnica em nosso país.
Com ação independente ou em conjunto com outras entidades há como produzir em prazo relativamente curto uma biblioteca de excelente qualidade.
Cascaes
22.2.2011
(s.d.). Acesso em 22 de 2 de 2011, disponível em TELEBRAS: http://www.telebras.com.br/
AEN. (s.d.). Bel-100 conexão à internet. Acesso em 22 de 2 de 2011, disponível em Impacto On Line: http://www.impactoonline.com.br/em-foco/bel-100-conexao-a-internet.html
Books. (s.d.). Acesso em 22 de 2 de 2011, disponível em amazon.com: http://www.amazon.com/books-used-books-textbooks/b?ie=UTF8&node=283155
cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 22 de 2 de 2011, disponível em Ensino a Distância Inteligente: http://eadinteligente.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: A formação do Engenheiro e ser Engenheiro: http://aprender-e-ser-engenheiro.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 11 de 2 de 2011, disponível em Engenharia - Economia - Educação e Brasil: http://economia-engenharia-e-brasil.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 22 de 2 de 2011, disponível em Literatura Técnica Didática Digital - LTDD: http://ltde.blogspot.com/
COPEL. (2010). Projeto BEL, implantação de uma rede telemática aberta e neutra. Curitiba.
Kirkpatrick, D. (2011). O Efeito Facebook - Os bastidores da história da empresa que conecta o mundo. (M. L. Oliveira, Trad.) Rio de Janeiro: Editora Intrínsica Ltda.
Precisamos de mais e melhores profissionais. Apesar dos esforços temos barreiras nesse processo de educação dos futuros engenheiros, arquitetos, agrônomos etc. Em 2010, na 67ª. SOEAA (A formação do Engenheiro e ser Engenheiro), vimos palestras incisivas sobre esta questão. A demanda por profissionais de bom nível é flagrante e foi até assunto de muita discussão no CIETEP durante o ano de 2009 (Engenharia - Economia - Educação e Brasil) e no IEP, de onde tivemos o Projeto País.
Poderíamos ter um cenário melhor, não temos. Um indicador forte de regressão é descobrir nos alunos de terceiro grau a utilização das tenebrosas apostilas e a falta de boas bibliotecas. Pior ainda se lembrarmos da importância da inclusão da pessoa com deficiência, para quem, dependendo da opção que fizer, falta tudo.
Os profissionais já diplomados se debatem na obtenção de bons livros para o exercício de suas atividades e assim a fragilidade de obras e sistemas aparece com frequência em manchetes que nos envergonham e matam brasileiros.
Os livros convencionais são caros, normalmente desatualizados, limitados pelo preço e dimensões físicas, ocupam espaços, não oferecem facilidades para pessoas com deficiências sensoriais, intelectuais e motoras, não se prestam a ajustes de comunicação etc.
Com a evolução dos meios de comunicação, processamento de dados, redução de custos etc. os livros técnicos digitais – LTD podem ser já a solução para uma série de limitações dos meios convencionais de informação profissional. Com os livros elegem-se portais para a exposição permanente da biblioteca que será formada. A existência de portais de referência será objeto de mídia dos patrocinadores que viabilizarem bibliotecas de livros técnicos. Ou seja, algo que o Paraná poderá produzir em pouco tempo, em associação, se for o caso, com outros centros de geração de literatura técnica.
Por quê o Paraná?
Porque precisamos de material didático ajustado às nossas necessidades e, se possível, visando o tipo de desenvolvimento que desejamos para o estado.
A elaboração da biblioteca digital poderá ser também um ganho adicional a professores e especialistas que aceitarem o desafio de fazer os LTDs (Cascaes, Literatura Técnica Didática Digital - LTDD).
A edição de LTDs poderá ter o apoio dos fundos setoriais, Lei Rouanet, entidades de fomento cultural, nacionais e internacionais, e servirem de instrumento de mídia. Ou seja, serem gratuitos, de uso livre.
Aliás, lendo o livro “O Efeito Facebook” (Kirkpatrick, 2011) sentimos a possibilidade de se fazer algo semelhante e dedicado à formação de uma excelente biblioteca técnica em cima de contribuições com base na estrutura e recursos humanos que o Paraná dispõe e subutiliza (COPEL, SANEPAR, LACTEC, TECPAR, Universidades Estaduais, etc.).
A construção desta biblioteca é ato de interesse público e privado, pois cria mais uma base universalização da cultura técnica a serviço de todos, desde a mais humilde repartição pública até a autarquia ou estatal mais importante, assim como para qualquer indústria ou profissional independente
E nossa contribuição poderá servir o Brasil inteiro.
A maior parte dos estudantes universitários em nosso país é formada por pessoas de capacidade financeira reduzida, com limitações de consulta e de posse de livros técnicos de toda espécie.
Há uma enorme falta de livros técnicos bons em língua portuguesa, atualizados, cobrindo as exigências dos cursos regulares de nossas universidades. Temos também, repetindo, um ambiente de dificuldades financeiras para o estudante comum além da simples inexistência de livros. A solução exige uma mudança de paradigmas e a ousadia aliada à capacidade de implementação de soluções modernas e baratas.
Nota-se em livrarias convencionais que o livro técnico não é prioridade. Percebe-se que em suas prateleiras dá-se preferência àquelas obras mais populares. Em prejuízo do estudante e do profissional formado, a carência de fontes de consulta formais, feitas com qualidade didática, é flagrante e preocupante. Nosso país precisa crescer; como avançar sem uma base literária consolidada, atualizada e acessível a todos?
A competitividade depende da qualidade dos profissionais que, por sua vez, precisam de boas ferramentas para seu aprendizado assim como de ambientes escolares de boa qualidade e locais de trabalho inteligentes.
A criação de uma biblioteca de livros técnicos didáticos em ambiente da web, livros ofertados sem custo para os acessantes (custos de edição e operação mantidos por inserções de mídia, doações, fundos setoriais, recursos dedicados à cultura etc.), é uma forma de universalização da cultura técnica e de garantir uma base mínima de ensino profissional em todos os níveis com boa qualidade.
Pode-se, facilmente, criar roteiros para livros que seriam selecionados em concursos ou escolhidos por notória competência dos autores. Os cursos regulares têm para todas as suas cadeiras programas detalhados que podem ser roteiros para elaboração e seleção de contribuições.
Nas escolas as ementas dos cursos são um roteiro para a edição de livros, condição normalmente atendida dentro das universidades, muitas vezes de forma precária (apostilas, colagens, cópias não autorizadas etc.) em prejuízo do público interno e externo (à medida que não se criam condições de acesso à cultura técnica para o profissional já formado).
Os recursos de comunicação modernos permitem uma nova estratégia de apresentação da literatura técnica, algo absolutamente necessário diante dos desafios do século 21. Literatura em ambiente WEB, obras completas e feitas para esse fim, podem ser a base de consulta e estudo dos universitários e profissionais de nível superior.
Um exemplo extraordinário de bom uso da Internet é a Wikipédia, sucesso absoluto de enciclopédia, apesar de seus defeitos. A AMAZON (Books) dá um show e outros ambientes têm produtos, e no Brasil?
Entendemos que instituições com as atribuições, o prestígio e a competência das associações industriais existentes no Paraná poderão ser instrumentos de projetos a favor da universalização da cultura técnica em nosso país.
Com ação independente ou em conjunto com outras entidades há como produzir em prazo relativamente curto uma biblioteca de excelente qualidade.
Cascaes
22.2.2011
(s.d.). Acesso em 22 de 2 de 2011, disponível em TELEBRAS: http://www.telebras.com.br/
AEN. (s.d.). Bel-100 conexão à internet. Acesso em 22 de 2 de 2011, disponível em Impacto On Line: http://www.impactoonline.com.br/em-foco/bel-100-conexao-a-internet.html
Books. (s.d.). Acesso em 22 de 2 de 2011, disponível em amazon.com: http://www.amazon.com/books-used-books-textbooks/b?ie=UTF8&node=283155
cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 22 de 2 de 2011, disponível em Ensino a Distância Inteligente: http://eadinteligente.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: A formação do Engenheiro e ser Engenheiro: http://aprender-e-ser-engenheiro.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 11 de 2 de 2011, disponível em Engenharia - Economia - Educação e Brasil: http://economia-engenharia-e-brasil.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 22 de 2 de 2011, disponível em Literatura Técnica Didática Digital - LTDD: http://ltde.blogspot.com/
COPEL. (2010). Projeto BEL, implantação de uma rede telemática aberta e neutra. Curitiba.
Kirkpatrick, D. (2011). O Efeito Facebook - Os bastidores da história da empresa que conecta o mundo. (M. L. Oliveira, Trad.) Rio de Janeiro: Editora Intrínsica Ltda.
Postado por
relatar atividades culturais e reuniões da Academia de Letras José de Alencar - ALJA
às
16:29:00
Nenhum comentário:
Gente acima da lei
O governo Lula teve méritos indiscutíveis. A popularidade que atingiu é prova insofismável do acerto de suas decisões de caráter demagógico e democrático. Errou e acertou, dependendo do ponto de vista. Agradou à maioria, inclusive eu em certos aspectos de sua trajetória gerencial desse imenso país e na guerra aos excessos de leis mal feitas.
A demagogia, contudo, é perigosa. Se existiu, merece nossa reprovação.
De acordo com Houaiss (Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa) “demagogia” é: “...poder de natureza tirânica ou imoral exercido em nome das multidões... ação que se utiliza do apoio popular para conquista ambiciosa ou corrupta de poder... o discurso us. para esta finalidade... ação ou discurso que simula virtude com objetivos escusos.”
Da História da Humanidade ganhamos a infeliz convicção de que a demagogia é importantíssima, pois o ser humano gosta de ser bajulado, atendido em suas necessidades básicas, ainda que de forma irregular. Como disse Hannah Arendt “não há oposição mais clara e mais radical do que a oposição entre pensar e fazer” [página 89 (Arendt, 2009)]. Ou seja, podemos acreditar em belas coisas, mas quando nosso interesse pessoal é atingido, a lógica é outra. Nada dá a convicção de que o ser humano seja realmente sério, honesto e inteligente por natureza. Um bom governo sabe misturar as coisas e chegar onde deve para transformar seu povo. Os avanços aconteceram, com alguns pontos negativos.
As pessoas podem ser reféns de seus erros. Mal assessoradas e em momentos de distração chegam a assumir posturas erradas. À medida que alguém sobe na hierarquia de qualquer instituição, os bajuladores e a própria família podem colocar pisos falsos onde o “chefe” escorregará em algum momento de distração.
Nossos maiores inimigos somos nós mesmos. Se o maniqueísmo (Maniqueísmo) foi uma força na história das religiões é porque encontrou dentro de cada ser humano a razão da sua existência.
Lula, ou melhor, nosso ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva foi um bom presidente, e é difícil provar o contrário, por mais forte que as críticas aconteçam. O lado ruim foi sua famosa declaração e atitudes de que existem pessoas acima da lei (Leitão, 2010). Ora, se as leis estão erradas, que se atue para corrigi-las, e precisam urgentemente de ajustes. A regulamentação das leis é uma das atribuições do Poder Executivo, eventualmente com o apoio do Poder Legislativo.
Do desprezo pelas leis às arbitrariedades é um pulo fácil. Pouco a pouco poderemos mergulhar nos excessos da ditadura pura e simples, seja ela civil, militar, feudal, monárquica, tribal, empresarial, sindical etc.
Infelizmente no Brasil começamos a ver exemplos terríveis de arbitrariedades baseadas no famoso carteiraço ('Sou Ari Pargendler, presidente do STJ. Você está demitido', 2010). A internet, colocando mensagens que não nos deixam esquecer o passado, traz de volta coisas que descobrimos merecerem registro e tidas como modelos inesquecíveis de coisas louváveis ou não. São os bons “spans” que merecem respeito.
O caso citado como exemplo de abuso do poder ou algo semelhante é deplorável. Se o presidente do STJ também se entende membro da Corte de tempos imperiais, estamos chegando a uma situação de extrema gravidade institucional, pois seria Sua Excelência (Formas de Tratamento e Endereçamento) alguém livre para tratar cidadãos brasileiros da forma registrada no Blog do Noblat?
Pior ainda, a raiva, compreensível quando motivada por situações especialmente estressantes, teria levado Sua Excia., o Dr. Ari Parglender, a demitir o estagiário, alvo de sua atitude agressiva, poucas horas depois, quando imaginamos o Presidente do STJ já deveria estar mais calmo?
O Poder Judiciário deve primar pela sua imagem, servindo de exemplo a todos os brasileiros no respeito às leis, leis que não tem autoridade para produzir, mas a responsabilidade de fazê-las cumprir. Desconhecemos a existência de qualquer documento ou código de ética que autorize o presidente do STJ a agir dessa maneira, ou ela se encontra em algum diário oficial secreto?
A essa altura, vendo tudo o que aconteceu na ALEP do Paraná, fica difícil duvidar de algo.
Cascaes
21.2.2011
Arendt, H. (2009). A vida do Espírito. (C. A. Almeida, Trad.) Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira.
Decat, E. (2010 de 10 de 2010). 'Sou Ari Pargendler, presidente do STJ. Você está demitido'. Acesso em 21 de 2 de 2011, disponível em Blog do Noblat: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/10/22/sou-ari-pargendler-presidente-do-stj-voce-esta-demitido-334576.asp
Formas de Tratamento e Endereçamento. (s.d.). Acesso em 21 de 2 de 2011, disponível em PUCRS: http://www.pucrs.br/manualred/tratamento.php
Houaiss, A. (s.d.). Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa.
Leitão, L. (7 de 6 de 2010). Acima da Lei. Acesso em 21 de 2 de 2011, disponível em opinião.notícia: http://opiniaoenoticia.com.br/brasil/politica/acima-da-lei/
Maniqueísmo. (s.d.). Acesso em 21 de 2 de 2011, disponível em Ocultura: http://www.ocultura.org.br/index.php/Manique%C3%ADsmo
A demagogia, contudo, é perigosa. Se existiu, merece nossa reprovação.
De acordo com Houaiss (Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa) “demagogia” é: “...poder de natureza tirânica ou imoral exercido em nome das multidões... ação que se utiliza do apoio popular para conquista ambiciosa ou corrupta de poder... o discurso us. para esta finalidade... ação ou discurso que simula virtude com objetivos escusos.”
Da História da Humanidade ganhamos a infeliz convicção de que a demagogia é importantíssima, pois o ser humano gosta de ser bajulado, atendido em suas necessidades básicas, ainda que de forma irregular. Como disse Hannah Arendt “não há oposição mais clara e mais radical do que a oposição entre pensar e fazer” [página 89 (Arendt, 2009)]. Ou seja, podemos acreditar em belas coisas, mas quando nosso interesse pessoal é atingido, a lógica é outra. Nada dá a convicção de que o ser humano seja realmente sério, honesto e inteligente por natureza. Um bom governo sabe misturar as coisas e chegar onde deve para transformar seu povo. Os avanços aconteceram, com alguns pontos negativos.
As pessoas podem ser reféns de seus erros. Mal assessoradas e em momentos de distração chegam a assumir posturas erradas. À medida que alguém sobe na hierarquia de qualquer instituição, os bajuladores e a própria família podem colocar pisos falsos onde o “chefe” escorregará em algum momento de distração.
Nossos maiores inimigos somos nós mesmos. Se o maniqueísmo (Maniqueísmo) foi uma força na história das religiões é porque encontrou dentro de cada ser humano a razão da sua existência.
Lula, ou melhor, nosso ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva foi um bom presidente, e é difícil provar o contrário, por mais forte que as críticas aconteçam. O lado ruim foi sua famosa declaração e atitudes de que existem pessoas acima da lei (Leitão, 2010). Ora, se as leis estão erradas, que se atue para corrigi-las, e precisam urgentemente de ajustes. A regulamentação das leis é uma das atribuições do Poder Executivo, eventualmente com o apoio do Poder Legislativo.
Do desprezo pelas leis às arbitrariedades é um pulo fácil. Pouco a pouco poderemos mergulhar nos excessos da ditadura pura e simples, seja ela civil, militar, feudal, monárquica, tribal, empresarial, sindical etc.
Infelizmente no Brasil começamos a ver exemplos terríveis de arbitrariedades baseadas no famoso carteiraço ('Sou Ari Pargendler, presidente do STJ. Você está demitido', 2010). A internet, colocando mensagens que não nos deixam esquecer o passado, traz de volta coisas que descobrimos merecerem registro e tidas como modelos inesquecíveis de coisas louváveis ou não. São os bons “spans” que merecem respeito.
O caso citado como exemplo de abuso do poder ou algo semelhante é deplorável. Se o presidente do STJ também se entende membro da Corte de tempos imperiais, estamos chegando a uma situação de extrema gravidade institucional, pois seria Sua Excelência (Formas de Tratamento e Endereçamento) alguém livre para tratar cidadãos brasileiros da forma registrada no Blog do Noblat?
Pior ainda, a raiva, compreensível quando motivada por situações especialmente estressantes, teria levado Sua Excia., o Dr. Ari Parglender, a demitir o estagiário, alvo de sua atitude agressiva, poucas horas depois, quando imaginamos o Presidente do STJ já deveria estar mais calmo?
O Poder Judiciário deve primar pela sua imagem, servindo de exemplo a todos os brasileiros no respeito às leis, leis que não tem autoridade para produzir, mas a responsabilidade de fazê-las cumprir. Desconhecemos a existência de qualquer documento ou código de ética que autorize o presidente do STJ a agir dessa maneira, ou ela se encontra em algum diário oficial secreto?
A essa altura, vendo tudo o que aconteceu na ALEP do Paraná, fica difícil duvidar de algo.
Cascaes
21.2.2011
Arendt, H. (2009). A vida do Espírito. (C. A. Almeida, Trad.) Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira.
Decat, E. (2010 de 10 de 2010). 'Sou Ari Pargendler, presidente do STJ. Você está demitido'. Acesso em 21 de 2 de 2011, disponível em Blog do Noblat: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/10/22/sou-ari-pargendler-presidente-do-stj-voce-esta-demitido-334576.asp
Formas de Tratamento e Endereçamento. (s.d.). Acesso em 21 de 2 de 2011, disponível em PUCRS: http://www.pucrs.br/manualred/tratamento.php
Houaiss, A. (s.d.). Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa.
Leitão, L. (7 de 6 de 2010). Acima da Lei. Acesso em 21 de 2 de 2011, disponível em opinião.notícia: http://opiniaoenoticia.com.br/brasil/politica/acima-da-lei/
Maniqueísmo. (s.d.). Acesso em 21 de 2 de 2011, disponível em Ocultura: http://www.ocultura.org.br/index.php/Manique%C3%ADsmo
Postado por
relatar atividades culturais e reuniões da Academia de Letras José de Alencar - ALJA
às
16:27:00
Nenhum comentário:
Marcadores:
Gente acima da lei
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Coerência e gerência técnica das cidades
Nossa história criou um modelo político excelente para os tempos de Sócrates (uma vítima da Democracia). Muito pouco mudou até há pouco tempo. As cidades aos poucos foram se transformando em pilhas de gente e coisas. Chegamos a um ponto em que é absolutamente necessário colocar ao lado do político, equipes de excelentes profissionais para lhe apoiarem.
Com certeza corremos o risco das “Projarcas” e tecnocracias, mas é fundamental descobrir uma maneira de se compatibilizar desejos com necessidades reais e limitações naturais. A incoerência é flagrante na gerência técnica das cidades.
Nossas cidades (focando nelas, é mais fácil demonstrar) simplesmente carecem de continuidade e seus vereadores e prefeitos demonstram a necessidade de algo mais sólido na administração técnica. É um perigo e uma aberração a forma demagógica, inconstante e incoerente de como são governadas. Tudo isso pode ser explicado de diversas maneiras, mas nosso povo paga uma conta muito alta diante das dificuldades de gestão dos responsáveis pelo governo das cidades, dos estados e da União.
Cada período de mandato é um capítulo desta novela do absurdo. Não temos nem respeito às leis e à própria Constituição Federal. Facilmente descobrimos que a prioridade é oferecer circo, eventualmente pão, com prioridades ditadas por empreiteiros, banqueiros, especuladores e outros sem qualquer ligação com as necessidades reais do nosso povo.
Vemos as catástrofes como oportunidades de fazer caridade, mostrar nosso sentimento cristão, esquecemos que a gravidade desses acidentes demonstram omissões monumentais. Aplaudimos códigos e planos, mas esquecemos de aplicá-los.
Assim, por exemplo, as calçadas são a demonstração do clima absurdo de cuidados da população e do governo. Deveriam merecer mais cuidado que as ruas, afinal os carros têm pneus e podem trafegar até em caminhos de pedra e barro. Não oferecem segurança para os pedestres, pior ainda se forem pessoas com deficiência, idosos, gente com alguma lesão debilitante ou crianças. A resposta de nossas autoridades é a de que elas são de responsabilidade dos proprietários de imóveis, ou seja, de milhares de pessoas nem sempre suficientemente educadas para respeitarem e amarem o próximo.
Não passa pela cabeça de nossos políticos mais próximos e até dos eleitores de que essa lei municipal poderia ser alterada, transferindo para o município uma responsabilidade que deveria ser delegada a algum secretário municipal. Com essa concentração de poder a administração municipal poderia obter financiamentos especiais e desenvolver grandes programas de urbanização, gerando, ainda por luxo, um tremendo mercado de trabalho e valorização da cidade.
Lembrando que sobre os passeios e abaixo deles temos canalizações de água e eletrodutos de concessionárias, orelhões, postes, linhas de transmissão de energia e telecomunicações, árvores e canteiros (para enfeitar e segurar a poluição dos carros, aumentar a permeabilidade do solo etc.), a construção e a manutenção das calçadas poderão ter seus custos divididos entre as concessionárias e as próprias prefeituras, afinal todos ganham com esse benefício, inclusive o pedestre, usuário desses serviços e do transporte coletivo urbano.
Mais ainda, refazer isso tudo seria a oportunidade de aprimoramento de serviços essenciais e correção da bagunça em que se transformaram pela colocação sucessiva de cabos, postes, tubos etc. ao longo dos tempos em que inventaram esses serviços dependentes desses “equipamentos”.
Calçadas ruins, proteção insuficiente aos pedestres e desprezo pela vida de quem precisa caminhar agrava nossas estatísticas de trânsito.
O número de atropelamentos e os acidentes só não são maiores porque nosso povo está se conformando em não caminhar ao longo das ruas das cidades. Sem segurança, sem iluminação adequada, sem caminhos tranquilos, só anda pela cidade quem não tem opção.
O tema, contudo, é coerência técnica, administração técnica.
Como fica, lembrando outro caso preocupante, a coleta de águas pluviais e esgotos em cidades em tempos de crescimento acelerado?
Cada prédio é uma rua vertical, despejando no sistema de drenagem as águas sujas de seus ocupantes, criando sombras e corredores, soltando o calor de dezenas de aparelhos de ar condicionado, despejando dezenas a centenas de automóveis em horários pré-determinados, colocando em arquivos gente que deveria estar conosco.
O medo ocasionado pela ausência de segurança policial talvez seja o principal indutor ao crescimento vertical...
O problema é que estamos em tempos de sustentabilidade, de racionalidade em relação ao meio ambiente. Precisamos desesperadamente de disciplina e muita competência profissional no planejamento e administração das cidades.
Nesse sentido a tragédia é maior observando o agigantamento de cidades em locais que deveriam ter um melhor equilíbrio entre seres humanos e o resto da fauna pré-existente no local, em benefício da flora original, das águas, da qualidade de vida futura.
Devemos e podemos encontrar uma solução democrática para o desafio de existir no século 21.
Cascaes
17.2.2011
Com certeza corremos o risco das “Projarcas” e tecnocracias, mas é fundamental descobrir uma maneira de se compatibilizar desejos com necessidades reais e limitações naturais. A incoerência é flagrante na gerência técnica das cidades.
Nossas cidades (focando nelas, é mais fácil demonstrar) simplesmente carecem de continuidade e seus vereadores e prefeitos demonstram a necessidade de algo mais sólido na administração técnica. É um perigo e uma aberração a forma demagógica, inconstante e incoerente de como são governadas. Tudo isso pode ser explicado de diversas maneiras, mas nosso povo paga uma conta muito alta diante das dificuldades de gestão dos responsáveis pelo governo das cidades, dos estados e da União.
Cada período de mandato é um capítulo desta novela do absurdo. Não temos nem respeito às leis e à própria Constituição Federal. Facilmente descobrimos que a prioridade é oferecer circo, eventualmente pão, com prioridades ditadas por empreiteiros, banqueiros, especuladores e outros sem qualquer ligação com as necessidades reais do nosso povo.
Vemos as catástrofes como oportunidades de fazer caridade, mostrar nosso sentimento cristão, esquecemos que a gravidade desses acidentes demonstram omissões monumentais. Aplaudimos códigos e planos, mas esquecemos de aplicá-los.
Assim, por exemplo, as calçadas são a demonstração do clima absurdo de cuidados da população e do governo. Deveriam merecer mais cuidado que as ruas, afinal os carros têm pneus e podem trafegar até em caminhos de pedra e barro. Não oferecem segurança para os pedestres, pior ainda se forem pessoas com deficiência, idosos, gente com alguma lesão debilitante ou crianças. A resposta de nossas autoridades é a de que elas são de responsabilidade dos proprietários de imóveis, ou seja, de milhares de pessoas nem sempre suficientemente educadas para respeitarem e amarem o próximo.
Não passa pela cabeça de nossos políticos mais próximos e até dos eleitores de que essa lei municipal poderia ser alterada, transferindo para o município uma responsabilidade que deveria ser delegada a algum secretário municipal. Com essa concentração de poder a administração municipal poderia obter financiamentos especiais e desenvolver grandes programas de urbanização, gerando, ainda por luxo, um tremendo mercado de trabalho e valorização da cidade.
Lembrando que sobre os passeios e abaixo deles temos canalizações de água e eletrodutos de concessionárias, orelhões, postes, linhas de transmissão de energia e telecomunicações, árvores e canteiros (para enfeitar e segurar a poluição dos carros, aumentar a permeabilidade do solo etc.), a construção e a manutenção das calçadas poderão ter seus custos divididos entre as concessionárias e as próprias prefeituras, afinal todos ganham com esse benefício, inclusive o pedestre, usuário desses serviços e do transporte coletivo urbano.
Mais ainda, refazer isso tudo seria a oportunidade de aprimoramento de serviços essenciais e correção da bagunça em que se transformaram pela colocação sucessiva de cabos, postes, tubos etc. ao longo dos tempos em que inventaram esses serviços dependentes desses “equipamentos”.
Calçadas ruins, proteção insuficiente aos pedestres e desprezo pela vida de quem precisa caminhar agrava nossas estatísticas de trânsito.
O número de atropelamentos e os acidentes só não são maiores porque nosso povo está se conformando em não caminhar ao longo das ruas das cidades. Sem segurança, sem iluminação adequada, sem caminhos tranquilos, só anda pela cidade quem não tem opção.
O tema, contudo, é coerência técnica, administração técnica.
Como fica, lembrando outro caso preocupante, a coleta de águas pluviais e esgotos em cidades em tempos de crescimento acelerado?
Cada prédio é uma rua vertical, despejando no sistema de drenagem as águas sujas de seus ocupantes, criando sombras e corredores, soltando o calor de dezenas de aparelhos de ar condicionado, despejando dezenas a centenas de automóveis em horários pré-determinados, colocando em arquivos gente que deveria estar conosco.
O medo ocasionado pela ausência de segurança policial talvez seja o principal indutor ao crescimento vertical...
O problema é que estamos em tempos de sustentabilidade, de racionalidade em relação ao meio ambiente. Precisamos desesperadamente de disciplina e muita competência profissional no planejamento e administração das cidades.
Nesse sentido a tragédia é maior observando o agigantamento de cidades em locais que deveriam ter um melhor equilíbrio entre seres humanos e o resto da fauna pré-existente no local, em benefício da flora original, das águas, da qualidade de vida futura.
Devemos e podemos encontrar uma solução democrática para o desafio de existir no século 21.
Cascaes
17.2.2011
Postado por
relatar atividades culturais e reuniões da Academia de Letras José de Alencar - ALJA
às
11:07:00
Nenhum comentário:
Marcadores:
Coerência e gerência técnica das cidades
Escrevendo sem rumo
Com a idade perdemos ilusões, algo mais importante do que todos os atributos da juventude reunidos.
É complicado descobrir, gradativamente, a incongruência entre os melhores propósitos e a natureza real do ser humano. Dia a dia vamos nos surpreendendo conosco. Do espelho ao exame de consciência, nada escapa, tudo contribui para uma raiva, até, do tempo perdido, das oportunidades desperdiçadas, dos dogmas errados.
O que nos deixa esperançosos, contudo, é que a juventude atual talvez consiga superar as nossas limitações e avance rumo a um futuro melhor. Não podemos ter ilusões, contudo. O egoísmo explícito ou camuflado impera. Como diriam os especialistas em marketing, não sei se com essas palavras, com certeza de acordo com a profissão deles, o fundamental é encontrar o que apaixone, motive, induza a pessoa a fazer o que desejamos.
Desejamos o quê?
Não é sem razão que descobrimos uma multidão de aposentados mergulhando na mediocridade e suas futilidades. Talvez, de maneira instintiva, descubram que tudo o que deveriam fazer foi feito, cada um de acordo com suas limitações. O que é ruim é que a aposentadoria é um precipício rumo ao nada entre risos idiotas e afirmações impossíveis.
E nos aposentamos cedo.
A tecnologia já permite uma tremenda vitalidade, pelo menos intelectual, a quem quer usar o cérebro (o que sobrou). Computadores compensam as perdas da idade e os desafios existem, podemos renascer sempre, com outras metas, novos horizontes. O moribundo, se em vez de rezar, analisar seus tubos e remédios ajudará muito dizendo até se tudo aquilo é anatômico.
O problema é o medo [ (Miller, 1937) (Ferrero, 1945)].
O medo da morte e da perda de poder e de outras facilidades paralisam as pessoas. Impedem-nas de contribuir, de ser, de ajudar, de mostrar valores que talvez durante a vida inteira não foram capazes. E isso pesa nas horas finais da vida.
Ainda vivemos na fase da louvação, como alguns filósofos dizem de tempos passados. Bajular um ser superior é tão importante, após uma educação medieval a que fomos submetidos, que tudo acontece como se fosse normal.
O resultado das eleições é uma prova inconteste do preço dos eleitores, ou o império do medo, quem sabe a importância do marketing político, principalmente quando ele assume a forma de R$ 50,00 ou da promessa de algum poleiro no governo.
Um bom livro é “introdução à Filosofia” (Heidegger, 2009) quando ele procura definir o que é Ciência. Temos? Somos racionais?
Filosofia ou “filhosofia”, prazer ou dever, ser hedonista ou viver sem fazer muito para agradar a algum Deus é algo que depende demais da educação que tivermos.
Nesse momento, podemos até perguntar, escrever para quê?
Temos desafios que assumimos, aceitamos ou desprezamos. Qual é o nosso?
Cascaes
16.2.2011
Ferrero, G. (1945). O Poder, Os gênios invisíveis da cidade. (C. Domingues, Trad.) Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti - Editores.
Heidegger, M. (2009). Introdução à Filosofia. (M. A. Casanova, Trad.) São Paulo: WMF Martins Fontes.
Miller, R. F. (1937). Os Grandes Sonhos da Humanidade, condutores de povos, sonhadores e rebeldes. (R. L. Quintana, Trad.) Porto Alegre: Livraria do Globo.
É complicado descobrir, gradativamente, a incongruência entre os melhores propósitos e a natureza real do ser humano. Dia a dia vamos nos surpreendendo conosco. Do espelho ao exame de consciência, nada escapa, tudo contribui para uma raiva, até, do tempo perdido, das oportunidades desperdiçadas, dos dogmas errados.
O que nos deixa esperançosos, contudo, é que a juventude atual talvez consiga superar as nossas limitações e avance rumo a um futuro melhor. Não podemos ter ilusões, contudo. O egoísmo explícito ou camuflado impera. Como diriam os especialistas em marketing, não sei se com essas palavras, com certeza de acordo com a profissão deles, o fundamental é encontrar o que apaixone, motive, induza a pessoa a fazer o que desejamos.
Desejamos o quê?
Não é sem razão que descobrimos uma multidão de aposentados mergulhando na mediocridade e suas futilidades. Talvez, de maneira instintiva, descubram que tudo o que deveriam fazer foi feito, cada um de acordo com suas limitações. O que é ruim é que a aposentadoria é um precipício rumo ao nada entre risos idiotas e afirmações impossíveis.
E nos aposentamos cedo.
A tecnologia já permite uma tremenda vitalidade, pelo menos intelectual, a quem quer usar o cérebro (o que sobrou). Computadores compensam as perdas da idade e os desafios existem, podemos renascer sempre, com outras metas, novos horizontes. O moribundo, se em vez de rezar, analisar seus tubos e remédios ajudará muito dizendo até se tudo aquilo é anatômico.
O problema é o medo [ (Miller, 1937) (Ferrero, 1945)].
O medo da morte e da perda de poder e de outras facilidades paralisam as pessoas. Impedem-nas de contribuir, de ser, de ajudar, de mostrar valores que talvez durante a vida inteira não foram capazes. E isso pesa nas horas finais da vida.
Ainda vivemos na fase da louvação, como alguns filósofos dizem de tempos passados. Bajular um ser superior é tão importante, após uma educação medieval a que fomos submetidos, que tudo acontece como se fosse normal.
O resultado das eleições é uma prova inconteste do preço dos eleitores, ou o império do medo, quem sabe a importância do marketing político, principalmente quando ele assume a forma de R$ 50,00 ou da promessa de algum poleiro no governo.
Um bom livro é “introdução à Filosofia” (Heidegger, 2009) quando ele procura definir o que é Ciência. Temos? Somos racionais?
Filosofia ou “filhosofia”, prazer ou dever, ser hedonista ou viver sem fazer muito para agradar a algum Deus é algo que depende demais da educação que tivermos.
Nesse momento, podemos até perguntar, escrever para quê?
Temos desafios que assumimos, aceitamos ou desprezamos. Qual é o nosso?
Cascaes
16.2.2011
Ferrero, G. (1945). O Poder, Os gênios invisíveis da cidade. (C. Domingues, Trad.) Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti - Editores.
Heidegger, M. (2009). Introdução à Filosofia. (M. A. Casanova, Trad.) São Paulo: WMF Martins Fontes.
Miller, R. F. (1937). Os Grandes Sonhos da Humanidade, condutores de povos, sonhadores e rebeldes. (R. L. Quintana, Trad.) Porto Alegre: Livraria do Globo.
Postado por
relatar atividades culturais e reuniões da Academia de Letras José de Alencar - ALJA
às
11:05:00
Nenhum comentário:
Marcadores:
Escrevendo sem rumo
Aprender a pensar
Na introdução do livro (Introdução à Filosofia) de Martin Heidegger ele diz que “Mesmo que não saibamos expressamente nada sobre filosofia, já estamos na filosofia porque a filosofia está em nós e nos pertence... filosofia não é nenhuma “disciplina”. Filosofar não é coisa de habilidade e técnica, muito menos um jogo de incursões desordenadas. Filosofia é filosofar e nada além disso.”
Gostar de pensar e trocar conceitos, opiniões e orientações sobre o que possa justificar nossa existência, algo transcendente ou tão simples que seja demonstrável com facilidade, é bom para quem gosta de pensar com mais profundidade sobre causas, razões, situações e efeitos da vida e do Universo.
Naturalmente é tema delicado quando tratado entre pessoas convictas de suas ideias, principalmente religiões, ideologias e outras espécies de certezas que já mataram muita gente.
O livro (Um Café para Sócrates) mostrou uma situação muito própria aos parisienses, talvez mais difícil por aqui. Na capital da França respira-se liberdade e os franceses adoram polemizar, conversar sobre temas difíceis. É uma metrópole cosmopolita ao extremo, rica em história e cenários culturais. Vivendo lá somos afetados pelo seu espírito questionante e ao mesmo tempo livre, tolerante ainda que exigente. Não foi impossível para Marc Sautet descobrir um lugar e pessoas para conversar sobre Filosofia, doutor e preocupado em ampliar a arte de sua profissão.
O livro de Marc Sautet (Wikipédia) é fantástico, mais ainda porque traz a lembrança de situações que vivemos espontaneamente numa década em que nos sentíamos capazes de tudo, os anos sessenta do século passado. Em São Paulo e depois em Itajubá convivemos com pessoas extraordinárias, viabilizando conversas incríveis.
A receita do “Café de Sócrates” é interssante, infelizmente de realização difícil quando não se descobre locais semelhantes próximos da gente. Felizmente vivemos em tempos de internet, recurso de comunicação que deverá crescer de capacidade e soluções para comunicação. Com essa expectativa imaginamos um blog para Sócrates. Se Sócrates não bebia café, com certeza não sonhava com a internet, demo-nos a liberdade da mesma ousadia formando um blog (Um Café para Sócrates) onde quem quiser poderá se manifestar colocando teses dentro das regras que aos poucos construiremos.
O que, quando sendo engenheiros, arquitetos, jogadores, aposentados , etc. e perplexos com nossa “realidade”... ainda mais na qualidade de brasileiros, eleitores e vacinados, vendo tudo o que acontece à nossa volta ganhamos a convicção de que precisamos aprofundar a questão “pensar”.
Somos bombardeados diariamente por inúmeras teses, imagens, depoimentos e histórias, será isso tudo saudável? Eficaz? Estamos realmente evoluindo?
Com certeza ganhamos recursos fantásticos para crescer em todos os sentidos, mas devemos desenvolver ao máximo a nossa capacidade de enfrentar argumentos, discursos e posturas ideológicas, filosóficas, metafísicas etc. e manter a calma, ouvir com atenção, ou ler, e pensar, pensar muito antes de responder.
Se a retórica era a forma preferencial de Sócrates se comunicar, hoje precisamos de outros métodos, afinal o mundo cresceu e não só os atenienses querem discutir ideias, pensamentos.
Na aldeia global em que vivemos, tão próximos quanto desejarmos de quem se interessar em trocar opiniões conosco, podemos evoluir muito se com humildade quisermos “ouvir” e de forma ousada expor o que acreditarmos.
Fomos educados a esconder nossos instintos, pensamentos, a ser simpáticos, simplesmente.
De que valeu isso?
A mediocridade impera graças à omissão de quem poderia fazer algo. Talvez pensando em Sócrates e Diógenes (Diógenes de Sínope) ainda sonhamos com a possibilidade de encontrar pessoas que nos ensinem e orientem de forma adequada num mundo em que a melhor receita é ser idiota, deles é o reino da felicidade.
Cascaes
15.2.2011
Diógenes de Sínope. (s.d.). Acesso em 8 de 2 de 2011, disponível em Wikipédia, a enciclopédia livre: http://pt.wikipedia.org/wiki/Di%C3%B3genes_de_S%C3%ADnope
Heidegger, M. (2009). Introdução à Filosofia. (M. A. Casanova, Trad.) São Paulo: WMF Martins Fontes.
Sautet, M. (s.d.). Um Café para Sócrates. (V. Ribeiro, Trad.) José Olympio.
Wikipédia. (s.d.). Marc Sautet. Acesso em 8 de 2 de 2011, disponível em Wikipédia: http://fr.wikipedia.org/wiki/Marc_Sautet
Gostar de pensar e trocar conceitos, opiniões e orientações sobre o que possa justificar nossa existência, algo transcendente ou tão simples que seja demonstrável com facilidade, é bom para quem gosta de pensar com mais profundidade sobre causas, razões, situações e efeitos da vida e do Universo.
Naturalmente é tema delicado quando tratado entre pessoas convictas de suas ideias, principalmente religiões, ideologias e outras espécies de certezas que já mataram muita gente.
O livro (Um Café para Sócrates) mostrou uma situação muito própria aos parisienses, talvez mais difícil por aqui. Na capital da França respira-se liberdade e os franceses adoram polemizar, conversar sobre temas difíceis. É uma metrópole cosmopolita ao extremo, rica em história e cenários culturais. Vivendo lá somos afetados pelo seu espírito questionante e ao mesmo tempo livre, tolerante ainda que exigente. Não foi impossível para Marc Sautet descobrir um lugar e pessoas para conversar sobre Filosofia, doutor e preocupado em ampliar a arte de sua profissão.
O livro de Marc Sautet (Wikipédia) é fantástico, mais ainda porque traz a lembrança de situações que vivemos espontaneamente numa década em que nos sentíamos capazes de tudo, os anos sessenta do século passado. Em São Paulo e depois em Itajubá convivemos com pessoas extraordinárias, viabilizando conversas incríveis.
A receita do “Café de Sócrates” é interssante, infelizmente de realização difícil quando não se descobre locais semelhantes próximos da gente. Felizmente vivemos em tempos de internet, recurso de comunicação que deverá crescer de capacidade e soluções para comunicação. Com essa expectativa imaginamos um blog para Sócrates. Se Sócrates não bebia café, com certeza não sonhava com a internet, demo-nos a liberdade da mesma ousadia formando um blog (Um Café para Sócrates) onde quem quiser poderá se manifestar colocando teses dentro das regras que aos poucos construiremos.
O que, quando sendo engenheiros, arquitetos, jogadores, aposentados , etc. e perplexos com nossa “realidade”... ainda mais na qualidade de brasileiros, eleitores e vacinados, vendo tudo o que acontece à nossa volta ganhamos a convicção de que precisamos aprofundar a questão “pensar”.
Somos bombardeados diariamente por inúmeras teses, imagens, depoimentos e histórias, será isso tudo saudável? Eficaz? Estamos realmente evoluindo?
Com certeza ganhamos recursos fantásticos para crescer em todos os sentidos, mas devemos desenvolver ao máximo a nossa capacidade de enfrentar argumentos, discursos e posturas ideológicas, filosóficas, metafísicas etc. e manter a calma, ouvir com atenção, ou ler, e pensar, pensar muito antes de responder.
Se a retórica era a forma preferencial de Sócrates se comunicar, hoje precisamos de outros métodos, afinal o mundo cresceu e não só os atenienses querem discutir ideias, pensamentos.
Na aldeia global em que vivemos, tão próximos quanto desejarmos de quem se interessar em trocar opiniões conosco, podemos evoluir muito se com humildade quisermos “ouvir” e de forma ousada expor o que acreditarmos.
Fomos educados a esconder nossos instintos, pensamentos, a ser simpáticos, simplesmente.
De que valeu isso?
A mediocridade impera graças à omissão de quem poderia fazer algo. Talvez pensando em Sócrates e Diógenes (Diógenes de Sínope) ainda sonhamos com a possibilidade de encontrar pessoas que nos ensinem e orientem de forma adequada num mundo em que a melhor receita é ser idiota, deles é o reino da felicidade.
Cascaes
15.2.2011
Diógenes de Sínope. (s.d.). Acesso em 8 de 2 de 2011, disponível em Wikipédia, a enciclopédia livre: http://pt.wikipedia.org/wiki/Di%C3%B3genes_de_S%C3%ADnope
Heidegger, M. (2009). Introdução à Filosofia. (M. A. Casanova, Trad.) São Paulo: WMF Martins Fontes.
Sautet, M. (s.d.). Um Café para Sócrates. (V. Ribeiro, Trad.) José Olympio.
Wikipédia. (s.d.). Marc Sautet. Acesso em 8 de 2 de 2011, disponível em Wikipédia: http://fr.wikipedia.org/wiki/Marc_Sautet
Postado por
relatar atividades culturais e reuniões da Academia de Letras José de Alencar - ALJA
às
11:04:00
Nenhum comentário:
Marcadores:
Aprender a pensar
Apagões e negócios
O mundo passa com dificuldades pelos efeitos de um apagão financeiro ou econômico, não sei, mas que por muito pouco quase demoliu dramaticamente o equilíbrio entre nações consideradas desenvolvidas.
A Humanidade conseguiu adotar lógicas de mercado sem prudência técnica. O prazer de viver sem grandes preocupações viabilizou questões que carecem de investigação e ordenamento ético, técnico e comercial.
No arquipélago cultural que denominamos Humanidade existe de tudo, da pura e simples escravidão a comunidades tremendamente preocupadas com Justiça e respeito aos Direitos Humanos, pelo menos dentro do que convenções internacionais estabeleceram.
Entramos, contudo, no planeta dos investimentos, do uso de capitais e de algo que aos poucos perdeu sentido objetivo, o dinheiro.
Empresas, agora comandadas por grupos de executivos contratados dentro de perfis pré-estabelecidos ou critérios ocultos, comandam, por exemplo, concessionárias gigantescas e megaindústrias. Existe alguma forma de controle dessas entidades? O que podem fazer de bom e de ruim?
No Brasil, no esforço privatizante dos tempos FHC, conseguimos soluções confusas e resultados discutíveis, algo fácil de sentir agora.
No Setor Elétrico, por exemplo, cujas tarifas seriam a metade do que são se a carga fiscal zerasse ou, pelo menos, parasse em níveis razoáveis, temos um modelo mercantilista que cria competições para a concessão de cada novo projeto. Assim as empresas se multiplicam e o resultado a partir de análises federais até na área da distribuição de energia no bairro em que moramos não convence. A troco de quê devemos deixar a decisão sobre a qualidade do serviço local a critério de uma entidade federal (ANEEL)?
Precisamos, com urgência, rever critérios de delegação e distribuição de responsabilidades. Os estados cresceram, ganharam competência. O Brasil hoje é radicalmente diferente daquele país da década de vinte ou trinta do século passado. Não faz sentido deixar para repartições públicas federais a vigilância e decisão de serviços que nos afetam.
Ouvi, num seminário em São Paulo, as dificuldades que os paulistas tiveram na aprovação da construção de linhas de transmissão que aumentariam substancialmente a confiabilidade no estado de São Paulo. Só não entendi a submissão tácita a que submeteram.
O governo federal fala em reformas institucionais.
Nossa Constituição Federal de 1988 foi um desastre, servindo mais para satisfazer fantasias do que as necessidades nacionais. Da política fiscal daí decorrente à lógica dos direitos de exploração e atendimento de serviços essenciais ganhamos uma coleção de limitações e critérios absurdos.
Com certeza nem todos perdem. Grandes fundos de pensão, investidores de porte acima da média e demagogos nacionais preferem, talvez, esse cenário de incertezas que se resolvem nos gabinetes do Planalto.
E nós? Vamos continuar enfrentando serviços mal feitos e caros?
Cascaes
14.2.2011
A Humanidade conseguiu adotar lógicas de mercado sem prudência técnica. O prazer de viver sem grandes preocupações viabilizou questões que carecem de investigação e ordenamento ético, técnico e comercial.
No arquipélago cultural que denominamos Humanidade existe de tudo, da pura e simples escravidão a comunidades tremendamente preocupadas com Justiça e respeito aos Direitos Humanos, pelo menos dentro do que convenções internacionais estabeleceram.
Entramos, contudo, no planeta dos investimentos, do uso de capitais e de algo que aos poucos perdeu sentido objetivo, o dinheiro.
Empresas, agora comandadas por grupos de executivos contratados dentro de perfis pré-estabelecidos ou critérios ocultos, comandam, por exemplo, concessionárias gigantescas e megaindústrias. Existe alguma forma de controle dessas entidades? O que podem fazer de bom e de ruim?
No Brasil, no esforço privatizante dos tempos FHC, conseguimos soluções confusas e resultados discutíveis, algo fácil de sentir agora.
No Setor Elétrico, por exemplo, cujas tarifas seriam a metade do que são se a carga fiscal zerasse ou, pelo menos, parasse em níveis razoáveis, temos um modelo mercantilista que cria competições para a concessão de cada novo projeto. Assim as empresas se multiplicam e o resultado a partir de análises federais até na área da distribuição de energia no bairro em que moramos não convence. A troco de quê devemos deixar a decisão sobre a qualidade do serviço local a critério de uma entidade federal (ANEEL)?
Precisamos, com urgência, rever critérios de delegação e distribuição de responsabilidades. Os estados cresceram, ganharam competência. O Brasil hoje é radicalmente diferente daquele país da década de vinte ou trinta do século passado. Não faz sentido deixar para repartições públicas federais a vigilância e decisão de serviços que nos afetam.
Ouvi, num seminário em São Paulo, as dificuldades que os paulistas tiveram na aprovação da construção de linhas de transmissão que aumentariam substancialmente a confiabilidade no estado de São Paulo. Só não entendi a submissão tácita a que submeteram.
O governo federal fala em reformas institucionais.
Nossa Constituição Federal de 1988 foi um desastre, servindo mais para satisfazer fantasias do que as necessidades nacionais. Da política fiscal daí decorrente à lógica dos direitos de exploração e atendimento de serviços essenciais ganhamos uma coleção de limitações e critérios absurdos.
Com certeza nem todos perdem. Grandes fundos de pensão, investidores de porte acima da média e demagogos nacionais preferem, talvez, esse cenário de incertezas que se resolvem nos gabinetes do Planalto.
E nós? Vamos continuar enfrentando serviços mal feitos e caros?
Cascaes
14.2.2011
Postado por
relatar atividades culturais e reuniões da Academia de Letras José de Alencar - ALJA
às
11:03:00
Nenhum comentário:
Marcadores:
Apagões e negócios
A inflação e as infrações da Corte
Iniciamos o ano de 2011 em meio a catástrofes no Brasil e em diversos lugares do mundo. Naturalmente os preços do tomate, alface e de outras verduras e cereais subiram, muito! Exportamos muita carne, o custo da carne para os brasileiros explodiu. Uma legislação draconiana foi aprovada a favor dos proprietários de imóveis, assim os aluguéis cresceram como nunca. A violência urbana sobe assustadoramente, os seus moradores desesperadamente trocam casas em ruas horizontais por ruas verticais, onde podem ter guardas e guaritas particulares. Os custos dos serviços mais simples aumentaram, ótimo, pois isso significa que falta gente para esse tipo de trabalho, é natural. A mídia consumista não para de dizer, gaste e gaste, as etiquetas que vocês exibem no traseiro ou na frente mostram que estão fora da moda. O governo estimula o consumo de bebidas estrangeiras, até podemos trazer mais do Paraguai, que legal.
Mudamos de hábitos, estamos melhorando o padrão de vida de milhões de brasileiros que trocaram os campos maravilhosos e vidas dolentes pelo inferno das ocupações e carrinhos de catar lixo ou, situação melhor, empregos na construção civil. Somos campeões em reciclagem de latinhas de cerveja e doação de roupas usadas.
Nossa indústria perde competitividade com outras em paraísos de suadouros (Napoleoni, 2010). As opções do povo sem instrução e sem postos de trabalho nas indústrias é essa, os serviços que não podem ser importados. Demoliram cidades industriais no Brasil a favor de uma competição nem sempre justa. Ou melhor, raramente sadia.
O livro (Mauá, Empresário do Império, 1997) mostra bem o que significou a utilização de conceitos monetaristas na Corte, que fez de tudo para destruir o tremendo empresário Irineu Evangelista de Souza (Enciclopédia Barsa). Se podiam ganhar dinheiro criando bois no pasto sob os cuidados de escravos, para quê indústrias, ferrovias etc.? E a inflação? A falta de trabalhadores numa época em que o mundo proibia a escravidão formal (em algum livro Bertrand Russell escreveu que o progresso da Inglaterra do século 19 deveu-se à escravidão das crianças britânicas...)? Combater a inflação é importante. Óbvio, de que jeito e a favor de quem?
No Brasil de hoje o Banco Central expressa essa preocupação usando até as tarifas de ônibus como desculpa para, numa cesta de produtos e serviços, alguns controlados pelo próprio Governo em algum de seus níveis (federal estadual e municipal), definir taxas de juros. Temos tantos fantasmas milionários que nas capitais os preços dispararam...
O Brasil é um país bonzinho, assim atrai fortunas de estrangeiros que estão abandonando outros lugares de especulação fácil, mas desabando pela imprevidência e incapacidade (ou falta de vontade) de se impor limites ao cassino internacional.
Se o Banco Central adotou lógicas radicais, remédio único (parece desconhecer outros), para combater uma inflação que surge pelo desenvolvimento do povo brasileiro (mais gente comendo e vivendo de forma razoável, se é isso que podemos dizer de nossa gente nas vilas mais pobres) e o governo federal entende que deve respeitar essa independência, nada mais correto do que paralisar o que for necessário para se reduzir os juros, diminuindo a dívida pública, assim como segurar o salário mínimo, o povo precisa comer menos, e travar os aposentados (oh gente chata). Ao final retomaremos o desenvolvimento sem sermos campeões da agiotagem.
O Governo Federal sabe que nosso povo tendo praias, feriadões, carnaval, futebol e lugares para rezar aceita tudo. Teremos quatro feriadões em 2011, foram 9 em 2010 (Mira), isso é preocupante.
Assim é que ficamos pensando no significado dessa quase ciência chamada “Economia” e seus profissionais. De uma coisa temos certeza, falam difícil e sem qualquer descaramento reaparecem nos noticiários esquecendo os erros de ontem.
O Brasil precisa retomar seu desenvolvimento, refazer sua infraestrutura; vimos isso com veemência em Curitiba no seminário nacional “Investimento Público: análise e perspectiva” em 2010 (Cascaes, Engenharia - Economia - Educação e Brasil) e em outros eventos e no noticiário diário dos apagões, desastres e catástrofes.
O pesadelo que vivemos é consequência de anos de descompasso entre combate à inflação e desenvolvimento. E agora?
Quando descobrimos que viabilizar a Copa do Mundo justifica tudo e a vida do nosso povo vale tão pouco ficamos preocupados com as lógicas da Corte.
Talvez os levantes populares no norte da África ponham os cortesãos e tecnocratas do dinheiro em alerta. Não deve ser divertido sair correndo de um país por desatenção às necessidades básicas de um povo.
Cascaes
13.2.2011
Caldeira, J. (1997). Mauá, Empresário do Império. São Paulo: Companhia das Letras.
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 16 de 1 de 2011, disponível em Projeto Zumbi - Mauá: http://zumbimaua.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 11 de 2 de 2011, disponível em Engenharia - Economia - Educação e Brasil: http://economia-engenharia-e-brasil.blogspot.com/
Enciclopédia Barsa, V. 9. (s.d.). Visconde de Mauá: o maior empresário. Acesso em 13 de 2 de 2011, disponível em Nosso São Paulo: http://www.nossosaopaulo.com.br/Reg_SP/Barra_Escolha/B_ViscondeDeMaua.htm
Mira, M. (s.d.). Quatro feriadões em 2011; em 2010 foram nove. Acesso em 13 de 2 de 2011, disponível em Fala Bahia: http://www.portalibahia.com.br/falabahia/?p=53577
Mudamos de hábitos, estamos melhorando o padrão de vida de milhões de brasileiros que trocaram os campos maravilhosos e vidas dolentes pelo inferno das ocupações e carrinhos de catar lixo ou, situação melhor, empregos na construção civil. Somos campeões em reciclagem de latinhas de cerveja e doação de roupas usadas.
Nossa indústria perde competitividade com outras em paraísos de suadouros (Napoleoni, 2010). As opções do povo sem instrução e sem postos de trabalho nas indústrias é essa, os serviços que não podem ser importados. Demoliram cidades industriais no Brasil a favor de uma competição nem sempre justa. Ou melhor, raramente sadia.
O livro (Mauá, Empresário do Império, 1997) mostra bem o que significou a utilização de conceitos monetaristas na Corte, que fez de tudo para destruir o tremendo empresário Irineu Evangelista de Souza (Enciclopédia Barsa). Se podiam ganhar dinheiro criando bois no pasto sob os cuidados de escravos, para quê indústrias, ferrovias etc.? E a inflação? A falta de trabalhadores numa época em que o mundo proibia a escravidão formal (em algum livro Bertrand Russell escreveu que o progresso da Inglaterra do século 19 deveu-se à escravidão das crianças britânicas...)? Combater a inflação é importante. Óbvio, de que jeito e a favor de quem?
No Brasil de hoje o Banco Central expressa essa preocupação usando até as tarifas de ônibus como desculpa para, numa cesta de produtos e serviços, alguns controlados pelo próprio Governo em algum de seus níveis (federal estadual e municipal), definir taxas de juros. Temos tantos fantasmas milionários que nas capitais os preços dispararam...
O Brasil é um país bonzinho, assim atrai fortunas de estrangeiros que estão abandonando outros lugares de especulação fácil, mas desabando pela imprevidência e incapacidade (ou falta de vontade) de se impor limites ao cassino internacional.
Se o Banco Central adotou lógicas radicais, remédio único (parece desconhecer outros), para combater uma inflação que surge pelo desenvolvimento do povo brasileiro (mais gente comendo e vivendo de forma razoável, se é isso que podemos dizer de nossa gente nas vilas mais pobres) e o governo federal entende que deve respeitar essa independência, nada mais correto do que paralisar o que for necessário para se reduzir os juros, diminuindo a dívida pública, assim como segurar o salário mínimo, o povo precisa comer menos, e travar os aposentados (oh gente chata). Ao final retomaremos o desenvolvimento sem sermos campeões da agiotagem.
O Governo Federal sabe que nosso povo tendo praias, feriadões, carnaval, futebol e lugares para rezar aceita tudo. Teremos quatro feriadões em 2011, foram 9 em 2010 (Mira), isso é preocupante.
Assim é que ficamos pensando no significado dessa quase ciência chamada “Economia” e seus profissionais. De uma coisa temos certeza, falam difícil e sem qualquer descaramento reaparecem nos noticiários esquecendo os erros de ontem.
O Brasil precisa retomar seu desenvolvimento, refazer sua infraestrutura; vimos isso com veemência em Curitiba no seminário nacional “Investimento Público: análise e perspectiva” em 2010 (Cascaes, Engenharia - Economia - Educação e Brasil) e em outros eventos e no noticiário diário dos apagões, desastres e catástrofes.
O pesadelo que vivemos é consequência de anos de descompasso entre combate à inflação e desenvolvimento. E agora?
Quando descobrimos que viabilizar a Copa do Mundo justifica tudo e a vida do nosso povo vale tão pouco ficamos preocupados com as lógicas da Corte.
Talvez os levantes populares no norte da África ponham os cortesãos e tecnocratas do dinheiro em alerta. Não deve ser divertido sair correndo de um país por desatenção às necessidades básicas de um povo.
Cascaes
13.2.2011
Caldeira, J. (1997). Mauá, Empresário do Império. São Paulo: Companhia das Letras.
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 16 de 1 de 2011, disponível em Projeto Zumbi - Mauá: http://zumbimaua.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 11 de 2 de 2011, disponível em Engenharia - Economia - Educação e Brasil: http://economia-engenharia-e-brasil.blogspot.com/
Enciclopédia Barsa, V. 9. (s.d.). Visconde de Mauá: o maior empresário. Acesso em 13 de 2 de 2011, disponível em Nosso São Paulo: http://www.nossosaopaulo.com.br/Reg_SP/Barra_Escolha/B_ViscondeDeMaua.htm
Mira, M. (s.d.). Quatro feriadões em 2011; em 2010 foram nove. Acesso em 13 de 2 de 2011, disponível em Fala Bahia: http://www.portalibahia.com.br/falabahia/?p=53577
Postado por
relatar atividades culturais e reuniões da Academia de Letras José de Alencar - ALJA
às
11:00:00
Nenhum comentário:
Marcadores:
A inflação e as infrações da Corte
Os egípcios e sua revolução
É cedo para avaliar com segurança causas e efeitos do levante popular contra Hosni Mubarak e sua família. Com surpresa vemos só agora no noticiário a fortuna que essa tribo possuía em bancos suíços. Algo em torno de 70 bilhões de dólares (Ftelina) depositados só em bancos daquele país, uma terra que enriqueceu usando fortunas de contas secretas além da exportação de algumas megaindústrias.
Fica a pergunta, agora os suíços querem mostrar seriedade?
A miséria no Egito espantou minha cunhada Ida em recente viagem por aquela região. Note-se que ela é brasileira e vive em contato com gente pobre na baixada santista, é dentista em Cubatão. Seus relatos impressionam, foram feitos alguns dias antes do início do processo popular que derrubou os Mubarak.
Na Wikipédia, apesar disso, encontramos elogios ao governo deposto (deve estar sendo corrigida...). De lá extraímos o seguinte: “A economia do Egito baseia-se principalmente na agricultura média, exportações de petróleo e turismo... O governo tem lutado para preparar a economia para o novo milênio, por meio de reformas econômicas e investimentos maciços em comunicações e infra-estrutura física. Desde 1979, o Egito recebe em média 2,2 mil milhões de dólares em ajuda dos Estados Unidos. Sua principal fonte de renda, porém, é o turismo, bem como o tráfego do Canal de Suez. O país dispõe de um mercado de energia desenvolvido e que se baseia no carvão, petróleo, gás natural e hidrelétricas... Após um período de estagnação, a economia começou a melhorar, com a adoção de políticas econômicas mais liberais, que se juntaram ao aumento das receitas turísticas e a um mercado de ações em alta. No seu relatório anual, o FMI avaliou o Egito como um dos principais países do mundo a empreender reformas econômicas, que incluem um corte dramático das tarifas de importação... Um dos principais obstáculos com que se defronta a economia é a distribuição de renda. Muitos egípcios criticam o governo pelos altos preços de produtos básicos, já que seu padrão de vida e poder aquisitivo permanecem relativamente estagnados.”
Ou seja, esqueceram o povo.
Critérios do FMI servem para nações extremamente ricas e fortes, capazes de ignorar suas receitas quando não lhes interessam, como é o caso dos EUA e de muitos outros países desenvolvidos.
A corrupção estratosférica e o nepotismo no Egito (aqui isso não existe), entretanto, dão o sabor do deboche, da indiferença em relação à opinião pública.
Os líderes podres provavelmente cairão nos melhores balneários do mundo, protegidos por leis de defesa a asilados políticos e tratados com o respeito da sociedade das elites empapuçadas pelas riquezas mal explicadas que apreciam tanto (Napoleoni, 2010).
Vimos e ouvimos o discurso de Dilma Rousseff, presidente do Brasil, que colocamos em blog (Engenharia - Economia - Educação e Brasil)para não perder esse momento e lutamos em Curitiba para ajustes em lógicas de governo. Quem não é criança sabe que o Brasil teve momentos semelhantes aos do Egito. Infelizmente as oportunidades foram perdidas, mas a esperança de sermos um país sério e responsável, honesto e atento às necessidades de seu povo persistem.
Felizmente o potencial econômico de nossa terra é imenso e não estamos tão expostos a radicalismos como é o caso do Oriente Médio, onde o petróleo gerou riquezas tremendamente mal distribuídas (inclusive além-fronteiras) e o Canal de Suez, que desde sua abertura é motivo de atenção especial das grandes potências.
Nosso país precisa de lógicas aprimoradas de distribuição de renda e de desenvolvimento. Felizmente o Governo Lula deu atenção especial ao Norte e Nordeste onde hoje temos projetos extremamente importantes, apesar da resistência de conservadores que gostavam do jeito como as coisas eram.
Vamos mudar com a Banda Larga acessível a todos os brasileiros, com o PRONATEC, com atenção focada na Educação e na redução da dívida que justifica juros absurdos, para gáudio dos banqueiros. Mudaremos mais ainda se adotarmos uma estratégia de comércio exterior que priorize o mercado interno.
Não esquecemos quando, em 1970 ou 1971 o eng. Leitão nos disse em Telêmaco Borba que era importante para eles ultrapassarem a barreira de atendimento ao mercado interno (papel de imprensa – Klabin), só aí poderiam exportar.
Nessas décadas em que o Brasil quebrou diversas vezes, o FMI imperou e até adotamos leis como a Kandir (Kuntz), priorizando exportações sem atenção à necessidade de se agregar valor aqui, e não lá fora.
Não podemos pagar mais caro pelo que produzimos estimulando exportações de alimentos, por exemplo, ou importando produtos manufaturados sobre exportações privilegiadas de nosso país.
A questão do nióbio (Silva) aparece com força assim como de muitos outros minerais e utilidades que poderíamos industrializar aqui.
Novo governo, a liberdade de ajustes.
É hora de mudar.
Cascaes
12.2.2011
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 11 de 2 de 2011, disponível em Engenharia - Economia - Educação e Brasil: http://economia-engenharia-e-brasil.blogspot.com/
Ftelina, M. (s.d.). Savoir-la-verité. Acesso em 12 de 2 de 2011, disponível em Tribune de Genève: http://savoir-la-verite.blog.tdg.ch/archive/2011/02/05/fortune-de-moubarak-70-milliards.html
Kuntz, R. (s.d.). Brasil em mudança, um projeto de poder. Acesso em 12 de 2 de 2011, disponível em Portal SESCSP: http://www.sescsp.net/sesc/revistas_sesc/pb/artigo.cfm?Edicao_Id=361&breadcrumb=1&Artigo_ID=5558&IDCategoria=6362&reftype=1
Napoleoni, L. (2010). Economia Bandida. (P. J. Junior, Trad.) Rio de Janeiro: Difel.
Silva, E. C. (s.d.). Nióbio, a riqueza que o Brasil despreza. Acesso em 12 de 2 de 12, disponível em Resistência Militar: http://resistenciamilitar.blogspot.com/2011/02/niobio-riqueza-que-o-brasil-despreza.html
Fica a pergunta, agora os suíços querem mostrar seriedade?
A miséria no Egito espantou minha cunhada Ida em recente viagem por aquela região. Note-se que ela é brasileira e vive em contato com gente pobre na baixada santista, é dentista em Cubatão. Seus relatos impressionam, foram feitos alguns dias antes do início do processo popular que derrubou os Mubarak.
Na Wikipédia, apesar disso, encontramos elogios ao governo deposto (deve estar sendo corrigida...). De lá extraímos o seguinte: “A economia do Egito baseia-se principalmente na agricultura média, exportações de petróleo e turismo... O governo tem lutado para preparar a economia para o novo milênio, por meio de reformas econômicas e investimentos maciços em comunicações e infra-estrutura física. Desde 1979, o Egito recebe em média 2,2 mil milhões de dólares em ajuda dos Estados Unidos. Sua principal fonte de renda, porém, é o turismo, bem como o tráfego do Canal de Suez. O país dispõe de um mercado de energia desenvolvido e que se baseia no carvão, petróleo, gás natural e hidrelétricas... Após um período de estagnação, a economia começou a melhorar, com a adoção de políticas econômicas mais liberais, que se juntaram ao aumento das receitas turísticas e a um mercado de ações em alta. No seu relatório anual, o FMI avaliou o Egito como um dos principais países do mundo a empreender reformas econômicas, que incluem um corte dramático das tarifas de importação... Um dos principais obstáculos com que se defronta a economia é a distribuição de renda. Muitos egípcios criticam o governo pelos altos preços de produtos básicos, já que seu padrão de vida e poder aquisitivo permanecem relativamente estagnados.”
Ou seja, esqueceram o povo.
Critérios do FMI servem para nações extremamente ricas e fortes, capazes de ignorar suas receitas quando não lhes interessam, como é o caso dos EUA e de muitos outros países desenvolvidos.
A corrupção estratosférica e o nepotismo no Egito (aqui isso não existe), entretanto, dão o sabor do deboche, da indiferença em relação à opinião pública.
Os líderes podres provavelmente cairão nos melhores balneários do mundo, protegidos por leis de defesa a asilados políticos e tratados com o respeito da sociedade das elites empapuçadas pelas riquezas mal explicadas que apreciam tanto (Napoleoni, 2010).
Vimos e ouvimos o discurso de Dilma Rousseff, presidente do Brasil, que colocamos em blog (Engenharia - Economia - Educação e Brasil)para não perder esse momento e lutamos em Curitiba para ajustes em lógicas de governo. Quem não é criança sabe que o Brasil teve momentos semelhantes aos do Egito. Infelizmente as oportunidades foram perdidas, mas a esperança de sermos um país sério e responsável, honesto e atento às necessidades de seu povo persistem.
Felizmente o potencial econômico de nossa terra é imenso e não estamos tão expostos a radicalismos como é o caso do Oriente Médio, onde o petróleo gerou riquezas tremendamente mal distribuídas (inclusive além-fronteiras) e o Canal de Suez, que desde sua abertura é motivo de atenção especial das grandes potências.
Nosso país precisa de lógicas aprimoradas de distribuição de renda e de desenvolvimento. Felizmente o Governo Lula deu atenção especial ao Norte e Nordeste onde hoje temos projetos extremamente importantes, apesar da resistência de conservadores que gostavam do jeito como as coisas eram.
Vamos mudar com a Banda Larga acessível a todos os brasileiros, com o PRONATEC, com atenção focada na Educação e na redução da dívida que justifica juros absurdos, para gáudio dos banqueiros. Mudaremos mais ainda se adotarmos uma estratégia de comércio exterior que priorize o mercado interno.
Não esquecemos quando, em 1970 ou 1971 o eng. Leitão nos disse em Telêmaco Borba que era importante para eles ultrapassarem a barreira de atendimento ao mercado interno (papel de imprensa – Klabin), só aí poderiam exportar.
Nessas décadas em que o Brasil quebrou diversas vezes, o FMI imperou e até adotamos leis como a Kandir (Kuntz), priorizando exportações sem atenção à necessidade de se agregar valor aqui, e não lá fora.
Não podemos pagar mais caro pelo que produzimos estimulando exportações de alimentos, por exemplo, ou importando produtos manufaturados sobre exportações privilegiadas de nosso país.
A questão do nióbio (Silva) aparece com força assim como de muitos outros minerais e utilidades que poderíamos industrializar aqui.
Novo governo, a liberdade de ajustes.
É hora de mudar.
Cascaes
12.2.2011
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 11 de 2 de 2011, disponível em Engenharia - Economia - Educação e Brasil: http://economia-engenharia-e-brasil.blogspot.com/
Ftelina, M. (s.d.). Savoir-la-verité. Acesso em 12 de 2 de 2011, disponível em Tribune de Genève: http://savoir-la-verite.blog.tdg.ch/archive/2011/02/05/fortune-de-moubarak-70-milliards.html
Kuntz, R. (s.d.). Brasil em mudança, um projeto de poder. Acesso em 12 de 2 de 2011, disponível em Portal SESCSP: http://www.sescsp.net/sesc/revistas_sesc/pb/artigo.cfm?Edicao_Id=361&breadcrumb=1&Artigo_ID=5558&IDCategoria=6362&reftype=1
Napoleoni, L. (2010). Economia Bandida. (P. J. Junior, Trad.) Rio de Janeiro: Difel.
Silva, E. C. (s.d.). Nióbio, a riqueza que o Brasil despreza. Acesso em 12 de 2 de 12, disponível em Resistência Militar: http://resistenciamilitar.blogspot.com/2011/02/niobio-riqueza-que-o-brasil-despreza.html
Postado por
relatar atividades culturais e reuniões da Academia de Letras José de Alencar - ALJA
às
10:59:00
Nenhum comentário:
Marcadores:
Os egípcios e sua revolução
As tarifas do transporte coletivo urbano de Curitiba e a cobrança e utilização dos impostos
O povo brasileiro precisa fazer um esforço para decifrar e compreender o destino dos impostos que paga. Para ter uma ideia em grandes linhas temos, por exemplo, o portal “Auditoria Cidadã da Dívida”, onde descobrimos que decisões de prefeitos e verdureiros estimulam o Banco Central a aumentar os juros, demolindo expectativas de desenvolvimento aumentado os juros para combater a inflação (notícias diárias comentadas sobre a dívida).
Nossa Constituição Federal prevê os direitos e os deveres de todos, mas ainda não se firmou na mente dos governantes de modo a se garantir serviços adequados, menos ainda na visão dos eleitores, extremamente displicentes na hora de votar.
Um tema que nos apaixona por diversas razões é o transporte coletivo urbano (O Transporte Coletivo Urbano - Visões e Tecnologia). Nele podemos racionalizar a vida urbana e dar ao indivíduo que o utiliza garantias de qualidade, segurança, mobilidade, acessibilidade, razoabilidade de custos e conforto. Navegando na internet podemos encontrar muitas análises e de Cuiabá, por exemplo, de forma clara, simples e objetiva descobrimos um excelente artigo no portal “Cidadão Consumidor” (Júnior). Ou seja, bem longe de Curitiba, que se orgulha de tantos avanços estruturais, temos alguém expondo a seu povo o que realmente deve ser uma concessão de serviços essenciais e obrigações do Poder Concedente e da concessionária de transporte coletivo urbano.
Nosso grande defeito é desprezarmos os cuidados da administração do dinheiro arrecadado (Estudos do IBPT) com tarifas, taxas, encargos, carimbos, selos holográficos, registros e... impostos. Na cabeça do brasileiro “o governo paga” quando deveria ser “o contribuinte paga”, ou seja, ele próprio. Essa falta de sensibilidade leva-nos a pedir benefícios impossíveis e perder aqueles realmente importantes, pois desperdiçamos o que o Governo arrecada em todos os níveis.
Pior ainda, nossa displicência é tão grande, que em processos extremamente importantes deixamo-nos ficar longe, talvez para assistir novela ou algum jogo de futebol ou, prosaicamente, estarmos em férias.
Vivemos uma fase em que a sustentabilidade ganha espaço e a miséria de parte significativa da população brasileira é tão grande que qualquer benefício a favor dela leva-a a se enxergar em alguma classe superior.
Habitamos um país com diferenças brutais de padrão de vida e nossas cidades e processos dão a impressão de existirem e serem feitos para os mais ricos. O transporte coletivo urbano, por exemplo, em destaque no noticiário curitibano, é um serviço essencial, que merece cuidados especiais. Se não por outra razão, é bom lembrar que todos pagam, diretamente ou indiretamente, a excelência ou ruindade dessa atividade sob concessão municipal, vital à racionalização das cidades.
Acompanhando as atividades do MPL (Transporte em Curitiba) na (Rede Ampla Contra o Tarifaço) e sabendo como tudo aconteceu em Curitiba somos obrigados a espernear, a ficar ofendidos com as atitudes do governo municipal.
As tarifas do transporte coletivo urbano poderiam ser menores se as normas estabelecidas na administração Requião, quando prefeito, tivessem sido mantidas. O subsídio inteligente (por exemplo, não colocar na tarifa do transporte coletivo nenhum custo além do gerado exclusivamente pelo ônibus em serviço e a utilização de uma fração pequeníssima da tarifa para a viabilização da frota pública) e critérios flexíveis de gerenciamento de rota e horário, pagando-se ao administrador permissionário (nunca sob concessão) por quilômetro rodado, daria ao povo de Curitiba a facilidade da decisão sobre quanto e de que jeito subsidiar o sistema.
Curitiba, agora sem os bloqueios que existiam à época para acesso a financiamentos federais e internacionais (havia ultrapassado, em gestões anteriores, os limites de endividamento) construiria sua frota pública com os melhores padrões técnicos, algo que a equipe de profissionais da URBS sabia fazer com maestria.
O gerenciamento do sistema, hoje infinitamente mais barato graças à tecnologia, custasse o que custasse, não poderia pesar nas tarifas, pois é salutar a outras formas de mobilidade.
Segurança, acessibilidade e conforto não são impedimentos técnicos para os ônibus modernos e utilizados nas melhores cidades do mundo, fabricados inclusive em Curitiba por uma montadora que os exporta.
Precisamos ensinar nosso povo brasileiro a pensar e cobrar resultados. Devemos deixar de, sadomasoquistamente, aplaudir o Governo quando despreza a racionalidade. Para começar, vamos estudar e vigiar o transporte coletivo urbano, vale a pena.
Cascaes
11.2.2011
(s.d.). Acesso em 10 de 2 de 2011, disponível em Rede Ampla Contra o Tarifaço: http://www.contraotarifaco.libertar.org/
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 28 de 12 de 2010, disponível em O Transporte Coletivo Urbano - Visões e Tecnologia: http://otransportecoletivourbano.blogspot.com/
colaboradores, ONGs, sindicatos. (s.d.). notícias diárias comentadas sobre a dívida. Acesso em 11 de 2 de 2011, disponível em Auditoria Cidadã da Dívida: http://www.divida-auditoriacidada.org.br/config/artigo.2011-02-09.0291411186/document_view
Estudos do IBPT. (s.d.). Acesso em 10 de 2 de 2011, disponível em Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário - IBPT: http://www.ibpt.com.br/home/publicacao.list.php?publicacaotipo_id=2&PHPSESSID=25655c1d52e89f67de899eb055f15622
Júnior, O. (s.d.). Transporte Coletivo. Acesso em 11 de 2 de 2011, disponível em Cidadão Consumidor: http://www.cidadaoconsumidor.com/Biblioteca/19,131,0,0,0,0/Transporte_Coletivo.html
Transporte em Curitiba. (s.d.). Acesso em 10 de 2 de 2011, disponível em MPL Curitiba: http://www.fureotubo.blogspot.com/
Nossa Constituição Federal prevê os direitos e os deveres de todos, mas ainda não se firmou na mente dos governantes de modo a se garantir serviços adequados, menos ainda na visão dos eleitores, extremamente displicentes na hora de votar.
Um tema que nos apaixona por diversas razões é o transporte coletivo urbano (O Transporte Coletivo Urbano - Visões e Tecnologia). Nele podemos racionalizar a vida urbana e dar ao indivíduo que o utiliza garantias de qualidade, segurança, mobilidade, acessibilidade, razoabilidade de custos e conforto. Navegando na internet podemos encontrar muitas análises e de Cuiabá, por exemplo, de forma clara, simples e objetiva descobrimos um excelente artigo no portal “Cidadão Consumidor” (Júnior). Ou seja, bem longe de Curitiba, que se orgulha de tantos avanços estruturais, temos alguém expondo a seu povo o que realmente deve ser uma concessão de serviços essenciais e obrigações do Poder Concedente e da concessionária de transporte coletivo urbano.
Nosso grande defeito é desprezarmos os cuidados da administração do dinheiro arrecadado (Estudos do IBPT) com tarifas, taxas, encargos, carimbos, selos holográficos, registros e... impostos. Na cabeça do brasileiro “o governo paga” quando deveria ser “o contribuinte paga”, ou seja, ele próprio. Essa falta de sensibilidade leva-nos a pedir benefícios impossíveis e perder aqueles realmente importantes, pois desperdiçamos o que o Governo arrecada em todos os níveis.
Pior ainda, nossa displicência é tão grande, que em processos extremamente importantes deixamo-nos ficar longe, talvez para assistir novela ou algum jogo de futebol ou, prosaicamente, estarmos em férias.
Vivemos uma fase em que a sustentabilidade ganha espaço e a miséria de parte significativa da população brasileira é tão grande que qualquer benefício a favor dela leva-a a se enxergar em alguma classe superior.
Habitamos um país com diferenças brutais de padrão de vida e nossas cidades e processos dão a impressão de existirem e serem feitos para os mais ricos. O transporte coletivo urbano, por exemplo, em destaque no noticiário curitibano, é um serviço essencial, que merece cuidados especiais. Se não por outra razão, é bom lembrar que todos pagam, diretamente ou indiretamente, a excelência ou ruindade dessa atividade sob concessão municipal, vital à racionalização das cidades.
Acompanhando as atividades do MPL (Transporte em Curitiba) na (Rede Ampla Contra o Tarifaço) e sabendo como tudo aconteceu em Curitiba somos obrigados a espernear, a ficar ofendidos com as atitudes do governo municipal.
As tarifas do transporte coletivo urbano poderiam ser menores se as normas estabelecidas na administração Requião, quando prefeito, tivessem sido mantidas. O subsídio inteligente (por exemplo, não colocar na tarifa do transporte coletivo nenhum custo além do gerado exclusivamente pelo ônibus em serviço e a utilização de uma fração pequeníssima da tarifa para a viabilização da frota pública) e critérios flexíveis de gerenciamento de rota e horário, pagando-se ao administrador permissionário (nunca sob concessão) por quilômetro rodado, daria ao povo de Curitiba a facilidade da decisão sobre quanto e de que jeito subsidiar o sistema.
Curitiba, agora sem os bloqueios que existiam à época para acesso a financiamentos federais e internacionais (havia ultrapassado, em gestões anteriores, os limites de endividamento) construiria sua frota pública com os melhores padrões técnicos, algo que a equipe de profissionais da URBS sabia fazer com maestria.
O gerenciamento do sistema, hoje infinitamente mais barato graças à tecnologia, custasse o que custasse, não poderia pesar nas tarifas, pois é salutar a outras formas de mobilidade.
Segurança, acessibilidade e conforto não são impedimentos técnicos para os ônibus modernos e utilizados nas melhores cidades do mundo, fabricados inclusive em Curitiba por uma montadora que os exporta.
Precisamos ensinar nosso povo brasileiro a pensar e cobrar resultados. Devemos deixar de, sadomasoquistamente, aplaudir o Governo quando despreza a racionalidade. Para começar, vamos estudar e vigiar o transporte coletivo urbano, vale a pena.
Cascaes
11.2.2011
(s.d.). Acesso em 10 de 2 de 2011, disponível em Rede Ampla Contra o Tarifaço: http://www.contraotarifaco.libertar.org/
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 28 de 12 de 2010, disponível em O Transporte Coletivo Urbano - Visões e Tecnologia: http://otransportecoletivourbano.blogspot.com/
colaboradores, ONGs, sindicatos. (s.d.). notícias diárias comentadas sobre a dívida. Acesso em 11 de 2 de 2011, disponível em Auditoria Cidadã da Dívida: http://www.divida-auditoriacidada.org.br/config/artigo.2011-02-09.0291411186/document_view
Estudos do IBPT. (s.d.). Acesso em 10 de 2 de 2011, disponível em Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário - IBPT: http://www.ibpt.com.br/home/publicacao.list.php?publicacaotipo_id=2&PHPSESSID=25655c1d52e89f67de899eb055f15622
Júnior, O. (s.d.). Transporte Coletivo. Acesso em 11 de 2 de 2011, disponível em Cidadão Consumidor: http://www.cidadaoconsumidor.com/Biblioteca/19,131,0,0,0,0/Transporte_Coletivo.html
Transporte em Curitiba. (s.d.). Acesso em 10 de 2 de 2011, disponível em MPL Curitiba: http://www.fureotubo.blogspot.com/
Postado por
relatar atividades culturais e reuniões da Academia de Letras José de Alencar - ALJA
às
10:58:00
Nenhum comentário:
Marcadores:
As tarifas do transporte coletivo urbano de Curitiba e a cobrança e utilização dos impostos
O stress da dúvida
Marqueteiros e editores de noticiários sabem que o público nesse mundo de novidades de minuto a minuto não aguenta o stress (Dr. Vladimir Bernik) da dúvida. A competência está na explicação, seja qual for. Talvez isso aconteça por efeito de nosso superego e de um tal de “id” (Teoria Psicanalítica Clássica) que aos poucos definem personalidades e comportamentos. A certeza alivia a pressão do conhecimento investigativo, pode, contudo, levar a comportamentos nocivos, equivalentes ao simples stress que, em níveis elevados, mata.
Um bom exemplo de como “raciocinamos” está na adesão a algum clube de futebol. Nada mais lúdico, ingênuo e infantil, mas à medida que os anos avançam as pessoas começam a agredir e odiar quem não fez a mesma opção.
A complexidade de grandes instalações e sistemas cresce exponencialmente com as exigências de consumo. Queremos ter, não gostamos de pagar, aceitamos teses, não questionamos, embarcamos em coisas midiáticas, boazinhas, simpáticas, esquecemos o mérito dos bons projetos, do governo eficaz.
O sectarismo assusta. Quem vive o suficiente aprende a ser bombeiro. O dito popular diz isso, nascemos incendiários e morremos apagando incêndios. Com o passar dos anos lembramos a galeria de amigos que se perderam ao longo do caminho vestindo camisas, aceitando “teses” e lutando sem sentido.
Tive um colega em Itajubá, Jaime Petit, companheiro de escola e quase de lutas. Li em algum lugar ou ouvi em documentário a tristeza imensa dele quando soube que sua irmã morrera em luta no Araguaia. Ele acreditou em livrinhos vermelhos e doutrinações ideológicas. Valeu a pena? Ele morreu por lá assim como seu irmão e irmã também. Para que?
Temos dúvidas, é importante alimentá-las.
Na história da Humanidade o ser humano dividiu-se entre pessoas que pensam, que não pensam e um milhão de alternativas entre esses dois extremos. Precisamos ver e ouvir com atenção, estudar, e pensar muito antes de agir voluntariosamente.
Nas reportagens dos suicidas em causas políticas ou religiosas deploramos as vítimas e os “kamikazes”. O que poderão conquistar com isso? Algum paraíso? E suas vítimas, qual a relação com os principais alvos de suas atitudes fanáticas? Aliás, que belo monumento os russos doaram aos norte-americanos contra o terrorismo (Monumento em memória das vítimas do terrorismo), uma das piores formas de radicalismo.
Alguns lutam por mudanças positivas da Humanidade. E outros por simples e incrível paixão esportiva. Esportiva? No Mundo o futebol se transformou em simples negócio, espetáculo, cujos artistas cobram caro para chutar a bola desse ou daquele lado. Multidões choram, riem, torcem e brigam por causa desse jogo, simplesmente. Virou algum tipo de seita, com muitos fanáticos (Souza).
Por aí temos a dúvida, queremos ou odiamos o stress?
O funcionamento do cérebro é uma das fronteiras em exploração pela Ciência. Desde os filósofos da antiguidade, passando por pregadores religiosos e políticos até nossos dias atuais a submissão e cooptação de pessoas foi consequência da habilidade quase intuitiva de se criar e manipular comportamentos humanos.
Os donos de cassinos sabem como levar indivíduos a extremos perdulários, suicidas. Os grandes políticos e pregadores também.
Felizmente talvez tenhamos em breve conhecimentos sobre as mentes humanos mais precisos. Isso é bom ou ruim? De novo, cuidado com os manipuladores de opiniões e vontades.
O stress da dúvida gerou sempre decisões apressadas. Se tivermos um grau de certeza maior, será saudável à Humanidade?
Quando vemos preleções de marqueteiros políticos ficamos assustados. E se eles souberem como resolver o nosso stress levando-nos a repetir loucuras do passado? Vendo os fanáticos do “esporte” (ou desporto?) podemos imaginar os efeitos de uma nova era de trevas, piras e fornos...
Cascaes
Dr. Vladimir Bernik, M. (s.d.). Estresse: O Assassino Silencioso. Acesso em 11 de 2 de 2011, disponível em Doenças do Cérebro: http://www.cerebromente.org.br/n03/doencas/stress.htm
Monumento em memória das vítimas do terrorismo. (s.d.). Acesso em 11 de 2 de 2011, disponível em Mirante pela Cidadania: http://mirantepelacidadania.blogspot.com/2011/02/russia-honor-u-s-911-view-more.html
Rowell, M. H. (s.d.). Teoria Psicanalítica Clássica. Acesso em 9 de 2 de 2011, disponível em Página de Freud: http://www.freudpage.info/freudpsicoteoria.html
Souza, E. (s.d.). Futebol: da paixão ao fanatismo. Acesso em 11 de 2 de 2011, disponível em Artigonal: http://www.artigonal.com/psicoterapia-artigos/futebol-da-paixao-ao-fanatismo-2746313.html
Um bom exemplo de como “raciocinamos” está na adesão a algum clube de futebol. Nada mais lúdico, ingênuo e infantil, mas à medida que os anos avançam as pessoas começam a agredir e odiar quem não fez a mesma opção.
A complexidade de grandes instalações e sistemas cresce exponencialmente com as exigências de consumo. Queremos ter, não gostamos de pagar, aceitamos teses, não questionamos, embarcamos em coisas midiáticas, boazinhas, simpáticas, esquecemos o mérito dos bons projetos, do governo eficaz.
O sectarismo assusta. Quem vive o suficiente aprende a ser bombeiro. O dito popular diz isso, nascemos incendiários e morremos apagando incêndios. Com o passar dos anos lembramos a galeria de amigos que se perderam ao longo do caminho vestindo camisas, aceitando “teses” e lutando sem sentido.
Tive um colega em Itajubá, Jaime Petit, companheiro de escola e quase de lutas. Li em algum lugar ou ouvi em documentário a tristeza imensa dele quando soube que sua irmã morrera em luta no Araguaia. Ele acreditou em livrinhos vermelhos e doutrinações ideológicas. Valeu a pena? Ele morreu por lá assim como seu irmão e irmã também. Para que?
Temos dúvidas, é importante alimentá-las.
Na história da Humanidade o ser humano dividiu-se entre pessoas que pensam, que não pensam e um milhão de alternativas entre esses dois extremos. Precisamos ver e ouvir com atenção, estudar, e pensar muito antes de agir voluntariosamente.
Nas reportagens dos suicidas em causas políticas ou religiosas deploramos as vítimas e os “kamikazes”. O que poderão conquistar com isso? Algum paraíso? E suas vítimas, qual a relação com os principais alvos de suas atitudes fanáticas? Aliás, que belo monumento os russos doaram aos norte-americanos contra o terrorismo (Monumento em memória das vítimas do terrorismo), uma das piores formas de radicalismo.
Alguns lutam por mudanças positivas da Humanidade. E outros por simples e incrível paixão esportiva. Esportiva? No Mundo o futebol se transformou em simples negócio, espetáculo, cujos artistas cobram caro para chutar a bola desse ou daquele lado. Multidões choram, riem, torcem e brigam por causa desse jogo, simplesmente. Virou algum tipo de seita, com muitos fanáticos (Souza).
Por aí temos a dúvida, queremos ou odiamos o stress?
O funcionamento do cérebro é uma das fronteiras em exploração pela Ciência. Desde os filósofos da antiguidade, passando por pregadores religiosos e políticos até nossos dias atuais a submissão e cooptação de pessoas foi consequência da habilidade quase intuitiva de se criar e manipular comportamentos humanos.
Os donos de cassinos sabem como levar indivíduos a extremos perdulários, suicidas. Os grandes políticos e pregadores também.
Felizmente talvez tenhamos em breve conhecimentos sobre as mentes humanos mais precisos. Isso é bom ou ruim? De novo, cuidado com os manipuladores de opiniões e vontades.
O stress da dúvida gerou sempre decisões apressadas. Se tivermos um grau de certeza maior, será saudável à Humanidade?
Quando vemos preleções de marqueteiros políticos ficamos assustados. E se eles souberem como resolver o nosso stress levando-nos a repetir loucuras do passado? Vendo os fanáticos do “esporte” (ou desporto?) podemos imaginar os efeitos de uma nova era de trevas, piras e fornos...
Cascaes
Dr. Vladimir Bernik, M. (s.d.). Estresse: O Assassino Silencioso. Acesso em 11 de 2 de 2011, disponível em Doenças do Cérebro: http://www.cerebromente.org.br/n03/doencas/stress.htm
Monumento em memória das vítimas do terrorismo. (s.d.). Acesso em 11 de 2 de 2011, disponível em Mirante pela Cidadania: http://mirantepelacidadania.blogspot.com/2011/02/russia-honor-u-s-911-view-more.html
Rowell, M. H. (s.d.). Teoria Psicanalítica Clássica. Acesso em 9 de 2 de 2011, disponível em Página de Freud: http://www.freudpage.info/freudpsicoteoria.html
Souza, E. (s.d.). Futebol: da paixão ao fanatismo. Acesso em 11 de 2 de 2011, disponível em Artigonal: http://www.artigonal.com/psicoterapia-artigos/futebol-da-paixao-ao-fanatismo-2746313.html
Postado por
relatar atividades culturais e reuniões da Academia de Letras José de Alencar - ALJA
às
10:56:00
Nenhum comentário:
Marcadores:
O stress da dúvida
Deixa que eu pago
Teremos mais um Carnaval e somos um povo pacífico, pelo menos por enquanto, isso se desprezarmos a necessidade de se usar as Forças Armadas para recuperar a soberania sobre e República dos Traficantes.
O jeito brasileiro de ser é famoso, mais ainda quando lúdico, sensual e gozador.
Estamos observando as dificuldades do Governo Federal de retomar o controle monetário, a inflação causada, entre outras coisas, pela péssima administração técnica do país, deixando-o, assim, à mercê de qualquer aguaceiro, isso sem falar no custo incrível do Poder Legislativo e outros.
Nosso grande defeito é desprezarmos os cuidados da administração do dinheiro arrecadado (Estudos do IBPT) com tarifas, taxas, encargos, carimbos, selos holográficos, registros e impostos. Na cabeça do brasileiro “o governo paga” quando deveria ser “o contribuinte paga”, ou seja, ele. Essa falta de sensibilidade leva-nos a pedir benefícios impossíveis e perder aqueles realmente importantes, pois desperdiçamos o que o Governo arrecada em todos os níveis.
Pior ainda, nossa displicência é tão grande, que em processos extremamente importantes deixamo-nos ficar longe, talvez para assistir novela ou jogo de futebol ou, prosaicamente, estarmos em férias.
Vivemos uma fase em que a sustentabilidade ganha espaço e a miséria de parte significativa do povo é tão grande que qualquer benefício a favor dele leva-o a ser considerado em alguma classe superior. 100% de zero mais um pouquinho continua baixo, mas, para efeito de gráficos e de estatísticas, representam muito, mais do que nada em valores absolutos, mas significativos na Mídia política.
Habitamos um país com diferenças brutais de padrão de vida e nossas cidades e processos dão a impressão de existirem e serem feitos para os mais ricos. Sobrevoar a cidade de São Paulo de helicóptero é justo assim como deixar seu povo dentro d’água por circunstâncias da Natureza e do comportamento errado do próprio povo, que deixa o lixo onde não deve (grande explicação...).
Acompanhando as atividades do MPL (Transpoorte em Curitiba) na (Rede Ampla Contra o Tarifaço) e sabendo como tudo aconteceu em Curitiba não resistimos a pensar, e os outros? Será que não sabem que vão pagar as contas mal feitas, pessimamente distribuídas?
Precisamos ensinar nosso povo brasileiro a pensar e cobrar resultados. Devemos deixar de, sadomasoquistamente, aplaudir o Governo quando trava projetos e empregos porque gastou mal ou não teve o retorno esperado de obras sem prioridade.
Iniciamos o Governo Dilma com o anúncio de cortes inéditos. Paradoxalmente essa poderá ser a atitude que realmente produzirá efeito se conseguir reduzir os juros e forçar as fundações de previdência nacionais e estrangeiras a aplicarem seus recursos em obras de interesse nacional, terminando 2011 com bons resultados e melhorando a situação de nossa gente, que depende demais da caridade oficial e privada. De qualquer jeito, em princípio a perspectiva é ruim.
O MPL está vivenciando o drama das tarifas do transporte coletivo urbano. Poderia ver outras questões e discutir, em meio a seu público jovem, a política fiscal brasileira, tarifas de água e esgoto, pedágios etc..
O desafio do ordenamento técnico e ético é colossal, pois perdemo-nos em meio a jogos de poder e políticas de interesse pessoal de alguns. As frustrações não param de crescer, talvez comecem a refluir se gente nova se dispuser a fazer o que os mais velhos ignoram. A agenda de discussões é enorme e acima de tudo existe a necessidade de conscientização da necessidade de novos valores e paradigmas. Conceitos antigos de urbanismo, por exemplo, estão sendo desmontados por elites preocupadas com o fim do mundo, ótimo! A água está chegando ao nariz delas.
Agora, voltemos ao Carnaval. Que tal fazermos marchinhas, sambas, escolas e cordões carnavalescos satirizando e provocando nosso povo em relação ao que paga e recebe de serviços essenciais? Provocando curiosidade em relação a editais e contratos de concessão? Mostrando o valor e qualidade das obras e serviços?
Poderemos enriquecer a galeria de artistas e compositores e trazer mais gente para a luta por relações melhores entre o governo e as concessionárias a favor do povo brasileiro, com humor e eficácia.
Em última instância quem paga tudo é o trabalhador mais humilde, aquele sem poder para negociar, a quem impõem comportamentos dos tempos da escravatura.
Lutando contra tarifaços devemos conhecer a história dessas contas, elas dizem muito.
Cascaes
10.2.2011
(s.d.). Acesso em 10 de 2 de 2011, disponível em Rede Ampla Contra o Tarifaço: http://www.contraotarifaco.libertar.org/
Estudos do IBPT. (s.d.). Acesso em 10 de 2 de 2011, disponível em Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário - IBPT: http://www.ibpt.com.br/home/publicacao.list.php?publicacaotipo_id=2&PHPSESSID=25655c1d52e89f67de899eb055f15622
Transpoorte em Curitiba. (s.d.). Acesso em 10 de 2 de 2011, disponível em MPL Curitiba: http://www.fureotubo.blogspot.com/
O jeito brasileiro de ser é famoso, mais ainda quando lúdico, sensual e gozador.
Estamos observando as dificuldades do Governo Federal de retomar o controle monetário, a inflação causada, entre outras coisas, pela péssima administração técnica do país, deixando-o, assim, à mercê de qualquer aguaceiro, isso sem falar no custo incrível do Poder Legislativo e outros.
Nosso grande defeito é desprezarmos os cuidados da administração do dinheiro arrecadado (Estudos do IBPT) com tarifas, taxas, encargos, carimbos, selos holográficos, registros e impostos. Na cabeça do brasileiro “o governo paga” quando deveria ser “o contribuinte paga”, ou seja, ele. Essa falta de sensibilidade leva-nos a pedir benefícios impossíveis e perder aqueles realmente importantes, pois desperdiçamos o que o Governo arrecada em todos os níveis.
Pior ainda, nossa displicência é tão grande, que em processos extremamente importantes deixamo-nos ficar longe, talvez para assistir novela ou jogo de futebol ou, prosaicamente, estarmos em férias.
Vivemos uma fase em que a sustentabilidade ganha espaço e a miséria de parte significativa do povo é tão grande que qualquer benefício a favor dele leva-o a ser considerado em alguma classe superior. 100% de zero mais um pouquinho continua baixo, mas, para efeito de gráficos e de estatísticas, representam muito, mais do que nada em valores absolutos, mas significativos na Mídia política.
Habitamos um país com diferenças brutais de padrão de vida e nossas cidades e processos dão a impressão de existirem e serem feitos para os mais ricos. Sobrevoar a cidade de São Paulo de helicóptero é justo assim como deixar seu povo dentro d’água por circunstâncias da Natureza e do comportamento errado do próprio povo, que deixa o lixo onde não deve (grande explicação...).
Acompanhando as atividades do MPL (Transpoorte em Curitiba) na (Rede Ampla Contra o Tarifaço) e sabendo como tudo aconteceu em Curitiba não resistimos a pensar, e os outros? Será que não sabem que vão pagar as contas mal feitas, pessimamente distribuídas?
Precisamos ensinar nosso povo brasileiro a pensar e cobrar resultados. Devemos deixar de, sadomasoquistamente, aplaudir o Governo quando trava projetos e empregos porque gastou mal ou não teve o retorno esperado de obras sem prioridade.
Iniciamos o Governo Dilma com o anúncio de cortes inéditos. Paradoxalmente essa poderá ser a atitude que realmente produzirá efeito se conseguir reduzir os juros e forçar as fundações de previdência nacionais e estrangeiras a aplicarem seus recursos em obras de interesse nacional, terminando 2011 com bons resultados e melhorando a situação de nossa gente, que depende demais da caridade oficial e privada. De qualquer jeito, em princípio a perspectiva é ruim.
O MPL está vivenciando o drama das tarifas do transporte coletivo urbano. Poderia ver outras questões e discutir, em meio a seu público jovem, a política fiscal brasileira, tarifas de água e esgoto, pedágios etc..
O desafio do ordenamento técnico e ético é colossal, pois perdemo-nos em meio a jogos de poder e políticas de interesse pessoal de alguns. As frustrações não param de crescer, talvez comecem a refluir se gente nova se dispuser a fazer o que os mais velhos ignoram. A agenda de discussões é enorme e acima de tudo existe a necessidade de conscientização da necessidade de novos valores e paradigmas. Conceitos antigos de urbanismo, por exemplo, estão sendo desmontados por elites preocupadas com o fim do mundo, ótimo! A água está chegando ao nariz delas.
Agora, voltemos ao Carnaval. Que tal fazermos marchinhas, sambas, escolas e cordões carnavalescos satirizando e provocando nosso povo em relação ao que paga e recebe de serviços essenciais? Provocando curiosidade em relação a editais e contratos de concessão? Mostrando o valor e qualidade das obras e serviços?
Poderemos enriquecer a galeria de artistas e compositores e trazer mais gente para a luta por relações melhores entre o governo e as concessionárias a favor do povo brasileiro, com humor e eficácia.
Em última instância quem paga tudo é o trabalhador mais humilde, aquele sem poder para negociar, a quem impõem comportamentos dos tempos da escravatura.
Lutando contra tarifaços devemos conhecer a história dessas contas, elas dizem muito.
Cascaes
10.2.2011
(s.d.). Acesso em 10 de 2 de 2011, disponível em Rede Ampla Contra o Tarifaço: http://www.contraotarifaco.libertar.org/
Estudos do IBPT. (s.d.). Acesso em 10 de 2 de 2011, disponível em Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário - IBPT: http://www.ibpt.com.br/home/publicacao.list.php?publicacaotipo_id=2&PHPSESSID=25655c1d52e89f67de899eb055f15622
Transpoorte em Curitiba. (s.d.). Acesso em 10 de 2 de 2011, disponível em MPL Curitiba: http://www.fureotubo.blogspot.com/
Postado por
relatar atividades culturais e reuniões da Academia de Letras José de Alencar - ALJA
às
10:56:00
Nenhum comentário:
Marcadores:
Deixa que eu pago
Serviços essenciais
A saúde física, intelectual e financeira de qualquer ser humano depende da qualidade e confiabilidade dos serviços essenciais que lhe atendem além de seus custos ($$$) diretos e indiretos. São tão importantes que constam de nossa Constituição Federal, que define responsabilidades entre os membros da União e a forma básica de delegação.
Leis federais, estaduais e municipais regulamentam as partes que lhes competem.
Ótimo?
Não, infelizmente leis mal feitas deixam espaços para ações nem sempre tão transparentes quanto o desejável.
Por lei (ou decreto) existem conselhos e a obrigação de se fazer audiências públicas, mas falta alguma coisa nesse périplo para que todos se sintam razoavelmente consultados. Por exemplo, haveria necessidade de um intervalo mínimo significativo entre a publicação do edital e a abertura de propostas assim como o impedimento de que esse período acontecesse em tempo de férias, podendo, é claro envolvê-las, mas estendendo-se até a viabilização da participação popular em todos os níveis, com amplitude e tranquilidade.
Em Curitiba estamos vendo, perplexos, a publicação e abertura de editais importantes durante as férias. Isso aconteceu com o transporte coletivo urbano e agora com a coleta de lixo.
Com certeza a PMC deve estar evitando ofensa s legais, ofende-nos, contudo, tratando-nos como incapazes ou inoportunos. Assim procedendo talvez assim esteja prejudicando nossa população em atividades extremamente importantes a todos que moram em Curitiba, pois alguma contribuição importante poderá estar sendo perdida por ausência de parte de população na cidade ou ocupada com os desafios de início de ano de trabalho.
Por quê?
Gostaríamos imensamente de ver cenários confiáveis, justos, necessários e coerentes com a necessidade de respeito à inteligência e boa vontade de quem precisa desses serviços.
O que estimula a prefeitura a agir dessa maneira?
Aos poucos vamos perdendo a fé em algo sagrado, a democracia. Para não nos sentirmos frustrados quase somos obrigados a relembrar os perigos de governos tirânicos, populistas, totalitários e ler e reler livros “modernos” sobre a ética na política [(Elogio da Serenidade) (O Príncipe)]. Sempre deverá estar em nossa cabeça que não somos o pior lugar do mundo e até um país tão rico e amadurecido institucionalmente quanto os Estados Unidos da América do Norte passou por momentos terríveis (é só ler os livros de Gore Vidal sobre a história norte-americana para entendermos a precariedade do cenário moral na política daquela nação).
Moramos aqui, vivemos aqui e estamos falando de um assunto antigo, motivo, inclusive de muitas atividades via Instituto de Engenharia do Paraná que nós tivemos a honra de participar a muitos anos.
A tristeza é sentir que não evoluímos, regredimos, talvez.
Assim vamos transferindo conflitos para tarifaços, polêmicas técnicas, análise de acidentes etc. que seriam minimizados se tudo acontecesse acima de qualquer suspeita.
Cascaes
9.2.2011
Bobbio, N. (2002). Elogio da Serenidade. (M. A. Nogueira, Trad.) São Paulo: UNESP.
Maquiavel, N. (2002). O Príncipe. Martin Claret.
Leis federais, estaduais e municipais regulamentam as partes que lhes competem.
Ótimo?
Não, infelizmente leis mal feitas deixam espaços para ações nem sempre tão transparentes quanto o desejável.
Por lei (ou decreto) existem conselhos e a obrigação de se fazer audiências públicas, mas falta alguma coisa nesse périplo para que todos se sintam razoavelmente consultados. Por exemplo, haveria necessidade de um intervalo mínimo significativo entre a publicação do edital e a abertura de propostas assim como o impedimento de que esse período acontecesse em tempo de férias, podendo, é claro envolvê-las, mas estendendo-se até a viabilização da participação popular em todos os níveis, com amplitude e tranquilidade.
Em Curitiba estamos vendo, perplexos, a publicação e abertura de editais importantes durante as férias. Isso aconteceu com o transporte coletivo urbano e agora com a coleta de lixo.
Com certeza a PMC deve estar evitando ofensa s legais, ofende-nos, contudo, tratando-nos como incapazes ou inoportunos. Assim procedendo talvez assim esteja prejudicando nossa população em atividades extremamente importantes a todos que moram em Curitiba, pois alguma contribuição importante poderá estar sendo perdida por ausência de parte de população na cidade ou ocupada com os desafios de início de ano de trabalho.
Por quê?
Gostaríamos imensamente de ver cenários confiáveis, justos, necessários e coerentes com a necessidade de respeito à inteligência e boa vontade de quem precisa desses serviços.
O que estimula a prefeitura a agir dessa maneira?
Aos poucos vamos perdendo a fé em algo sagrado, a democracia. Para não nos sentirmos frustrados quase somos obrigados a relembrar os perigos de governos tirânicos, populistas, totalitários e ler e reler livros “modernos” sobre a ética na política [(Elogio da Serenidade) (O Príncipe)]. Sempre deverá estar em nossa cabeça que não somos o pior lugar do mundo e até um país tão rico e amadurecido institucionalmente quanto os Estados Unidos da América do Norte passou por momentos terríveis (é só ler os livros de Gore Vidal sobre a história norte-americana para entendermos a precariedade do cenário moral na política daquela nação).
Moramos aqui, vivemos aqui e estamos falando de um assunto antigo, motivo, inclusive de muitas atividades via Instituto de Engenharia do Paraná que nós tivemos a honra de participar a muitos anos.
A tristeza é sentir que não evoluímos, regredimos, talvez.
Assim vamos transferindo conflitos para tarifaços, polêmicas técnicas, análise de acidentes etc. que seriam minimizados se tudo acontecesse acima de qualquer suspeita.
Cascaes
9.2.2011
Bobbio, N. (2002). Elogio da Serenidade. (M. A. Nogueira, Trad.) São Paulo: UNESP.
Maquiavel, N. (2002). O Príncipe. Martin Claret.
Postado por
relatar atividades culturais e reuniões da Academia de Letras José de Alencar - ALJA
às
10:55:00
Nenhum comentário:
Marcadores:
Serviços essenciais
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
A democratização da informação e a sustentabilidade
Algo muito elegante, especial mesmo, é a atenção do eng. (Decio Michellis Jr.) que sempre nos envia informações sobre o seu trabalho.
Em 26 de janeiro de 2011 recebemos um email com dois PPT de apresentações que faria no Congresso (Energy Generation Congress Latin America). Respondi-lhe pedindo autorização para fazer comentários sobre os slides via youtube e colocação em blog. Maravilhosamente ele concordou e assim ganhei a oportunidade de falar sobre diversos detalhes contidos nessas apresentações, que mostro no blog (Engenharia - Economia - Educação e Brasil).
Ou seja, podemos exercitar um diálogo não presencial com riqueza de detalhes e sem restrições de acesso, exceto poder usar a internet. Isso é importantíssimo numa civilização perdulária, que se acostumou a ver o quintal dos outros e não analisar seus comportamentos. Queremos, enfatizamos a validade do (O Não Transporte) que, podendo ser substituído por um bom modelo de urbanismo, somado a outros meios de racionalização do uso de espaços, energia, telecomunicações, internet e recursos naturais poderão até reverter processos de degradação ambiental.
Agora, se queremos que tudo aconteça, os empreendedores e gestores municipais, estaduais e federais devem ter competência e disposição para tomar decisões menos demagógicas e mais eficazes.
No Setor Elétrico, talvez o mais amadurecido dos existentes no Brasil em termos de organização e lideranças, podemos ver discussões e temas como os defendidos pelo engenheiro Décio Michellis Júnior (“Sustentabilidade: como empreendimentos bons se tornam ruins” e “Impactos ambientais da termogeração a gás natural e sua relação com a sustentabilidade”).
Melhor ainda, graças à internet e sistemas de comunicação, viabilizar acessos e comentários do jeito que fiz no blog citado (Cascaes, Engenharia - Economia - Educação e Brasil).
Isso nunca foi tão importante quanto agora. As catástrofes e desastres, que já se transformaram em rotinas no noticiário do Brasil (que assim dispensa vulcões, terremotos, maremotos, furacões etc.) demonstram, mostram que precisamos rever lógicas de governo, algo que tem sido motivo de diversos artigos nossos nesse espaço que o jornalista e amigo Alcy Ramalho Filho nos ofereceu em seu Jornal Paraná Político.
Com imenso pesar sentimos o Brasil derivando para lógicas suicidas de administração de estado, entupindo-se de leis mal feitas e com algoritmos de decisão equivocados. O resultado disso, como já dissemos, é viver num país em que descobrimos a ausência de tudo e a criação de mais e mais repartições, assessorias, cargos privilegiados e compromissos lúdicos caríssimos em detrimento da boa Engenharia, do Urbanismo inteligente (exponencialmente mais importante diante da migração rumo à cidades) e da preocupação com o futuro da Humanidade.
As teses em torno da “sustentabilidade” somam-se às de acessibilidade, segurança, confiabilidade e direitos humanos em geral, que induziram a ONU a criar indicadores e propor ações com metas de curto e médio prazo (Portal ODM). Algo que no Brasil felizmente já conta com bons promotores.
A discussão ampla e a educação de lideranças precisam, contudo, de otimização de informações, racionalização de eventos, otimização de discursos e acima de tudo honestidade intelectual.
A atitude do Eng. Décio foi exemplar e aqui quero lhe agradecer publicamente a oportunidade de ser chato à distância.
Um grande abraço ao Décio Michellis Júnior e parabéns ao Grupo Rede pela qualidade de seu colaborador.
Cascaes
8.2.2011
(s.d.). Fonte: Portal ODM: http://www.portalodm.com.br/
AGÊNCIAWLD. (s.d.). Energy Generation Congress Latin America. Acesso em 8 de 2 de 2011, disponível em EnerGen LatAm 2011 - Congress & Exhibition: http://www.energenlatam.com.br/
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 19 de 1 de 2011, disponível em Engenharia - Economia - Educação e Brasil: http://economia-engenharia-e-brasil.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). O Não Transporte. Acesso em 8 de 2 de 2011, disponível em Cidades e o Transporte Coletivo: http://jcbcascaes.blogspot.com/2010/03/o-nao-transporte.html
Decio Michellis Jr. (s.d.). Acesso em 8 de 2 de 2011, disponível em Matriz Limpa: http://www.matrizlimpa.com.br/index.php/2010/09/decio-michellis-jr/771
Em 26 de janeiro de 2011 recebemos um email com dois PPT de apresentações que faria no Congresso (Energy Generation Congress Latin America). Respondi-lhe pedindo autorização para fazer comentários sobre os slides via youtube e colocação em blog. Maravilhosamente ele concordou e assim ganhei a oportunidade de falar sobre diversos detalhes contidos nessas apresentações, que mostro no blog (Engenharia - Economia - Educação e Brasil).
Ou seja, podemos exercitar um diálogo não presencial com riqueza de detalhes e sem restrições de acesso, exceto poder usar a internet. Isso é importantíssimo numa civilização perdulária, que se acostumou a ver o quintal dos outros e não analisar seus comportamentos. Queremos, enfatizamos a validade do (O Não Transporte) que, podendo ser substituído por um bom modelo de urbanismo, somado a outros meios de racionalização do uso de espaços, energia, telecomunicações, internet e recursos naturais poderão até reverter processos de degradação ambiental.
Agora, se queremos que tudo aconteça, os empreendedores e gestores municipais, estaduais e federais devem ter competência e disposição para tomar decisões menos demagógicas e mais eficazes.
No Setor Elétrico, talvez o mais amadurecido dos existentes no Brasil em termos de organização e lideranças, podemos ver discussões e temas como os defendidos pelo engenheiro Décio Michellis Júnior (“Sustentabilidade: como empreendimentos bons se tornam ruins” e “Impactos ambientais da termogeração a gás natural e sua relação com a sustentabilidade”).
Melhor ainda, graças à internet e sistemas de comunicação, viabilizar acessos e comentários do jeito que fiz no blog citado (Cascaes, Engenharia - Economia - Educação e Brasil).
Isso nunca foi tão importante quanto agora. As catástrofes e desastres, que já se transformaram em rotinas no noticiário do Brasil (que assim dispensa vulcões, terremotos, maremotos, furacões etc.) demonstram, mostram que precisamos rever lógicas de governo, algo que tem sido motivo de diversos artigos nossos nesse espaço que o jornalista e amigo Alcy Ramalho Filho nos ofereceu em seu Jornal Paraná Político.
Com imenso pesar sentimos o Brasil derivando para lógicas suicidas de administração de estado, entupindo-se de leis mal feitas e com algoritmos de decisão equivocados. O resultado disso, como já dissemos, é viver num país em que descobrimos a ausência de tudo e a criação de mais e mais repartições, assessorias, cargos privilegiados e compromissos lúdicos caríssimos em detrimento da boa Engenharia, do Urbanismo inteligente (exponencialmente mais importante diante da migração rumo à cidades) e da preocupação com o futuro da Humanidade.
As teses em torno da “sustentabilidade” somam-se às de acessibilidade, segurança, confiabilidade e direitos humanos em geral, que induziram a ONU a criar indicadores e propor ações com metas de curto e médio prazo (Portal ODM). Algo que no Brasil felizmente já conta com bons promotores.
A discussão ampla e a educação de lideranças precisam, contudo, de otimização de informações, racionalização de eventos, otimização de discursos e acima de tudo honestidade intelectual.
A atitude do Eng. Décio foi exemplar e aqui quero lhe agradecer publicamente a oportunidade de ser chato à distância.
Um grande abraço ao Décio Michellis Júnior e parabéns ao Grupo Rede pela qualidade de seu colaborador.
Cascaes
8.2.2011
(s.d.). Fonte: Portal ODM: http://www.portalodm.com.br/
AGÊNCIAWLD. (s.d.). Energy Generation Congress Latin America. Acesso em 8 de 2 de 2011, disponível em EnerGen LatAm 2011 - Congress & Exhibition: http://www.energenlatam.com.br/
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 19 de 1 de 2011, disponível em Engenharia - Economia - Educação e Brasil: http://economia-engenharia-e-brasil.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). O Não Transporte. Acesso em 8 de 2 de 2011, disponível em Cidades e o Transporte Coletivo: http://jcbcascaes.blogspot.com/2010/03/o-nao-transporte.html
Decio Michellis Jr. (s.d.). Acesso em 8 de 2 de 2011, disponível em Matriz Limpa: http://www.matrizlimpa.com.br/index.php/2010/09/decio-michellis-jr/771
Postado por
relatar atividades culturais e reuniões da Academia de Letras José de Alencar - ALJA
às
04:55:00
Nenhum comentário:
Sócrates não tomava café, mas pensava muito e se comunicava intensamente.
Sócrates não escrevia, não tomava café, à sua época Gutemberg ainda estava a mais de um milênio do seu nascimento, a internet precisaria de mais cinco séculos para ser inventada após Gutemberg, e ele vivia numa cidade menor que nossos bairros clássicos de Curitiba. O fantástico é imaginar, como diriam alguns hoje em dia, a energia positiva do Mar Egeu e um pouco menos produtivo, o Mediterrâneo como um todo naquela época rara da história da Humanidade.
Sócrates existiu, Platão que o diga.
Condenado a se suicidar, pagou pelo crime de falar, ensinar a pensar. Acima de tudo Sócrates colocava a dúvida como condição de raciocínio. Que heresia num mundo que adora certezas. Cometeu o grave pecado de contrariar interesses das elites, provocar invejas e corromper a juventude...
Criado em ambiente, lembrando minha história pessoal, que misturava a dúvida do meu pai com a certeza de alguns professores de religião, nascido em Blumenau, onde a disciplina era sagrada, tendo tido a oportunidade fantástica de morar durante um ano inteiro em São Paulo como simples estudante de cursinho, acreditando que nunca seria nada de importante, afinal tinha companheiros brilhantes estudando para o vestibular ou frequentando universidades fantásticas, com destaque para o ITA, simplesmente assistia as aulas e passava os finais de semana visitando museus, pinacotecas, o Parque do Ibirapuera, com visitas obrigatórias ao Planetário e antes, no Teatro Municipal (aos domingos), ouvindo, extasiado, os concertos da orquestra daquela cidade. Conversar, ou melhor, ouvir alguns amigos do ITA era algo extraordinário...
Eram tempos de grande liberdade, mas de muitas dúvidas. A política se enfurecia nos debates ideológicos e na fragilidade de governos federais inconsequentes. Nossa geração aos poucos se envenenava nas convicções que mataram tantos e deixaram outros com lesões físicas e culturais permanentes.
Em Itajubá, anos sessenta, em algum momento, tivemos a ideia de criar um Centro de Debates. Coisa de estudantes que chegou a reunir no quarto de minha república no Edifício Issa quatorze pessoas de todo tipo (sargentos, padres, vestibulandos, estudantes do IEI, visitantes etc.). Foi uma experiência fantástica poder gastar algumas horas da semana discutindo conceitos, visões e teorias da vida, do mundo, do Universo.
Aliás, lá, sem fumaça, neblina e excesso de luzes na atmosfera, podíamos passar horas e horas deitados no telhado da república vendo as estrelas, os meteoros, a Via Láctea, Andrômeda, as constelações, a Lua (que atrapalha) etc., pouco a pouco dominando seus nomes e localizações. Víamos e simplesmente sonhávamos de leve com o futuro e nossas obrigações (e prazeres) juvenis.
O tempo passa, somos obrigados a entrar na Terceira Onda (Toffler), sustentar e cuidar da família, exercer algum trabalho extra e assim vamo-nos alienando.
Felizmente bons filmes, alguns realmente excelentes, e livros fantásticos, agora enriquecidos com programas de TV eventualmente educativos, honestos intelectualmente, sem sectarismos alienantes, permitem-nos retomar estudos, mais ainda quando aposentados de fato e de efeito, afinal a máquina humana fica desgastada, improdutiva, descartável com o tempo.
É o tempo de aprender a usar novas formas de comunicação. Para isso temos momentos especiais. O meu foi uma tremenda forçada do Dr. Pedro Carlos Carmona Gallego, que num intervalo do GFAL obrigou-me a fazer o primeiro blog. Durante um mês diversas vezes me questionei sobre o que faria com aquele espaço, já que a sensação era de que ninguém se interessava pelo que escrevia. Aos poucos fui pegando a malícia do método e descobrindo o planeta Google. Genial, apenas gastando tempo e internet comecei a fazer blogs, primeiro um que minha filha reclamou, dizendo que tinha coisa demais. Depois fui criando outros, escolhendo temas, tentando enfeitá-los, criando minha rede social entre meus próprios blogs e de amigos.
Maravilha das maravilhas, o youtube foi a janela que precisava para completar os blogs. Assim passei a usar exaustivamente a minha filmadora e máquina fotográfica, registrando tudo o que julgava merecer ser visto e ouvido (minha voz é horrível, paciência).
O tempo passa e os livros e filmes trazem inspirações.
Começando a ler, estou apenas começando a ler, o livro “Um Café para Sócrates” (Sautet) veio a inspiração.
Por quê não criar um blog com a denominação “ Café para Sócrates” tentando reproduzir o ambiente de discussão (e as regras) expostas no livro citado? Quem sabe outros produzam blogs similares, como, por exemplo, um vinho para Sócrates, algo que certamente ele tomou. Os mais ingleses fariam um chá para Sócrates, os maldosos “cicuta para Sócrates” e assim, um sabendo do outro, aproveitando gadgets dos blogs e colocando links com esses blogs vamos fazer uma rede WEB de Filosofia?
É só querer, se querem, já deve existir, suponho.
Assim, meus amigos, convido-os a participar do blog e do grupo de discussão “Um Blog para Sócrates” [(João Carlos Cascaes, Tânia Rosa Ferreira Cascaes) e (um-blog-para-socrates@googlegroups.com)], esperando contribuir para a formação de um ambiente amplo de discussão no espírito grego, que Elizabeth Gilbert resumiu esplendorosamente (página 210) no seu livro (COMPROMETIDA) dizendo: “Dos gregos dos dias gloriosos da antiga Atenas, especificamente, herdamos as ideias de humanismo secular e santidade do indivíduo. Os gregos nos legaram as noções de democracia, igualdade, liberdade pessoal, razão científica, liberdade intelectual, abertura de pensamento e o que hoje chamamos de “multiculturalismo”. A noção grega da vida, portanto, é urbana, sofisticada e investigativa, sempre deixando bastante espaço para a dúvida e o debate”. Ou seja, é isso que esperamos sugerir, viabilizar, encorajar os amigos para a Filosofia usando a internet, blogs, youtube etc.
Sem mordomias, viagens, hotéis ou bares podemos muito, é só querer se comunicar.
Cascaes
7.2.2011
Cascaes, J. C. (6 de 2 de 2011). Fonte: um-blog-para-socrates@googlegroups.com: http://groups.google.com/group/um-blog-para-socrates?hl=pt-BR
Gilbert, E. (2010). Comprometida, Uma História de Amor. (B. Medina, Trad.) Objetiva.
João Carlos Cascaes, Tânia Rosa Ferreira Cascaes. (6 de 2 de 2011). Uma proposta e uma ideia. Fonte: Um Blog para Sócrates: http://um-blog-para-socrates.blogspot.com/2011/02/uma-proposta-e-uma-ideia.html
Sautet, M. (s.d.). Um Café para Sócrates. (V. Ribeiro, Trad.) José Olympio.
Toffler, A. (s.d.). A Terceira Onda. Record.
Sócrates existiu, Platão que o diga.
Condenado a se suicidar, pagou pelo crime de falar, ensinar a pensar. Acima de tudo Sócrates colocava a dúvida como condição de raciocínio. Que heresia num mundo que adora certezas. Cometeu o grave pecado de contrariar interesses das elites, provocar invejas e corromper a juventude...
Criado em ambiente, lembrando minha história pessoal, que misturava a dúvida do meu pai com a certeza de alguns professores de religião, nascido em Blumenau, onde a disciplina era sagrada, tendo tido a oportunidade fantástica de morar durante um ano inteiro em São Paulo como simples estudante de cursinho, acreditando que nunca seria nada de importante, afinal tinha companheiros brilhantes estudando para o vestibular ou frequentando universidades fantásticas, com destaque para o ITA, simplesmente assistia as aulas e passava os finais de semana visitando museus, pinacotecas, o Parque do Ibirapuera, com visitas obrigatórias ao Planetário e antes, no Teatro Municipal (aos domingos), ouvindo, extasiado, os concertos da orquestra daquela cidade. Conversar, ou melhor, ouvir alguns amigos do ITA era algo extraordinário...
Eram tempos de grande liberdade, mas de muitas dúvidas. A política se enfurecia nos debates ideológicos e na fragilidade de governos federais inconsequentes. Nossa geração aos poucos se envenenava nas convicções que mataram tantos e deixaram outros com lesões físicas e culturais permanentes.
Em Itajubá, anos sessenta, em algum momento, tivemos a ideia de criar um Centro de Debates. Coisa de estudantes que chegou a reunir no quarto de minha república no Edifício Issa quatorze pessoas de todo tipo (sargentos, padres, vestibulandos, estudantes do IEI, visitantes etc.). Foi uma experiência fantástica poder gastar algumas horas da semana discutindo conceitos, visões e teorias da vida, do mundo, do Universo.
Aliás, lá, sem fumaça, neblina e excesso de luzes na atmosfera, podíamos passar horas e horas deitados no telhado da república vendo as estrelas, os meteoros, a Via Láctea, Andrômeda, as constelações, a Lua (que atrapalha) etc., pouco a pouco dominando seus nomes e localizações. Víamos e simplesmente sonhávamos de leve com o futuro e nossas obrigações (e prazeres) juvenis.
O tempo passa, somos obrigados a entrar na Terceira Onda (Toffler), sustentar e cuidar da família, exercer algum trabalho extra e assim vamo-nos alienando.
Felizmente bons filmes, alguns realmente excelentes, e livros fantásticos, agora enriquecidos com programas de TV eventualmente educativos, honestos intelectualmente, sem sectarismos alienantes, permitem-nos retomar estudos, mais ainda quando aposentados de fato e de efeito, afinal a máquina humana fica desgastada, improdutiva, descartável com o tempo.
É o tempo de aprender a usar novas formas de comunicação. Para isso temos momentos especiais. O meu foi uma tremenda forçada do Dr. Pedro Carlos Carmona Gallego, que num intervalo do GFAL obrigou-me a fazer o primeiro blog. Durante um mês diversas vezes me questionei sobre o que faria com aquele espaço, já que a sensação era de que ninguém se interessava pelo que escrevia. Aos poucos fui pegando a malícia do método e descobrindo o planeta Google. Genial, apenas gastando tempo e internet comecei a fazer blogs, primeiro um que minha filha reclamou, dizendo que tinha coisa demais. Depois fui criando outros, escolhendo temas, tentando enfeitá-los, criando minha rede social entre meus próprios blogs e de amigos.
Maravilha das maravilhas, o youtube foi a janela que precisava para completar os blogs. Assim passei a usar exaustivamente a minha filmadora e máquina fotográfica, registrando tudo o que julgava merecer ser visto e ouvido (minha voz é horrível, paciência).
O tempo passa e os livros e filmes trazem inspirações.
Começando a ler, estou apenas começando a ler, o livro “Um Café para Sócrates” (Sautet) veio a inspiração.
Por quê não criar um blog com a denominação “ Café para Sócrates” tentando reproduzir o ambiente de discussão (e as regras) expostas no livro citado? Quem sabe outros produzam blogs similares, como, por exemplo, um vinho para Sócrates, algo que certamente ele tomou. Os mais ingleses fariam um chá para Sócrates, os maldosos “cicuta para Sócrates” e assim, um sabendo do outro, aproveitando gadgets dos blogs e colocando links com esses blogs vamos fazer uma rede WEB de Filosofia?
É só querer, se querem, já deve existir, suponho.
Assim, meus amigos, convido-os a participar do blog e do grupo de discussão “Um Blog para Sócrates” [(João Carlos Cascaes, Tânia Rosa Ferreira Cascaes) e (um-blog-para-socrates@googlegroups.com)], esperando contribuir para a formação de um ambiente amplo de discussão no espírito grego, que Elizabeth Gilbert resumiu esplendorosamente (página 210) no seu livro (COMPROMETIDA) dizendo: “Dos gregos dos dias gloriosos da antiga Atenas, especificamente, herdamos as ideias de humanismo secular e santidade do indivíduo. Os gregos nos legaram as noções de democracia, igualdade, liberdade pessoal, razão científica, liberdade intelectual, abertura de pensamento e o que hoje chamamos de “multiculturalismo”. A noção grega da vida, portanto, é urbana, sofisticada e investigativa, sempre deixando bastante espaço para a dúvida e o debate”. Ou seja, é isso que esperamos sugerir, viabilizar, encorajar os amigos para a Filosofia usando a internet, blogs, youtube etc.
Sem mordomias, viagens, hotéis ou bares podemos muito, é só querer se comunicar.
Cascaes
7.2.2011
Cascaes, J. C. (6 de 2 de 2011). Fonte: um-blog-para-socrates@googlegroups.com: http://groups.google.com/group/um-blog-para-socrates?hl=pt-BR
Gilbert, E. (2010). Comprometida, Uma História de Amor. (B. Medina, Trad.) Objetiva.
João Carlos Cascaes, Tânia Rosa Ferreira Cascaes. (6 de 2 de 2011). Uma proposta e uma ideia. Fonte: Um Blog para Sócrates: http://um-blog-para-socrates.blogspot.com/2011/02/uma-proposta-e-uma-ideia.html
Sautet, M. (s.d.). Um Café para Sócrates. (V. Ribeiro, Trad.) José Olympio.
Toffler, A. (s.d.). A Terceira Onda. Record.
Postado por
relatar atividades culturais e reuniões da Academia de Letras José de Alencar - ALJA
às
04:54:00
Nenhum comentário:
Cartelas, parafusetas, rebimbelas e a Democracia
Cliente ignorante e exigente merece explicações tolas e apressadas. Nossos ministros de vez em quando se apressam a prestar informações inadequadas a acidentes ruins, fazendo lembrar as piadas ou situações em que a “rebimboca da parafuseta” (UNICAMP) explica e até justifica orçamentos de consertos de coisas que não entendemos.
O estilo imperial da Corte pode levar alguns a convicções de onisciência, onipresença e onipotência. Esses deuses gostam da telinha dos noticiários e aparecem em momentos inadequados, querendo dizer coisas apressadas, talvez acreditando no que falam.
É também extremamente leviano julgar pessoas à distância.
De qualquer forma somos obrigados a criticar, até ofender cidadãos quando os vemos ou ouvimos dizendo besteiras ou improvisações mal feitas. Talvez as intervenções ministeriais desastradas, normalmente algumas horas após o desastre, sejam consequências da disposição de se retirar da mídia temas que denunciem erros crassos, falhas de administração.
A ofensa é proporcional ao cargo e ao grau de entendimento do cidadão, que ouve as explicações. Pior ainda é a dúvida em relação à capacidade de nossas altas autoridades. Se elas não entendem o que fazem, quem nomearão para cargos intermediários?
Tivemos eleições, quais foram os critérios do povo ao escolher os candidatos?
Nosso sistema é presidencialista, parlamentarista ou alguma forma com estilo Frankenstein? Parece estar pelo padrão assustador desse personagem que já teve até comédia de Mel Brooks (O Jovem Frankenstein).
É pouco provável que a maioria absoluta do povo brasileiro elegeu seus representantes no Parlamento pensando na administração do país. Essa qualificação, de modo geral, recai sobre a votação para prefeito, governador e presidente da República. Não aceitamos tranquilamente as negociações partidárias. Quando sabemos que o governo é o resultado de acordos políticos sentimo-nos traídos, pois esses acordos não são evidentes, registrados em cartório, nada transparentes. Pior ainda é imaginar a qualidade de alguns ministérios...
Descobriremos as piores razões, se acontecerem dentro de acordos mal intencionados, se algo delituoso acontecer e alguém denunciar, após inquéritos policiais e se a Mídia quiser e puder publicar após alguns anos (precisamos de muitos “se” em sequência). Os escândalos passados ensinaram muito.
Precisamos readquirir a confiança na Democracia. Se o período militar tivesse alcançado um sucesso um pouco maior, os brasileiros não teriam (atualmente) pejo em se declarar simpáticos aos militares que nos governaram. Erraram, fizeram besteiras e assim a nação aplaudiu a redemocratização. As desilusões, contudo, não demoraram. Ninguém imaginava a morte de Tancredo Neves antes mesmo de tomar posse. A figura ruim de Sua Excia. José Sarney e a de seus sucessores aconteceram numa sequência de administrações atrapalhadas. E quando a massa se entusiasmou, decepcionou-se logo. Felizmente o Presidente Lula salvou a pátria, conseguindo terminar seus dois mandatos com tanto sucesso (apesar de momentos extremamente polêmicos) que foi sucedido por sua candidata num país machista. Ou terá sido o descrédito em relação aos líderes de oposição? Ou a tudo isso e mais alguma coisa? De qualquer jeito a paixão do povo pelo seu Presidente foi decisiva. Se isso não tivesse acontecido, dificilmente estaríamos hoje em regime democrático.
Mas vemos nossos ministros e nos perguntamos, por quê?
As catástrofes teimam em se repetir, só mudam de lugar. Os erros e apagões acontecem. Cartelas? Co2? Explosões de gasodutos? Desmanche de portos? Incompetência? Corrupção? Omissão? As explicações, via de regra, omitem nomes e atos mal feitos.
Não podemos acusar um governo que inicia de falta de capacidade. Isso seria algo de irresponsabilidade atroz. Não dá para esquecer, contudo, a cara de um ministro explicando com “cartelas” as causas de nossos infortúnios mais recentes.
Vale a analogia com os grandes acidentes que nos afetaram. As famílias das vítimas da Air France no voo 447 (Wikipédia) para Paris se contentariam com o aparecimento de algum ministro francês dizendo que tudo seria culpa de alguma placa de computador e as coisas se encerrassem por aí?
Pois é, vivemos sob apagão da racionalidade técnica, da falta de Engenharia (A formação do Engenheiro e ser Engenheiro) demolida durante anos e anos e na ausência de instrumentos eficazes de punição e compensação de erros das concessionárias e seus responsáveis.
Entregamo-nos ao “mercado” e às crônicas de gente hábil no falar e ignorante em questões técnicas. Qual foi o resultado (Cascaes, Engenharia - Economia - Educação e Brasil)?
Nunca, talvez, o Brasil tenha tido uma regressão técnica tão violenta quanto nessas décadas a partir dos anos oitenta. Perdemos competência, mergulhamos em fantasias, esquecemos nossa realidade.
Talvez por tudo isso tenha sido gratificante perceber que o Presidente Lula, ao final de seu mandato, tenha acusado os defensores de pererecas (MERGEN, 2010) pelo atraso de um túnel cuja ausência significou mortes ou lesões permanentes em muitos brasileiros. Talvez por atuação de alguns bons ministros nosso Lula mudou, avançou na forma de governar.
Alguns governantes regridem, outros evoluem, parabéns ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, concluiu seu mandato diferenciando e avaliando situações. O Brasil dos papagaios e das pererecas (Oliveira, 2010) precisa dar lugar ao Brasil dos brasileiros, que além de boas estradas, portos, aeroportos, boas escolas, energia, água, esgoto, coleta de lixo etc. precisa de bons ministros, reitores, professores, engenheiros, secretários, presidentes de estatais etc..
Cascaes
6.2.2011
Amazon Company. (s.d.). O Jovem Frankenstein. Acesso em 6 de 2 de 2011, disponível em IMDb: http://www.imdb.com/title/tt0072431/
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: A formação do Engenheiro e ser Engenheiro: http://aprender-e-ser-engenheiro.blogspot.com/
MERGEN, G. (29 de 7 de 2010). Lula diz que País não pode ficar a serviço de uma perereca. Acesso em 6 de 2 de 2011, disponível em Terra: http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4594081-EI7896,00-Lula+diz+que+Pais+nao+pode+ficar+a+servico+de+uma+perereca.html
Oliveira, N. C. (2 de 9 de 2010). Pererecas e papagaios são coisa séria. Acesso em 2011 de 2 de 2011, disponível em O Empreiteiro: http://www.oempreiteiro.com.br/index.php?page=blog.php&id=80&id_edicao=
UNICAMP, c. d. (s.d.). Rebimboca. Acesso em 6 de 2 de 2011, disponível em Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas: http://www.ic.unicamp.br/~stolfi/PUB/misc-misc/RebimbocaDaparafuseta/Rebimboca.html
Wikipédia. (s.d.). Voo Air France 447. Acesso em 6 de 20112, disponível em Wikipédia, enciclopédia livre: http://pt.wikipedia.org/wiki/Voo_Air_France_447
O estilo imperial da Corte pode levar alguns a convicções de onisciência, onipresença e onipotência. Esses deuses gostam da telinha dos noticiários e aparecem em momentos inadequados, querendo dizer coisas apressadas, talvez acreditando no que falam.
É também extremamente leviano julgar pessoas à distância.
De qualquer forma somos obrigados a criticar, até ofender cidadãos quando os vemos ou ouvimos dizendo besteiras ou improvisações mal feitas. Talvez as intervenções ministeriais desastradas, normalmente algumas horas após o desastre, sejam consequências da disposição de se retirar da mídia temas que denunciem erros crassos, falhas de administração.
A ofensa é proporcional ao cargo e ao grau de entendimento do cidadão, que ouve as explicações. Pior ainda é a dúvida em relação à capacidade de nossas altas autoridades. Se elas não entendem o que fazem, quem nomearão para cargos intermediários?
Tivemos eleições, quais foram os critérios do povo ao escolher os candidatos?
Nosso sistema é presidencialista, parlamentarista ou alguma forma com estilo Frankenstein? Parece estar pelo padrão assustador desse personagem que já teve até comédia de Mel Brooks (O Jovem Frankenstein).
É pouco provável que a maioria absoluta do povo brasileiro elegeu seus representantes no Parlamento pensando na administração do país. Essa qualificação, de modo geral, recai sobre a votação para prefeito, governador e presidente da República. Não aceitamos tranquilamente as negociações partidárias. Quando sabemos que o governo é o resultado de acordos políticos sentimo-nos traídos, pois esses acordos não são evidentes, registrados em cartório, nada transparentes. Pior ainda é imaginar a qualidade de alguns ministérios...
Descobriremos as piores razões, se acontecerem dentro de acordos mal intencionados, se algo delituoso acontecer e alguém denunciar, após inquéritos policiais e se a Mídia quiser e puder publicar após alguns anos (precisamos de muitos “se” em sequência). Os escândalos passados ensinaram muito.
Precisamos readquirir a confiança na Democracia. Se o período militar tivesse alcançado um sucesso um pouco maior, os brasileiros não teriam (atualmente) pejo em se declarar simpáticos aos militares que nos governaram. Erraram, fizeram besteiras e assim a nação aplaudiu a redemocratização. As desilusões, contudo, não demoraram. Ninguém imaginava a morte de Tancredo Neves antes mesmo de tomar posse. A figura ruim de Sua Excia. José Sarney e a de seus sucessores aconteceram numa sequência de administrações atrapalhadas. E quando a massa se entusiasmou, decepcionou-se logo. Felizmente o Presidente Lula salvou a pátria, conseguindo terminar seus dois mandatos com tanto sucesso (apesar de momentos extremamente polêmicos) que foi sucedido por sua candidata num país machista. Ou terá sido o descrédito em relação aos líderes de oposição? Ou a tudo isso e mais alguma coisa? De qualquer jeito a paixão do povo pelo seu Presidente foi decisiva. Se isso não tivesse acontecido, dificilmente estaríamos hoje em regime democrático.
Mas vemos nossos ministros e nos perguntamos, por quê?
As catástrofes teimam em se repetir, só mudam de lugar. Os erros e apagões acontecem. Cartelas? Co2? Explosões de gasodutos? Desmanche de portos? Incompetência? Corrupção? Omissão? As explicações, via de regra, omitem nomes e atos mal feitos.
Não podemos acusar um governo que inicia de falta de capacidade. Isso seria algo de irresponsabilidade atroz. Não dá para esquecer, contudo, a cara de um ministro explicando com “cartelas” as causas de nossos infortúnios mais recentes.
Vale a analogia com os grandes acidentes que nos afetaram. As famílias das vítimas da Air France no voo 447 (Wikipédia) para Paris se contentariam com o aparecimento de algum ministro francês dizendo que tudo seria culpa de alguma placa de computador e as coisas se encerrassem por aí?
Pois é, vivemos sob apagão da racionalidade técnica, da falta de Engenharia (A formação do Engenheiro e ser Engenheiro) demolida durante anos e anos e na ausência de instrumentos eficazes de punição e compensação de erros das concessionárias e seus responsáveis.
Entregamo-nos ao “mercado” e às crônicas de gente hábil no falar e ignorante em questões técnicas. Qual foi o resultado (Cascaes, Engenharia - Economia - Educação e Brasil)?
Nunca, talvez, o Brasil tenha tido uma regressão técnica tão violenta quanto nessas décadas a partir dos anos oitenta. Perdemos competência, mergulhamos em fantasias, esquecemos nossa realidade.
Talvez por tudo isso tenha sido gratificante perceber que o Presidente Lula, ao final de seu mandato, tenha acusado os defensores de pererecas (MERGEN, 2010) pelo atraso de um túnel cuja ausência significou mortes ou lesões permanentes em muitos brasileiros. Talvez por atuação de alguns bons ministros nosso Lula mudou, avançou na forma de governar.
Alguns governantes regridem, outros evoluem, parabéns ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, concluiu seu mandato diferenciando e avaliando situações. O Brasil dos papagaios e das pererecas (Oliveira, 2010) precisa dar lugar ao Brasil dos brasileiros, que além de boas estradas, portos, aeroportos, boas escolas, energia, água, esgoto, coleta de lixo etc. precisa de bons ministros, reitores, professores, engenheiros, secretários, presidentes de estatais etc..
Cascaes
6.2.2011
Amazon Company. (s.d.). O Jovem Frankenstein. Acesso em 6 de 2 de 2011, disponível em IMDb: http://www.imdb.com/title/tt0072431/
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: A formação do Engenheiro e ser Engenheiro: http://aprender-e-ser-engenheiro.blogspot.com/
MERGEN, G. (29 de 7 de 2010). Lula diz que País não pode ficar a serviço de uma perereca. Acesso em 6 de 2 de 2011, disponível em Terra: http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4594081-EI7896,00-Lula+diz+que+Pais+nao+pode+ficar+a+servico+de+uma+perereca.html
Oliveira, N. C. (2 de 9 de 2010). Pererecas e papagaios são coisa séria. Acesso em 2011 de 2 de 2011, disponível em O Empreiteiro: http://www.oempreiteiro.com.br/index.php?page=blog.php&id=80&id_edicao=
UNICAMP, c. d. (s.d.). Rebimboca. Acesso em 6 de 2 de 2011, disponível em Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas: http://www.ic.unicamp.br/~stolfi/PUB/misc-misc/RebimbocaDaparafuseta/Rebimboca.html
Wikipédia. (s.d.). Voo Air France 447. Acesso em 6 de 20112, disponível em Wikipédia, enciclopédia livre: http://pt.wikipedia.org/wiki/Voo_Air_France_447
Postado por
relatar atividades culturais e reuniões da Academia de Letras José de Alencar - ALJA
às
04:53:00
Nenhum comentário:
Marcadores:
Cartelas,
parafusetas,
rebimbelas e a Democracia
Colhendo tempestades
Passamos pela fase do desmonte do Estado. O “enxugamento” virou moda defendida por eminentes próceres do neoliberalismo e dentro das empresas privadas e estatais a ordem era demitir, aposentar, minimizar, quando muito estimulando os “colaboradores” com planos de incentivo à aposentadoria, os famosos PDVs (Plano de Demissão Voluntária). Sem critério técnico adequado as empresas perderam recursos humanos de extremo valor. Vimos, visitando concessionárias de grande porte no Brasil, abismados, o desligamento (aposentadoria intempestiva) de equipes inteiras de operação e manutenção.
A alienação de administradores onipotentes, escorados por acionistas sedentos por lucros (materiais, midiáticos, políticos) ou simplesmente alienados, desestruturou países e empresas. O caso do Estado da Flórida, nos EUA, é antológico (usando a anta em todos os seus significados). Os racionamentos entraram no cotidiano daquela unidade dos Estados Unidos da América do Norte, inibindo a onda privatizante norte americana e mostrando, para quem entende e pode enxergar o que significa esquecer o principal patrimônio de qualquer empresa, seus funcionários. Somando-se a má administração técnica ao desprezo pelas responsabilidades de uma empresa concessionária de serviços essenciais temos um potencial colossal de caos técnico e administrativo, prejuízos, acidentes...
A hostilização e a miopia continuaram a imperar, principalmente em países mais atrasados. Até o cafezinho transformou-se em vilão, o que importa é fazer programas ao gosto da mídia, a onda da moda.
Tivemos mais um apagão no Brasil, região Nordeste.
Quedas de energia são esperadas em áreas tão dependentes de poucas fontes de energia confiáveis.
O tempo de recomposição do sistema, contudo, pareceu-nos absurdo. Aliás, esse é um problema que mereceria auditorias internacionais com especialistas distantes de pressões políticas. Ver os paulistanos tanto tempo no escuro na última vez que ficaram sem energia é algo simplesmente inaceitável. Felizmente o Brasil tem na sua base, predominantemente, usinas hidrelétricas que não precisam dos imensos cuidados que uma usina termoelétrica de grande porte exige. A malha de transmissão já é grande e tudo isso deveria permitir, em poucos minutos, a normalização do atendimento a grandes grupos de consumidores.
Se ainda temos fragilidades de transmissão e transformação em torno dos grandes centros é algo que também merece investigação, mas já não é segredo, ou melhor, nunca foi. A falta de investimentos deve-se a quase três décadas perdidas no ajuste econômico e financeiro do Brasil
Supomos que os estados com agências reguladoras, secretarias de energia, universidades, Clubes de Engenharia, ONGs etc. devam ter acionado as autoridades federais em tempo hábil, ou não? A ociosidade remunerada e a simples omissão são uma praga nacional. Bons cargos são coisas que se aproveitam na praia, nos resorts, nas viagens internacionais... que país bonzinho!
Um agravante nesses momentos é a maneira como as explicações são dadas.
Se tivéssemos agora gente do padrão do eng. Aureliano Chaves certamente haveria a quem entrevistar e valer a pena ouvir. Quando vemos as reportagens feitas pelas grandes redes de TV ganhamos a convicção de que a boa Engenharia deu lugar para a demagogia, a ignorância técnica, os administradores pseudotécnicos e lideranças irresponsáveis. Como dizem besteiras!
No império da ignorância venceu a tese da redução de tarifas, simplesmente.
O desprezo pela Engenharia viabilizou soluções bonitas, mas equivocadas como, por exemplo, a excessiva concentração em órgãos federais da gestão operacional e de ampliação da oferta de energia e transmissão. A operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) precisa ser descentralizada. Algumas atribuições federais podem e devem ser regionalizadas.
E o Poder Judiciário?
Se possível a jurisprudência, o ritual de penalização das concessionárias precisa ser modificado para que os responsáveis paguem em poucos meses ao povo lesado e não a fundos difusos multas pesadas. O custo das indenizações é um indicador que pesa nas decisões dos acionistas e seus representantes nos conselhos de administração e direção das empresas.
Precisamos de tribunais técnicos e não, simplesmente, de tribunais de contas raramente preparados para analisar grandes empresas.
Mais um apagão em nossa história, que mais parece um pesadelo, mostrando que a criança cresce também no Nordeste. E suas calças estão rasgando, não foram trocadas a tempo.
Como exemplo de alienação a imagem do polo petroquímico de Aratu soltando fumaça, paralisado, sob riscos de explosões. As explicações que ouvimos demonstram, se verdadeiras, um tremendo descaso com a segurança daquele centro industrial.
Demorar horas para recompor o sistema e a ausência de fontes alternativas até em hospitais importantes ilustram a burrice ou irresponsabilidade dos seus administradores, ou mal uso de dinheiro. Empresas de água e esgoto não usam nem os seus gases para produzir energia elétrica para as suas necessidades. Os exemplos aparecem e assustam. São tão numerosos que podemos até querer sentir raiva de uma nação que aprendeu a aceitar e eleger maus governos, péssimos administradores e prioridades importadas. Afinal, vale tudo para agradar o chefe.
E daí? Nosso povo tem convivido com tantas tragédias que parece só querer descobrir qual será a próxima para ficar longe dela e não entrar para a lista dos flagelados.
Concluindo, sem querer demonstrar exaustivamente nossas teses (não é o caso nesse tipo de comunicação), o que vimos em todas as catástrofes e grandes acidentes é o resultado do desmonte de grandes empresas, da aplicação de lógicas irresponsáveis de administração e do desprezo pela boa Engenharia e seus profissionais.
Podemos terminar dizendo “quem semeia ventos colhe tempestades”.
Cascaes
5.2.2011
A alienação de administradores onipotentes, escorados por acionistas sedentos por lucros (materiais, midiáticos, políticos) ou simplesmente alienados, desestruturou países e empresas. O caso do Estado da Flórida, nos EUA, é antológico (usando a anta em todos os seus significados). Os racionamentos entraram no cotidiano daquela unidade dos Estados Unidos da América do Norte, inibindo a onda privatizante norte americana e mostrando, para quem entende e pode enxergar o que significa esquecer o principal patrimônio de qualquer empresa, seus funcionários. Somando-se a má administração técnica ao desprezo pelas responsabilidades de uma empresa concessionária de serviços essenciais temos um potencial colossal de caos técnico e administrativo, prejuízos, acidentes...
A hostilização e a miopia continuaram a imperar, principalmente em países mais atrasados. Até o cafezinho transformou-se em vilão, o que importa é fazer programas ao gosto da mídia, a onda da moda.
Tivemos mais um apagão no Brasil, região Nordeste.
Quedas de energia são esperadas em áreas tão dependentes de poucas fontes de energia confiáveis.
O tempo de recomposição do sistema, contudo, pareceu-nos absurdo. Aliás, esse é um problema que mereceria auditorias internacionais com especialistas distantes de pressões políticas. Ver os paulistanos tanto tempo no escuro na última vez que ficaram sem energia é algo simplesmente inaceitável. Felizmente o Brasil tem na sua base, predominantemente, usinas hidrelétricas que não precisam dos imensos cuidados que uma usina termoelétrica de grande porte exige. A malha de transmissão já é grande e tudo isso deveria permitir, em poucos minutos, a normalização do atendimento a grandes grupos de consumidores.
Se ainda temos fragilidades de transmissão e transformação em torno dos grandes centros é algo que também merece investigação, mas já não é segredo, ou melhor, nunca foi. A falta de investimentos deve-se a quase três décadas perdidas no ajuste econômico e financeiro do Brasil
Supomos que os estados com agências reguladoras, secretarias de energia, universidades, Clubes de Engenharia, ONGs etc. devam ter acionado as autoridades federais em tempo hábil, ou não? A ociosidade remunerada e a simples omissão são uma praga nacional. Bons cargos são coisas que se aproveitam na praia, nos resorts, nas viagens internacionais... que país bonzinho!
Um agravante nesses momentos é a maneira como as explicações são dadas.
Se tivéssemos agora gente do padrão do eng. Aureliano Chaves certamente haveria a quem entrevistar e valer a pena ouvir. Quando vemos as reportagens feitas pelas grandes redes de TV ganhamos a convicção de que a boa Engenharia deu lugar para a demagogia, a ignorância técnica, os administradores pseudotécnicos e lideranças irresponsáveis. Como dizem besteiras!
No império da ignorância venceu a tese da redução de tarifas, simplesmente.
O desprezo pela Engenharia viabilizou soluções bonitas, mas equivocadas como, por exemplo, a excessiva concentração em órgãos federais da gestão operacional e de ampliação da oferta de energia e transmissão. A operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) precisa ser descentralizada. Algumas atribuições federais podem e devem ser regionalizadas.
E o Poder Judiciário?
Se possível a jurisprudência, o ritual de penalização das concessionárias precisa ser modificado para que os responsáveis paguem em poucos meses ao povo lesado e não a fundos difusos multas pesadas. O custo das indenizações é um indicador que pesa nas decisões dos acionistas e seus representantes nos conselhos de administração e direção das empresas.
Precisamos de tribunais técnicos e não, simplesmente, de tribunais de contas raramente preparados para analisar grandes empresas.
Mais um apagão em nossa história, que mais parece um pesadelo, mostrando que a criança cresce também no Nordeste. E suas calças estão rasgando, não foram trocadas a tempo.
Como exemplo de alienação a imagem do polo petroquímico de Aratu soltando fumaça, paralisado, sob riscos de explosões. As explicações que ouvimos demonstram, se verdadeiras, um tremendo descaso com a segurança daquele centro industrial.
Demorar horas para recompor o sistema e a ausência de fontes alternativas até em hospitais importantes ilustram a burrice ou irresponsabilidade dos seus administradores, ou mal uso de dinheiro. Empresas de água e esgoto não usam nem os seus gases para produzir energia elétrica para as suas necessidades. Os exemplos aparecem e assustam. São tão numerosos que podemos até querer sentir raiva de uma nação que aprendeu a aceitar e eleger maus governos, péssimos administradores e prioridades importadas. Afinal, vale tudo para agradar o chefe.
E daí? Nosso povo tem convivido com tantas tragédias que parece só querer descobrir qual será a próxima para ficar longe dela e não entrar para a lista dos flagelados.
Concluindo, sem querer demonstrar exaustivamente nossas teses (não é o caso nesse tipo de comunicação), o que vimos em todas as catástrofes e grandes acidentes é o resultado do desmonte de grandes empresas, da aplicação de lógicas irresponsáveis de administração e do desprezo pela boa Engenharia e seus profissionais.
Podemos terminar dizendo “quem semeia ventos colhe tempestades”.
Cascaes
5.2.2011
Postado por
relatar atividades culturais e reuniões da Academia de Letras José de Alencar - ALJA
às
04:53:00
Nenhum comentário:
Marcadores:
Colhendo tempestades
O mundo da mentira
Mentir é não dizer a verdade que acreditamos existir, ter feito, pensar etc.. No relacionamento humano pode ser necessário mentir (a arte da Diplomacia que o diga), a questão é: quanto a humanidade ganha ou perde com a mentira?
Ao envelhecer, ou seja, quando vivemos muito, temos histórias e estórias.
Eu vivi e sobrevivo a 4 (quatro, mais ou menos,) constituições federais do Brasil [(As Constituições Brasileiras) (Constituições Brasileiras de 1924 a 1988)], ou seja, por ser brasileiro posso afirmar: que país instável!
Tendo alguma memória, armazenado em algum cantinho do cérebro de cada brasileiro adulto ou idoso deve existir uma quantidade enorme de dramas, histórias, cenários e “verdades” que nos confundem muito.
E a mentira?
O ato de desenvolver algum raciocínio que deveríamos negar, mas utilizamos, aparece de diversas maneiras. Em ambiente profissional, por exemplo, deixamos que nos domestiquem, padronizem. Eventualmente os abusos serão insuportáveis. Na vida social as cobranças são piores, pois nos afetam profundamente, eventualmente deformando-nos em detalhes sutis e perigosos. Os fanáticos de qualquer coisa são um exemplo disso. A espécie humana dividiu a Terra em espaços delimitados por caprichos e manias de inúmeras tribos. Quem foge da média cultural de qualquer agrupamento humano é mal visto.
Lendo e conversando descobrimos sandices incríveis. Dedicando-se a questões de gênero, Tânia (minha esposa) tem aprendido muito sobre a situação da mulher pelo mundo assim como daqueles que ousam ter opções sexuais diferentes. Os relatos que ela faz sobre a situação da garota, jovem, mulher, esposa, mãe, etc. são impressionantes.
A violência não tem limites e, o pior, graças à ignorância imposta pela censura praticada de diversas formas ou pura por ignorância, quando não simples hipocrisia, milhões de pessoas sofrem demais, são hostilizadas, agredidas e até assassinadas por motivos banais (Hobsbawm, 2007).
Nos episódios políticos estamos vendo (WikiLeaks: Nos bastidores, EUA denunciam corrupção e autoritarismo do Egito)o crescimento dos levantes populares em nações que pareciam dormir sobre diferenças milenares. Ótimo com a seguinte dúvida: seria isso o resultado do crescimento do fundamentalismo religioso? O povo não aguenta mais a corrupção? Se milhões de pessoas dizem não mais suportar ditadores corruptos e incompetentes, ótimo! Bendita coragem e disposição para mudanças. O fanatismo religioso, contudo, é assustador.
No Brasil já é impossível ignorar a desonestidade na política, só não convencemos nosso povo de que a corrupção é ruim, desnecessária, um tremendo imposto que as pessoas honestas pagam.
Mas o mundo está mudando.
O weakleaks, a mídia livre e jornalistas corajosos, lideranças eventuais e sistemas de comunicação mais eficientes assim como a atuação de algumas ONGs dedicadas à vigilância cívica começam a fazer efeito no Brasil.
A internet trouxe-nos a liberdade de comunicação. À medida que a rede se expande e ganha alternativas, torna-se impossível impedir a circulação mundial de notícias que provocam multidões.
Acreditamos que o que está acontecendo no norte da África é o resultado dessa facilidade de perceber o grau de mentira de um governo, que se perdeu ao longo dos anos. Os chefes internacionais das elites egípcias devem estar implorando a renúncia do presidente do Egito, temem que o exemplo se alastre.
Sem internet a Revolução Francesa explodiu a Europa. Perdeu-se na vaidade dos seus chefes. Os movimentos revolucionários de 1848 na Europa (A Era das Revoluções, 1789-1848) e América do Sul foram absorvidos pelas elites, sempre assustadas de perder o controle sobre as massas, como denominam a maioria absoluta da população.
Giordano Bruno, no final do século 16 (Montaldo, 1973)foi queimado com seus livros para que a Igreja Católica mantivesse seus poderes. A inquisição (Michael Baigeni, 2001) foi eficaz durante dois séculos, mas começou a se desmontar quando os livros puderam ser impressos (e não simplesmente copiados). As grandes monarquias caíram por incompetência e mútua beligerância, ou simplesmente deram maior poder ao povo. A democracia apareceu assim como os regimes totalitários, ditaduras sofisticadas e novas formas de caudilhismo.
Aqui ficamos no meio termo. Temos uma democracia suspeita e a ditadura dos poderosos, explícitos ou escondidos sob prepostos políticos... Talvez os brasileiros prefiram a lógica “me enganem que eu gosto”.
Cascaes
3.2.2011
Andrea Cabrini, R. C. (s.d.). As Constituições Brasileiras. Acesso em 3 de 2 de 2011, disponível em História Mais: http://www.historiamais.com/constituicoes.htm
Hobsbawm, E. (2007). Globalização, Democracia e Terrorismo. São Paulo: Companhia das Letras.
Hobsbawm, E. J. (2004). A Era das Revoluções, 1789-1848. (M. P. Maria Tereza Lopes Teixeira, Trad.) São Paulo: Editora Paz e Terra S/A.
Marques, J. R. (s.d.). Constituições Brasileiras de 1924 a 1988. Acesso em 3 de 2 de 2011, disponível em Westibular1: http://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:LBoBZJyOYX0J:www.vestibular1.com.br/revisao/constituicoes_1824_1988.doc+constitui%C3%A7%C3%B5es+brasileiras&hl=pt-BR&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEESiWKwi4L2deuHJl9ZVxGjijO_nzc7lE-hckpuw4u9WDLCzUZI0mSzs587x7yLs46WzpocHKu
Michael Baigeni, R. L. (2001). A Inquisição. (M. Santarrita, Trad.) Rio de Janeiro: Imago Editora.
Ponti, C. (Produtor), Montaldo, G. (Escritor), & Montaldo, G. (Diretor). (1973). Giordano Bruno [Filme Cinematográfico]. Itália.
WikiLeaks: Nos bastidores, EUA denunciam corrupção e autoritarismo do Egito. (s.d.). Acesso em 3 de 2 de 2011, disponível em UOL Notícias - Internacional: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2011/01/28/documentos-do-wikileaks-mostram-que-eua-conheciam-autoritarismo-e-violencia-no-governo-do-egito.jhtm
Ao envelhecer, ou seja, quando vivemos muito, temos histórias e estórias.
Eu vivi e sobrevivo a 4 (quatro, mais ou menos,) constituições federais do Brasil [(As Constituições Brasileiras) (Constituições Brasileiras de 1924 a 1988)], ou seja, por ser brasileiro posso afirmar: que país instável!
Tendo alguma memória, armazenado em algum cantinho do cérebro de cada brasileiro adulto ou idoso deve existir uma quantidade enorme de dramas, histórias, cenários e “verdades” que nos confundem muito.
E a mentira?
O ato de desenvolver algum raciocínio que deveríamos negar, mas utilizamos, aparece de diversas maneiras. Em ambiente profissional, por exemplo, deixamos que nos domestiquem, padronizem. Eventualmente os abusos serão insuportáveis. Na vida social as cobranças são piores, pois nos afetam profundamente, eventualmente deformando-nos em detalhes sutis e perigosos. Os fanáticos de qualquer coisa são um exemplo disso. A espécie humana dividiu a Terra em espaços delimitados por caprichos e manias de inúmeras tribos. Quem foge da média cultural de qualquer agrupamento humano é mal visto.
Lendo e conversando descobrimos sandices incríveis. Dedicando-se a questões de gênero, Tânia (minha esposa) tem aprendido muito sobre a situação da mulher pelo mundo assim como daqueles que ousam ter opções sexuais diferentes. Os relatos que ela faz sobre a situação da garota, jovem, mulher, esposa, mãe, etc. são impressionantes.
A violência não tem limites e, o pior, graças à ignorância imposta pela censura praticada de diversas formas ou pura por ignorância, quando não simples hipocrisia, milhões de pessoas sofrem demais, são hostilizadas, agredidas e até assassinadas por motivos banais (Hobsbawm, 2007).
Nos episódios políticos estamos vendo (WikiLeaks: Nos bastidores, EUA denunciam corrupção e autoritarismo do Egito)o crescimento dos levantes populares em nações que pareciam dormir sobre diferenças milenares. Ótimo com a seguinte dúvida: seria isso o resultado do crescimento do fundamentalismo religioso? O povo não aguenta mais a corrupção? Se milhões de pessoas dizem não mais suportar ditadores corruptos e incompetentes, ótimo! Bendita coragem e disposição para mudanças. O fanatismo religioso, contudo, é assustador.
No Brasil já é impossível ignorar a desonestidade na política, só não convencemos nosso povo de que a corrupção é ruim, desnecessária, um tremendo imposto que as pessoas honestas pagam.
Mas o mundo está mudando.
O weakleaks, a mídia livre e jornalistas corajosos, lideranças eventuais e sistemas de comunicação mais eficientes assim como a atuação de algumas ONGs dedicadas à vigilância cívica começam a fazer efeito no Brasil.
A internet trouxe-nos a liberdade de comunicação. À medida que a rede se expande e ganha alternativas, torna-se impossível impedir a circulação mundial de notícias que provocam multidões.
Acreditamos que o que está acontecendo no norte da África é o resultado dessa facilidade de perceber o grau de mentira de um governo, que se perdeu ao longo dos anos. Os chefes internacionais das elites egípcias devem estar implorando a renúncia do presidente do Egito, temem que o exemplo se alastre.
Sem internet a Revolução Francesa explodiu a Europa. Perdeu-se na vaidade dos seus chefes. Os movimentos revolucionários de 1848 na Europa (A Era das Revoluções, 1789-1848) e América do Sul foram absorvidos pelas elites, sempre assustadas de perder o controle sobre as massas, como denominam a maioria absoluta da população.
Giordano Bruno, no final do século 16 (Montaldo, 1973)foi queimado com seus livros para que a Igreja Católica mantivesse seus poderes. A inquisição (Michael Baigeni, 2001) foi eficaz durante dois séculos, mas começou a se desmontar quando os livros puderam ser impressos (e não simplesmente copiados). As grandes monarquias caíram por incompetência e mútua beligerância, ou simplesmente deram maior poder ao povo. A democracia apareceu assim como os regimes totalitários, ditaduras sofisticadas e novas formas de caudilhismo.
Aqui ficamos no meio termo. Temos uma democracia suspeita e a ditadura dos poderosos, explícitos ou escondidos sob prepostos políticos... Talvez os brasileiros prefiram a lógica “me enganem que eu gosto”.
Cascaes
3.2.2011
Andrea Cabrini, R. C. (s.d.). As Constituições Brasileiras. Acesso em 3 de 2 de 2011, disponível em História Mais: http://www.historiamais.com/constituicoes.htm
Hobsbawm, E. (2007). Globalização, Democracia e Terrorismo. São Paulo: Companhia das Letras.
Hobsbawm, E. J. (2004). A Era das Revoluções, 1789-1848. (M. P. Maria Tereza Lopes Teixeira, Trad.) São Paulo: Editora Paz e Terra S/A.
Marques, J. R. (s.d.). Constituições Brasileiras de 1924 a 1988. Acesso em 3 de 2 de 2011, disponível em Westibular1: http://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:LBoBZJyOYX0J:www.vestibular1.com.br/revisao/constituicoes_1824_1988.doc+constitui%C3%A7%C3%B5es+brasileiras&hl=pt-BR&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEESiWKwi4L2deuHJl9ZVxGjijO_nzc7lE-hckpuw4u9WDLCzUZI0mSzs587x7yLs46WzpocHKu
Michael Baigeni, R. L. (2001). A Inquisição. (M. Santarrita, Trad.) Rio de Janeiro: Imago Editora.
Ponti, C. (Produtor), Montaldo, G. (Escritor), & Montaldo, G. (Diretor). (1973). Giordano Bruno [Filme Cinematográfico]. Itália.
WikiLeaks: Nos bastidores, EUA denunciam corrupção e autoritarismo do Egito. (s.d.). Acesso em 3 de 2 de 2011, disponível em UOL Notícias - Internacional: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2011/01/28/documentos-do-wikileaks-mostram-que-eua-conheciam-autoritarismo-e-violencia-no-governo-do-egito.jhtm
Postado por
relatar atividades culturais e reuniões da Academia de Letras José de Alencar - ALJA
às
04:52:00
Nenhum comentário:
Marcadores:
O mundo da mentira
Assinar:
Postagens (Atom)