domingo, 9 de outubro de 2011

Idoso ou incapacitado

Recebemos e vemos inúmeros filmes mostrando pessoas idosas, a maioria absoluta desses filmes tratando a terceira idade, a melhor idade como apreciam dizer, de forma caridosa, querendo despertar sentimentos de amor e respeito.
Ótimo, precisamos desse carinho e respeito, afinal trabalhamos e lutamos para criar e manter famílias que se sucederam a partir do primeiro filho ou filha. Nessa fase inicial gradativamente assumimos responsabilidades em relação aos nossos pais, até que descansaram de vidas mais difíceis que as nossas (tempos sem vacinas, antibióticos, televisão, shoppings, luzes etc.).
Os tempos mudaram, as famílias encolheram, tornaram-se distantes e as cidades viraram autênticos pesadelos para os idosos. São feitas para atletas e o prazer de turistas. Os equipamentos e sistemas modernos exigem habilidades que não dominamos. A educação que nãos soubemos transmitir aos nossos filhos faz muita falta... Viver em grandes cidades é um desafio constante.
Quem soube escolher bem onde viver, a terceira idade é um período gratificante. Mais ainda, se aprenderam em tempo a usar alguns aparelhos modernos ajuda muito. Se transmitiram aos seus descendentes o sentimento de amor recíproco, a capacidade de respeitar e trabalhar, de agir de forma pró ativa, de serem cidadãos completos terão um paraíso em família.
Independentemente de qualquer cenário, entretanto, podemos ter uma sobrevida gratificante. Devemos lembrar que podemos muito a menos que doenças graves e debilitantes impeçam atuações eficazes. Obviamente será difícil a qualquer idoso vencer campeonatos esportivos mais duros ou estar plenamente na comunidade em que existe, repetindo, incrivelmente hostil a quem vive muito (quem mandou não ficar em casa?).
Ganhamos potencial graças à tecnologia. O mundo das ciências evolui de forma extraordinária, só falta isso chegar ao entendimento de nossas autoridades, lideranças e ao cidadão comum. Esse maravilhoso mundo novo pode, se trocar a fabricação de armamentos sofisticados e inutilidades pela criação e produção de soluções para pessoas com alguma, média ou muita deficiência, fazer do existir algo gratificante e produtivo até o último minuto de vida.
Temos muito a dar, precisamos de quem nos ouça, de gente que empreenda e de lideranças sensíveis. É de desesperar ver como desperdiçam tempo e sentir que somos a última prioridade. Que falta de inteligência! Transformar o idoso em tadinho e, se puder, em turista privilegiado, é acreditar que a inutilidade é fator de felicidade.
Sim, realmente é difícil aceitar certos valores “modernos”. Por erros nossos criamos uma sociedade frívola, irresponsável e dispersiva. Isso é ruim e estamos pagando um preço elevadíssimo. Nada, contudo, que não possa ser revertido.
Temos por desculpa o fato de que a presença numerosa de idosos e de idosas em sociedade é fato recente. A expectativa de vida aumentou muito, criando uma nova realidade. A Humanidade não estava preparada para isso. Lugar de pessoas mais velhas era em casa ou nos bares e praças, quando não em asilos e hospitais; agora não, já sentimos a presença de pessoas da terceira idade espalhadas pelas cidades, dos lugares mais ricos aos mais pobres.
Manter a saúde e algum vigor por mais tempo permite-nos repensar aposentadorias e tarefas, responsabilidades e prazeres. Os sistemas de telecomunicações, os computadores, equipamentos de aquisição de som e imagem, blogs, livros multimídia etc. facilitam militância social e política. Trabalhos que antigamente exigiam reuniões e viagens longas agora podem ser feitos virtualmente. A experiência que adquirimos nesse período de transformações tecnológicas é importante e deve ser lembrada quando se criam novas soluções, as leis da Natureza não mudaram com os chips.
Existe um espaço de trabalho inexplorado em torno de pessoas experientes que atingiram a terceira idade, o que falta é saber usá-las de forma adequada, sem os pressupostos antigos de chão de fábrica, escritórios sob vigilância etc. Se nossos gerentes modernos pensarem em resultados e todos realmente quiserem aproveitar a cultura acumulada pelos idosos, pode-se valorizá-los viabilizando oportunidades de presença profissional, social e política.
Precisamos rever filmes, programas e discursos em torno dos idosos. Não somos inúteis.

Cascaes
23.8.2011

Paz com Voz

O crescimento da criminalidade em Curitiba é alarmante. Rara é a família que não tem pelo menos um caso de violência para contar. Nós, em nossa casa, já colecionamos alguns “eventos” lamentáveis.
O resultado do declínio de uma condição de vida, que era tranquila, assusta, mais ainda quando temos familiares e tantos amigos numa cidade que já foi referência de vida saudável.
O que nos intriga é como isso aconteceu, porque se deixou chegar a esse ponto. As deficiências são flagrantes.
Há dois ou três anos fomos convidados a organizar um CONSEG na região do Portão. Como é prudente fazer, visitamos diversas autoridades e procuramos entender o que isso significaria. Desistimos quando sentimos que até quem deveria cuidar de nós tinha medo. E o povo? Desarmado continua refém de qualquer tipo de agressão.
E que agressões. Neste final de semana o noticiário trouxe notícias assustadoras. O que levaria jovens a extremos tão absurdos? Andam armados? O policiamento preventivo existe?
O Governo do Estado promete reforços e mudanças, quantos serão mortos até chegarmos a um nível razoável?
Nossa legislação não prevê ações duras contra incompetentes. Estamos sentindo na carne a falha gerencial de um setor estratégico de qualquer cidade. Ou seja, parece que para aqueles que deveriam ter corrigido o pesadelo que se configurava (até nas palavras de responsáveis pelo assunto em Curitiba, mas subordinados a quem decidia o que precisavam) a vida do povo do Estado do Paraná não era importante.
Agora corremos atrás do prejuízo, caminhamos seguindo cortejos.
Estivemos em nome do Lions (O LIONS e a Campanha Paz sem Voz é Medo) visitando a direção do Grupo Paranaense de Comunicação. A campanha “Paz sem Voz é Medo” (GRPCOM) é mais do que oportuna, merecendo o apoio da sociedade organizada e de qualquer cidadão que sinta poder fazer algo a favor da segurança de nossa gente.
Vimos até em outdoors a precariedade do sistema carcerário (Falta cadeia) e os noticiários até se tornam rotineiros informando, dia a dia, o perigo de viver em Curitiba e sua RMC. Nas vilas em torno de Curitiba a população sobrevive assustada. Por quê?
Com certeza temos causas sociais e uma história que explica muito. Dos EUA encontramos no livro Freakonomics (Dubner & Levitt) um relato que pode se aplicar ao Brasil, assim como descobrimos, visitando um posto de saúde na Vila Audi, algo semelhante, ou melhor, o que significa a gravidez precoce e a deseducação (Como reduzir a gravidez precoce e a criminalidade).
Temos bons programas, com certeza o Programa Comunidade Escola (Mirante do Comunidade Escola) merece destaque. Neles vimos palestras para os pais extremamente bem feitas. Precisa, contudo, de recursos e ser ampliado. Merece ser um exemplo às escolas da rede pública e privada, pois o problema da violência e das drogas é geral, existe em todas as condições sociais.
Por tudo e na esperança de bons resultados é que aplaudimos a campanha do Grupo Paranaense de Comunicação, esperando amplo apoio da sociedade e suas lideranças.

Cascaes
24.8.2011

Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Mirante do Comunidade Escola: http://mirante-do-comunidade-escola.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). Como reduzir a gravidez precoce e a criminalidade. Fonte: Projeto Sol Nascente na Vila Audi: http://projetosolnascentevilaaudi.blogspot.com/2009/12/como-reduzir-gravidez-precoce-e.html
Cascaes, J. C. (s.d.). Falta cadeia. Fonte: Com democracia e honestidade: http://democraciaehonestidade.blogspot.com/2011/08/falta-cadeia.html
Cascaes, J. C. (s.d.). O LIONS e a Campanha Paz sem Voz é Medo. Fonte: http://lions-e-a-campanha-paz-sem-voz.blogspot.com/
Dubner, S., & Levitt, S. (s.d.). Freakonomics : O Lado Oculto e Inesperado de Tudo que nos Afeta. Campus.
GRPCOM. (s.d.). Fonte: Paz sem Voz é Medo: http://www.gazetadopovo.com.br/pazsemvozemedo/
Objetos de plástico nas praias e poluição nos rios
Há poucos anos estivemos passeando pelo Ceará. Lugar maravilhoso com um potencial turístico ilimitado. Paramos num hotel na Praia do Futuro onde o vento forte viabiliza até grupos geradores rudimentares. Na areia das praias vendiam de tudo, inclusive alimentos. Tudo, de modo geral, servido em pratos ou sacos plásticos. Com o vento forte a luta era evitar que essas embalagens e pratos saíssem voando. Entre a praia e a cidade era possível ver onde esses restos plásticos iam parar, as dunas brancas diziam o que não queríamos saber...
Em Belém do Pará, no Mercado Ver o Peso, sobre os contrafortes do muro de arrimo, lixo, pior ainda, restos de lâmpadas “econômicas”, essas com vidros cancerígenos ou algo parecido.
Em Curitiba, a tolerância total com os catadores de lixo, até o ex-presidente da República veio cumprimentá-los, permite que alguns deles façam a triagem às margens do Rio Iguaçu e de seus afluentes.
O esgoto, sem tratamento, compete aos proprietários conectarem-se à rede quando existe e, se depois de muito tempo, afagos e avisos, alguma punição, fazem de nossos rios algo morto. Situação completamente diferente do que um amigo contou do Botiatuvinha, onde ele pescava quase nas suas nascentes há poucas décadas. Aliás, eu era criança e o Sr. Foster, um senhor sapateiro que morava e trabalhava perto de nossa casa, falava com tristeza dos rios e ribeirões de Blumenau, fartamente piscosos quando ele chegou à cidade para morar.
Em Laguna a Praia do Mar Grosso tinha dunas e águas onde disputávamos com os siris um espaço na praia, como estão hoje? Onde estão as dunas?
O Farol de Santa Marta era um espetáculo, existia sobranceiro sobre uma bela colina, dominando praias de lado a lado, hoje marca um favelão de casas e barracos de turistas e pescadores de fim de semana; que descuido dos órgãos de proteção ambiental! Aliás, órgãos de controle e policiamento não faltam...
Dá mais charme cuidar do quintal dos outros.
Na Praia dos Ingleses, em Florianópolis, em 1972 saí com uns amigos para pegar siri de noite, era fácil, a praia tinha espaços e vida, hoje só falta mostrar palafitas de luxo, lixo sofisticado e esgoto especial.
Em 1980, se não nos enganamos, um amigo da SUDHERSA disse-nos que peixes carnívoros colhidos no reservatório da Usina de Foz do Areia apresentavam teor de mercúrio superior ao aceitável por entidades internacionais, a poluição chegara lá (os peixes carnívoros comem os herbívoros, são excelentes indicadores de poluição).
O Rio de Janeiro era lindo, e devia continuar sendo a Cidade Maravilhosa. O abandono de bons projetos habitacionais e a ausência de sistemas eficazes de transporte coletivo forçaram trabalhadores mais humildes a encontrar um lugar nos morros; hoje são atração turística, afinal os gringos adoram visitar coisas típicas de países atrasados, o ego deles incha.
Merecemos?
Sim, esquecemos nosso povo. Aliás, é bom procurar e ler o livro (O Imperio e os novos Bárbaros, 1991) e comparar com que estamos observando hoje em nosso Brasil tão bem situado no cassino internacional.
Nossa sobrevivência depende de um processo fortíssimo de boa educação no ensino fundamental, quando realmente contribuímos para a formação de padrões de comportamento. Aliás, com perplexidade tenho lido (facebook) manifestações dizendo que a educação é função dos pais, os professores apenas ensinam. Vamos, portanto, mudar a denominação do Ministério da Educação para Ministério do Ensino. Que ensino!
Infelizmente, contudo, somos especialistas em prestidigitação. Adoramos honrarias e rituais e esquecemos a essência dos ideais. O lixo, a poluição e a agressão ambiental que o digam, isso sem falar na miséria pura e simples.

Cascaes
13.8.2011
Rufin, J.-C. (1991). O Imperio e os novos Bárbaros. Rio de Janeiro: Distribuidora Record de Serviços de Imprensa S. A.

Cidades sensíveis e estudos de impacto ambiental

Cidades podem ser construídas e destruídas. Todos que vivem muito podem comparar as mudanças ocorridas nessas últimas décadas em lugares que eram agradáveis, alguns até referência de urbanismo, transformando-se em espaços hostis ao ser humano. Diante do crescimento de tudo, inclusive da violência, a solução pode ser viver de shopping em shopping, onde a cidade fechada ganha vida com segurança.
É compreensível que em países superpovoados as dificuldades sejam grandes. Acomodar milhões de pessoas em lugares restritos não é fácil. Nessas cidades, se suficientemente ricas, sistemas de metrô, restrições ao transporte individual e escolha criteriosa de atividades comerciais e industriais etc. vão se impondo para que todos possam sobreviver sem agressões mútuas e da Natureza, que reage a qualquer excesso.
Algo interessante, por exemplo, foi ver a localização do estádio de futebol dedicado à Copa do Mundo na França, fora de Paris, em sua região metropolitana, longe de tudo.
Vale a pena transcrever da Wikipédia:
O Stade de France é um estádio multi-uso localizado na cidade de Saint-Denis, ao norte da capital Paris, França. Foi construído no ano de 1998 (ano em que a França sediou sua segunda Copa do Mundo). O estádio tem a capacidade de abrigar 79.959 torcedores. Foram gastos 407 milhões de euros na construção... Atualmente é pouco utilizado, apenas para amistosos ...

Por outro lado vivemos relativamente próximos de um estádio de futebol, assim vemo-nos obrigados a evitar a região no entorno dessa arena em dias de jogos, quando da chegada de torcedores e na saída de turbas nem sempre amistoras. O rastro dos vândalos fica marcado até alguns dias após os clássicos... Com certeza os moradores, pessoas internadas em hospitais e até os pássaros eventualmente instalados nas árvores ao longo das avenidas sofrem com tudo isso.
As cidades têm limites e seus administradores precisam aprender a evitar tragédias. Qualquer grande empreendimento deveria ser submetido a audiências públicas, exposição de projetos, análise de saturação do sistema viário, energético, transporte coletivo, drenagem, esgotamento de águas servidas, segurança, aquecimento ambiental etc.
Os cuidados diante de instalações concentradoras de pessoas são inevitáveis e quando não acontecem chegamos às florestas de concreto, tendo, em Curitiba, como um exemplo eloquente, a região entre as avenidas Iguaçu, Getúlio Vargas, Sete de Setembro e outras avenidas que, em paralelo, mataram horizontes e formam caldeirões de mobilidade insuportável em horário de pico, isso sem contar com as torrentes de águas das chuvas onde o asfalto mais a declividade e meios fios formam autênticas corredeiras em dias de chuvas fortes. Podemos imaginar o cenário dentro de 10 anos...
Nossos vereadores, institutos de Arquitetura, Engenharia, Universidades etc. deveriam se unir para debates sinceros do que significa tudo isso. Lamentavelmente, contudo, via de regra prevalecem interesses corporativos, deixando-se o povo órfão do apoio técnico.
Com ou sem suporte técnico os habitantes das cidades têm o direito de saber com detalhes o que as grandes obras urbanas significarão em suas vidas. Quem decide deveria registrar em cartórios de fé pública o que afirmam assim como as discussões ocorridas para posteriores cobranças de responsabilidades e indenizações, se necessárias.
Fomos testemunhas de processos de degradação de grandes metrópoles. Não foi difícil perceber os efeitos de coisas anunciadas com ares de conquistas e que simplesmente mataram tudo o que na origem os fundadores dessas cidades pretendiam.
O Brasil é grande, não precisa concentrar pessoas em lugares errados. Isso deve ser embutido, entranhado, ensinado, formatado, inculcado e aprimorado na cabeça dos legisladores, agentes do Poder Público, Poder Judiciário, Ministério Público, lideranças de ONGs, mestres em universidades etc.
Precisamos refazer nosso país de forma sustentável, segura e saudável.
Nós ainda podemos.
Cascaes
13.8.2011

Meio ambiente, ecologia e amor à Natureza

Um tema sério e de paixão questionável é o “amor à Natureza”. Essa é uma questão de importância crescente, não apenas pela mudança no meio ambiente, mas até pelos reflexos na nossa própria formação. Para aumento das oportunidades de vida artificial é até necessário ter capacidade de adaptação, mas quanto? Vale a pena? Assim como um astronauta é obrigado a aprender a sobreviver dentro de sua cápsula, todos nós vamo-nos envolvendo em casulos de onde poderemos sair de forma bem diferente das borboletas.
Deformações existenciais são tão prováveis quanto aprimoramentos possíveis. A dúvida é se realmente estamos agindo de forma adequada. Para algum conforto ou temor, contudo, é bom lembrar que a qualquer momento, por um simples choque com um pequeno asteroide, a vida sobre a Terra seria tremendamente afetada, ou seja, os riscos de mudanças são permanentes e já aconteceram diversas vezes no passado. Por bem ou por mais que desejamos manter cenários teremos mudanças drásticas, até a que eliminará a vida sobre esse planeta mutável.
Com certeza a Humanidade está acordando para a importância da sustentabilidade e a vida sadia. O que é preocupante, contudo, é sentir propostas menos importantes do que simplesmente saber viver de forma coerente com as teses de preservação da Natureza.
O volume de consumo de qualquer coisa pode ser um bom indicador econômico, mas também saber viver não é simplesmente gastar e a ativação de todos é possível, dividindo-se melhor as oportunidades de trabalho e criando-se padrões de atividades adicionais, na esperança de se estar contribuindo para um aprimoramento da vida.
É importante questionar hábitos antigos e alienados em relação a tudo o que fazemos. As praias, por exemplo, eram lugares importantes para uma coleção de seres vivos que desaparecem sob os pés e sujeiras dos turistas. Como administrar essa questão? Com certeza é vital a criação de áreas especiais de preservação ambiental em lugares e em número suficientes.
Pescamos?
Impõe-se criar formas de repovoamento de espécies mais visadas pela fome humana.
E no continente, plantar o quê e onde? Criar animais de que jeito?
Nos radicalismos oportunistas temos até posturas técnicas pouco convincentes. Vale o paradoxo até hilariante de se impedir o plantio de espécimes exóticos quando somos todos exóticos, nós e praticamente tudo o que consumimos a partir da Natureza criada por nós. O tema “espécime exótico” precisa, pois, de novas definições assim como a necessidade de cuidados reais com a Natureza, pois nela estamos inseridos e com ela viveremos ou morreremos.
A Natureza é dinâmica e fazemos parte dela e com o espaço, fauna e flora em nossa volta devemos poder viver se a intenção for garantir nossa própria sobrevivência.
O desafio, contudo, é encontrar um padrão conciliatório entre nossas necessidades, desejos e limitações.

Cascaes
31.8.2011

Meio ambiente, ecologia e amor à Natureza

Um tema sério e de paixão questionável é o “amor à Natureza”. Essa é uma questão de importância crescente, não apenas pela mudança no meio ambiente, mas até pelos reflexos na nossa própria formação. Para aumento das oportunidades de vida artificial é até necessário ter capacidade de adaptação, mas quanto? Vale a pena? Assim como um astronauta é obrigado a aprender a sobreviver dentro de sua cápsula, todos nós vamo-nos envolvendo em casulos de onde poderemos sair de forma bem diferente das borboletas.
Deformações existenciais são tão prováveis quanto aprimoramentos possíveis. A dúvida é se realmente estamos agindo de forma adequada. Para algum conforto ou temor, contudo, é bom lembrar que a qualquer momento, por um simples choque com um pequeno asteroide, a vida sobre a Terra seria tremendamente afetada, ou seja, os riscos de mudanças são permanentes e já aconteceram diversas vezes no passado. Por bem ou por mais que desejamos manter cenários teremos mudanças drásticas, até a que eliminará a vida sobre esse planeta mutável.
Com certeza a Humanidade está acordando para a importância da sustentabilidade e a vida sadia. O que é preocupante, contudo, é sentir propostas menos importantes do que simplesmente saber viver de forma coerente com as teses de preservação da Natureza.
O volume de consumo de qualquer coisa pode ser um bom indicador econômico, mas também saber viver não é simplesmente gastar e a ativação de todos é possível, dividindo-se melhor as oportunidades de trabalho e criando-se padrões de atividades adicionais, na esperança de se estar contribuindo para um aprimoramento da vida.
É importante questionar hábitos antigos e alienados em relação a tudo o que fazemos. As praias, por exemplo, eram lugares importantes para uma coleção de seres vivos que desaparecem sob os pés e sujeiras dos turistas. Como administrar essa questão? Com certeza é vital a criação de áreas especiais de preservação ambiental em lugares e em número suficientes.
Pescamos?
Impõe-se criar formas de repovoamento de espécies mais visadas pela fome humana.
E no continente, plantar o quê e onde? Criar animais de que jeito?
Nos radicalismos oportunistas temos até posturas técnicas pouco convincentes. Vale o paradoxo até hilariante de se impedir o plantio de espécimes exóticos quando somos todos exóticos, nós e praticamente tudo o que consumimos a partir da Natureza criada por nós. O tema “espécime exótico” precisa, pois, de novas definições assim como a necessidade de cuidados reais com a Natureza, pois nela estamos inseridos e com ela viveremos ou morreremos.
A Natureza é dinâmica e fazemos parte dela e com o espaço, fauna e flora em nossa volta devemos poder viver se a intenção for garantir nossa própria sobrevivência.
O desafio, contudo, é encontrar um padrão conciliatório entre nossas necessidades, desejos e limitações.

Cascaes
31.8.2011

A história ensina

Dizem que na Sicília (?), nos tempos dos césares, um cobrador de impostos federais, gastando demais, para não fazer feio, decretou que o ano teria a metade dos dias normais, assim, dentro do prazo antigo fiscal teria como arrecadar mais.
Os reis, quando aprenderam a fazer moedas, logo passaram a reduzir o tamanho, peso, de suas preciosas pecinhas, podendo usá-las em profusão. O drama era a danada da inflação.
Os imperadores romanos sabiam como agradar o povo, traziam das colônias, que trabalhavam duro, os cerais que distribuíam e as feras e gladiadores para distrair o povo. Era uma maneira de distrair enquanto arrecadavam mais.
Maria Antonieta errou ao mandar jogar brioches para os franceses, faltou pão.
Com o tempo os mandatários aprimoraram suas técnicas. O fundamentalismo religioso, o racismo e a xenofobia vieram para aplacar a população. Criar inimigos, ainda que esportivos, é a forma de distrair o povo. Virou ciência política e consta de manuais de gente inteligente.
Para salvar a pátria de doenças malignas, as epidemias deixavam todos desesperados, a Europa ganhou tremendas igrejas, mosteiros e fogueiras. Para tudo isso o dinheiro era fundamental, assim vieram as indulgências e as doações...
Impostos, doenças, medos e sentimentos patrióticos sempre foram meios de se arrecadar mais. Quem não se esquece da campanha “Ouro para o Brasil” (Ouro para o bem do Brasil) da década de sessenta do século passado? Os velhos devem se lembrar disso.
O que é interessante é o desprezo dos políticos pela memória do povo. Assim alguns recursos de prestidigitação voltam de tempos em tempos. A tal da CPMF é um exemplo clássico; precisam de dinheiro para projetos malucos? Reinventem a CPMF, imposto para a saúde.
Falta dinheiro? Não, as campanhas são caríssimas e os patrocinadores precisam de retorno em relação ao que investiram em seus candidatos.
Nunca vimos uma entrevista tão sincera quanto a dada pelo ex-governador do Distrito Federal (O Dinheiro Manda) na reportagem “Arruda aponta em entrevista políticos que diz ter ajudado com dinheiro” à revista Veja em 18 de março de 2011. Simplesmente ele diz "Infelizmente, joguei o jogo da política brasileira. As empresas e os lobistas ajudam nas campanhas para terem retorno, por meio de facilidades na obtenção de contratos com o governo ou outros negócios vantajosos. Ninguém se elege pela força de suas ideias, mas pelo tamanho do bolso. É preciso de muito dinheiro para aparecer bem no programa de TV. E as campanhas se reduziram a isso", ou seja, temos no Congresso um número significativo de representantes de milionários. Só no Congresso?
Arrecadamos cada vez mais e pagamos juros extorsivos, a favor de quem? Por quê?
Que Brasil é esse? Colônia de quem?
Num dia desses uma pessoa, que admiro muito, comentou a perplexidade de seus pares com a alienação do povo.
Tivesse lido os livros de alguns pensadores talvez entendesse melhor, ou seja, a inteligência é algo eventual. Pior ainda, dentro da fobia consumista, não há salário suficiente. Trabalha-se feito doido, para quê? Comprar vinho estrangeiro e andar com roupas e carros com etiquetas do lado de fora? Andar na neve de lugares chiques? Que friagem...
Freud explica, mas não justifica. Talvez na impotência biológica adotemos fetiches que nada mais servem que anúncios de sexualidade perdida entre ruídos e gases.

Cascaes
16.9.2011
Cascaes, J. C. (s.d.). O Dinheiro Manda. Fonte: Com democracia e honestidade: http://democraciaehonestidade.blogspot.com/2011/09/httpg1.html
Fatorelli, C. (s.d.). Ouro para o bem do Brasil. Fonte: São Paulo minha cidade: http://www.saopaulominhacidade.com.br/list.asp?ID=2937

A Dívida Interna e os juros bancários e prestações

O controle do endividamento é algo sagrado e merece sempre extrema atenção. Quando a dívida cresce muito mais do que a riqueza de um país é para se ficar assustado. Estamos vendo o resultado da irresponsabilidade europeia, onde muitos países foram estimulados a investimentos de retorno duvidoso (dependiam do sucesso do turismo, por exemplo) e agora os países de onde saíram os trens da alegria cobram rigor orçamentário, querem salvar seus bancos e seguradoras e na ponta o parque industrial exportador.
No Brasil a perda de sensibilidade em relação a custos financeiros faz a fortuna de muitas empresas, de bancos a lojas.
O “freguês” gasta sem perceber o endividamento e a quantia absurda de juros que paga. Temos até lei impondo que as compras via cartão de crédito devem ser de valor igual se comparadas a débito em conta ou pagamento no final do mês. Algumas empresas ainda permitem o parcelamento “sem juros”, ou seja, que paga à vista está gastando mais do que devia e o cidadão é induzido a não prestar atenção aos custos financeiros.
Que festa, e que desculpas!
Nosso competente Banco Central onde todas as alquimias foram feitas para enfrentar o endividamento e a inflação [livro imperdível (Leitão, 2011)] acatou a sugestão dos credores, impondo ao Brasil uma lógica linear e simplória de combate à inflação. Nossos economistas parecem os médicos de meio século passado, receitavam penicilina até para dor de barriga. O medicamento exagerado acabou se tornando pouco eficaz e os antibióticos são cada vez mais fortes, necessários à medida que as doenças têm outros vírus e bactérias mais robustos...
Vendo os gráficos da dívida interna no Brasil, crescendo à medida que o Governo pega dinheiro no “mercado” para cobrir déficits ou combater a inflação ou comprar dólares etc., podemos ver que já atinge valores astronômicos em relação ao nosso PIB. O portal (Auditoria Cidadã da Dívida) merece ser visto , lido, estudado, debatido e divulgado para que não venhamos mais adiante usar a famosa frase “eu não sabia de nada”.
O mais incrível de tudo é que esse endividamento foi desnecessário. É fruto de uma lógica absurda de combate à inflação (Diaz, 2011) que só é possível porque lamentavelmente nos deixamos empolgar com os resultados do Plano Real sem muita atenção a momentos de ajustes de rotas. Afinal os juros altos são o diferencial de inúmeras empresas na luta contra a concorrência e no enriquecimento próprio. A produção e o comércio tornam-se instrumentos de ganhos financeiros, simplesmente.
O atual governo demonstra preocupação e parece sinalizar mudanças, com reações mais do que esperadas de certos setores de nossa “Economia”. Quanto maior for a sangria orçamentária, menos o Governo faz, mais fácil aos partidos de oposição elegerem seus candidatos. A maldita política não existe a favor do povo.
Felizmente temos muitas formas de comunicação, lamentavelmente também encontramos muita falta de atenção ao que realmente existe. Maravilhosamente alguns sindicatos estão acordando e mostrando que o trabalhador será a principal vítima do desgoverno.
Ainda podemos corrigir planos e caminhos, o fundamental é rever prioridades, planos e na Política Econômica não repetir os erros dos países mais ingênuos da Comunidade Europeia.

Cascaes
13.9.2011

Cidadã, O. m. (s.d.). Fonte: Auditoria Cidadã da Dívida: http://www.divida-auditoriacidada.org.br/
Diaz, P. (agosto de 2011). Dívida Pública e Interesses ocultos. Banc@arios, 06 a 07.
Leitão, M. (2011). Saga Brasileira, A longa luta de um povo por sua moeda. Rio de Janeiro: Editora Record.

Cláusulas pétreas

As constituições federais, estaduais etc. costumam trazer cláusulas pétreas (Neto). São aqueles artigos que a cultura do povo acredita que devam ser intocáveis. A nossa Constituição Federal não é diferente. Felizmente podemos até aplaudir o que se considerou intocável, se bem que alguns artigos são tacitamente ignorados, deixando-nos confusos, preocupados e até surpresos quando ficamos sabendo que deram um “jeitinho” para contornar o que foi estabelecido em 1988.
Notamos, por exemplo, que aos poucos o Brasil está sendo segmentado e se preparando para atender interesses internacionais, a Amazônia que o diga.
Não temos “pena de morte” e devemos tratar a todos com um mínimo de dignidade, mas condenamos milhões de brasileiros à morte, doenças, injustiças, à indignidade com os péssimos serviços essenciais ofertados e padrões de atenção que dependem acima de tudo da riqueza do indivíduo. Aliás, o respeito universal ao ser humano é um conceito recente na História da Humanidade, valendo mais como discurso do que na aplicação de políticas públicas.
Direitos humanos e cláusulas pétreas são utilíssimos a pessoas protegidas por boas bancas de advogados. Assim vamos descobrindo, com perplexidade, a dimensão de decisões jurídicas na defesa de malfeitores explícitos, gente que obviamente não vai a cartório declarar a própria culpa e sabe se defender até o último estágio da “Justiça”.
Outros temas mostram-se cláusulas pétreas naturais, como agora vemos o que chamam de independência do Banco Central. Um grupo de tecnocratas, que nunca passou pela validação das urnas, simplesmente decide o futuro do Brasil defendendo a moeda de inflações artificiais e esquecendo outras funções de uma instituição desta espécie.
É simplesmente inacreditável que sejamos um dos piores países do mundo pagando juros absurdos para combater uma inflação artificial cujo cálculo é afetado principalmente por tarifas de serviços públicos de péssima qualidade em torno de 70% (Diaz, 2011). Se lembrarmos que os 30% restantes acontecem também por causa dos próprios juros absurdos e decisões de Governo recentes (lei sobre o inquilinato, turbinamento de municípios para agradar a FIFA e projetos impactantes de modo geral) compreenderemos a importância de revisão de conceitos e entenderemos a disposição do atual governo de pressionar a redução dos juros que em 2010 levaram 44,93% do dinheiro do contribuinte.
Naturalmente até entre os empreendedores de sucesso vemos a defesa da agiotagem. Afinal, se conseguiram sucesso neste cenário, mudar para quê? Facilitar a vida de concorrentes?
O que incomoda é ver, por exemplo, os efeitos das enchentes de Santa Catarina e saber que os prejuízos se multiplicam em consequência da ausência de obras e ações preventivas e falta de bom governo. É terrível sentir a precariedade de nossas escolas e a ausência de infraestrutura necessária e suficiente enquanto os bancos anunciam lucros estratosféricos (Lucro 2011). Naturalmente os banqueiros reaplicam seus lucros, apropriando-se de boa parte das vidas profissionais dos brasileiros. Em tempo, para reduzir pagamentos de impostos também distribuem algum dinheiro em projetos culturais e coisas semelhantes.
Para defender os banqueiros temos economistas e acadêmicos sempre dispostos a dar entrevistas entre sorrisos marotos e caras sérias, talvez olhando o povo e pensando como os brasileiros são ingênuos...

Cascaes
12.9.2011
Diaz, P. (agosto de 2011). Dívida Pública e Interesses ocultos. Banc@arios, 06 a 07.
Lucro 2011. (s.d.). Fonte: Especial Lucro dos Bancos: http://www.feebpr.org.br/lucroban.htm
Neto, C. F. (s.d.). Cláusula Pétrea e Direitos Humanos - Verdades, Conceitos e Definições à Luz da Constituição Federal Brasileira. Fonte: Universo Jurídico: http://www.uj.com.br/publicacoes/doutrinas/4955/Clausula_Petrea_e_Direitos_Humanos_-_Verdades_Conceitos_e_Definicoes_a_Luz_da_Constituicao_Federal_Brasileira

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Projeto Robótica e o Programa Comunidade Escola

Em Curitiba temos um programa de valor incomensurável na Secretaria Municipal da Educação, o Programa Comunidade Escola (Cascaes), capaz de sobreviver com verbas homeopáticas e entusiasmo de gigantes entre seus promotores. Nele sentimos que no Ensino Fundamental os professores são mais do que simples profissionais. Tanto carinho pelos seus alunos só pode ser explicado pela extensão do sentimento de amor paternal e maternal aplicado a crianças que precisam de tudo, principalmente de amor.
Algumas escolas se destacam e nelas vemos atuações extremamente interessantes, como, por exemplo, a preparação dos alunos para um concurso de mecatrônica, algo de extremo valor para a indústria, principalmente.
Onde?
Um belo exemplo na Escola Municipal Cel. Durival Britto e Silva, que desenvolve o projeto Lego Robótica desde 2007. O nome da equipe é “CONECTADOS”. Participou dos campeonatos regionais do Paraná em 2008, 2009 (ganhando o prêmio de melhor Robô) e em 2010 conquistando o prêmio de melhor torcida, demonstrando o interesse dos colegas pelo certame, sendo que em 2010 a equipe conseguiu classificação para participar do Campeonato Brasileiro da “First Lego League” em São Paulo.
Em 2011 estão novamente se preparando para o Campeonato Regional e, quem sabe, novamente o brasileiro. Precisam de patrocínio, entretanto, para poderem ser competitivos . Fazem uma campanha para conseguirem os seguintes materiais:
• Uma câmera fotográfica e/ou uma filmadora
• Uma maleta do Robô NXT (valor estimado: R$2.600,00)
• Camisetas para a competição (valor estimado: R$432,00)
Algumas informações importantes:
O que é a FIRST Lego League (FLL)? A FLL é um programa global criado para envolver e incentivar jovens no mundo ciência e tecnologia. Com participantes entre idades de 9 e 15 anos, a FLL utiliza temas baseados em desafios para engajar os estudantes na investigação e resolução de problemas, colocando-os em contato com o mundo da engenharia Os pilares do programa são os seus valores fundamentais, os quais enfatizam: contribuir com os colegas, espírito desportista, aprendizado contínuo e envolvimento com a comunidade.
Cada desafio anual tem duas partes, o Projeto de Pesquisa e o Robô. Trabalhando em equipes de até 10 jovens, todos guiados por pelo menos um adulto, os jovens têm um curto período de tempo para:
• Criar um robô autônomo que, em 2 minutos e 30 segundos, deve executar missões pré-estabelecidas.
• Analisar, investigar, e inventar uma solução para uma dada tarefa.
• Criar uma apresentação sobre sua solução inteligente e demonstrá-la para a banca de jurados.
O ponto culminante de todo esse trabalho árduo é a participação em um evento FLL.
Os eventos FLL são muito semelhantes! Os juízes assistem aos robôs nas partidas, marcando a pontuação dos jogos. Jurados revisam as apresentações do Projeto de Pesquisa das equipes. As equipes ganham prêmios e troféus em um ambiente de muita diversão, reconhecimento e aprendizado!
No ano de 2010 o tema da pesquisa foi “transportes” e a equipe da escola apresentou um projeto sobre a segurança no cruzamento das linhas férreas. Este ano o tema é Biomedicina. Apresentarão um projeto sobre a importância do alongamento na melhoria da capacidade física dos alunos. Um engenheiro Biomédico criou um aparelho que mede a capacidade de alongamento das pessoas, tendo emprestado o aparelho para fazer as medições nos alunos e para comparações dos resultados após um programa de alongamento, que será desenvolvido na escola.
Isso existe em Curitiba, que maravilha!

Cascaes
12.9.2011

Expropriação ou dívida

O livro “Sobre a Revolução” (Arendt, 2011) trata com profundidade mais uma vez, na obra de sua autora, o que é a democracia e o processo político no mundo. Eleger a Corte é um processo complexo que ganhou um suporte caro, do qual poucos discutem sua sustentação: o marketing político, as campanhas eleitorais.
O povo brasileiro é “mão de vaca”. Doações são difíceis, o pouco que dão é extremamente festejado, serve mais para limpar consciências.
Já na campanha que fez de Jânio Quadros nosso presidente, a Revista Visão, se não nos enganamos, dizia em algum artigo que o voto custaria, cada um, em torno de 5 a 10 dólares. Gastaram uma fortuna e elegeram uma pessoa de qualidade mais do que duvidosa para governar o Brasil. O importante era o Presidente atender seus patrocinadores...
Portais nacionais informam quem doou e quanto deram para as campanhas eleitorais. É um espanto, diante de tudo isso, ver a “indignação” de brasileiros diante do comportamento dos políticos. O Jornal Gazeta do Povo (Plano Plurianual - O governo Dilma mostra a cara, 2011), felizmente mostrando que teremos dinheiro para setores importantes num país com tantos problemas sociais, não falou dos juros.
Outras reportagens, contudo, apontam para despesas estranhas, fazendo do nosso país campeão mundial em pagamento de juros e de promoção de alguns projetos que simplesmente não convencem, como o famoso TAV (TAV Brasil - Trem de Alta Velocidade), uma prioridade que não é prioridade.
Em 2010, transcrevendo da revista Banc@arios, gente que entende e sabe das coisas, “o governo destinou 44,93% de todo o seu orçamento para rolagem da dívida, seja por meio de amortização, seja refinanciamento ou para pagamentos simples de juros. Somente em juros, o Brasil gastou R$ 172 bilhões, que representou 572 vezes mais do aplicado no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que teve valor de R$ 29,9 bilhões, ou 13,13 vezes os recursos para o Programa Bolsa Família (13,1 bilhões).” (Diaz, 2011)
Podemos continuar dizendo que o governo doa anualmente em juros que ele estabelece algo em torno de 172 maracanãs novos, o equivalente a quase oito e meio milhões de casas populares ou mais de oitocentos mil ônibus escolares de grande porte ou mais de um milhão de ambulâncias a emprestadores que assim faturaram sem riscos significativos, sob a desculpa de “combater a inflação” ou pagar dívidas de empréstimos para compra de dólares furados.
Nossos credores são: 8% Empresas não-financeiras, 16% Fundos de Pensão, 21% Fundos de Investimento e 55% Bancos nacionais e estrangeiros absorvendo 44,93% do Orçamento da União (números que oscilam de acordo com decisões circunstanciais e cenários internos e externos).
Note-se que “70% da inflação vem de preços administrados pelas famosas agências reguladoras que “ao invés de regular, são reguladas” pelas grandes empresas e bancos. “O detento controla o carcereiro”” (Diaz, 2011).
Para tudo isso já se fala em novo imposto, pois a atual administração quer mostrar PACs com dinheiro novo.
Além de tudo isso existe a malversação explícita do dinheiro do contribuinte e do usuário de serviços essenciais, submetido a tarifas discutíveis.
Se a liberdade de comunicação nem sempre é responsável, ela está incomodando tremendamente corruptores e corruptos, coisas desse tipo são de domínio público.
Temos, contudo, quem defenda o clima de agiotagem amplo que se instalou no Brasil.
O processo político perverso, que entroniza prepostos de gente indiferente com a sorte do povo, é até defendido com ares de indignação quando aparece alguma alternativa que diminua o poder dos financiadores de campanhas.
Estranhamente muitos articulistas se colocam contra o financiamento público de campanhas. Por quê? Porque haveria maneiras de burlar a legislação? Sim, não há dúvida que sim, mas quanto seria isso? O TRE não teria assim, com o apoio da Polícia Federal uma maneira de reduzir influências perversas?
A democracia é uma utopia sem substituto quando preserva a liberdade e procura agradar ao povo. Nossa obrigação é aprimorá-la diante de experiências negativas e detalhes perniciosos.
Queremos governos realmente atentos às necessidades dos brasileiros, dispostos a trabalhar pela formação de uma nação saudável, feliz e livre.
O que falta?

Cascaes
5.9.2011
Arendt, H. (2011). Sobre a Revolução. São Paulo: Editora Schwarcz Ltda.
Diaz, P. (agosto de 2011). Dívida Pública e Interesses ocultos. Banc@arios, 06 a 07.
Gonçalves, A. (4 de Setembro de 2011). Plano Plurianual - O governo Dilma mostra a cara. Gazeta do Povo, p. 13.
TAV Brasil - Trem de Alta Velocidade. (s.d.). Fonte: TAV Brasil: http://www.tavbrasil.gov.br/

A Compagas e sua missão no Paraná

No milênio passado, quando eu era criança, colecionei figurinhas que vinham envolvendo balas, eram as “Figurinhas Atlas”. O que me chamava a atenção naquela época era descobrir que só duas rodovias eram asfaltadas no Brasil, a Anhanguera e a Presidente Dutra. Agora, graças à internet, sei que uma terceira rodovia não era citada, a Rio/Petrópolis (Brasil).
Quando inauguraram o asfalto na Rodovia Jorge Lacerda, em Santa Catarina, foi momento de muita festa. Nasci quando ainda pequenos barcos a vapor iam e vinham de Itajaí trazendo algumas pessoas e mercadorias e uma estrada precária unia a cidade ao litoral..
O Brasil era um país colonial exportando simplesmente madeira, minérios, café e açúcar. O professor Max nas aulas de história ou geografia do Colégio Santo Antônio, Blumenau, lamentava essa situação.
Blumenau, já despontava como um polo industrial sofrendo com a precariedade de serviços e estrutura para ser maior.
Formado vim trabalhar no Paraná, Copel. Final da década de sessenta, o Brasil começava a deslanchar industrialmente. Aqui a Companhia Paranaense de Energia Elétrica, seu nome à época, lutava para se firmar e graças à visão estratégica e ação política de seus presidentes e dos governadores do estado conseguiu formar a base do que é hoje, inclusive ampliando seu leque de ação para energia em geral, o que se consolidou com a criação da Compagas (A Compagas) em 1994, no governo de Mário Pereira, apesar de inúmeras barreiras, inclusive uma simulação para transferir sua criação para 1995.
A Compagas fazia falta, se tivesse sido formada uma década antes teria possibilitado contratos extremamente favoráveis, o preço do gás era baixíssimo. Assim como a eletrificação rural, turbinada na década de oitenta, teria oportunidade e poderia ser fundamental ao desenvolvimento da agroindústria no estado, como já é importante à indústria ceramista aqui perto da capital.
A Compagas é uma empresa estratégica e especialmente importante para o desenvolvimento do Paraná.
Vimos, ouvimos e registramos com imenso prazer a palestra de seu atual presidente, eng. Luciano Pizzatto, na Associação Paranaense de Imprensa, no encontro promovido pela FRENTE SUPRAPARTIDÁRIA DO PARANÁ PELA DEMOCRACIA, sob coordenação do jornalista Rafael de Lala, em 26 de agosto passado, sob o tema “Paraná: desenvolvimento, infra-estrutura e meio ambiente – disponibilidade de gás natural ” (Cascaes). Gostamos de perceber a sensibilidade do eng. Pizzatto à importância de ampliar a malha de gasodutos do estado. Dentro de lógica idêntica à defendida pela eletrificação rural, temos convicção de que os custos da Companhia Paranaense de Gás serão amplamente compensados pelo desenvolvimento e competitividade de um Paraná que poderá ser infinitamente mais rico se distribuir melhor insumos e criar uma infraestrutura de boa qualidade (estradas, ferrovias, portos, aeroportos, energia, saneamento básico e suporte educacional e segurança).
Apesar do tamanho da transcrição, vale copiar o que a Wikipédia diz sobre o gás natural pelo mundo para entendermos nosso atraso:
“O gás natural é conhecido pela humanidade desde os tempos da antiguidade. Em lugares onde o gás mineral era expelido naturalmente para a superfície, povos da antiguidade como Persas, Babilônicos e Gregos construíram templos onde mantinham aceso o "fogo eterno".
Um dos primeiros registros históricos de uso econômico ou socialmente aproveitável do gás natural, aparece na China, nos séculos XVIII e XIX. Os chineses utilizaram locais de escape de gás natural mineral para construir altos-fornos destinados à cerâmica e metalurgia de forma ainda rudimentar.
...Entre 1927 e 1931, já existiam mais de 10 linhas de transmissão de porte nos Estados Unidos, mas sem alcance interestadual, no final de 1930 os avanços da tecnologia já viabilizavam o transporte do gás para longos percursos... o gás natural passou a ser utilizado em grande escala por vários países, dentre os quais podemos destacar os Estados Unidos, Canadá, Japão além da grande maioria dos países Europeus, isso se deve principalmente às inúmeras vantagens econômicas e ambientais que o gás natural apresenta.”

Ou seja, enquanto o mundo avançava na utilização dessa fonte de energia, ficamos paralisados, talvez por efeito do pesadelo que foi uma crise financeira e econômica que duraram décadas no final do século passado. Acordamos com o Gasbol (viabilizando a Compagas) e agora temos o Pré-Sal e continuamos com a possibilidade de importação de gás.
O gás natural (Wikipédia) agora tem boa tecnologia de exploração, transporte e utilização.
Novas fontes de gás são identificadas, no Brasil e no exterior. Na região ártica quantidades colossais de clathrate [(Wikipédia) e (Hidrato de metano)] podem vir a ser a base energética do futuro, aproveitando-se o metano que, caso contrário, será um pesadelo ambiental.
O gás combustível possui inúmeras aplicações e sua utilização racional na matriz energética de qualquer país é uma imposição do século 21.
Concluindo, foi com imensa satisfação que percebemos a determinação e visão gerencial do presidente da Compagás. O Paraná precisa de gerentes com esse padrão.

Cascaes
4.9.2011

A Compagas. (s.d.). Fonte: Compagas - Companhia Paranaense de Gás: http://translate.googleusercontent.com/translate_c?hl=pt-BR&langpair=en|pt&rurl=translate.google.com.br&twu=1&u=http://www.compagas.com.br/index.php/web/a_compagas&usg=ALkJrhgU1-gpAD5C0g1LiyMlkHtbxtr3kA
Brasil, U. -A.-A. (s.d.). O transporte no Brasil. Fonte: Sala de Aula: http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/geografia/geografia_do_brasil/economia/brasil_transportes
Cascaes, J. C. (s.d.). Ações da Compagas no Paraná - projetos e perspectivas. Fonte: Projetos urgentes a favor do Paraná: http://projetosafavordoparana.blogspot.com/2011/08/acoes-da-compagas-no-parana-projetos-e.html
Hidrato de metano. (s.d.). Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre: http://pt.wikipedia.org/wiki/Clatrato_de_metano
Wikipédia. (s.d.). Gás natural. Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.: http://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%A1s_natural
Wikipédia, c. d. (s.d.). Arctic liberação de metano. Fonte: Wikipedia, a enciclopédia livre: http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&langpair=en|pt&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Arctic_methane_release

Funções técnicas, cargos estratégicos e tribunais técnicos.

Ainda não superamos a barreira da má influência política ou de investidores irresponsáveis em cargos estratégicos. Talvez isso nenhum país tenha conseguido. Pode-se imaginar isso diante das neuroses humanas e suas limitações. O pesadelo é proporcional ao tamanho das instalações e de riscos inerentes à sua estrutura. Descobrimos, no caso do acidente de Fukushima, que até países desenvolvidos não dominam técnicas de vigilância e gerenciamento em atividades essenciais de grande complexidade.
Isso é um assunto que mereceria uma ONU especial, alguma entidade internacional que no mínimo definisse notas e indicadores de qualidade e risco. Ficaríamos surpresos com as notas.
No Brasil constatamos o óbvio, a degradação do DNIT, por exemplo. A sensação que temos, contudo, é que por má-fé, incompetência ou ignorância o problema é infinitamente maior.
Naturalmente o que mexe com emoções é a corrupção. Temos até tribunais para analisar rituais de contratos e pagamento de contas.
Não temos tribunais técnicos.
Não existem entidades independentes e bem equipadas auditando a qualidade técnica de coisa nenhuma. As agências reguladoras são uma tremenda ilusão, verbas contingenciadas e ingerência política mataram uma ideia que poderia ser boa.
As lutas contra a inflação e a estabilização financeira do Brasil demoliram a tecnologia em todas as atividades de destaque. Faltava dinheiro para tudo. A improvisação e o desprezo pela qualidade atingiram níveis absurdos.
As empresas descobriram que gastar dinheiro com publicidade era mais eficaz do que investir em bons serviços. No Brasil vale o “engana que eu gosto”.
As seguradoras parecem que agem sem concorrência, a impressão é que a cartelização é a regra em tudo.
No Setor Elétrico ouvimos coisas espantosas, como, por exemplo, grandes transformadores queimando porque na outra ponta a empresa de transmissão resolveu aplicar de forma temerária o religamento automático. Os atrasos na entrada em operação de grandes máquinas parecem algo natural e quando o sistema cai algumas concessionárias simplesmente dão a impressão de estarem sem a proteção de “load shedding”, deixando para outras o ônus do reequilíbrio entre carga e geração.
A má qualidade das obras e o gerenciamento incompreensível desmonta portos e aeroportos sem maiores explicações e até explosão de gasoduto aconteceu sob chuvas fortes, parece piada.
O pesadelo poderá ser maior. Aliás, existe sem que as pessoas reclamem. Nossas cidades crescem sem parar, em caso extremo, contudo, que perigos a população poderá enfrentar em caso de calamidade?
As ruas e avenidas não são de borracha, por onde se deslocarão ambulâncias, carros de bombeiros, de policia e a própria população? Quais são os planos do que denominamos “Defesa Civil”? Os planejadores estão atentos? Temos até estádios de futebol no centro das cidades, pode?
Energia elétrica, exemplificando, é essencial a praticamente todas as atividades humanas. E o que vemos? Uma infinidade de ONGs dizendo besteiras monumentais em torno da transformação e produção de energia. É até compreensível que muitos desprezem seus filhos e amigos, afinal, a muitos o ser humano é a praga da Natureza...
O que é real é a fragilidade da Humanidade. Em todos os setores, da Saúde à Energia dependemos mais e mais de grandes instalações, serviços e soluções táticas e estratégicas. Quem governa isso tudo? Quais são os critérios de definição de gerentes? Como estão os nossos cursos de terceiro grau e a formação de técnicos?
Dizem que Deus é brasileiro. Quando vemos acidentes como o do bondinho de Santa Tereza a impressão que dá é que nem a estátua do Cristo Redentor consegue convencer o Grande Arquiteto do Universo de que fazer pouco das leis da Natureza pode ser um direito de algumas nações.
Acorda Brasil.

Cascaes
4.9.2011

O passado e o futuro do Brasil

Em 1988 os nossos deputados e senadores, travestidos de delegados constituintes, fizeram nossa Carta Magna ao gosto deles e do então presidente José Sarney. A empolgação do processo de redemocratização gerou imprudências que aos poucos se revelam, mais ainda diante da péssima regulamentação e jurisprudência criada na aplicação de algumas leis, decretos, regulamentos etc..
Para o pessoal de esquerda, parece-nos que bastaram as glórias do passado e o dinheiro de indenização por alguma ou muita militância, algumas tremendamente discutíveis. Os conservadores acreditaram construir um país livre e um espaço bom para a livre iniciativa. O pessoal do meio, bem, continua no meio. O resultado é um país hipercentralizado com padrões nacionais quando temos tantas diferenças.
Vivemos numa estrutura que não é presidencialista nem parlamentarista, é um frankestein pouco funcional, mas com inúmeras responsabilidades técnicas e administrativas em Brasília. Destaque-se a absurda concentração de poderes administrativos do Governo na capital federal, decidindo até sobre a qualidade e preço da energia elétrica que as empresas distribuidoras entregam nas cidades.
Como é natural num país mal feito, temos um Poder Judiciário sobrecarregado e com uma escadaria interminável de recursos e custos que não terminam nunca. Qualquer que seja o tamanho do Poder Judiciário, ele será sempre insuficiente num país que faz lei até para dar nome às ruas.
O que é interessante nesse processo mal feito é ver e procurar entender a perplexidade de brasileiros com o que acontece no ambiente político. As histórias tipo “Pedro Bó”, um personagem inesquecível de Chico Anysio, aparecem todo dia e seus atores aos poucos vão construindo muralhas entre eles e a opinião pública. Entender o quê?
Em agosto comemoramos a luta pela Copel no Paraná. Ganhamos o controle acionário da empresa, pelo menos por enquanto, os advogados do outro lado são muito bem pagos, perdemos dentro de um modelo para o Setor Elétrico que deslocou para Brasília decisões incabíveis. Inacreditavelmente a passividade de todos transferiu para a União direitos e deveres que deveriam ser dos estados, quando não dos próprios municípios.
Serviços essenciais exigem sintonia com as necessidades de seus usuários, custos e tarifas acessíveis, lógica de organização espacial, sustentabilidade etc., atenção às necessidades do povo. Que agências “mandrakes” fizeram em Brasília e capazes de governar detalhes do cotidiano de cada brasileiro? Por que essa concentração?
Grandes grupos econômicos aplaudem e agradecem, afinal é mais fácil impressionar meia dúzia de tecnocratas do que milhares deles espalhados pelo Brasil...
No passado já tivemos momentos de que nos orgulhamos a favor da participação popular, e agora? Os livros de Hannah Arendt nunca foram tão atuais, tão explicativos em relação ao que vivemos. Pensar incomoda e a vida lúdica é melhor do que a existência responsável e cheia de preocupações.
É até interessante observar nossos programas televisivos. Em horário nobre, quando, infelizmente, a família se vê “obrigada” a ligar a televisão, mostram um Brasil carioca chique que não se ornamenta com seus morros e subúrbios. De madrugada o que vale é o luxo de gente afetada.
Assim os brasileiros são educados para digerir, esperando o resultado da mega sena, os escândalos do dia seguinte babando em cima de algemas e esquecendo que tudo acontece graças a uma sequência infeliz, que construiu um país fora e sintonia com as necessidades do seu povo.
Cascaes
2.9.2011

Concursos de redação

Educar é a suprema responsabilidade que todos carregam quando podem influenciar a vida de alguém. Temos, contudo, deficiências que precisam ser corrigidas. Evidentemente pode-se muito, para o bem e para o mal. Diante de cenários ruins o maior desafio é ensinar e convencer aqueles pelos quais somos responsáveis a serem eficazes para eles e para as comunidades que frequentarem. Poucos estão preparados para tudo e assim é importante descobrir formas de compensação das nossas próprias deficiências.
Principalmente via internet e em círculos eventuais de conversa é comum ouvir alguém falar mal da juventude. Os adjetivos não são bons, alguns impublicáveis. O mais estranho é até descobrir que muitos professores e professoras não se consideram corresponsáveis pela educação dos seus alunos. Dá até para propor a mudança de denominação do Ministério da Educação para Ministério do Ensino e sucessivamente corrigir os nomes das secretarias.
Educar é algo sério que ao longo dos tempos recentes deixou de ser motivo de atenção inclusive dos principais atores, a família. As facilidades do lazer e de satisfações materiais proporcionados pela variedade incrível de brinquedos, jogos e outras diversões deram à família opções a antigas vigilâncias, que também não eram tão valorosas como os mais velhos gostam de apregoar.
Viver em grandes cidades é uma novidade para a grande maioria das pessoas se compararmos cenários de algumas décadas passadas. As drogas vieram com tudo, até pelas bondades políticas de governos que não se interessam em criar uma legislação continental para combate ao tráfico de drogas. Afinal frequentemente o próprio governo é uma droga...
Precisamos, contudo, retomar com força a disposição para mudanças positivas.
Qualquer ser humano ao nascer é equivalente a uma folha de papel em branco. Qual seja a qualidade deste papel, sobre ele pode-se escrever poesias, tratados científicos ou palavrões. O resultado final, o que será registrado e arquivado depende de pais, mestres, amigos, orientadores religiosos, profissionais e até esportivos. A dinâmica do comportamento pessoal vai sendo construída ao longo dos anos e o resultado de tudo isso é uma coleção de acidentes, incidentes e processos que extrapolam a vontade do indivíduo.
Escrever, organizar o raciocínio, pensar e materializar o que acreditamos ou podemos aceitar depende, pois, de motivação, de orientações e aulas formais e informais.
Uma estratégia de motivação ainda mal explorada e que pode ganhar corpo, se a mídia colaborar, é a promoção de concursos de redação (Cascaes). Prêmios simples ou mais caros poderiam ser ofertados aos vencedores, obviamente tudo dependendo da capacidade dos promotores, mas sempre apontando temas e lógicas positivas a favor do futuro da nossa garotada.
Encontramos concursos, algo extremamente louvável, até do Senado Federal (Lima, 2011). O desafio é motivar professores, principalmente, para aceitar e estimular seus alunos a participarem desses certames.
A fórmula existe e pode ser aprimorada. Os prêmios podem ser maiores e complementados por clubes de serviços e ONGs diversas, aproveitando resultados locais de concursos estaduais e nacionais. O ideal é que assim como o futebol fifense merece destaque (dá $$$), podemos e devemos criar instrumentos de valorização à boa educação, que, em última análise, se eficaz resultará em redução de custos em tratamentos de pessoas atingidas pelas drogas, lesionadas em acidentes de trabalho, no trânsito, em casa, inclusive, estimulando o respeito ao meio ambiente, à vida sadia, em cidadania, enfim. Cada concurso com temas diferentes ou semelhantes pode ajudar a educar.
Patrocinadores?
Nossas agências reguladoras e suas concessionárias, por exemplo, fariam muito se viabilizassem concursos como, sugerindo, “A eletricidade e os acidentes com pipas”, “O lixo que não é lixo”, “A água que não devemos desperdiçar” etc.
Assuntos e agentes não faltam, impostos pagamos muitos, o desafio é aproveitar parte disso para educar e corrigir defeitos comportamentais que cansamos de ouvir sem propostas de solução.
Nós podemos contribuir para grandes mudanças, ainda que juntando um pequeno tijolo nesse novo edifício em que nossos descendentes habitarão, trabalharão, existirão.
Os concursos de redação são importantes e devem ser usados exaustivamente.
Cascaes
31.8.2011
Cascaes, J. C. (s.d.). A importância dos concursos de redação. Fonte: Mirante da educação: http://mirante-da-educacao.blogspot.com/2011/08/importancia-dos-concursos-de-redacao.html
Lima, P. (26 de 08 de 2011). Concurso de redação do Senado tem participação de quase 20 mil escolas públicas . Fonte: Agência Senado: http://www.senado.gov.br/noticias/concurso-de-redacao-do-senado-tem-participacao-de-quase-20-mil-escolas-publicas.aspx

domingo, 15 de maio de 2011

Inclusão racional

Ser, estar, pertencer, realizar, conquistar prestígio, eis aí uma série de desafios e situações que nos acompanham durante a vida e no jogo do poder acabamos existindo em espaços que conquistamos, simplesmente. A sociedade é competitiva de diversas formas. É um processo darwiniano eventualmente cruel, mas se não existe por forças naturais ou econômicas, acabamos inventando na opção esportiva ou religiosa e outras piores.
O ser humano nasce egoísta e morre nessa condição, precisa sobreviver, dificilmente aceita a morte. Processos educativos e coercitivos procuram atenuar comportamentos piores de agressividade e valorizam a tolerância, o amor, a fraternidade. Os grupos se formam e neles sempre existirá o líder, com suas manias e preocupações.
A união fraterna, a aceitação de todos é mais eficiente quando os aparentemente mais fracos sabem lutar, defender seus direitos. A fragilidade eventual poderá se transformar numa grande força, se o indivíduo for estimulado a tanto.
Basicamente procuramos espaços junto a semelhantes.
A pessoa com deficiência eventualmente descobrirá barreiras artificiais, superáveis, desde que tenha oportunidades e esteja treinada a enfrentá-las. Essas “chances”, contudo, devem ser conquistadas. Não é boa a inclusão acrítica, aceita diante do fatalismo comportamental e exigências legais, simplesmente.
Felizmente a Tecnologia cria oportunidades poderosíssimas de desenvolvimento, sem a necessidade de se frequentar ambientes ruins. Para a pessoa com deficiência física, funcional, intelectual, sensorial e/ou financeira o Ensino a Distância (EAD) adquire um valor imensurável.
O teletrabalho é uma forma de produzir sem grandes deslocamentos. No contato humano direto nas empresas e lugares públicos, lugares de triagem, contato e espera (aeroportos, rodoviárias, guichês das concessionárias, reuniões de trabalho, balcões de contato com o público, linhas de montagem e muitos outros lugares) o desafio é para arquitetos e designers inteligentes assim como para contratadores conscientes e dispostos a cumprir a lei.
As cidades devem oferecer mobilidade segura, não apenas dentro de automóveis, mas, principalmente para aqueles que precisam usar as calçadas, o transporte coletivo, entrar e sair de prédios diversos. A segurança policial é fundamental. A boa iluminação, padrões e manutenção das calçadas, placas de trânsito, faixas para pedestres, lugares públicos e lugares de maior perigo para todos é fundamental ao estímulo a andar, caminhar, usar a cidade, ou seja, temos uma coleção de situações em que a realidade contrasta terrivelmente com o cenário desejado não só por pessoas com deficiência, mas por qualquer indivíduo que não seja rico para usufruir de privilégios caros.
A nossa realidade é cruel. Os noticiários mostram a violência contra o “povão”, como diria FHC. E precisamos de todos para construir um Brasil melhor.
Vemos, por exemplo e com pesar, a rejeição ao Ensino a Distância por pessoas que poderiam ajudar mais indicando ajustes e não simplesmente tentando demolir algo que é uma opção valiosíssima de formação profissional. Fosse outra a visão de quem decide e não haveria um brasileiro ignorante, sem profissão. Até alfabetização de adultos pode ser feita diante de computadores, a Copel que o diga. Durante anos transformou analfabetos em pessoas capazes de ler e escrever os rudimentos da nossa língua portuguesa no que denominou, eufemisticamente de “Laboratório de Informática”.
Felizmente a tecnologia e a necessidade de otimização de deslocamentos já permitem transformar prédios gigantescos de Universidades convencionais em imensos laboratórios, museus, bibliotecas, escritórios de consultores, salas de reunião ou espaços para debates presenciais, quando necessário.
A aula presencial, expositiva, é para crianças.
O EAD com salas virtuais deve dar lugar a coleções de DVDs, notebooks, pendrives etc. que, preparados com a melhor técnica e os mais competentes professores do planeta ensinem usando os melhores cenários, laboratórios e instalações de apoio, a todos, sem fronteiras, sem barreiras, em multimídia, o que precisam aprender, deixando as instalações físicas hoje perdulárias para um aproveitamento melhor, como sugerimos.
A tecnologia evoluiu tanto que até à distância é possível avaliar os alunos, deixando para exames similares ao “da Ordem” a decisão de certificar ou não o profissional.
Precisamos, contudo, investir e oferecer tudo isso de modo a se evitar a pior barreira, a financeira. A acessibilidade total ao ensino deve considerar como uma deficiência a ser superada a condição financeira do aluno. É muito menos caro para o contribuinte investir na formação de todos os brasileiros do que deixá-los nas mãos de máfias e depois gastar com tribunais, penitenciárias, policiamentos e compensar perdas materiais e humanas consequentes da atuação dos “bandidos”.
E as restrições de comunicação? Como estamos de P&D?
Talvez poucos saibam, mas existe muito dinheiro para P&D no Brasil quando as verbas do MCT não são contingenciadas a favor de saldos para se pagar juros absurdos de uma política de combate à inflação, que só conhece um remédio, aumento dos juros. Encargos setoriais capitalizando os Fundos Setoriais (Ministério da Ciência e Tecnologia, 1999) são a fonte que nossos pesquisadores podem e devem usar, não simplesmente ao gosto e capricho das concessionárias, mas no interesse da nação atual, para a vida real. É até preocupante descobrir, quando procuramos contato com decisores, saber que as prioridades esotéricas valem mais do que o dia a dia do brasileiro.
Pode-se fazer muito sem gastar fortunas.
Por exemplo, o surdo pode não falar, se não foi oralizado, porque lhe falta acima de tudo “feedback” em relação aos sons que emite. Se nossos cientistas gastassem um pouquinho dos seus valiosos tempos de P&D no desenvolvimento de interfaces sons e imagens, o deficiente auditivo aprenderia a corrigir sua voz e dominar uma língua tão complexa quanto o português. Infelizmente não conseguimos sucesso em nossas tentativas de apoio, quem sabe alguma universidade o faça e alguma outra empresa coloque no mercado um SCA (Cascaes, O SCA e o surdo na Copel) ?
Ainda lembrando a 67ª. SOEAA (67º SOEAA - Semana Oficial da Engenharia, Arquitetura e da Agronomia) em Cuiabá ficamos pensando nas novidades em gestação pelo mundo mais desenvolvido. Nesse evento, pessoas de altíssimo nível técnico deram suas opiniões sobre o futuro em médio e longo prazo. Se o conhecimento humano dobra a cada 72 horas, se em 2025 um computador poderá processar tudo o que a humanidade souber e em 2050 esse aparelho custar mil dólares, com todos os descontos possíveis teremos surpresas espantosas e soluções para muita coisa... importadas, continuaremos exportando alimentos para receber em troca soluções que poderiam ser desenvolvidas aqui?
E a Humanidade, vai usar o conhecimento científico para fazer bombas, foguetes ou traquitanas, simplesmente?
Com certeza, se a ONU, nossos sindicatos, partidos políticos ditos de “esquerda” e o povo em geral entenderem ganharemos leis trabalhistas internacionais, reduzindo o tempo de trabalho compulsório e liberando o indivíduo para atividades a seu gosto.
Com máquinas substituindo as atividades humanas teremos mais tempo para o ócio criativo, por exemplo, como cansou de falar Domenico De Masi (Masi).
Nisso tudo, por que não investir na solução dos problemas das pessoas com deficiência, no aprimoramento da vida dos idosos, na cura de doenças debilitantes?
Com certeza muita coisa deve estar acontecendo. O Dr. Romeu Sassaki (Entrevista Interativa com Romeu Kazumi Sassaki), se é que entendi bem em palestra dada em Curitiba, disse que já dispomos de mais de trinta mil soluções. Quais são? Onde estão? Quando custam? Quem produz?
Assim como temos portais de transparência deveríamos ter pelo menos um mostrando tudo isso de forma organizada, objetiva, orientativa. Um Portal Técnico para a PcD, o idoso e as pessoas com doenças debilitantes seria um maná que o Sistema S (colaboradores), por exemplo, poderia patrocinar.
E as universidades convencionais? Em Curitiba ficamos descobrindo mais e mais prédios para a ampliação das universidades federais. O que farão lá dentro? Quanto custará essa ampliação física? Quais serão os custos e os benefícios disso tudo? Estratégias de antigamente ainda são muito fortes na cabeça de pessoas que deveriam agir, pensar, trabalhar para um planeta sustentável. A Terceira Onda (Tofler, 1995) transformava adultos em autômatos diplomados, e agora que os robôs são reais, o que pode ser um profissional de nível superior?
Criamos o conceito de universidades, escolas de último grau onde as pessoas deveriam conviver, aprender mais sobre a sociedade em que existem. Vimos, em alguns casos, ambientes idílicos para alunos e professores exercerem seus trabalhos. Isso era razoável nos tempos sem rádio, televisão e internet. Agora a integração é seletiva, virtual e presencial quando necessário e interessar (a quem?).
Ou seja, podemos evitar deslocamentos. Não precisamos submeter ninguém a convivências nem sempre agradáveis, dignificantes. As cidades devem mudar, ser locais sustentáveis e não fábricas de doidos. Chega de monstrópoles e avenidas sempre insuficientes para tantos carros.
Tudo isso exige que tenhamos coragem de refazer paradigmas, de estabelecer outros padrões de convivência. Devemos acrescentar ao discurso da inclusão física o da convivência virtual ou material sob critérios racionais.
O Brasil possui espaços privilegiados. A concentração humana, contudo, impõe-se por necessidades eventualmente insuperáveis em pequenas cidades.
Conhecemos famílias que se mudaram para cidades grandes para poderem oferecer a seus filhos uma educação melhor. Com os recursos de telecomunicações isso já não é necessário, precisamos, contudo, de bons polos geradores de cultura profissional, social humana. Temos condições de oferecer, repetindo, em DVDs, Pen Drives, notebooks, PCs, CDs e até em discos de vinil aulas proferidas pelos melhores professores do mundo. As telas dos computadores, os alto falantes e os teclados, por enquanto retângulos sobre a mesa, a interface homem/escola.
A certificação a OAB nos ensinou como fazer, afinal, de novo, o que é o Exame da Ordem?
Centros de pesquisa e desenvolvimento, contudo, são mais do que necessários. É de chorar ver o nosso atraso, comparar com o que já vimos pelo mundo externo. Na X ReaTech descobrimos alguns aparelhinhos e até bengalas com sensores, criadas e fabricadas longe do Brasil e vendidas aqui a custos elevados. Isso enquanto aguentamos permanecer num ambiente extremamente barulhento e mal preparado para o idoso.
O conceito “Literatura Técnica” (Cascaes, Literatura Técnica Didática Digital - LTDD) é outra área que merece revisão total. Pode-se ter livros digitais com sons, imagens, diversas formas de acessibilidade e comunicação substituindo os livros antigos, definidos recentemente por uma lei arcaica (Livros), limitados a textos e ilustrações que mostram pouco do que deveriam dizer. Não devemos esquecer os “e-readers” portáteis com seus “e-books” (E-book), graças ao quê podemos levar bibliotecas inteiras. Já calcularam os custos de uma boa biblioteca em casa?
No mundo moderno é extremamente importante redefinir as funções e formatos das escolas, o ensino século 21, as formas de aprendizado e leitura.
Partindo da visão de que no primeiro grau temos uma extensão da casa até (extremamente importante), no segundo a preparação do jovem para ser adulto, no terceiro grau, o ensino deve estar sob responsabilidade do aluno, não do professor. Isso é possível e infinitamente mais racional do que o modelo brasileiro, que, como de costume, segue sempre atrasado em relação aos melhores polos mundiais. Quem decide, de fato, se o profissional é bom ou mal é o mercado de trabalho. Se o estudante acreditar que basta um diploma, estará muito equivocado, a menos que tenha alguém que o nomeie fantasma de algum gabinete ou seja rico por herança.
Felizmente o governo federal e alguns estaduais acordaram, trabalham para criar infovias, EAD. Aos poucos sentem que podem fazer muito usando a tecnologia. Naturalmente as corporações não enxergam isso confortavelmente. A realidade é essa, contudo.
O que dará sobrevida às nossas universidades? A especialização, a transformação em centros de P&D, de produção de material didático, de atendimento a nichos de “mercado humano”. Assim vemos, por exemplo, a validade da criação de Universidades Especiais, dedicadas aos idosos, pessoas com deficiência, superdotados etc.
O Brasil precisa sair de sua base calcificada e clássica para uma visão arrojada da educação superior. Talvez assim mude uma frase que ouvimos num seminário, em que o palestrante disse que “os estudantes entram nas universidades cheirando a leite e de lá saem fedendo a cerveja” (O que é o GFAL - Global Forum América Latina – Empresas, Universidades e Sociedade).
Temos como proposta pessoal a criação de Universidades Especiais para estudantes PcD, assim como poderia ser para outras categorias de estudantes. O fundamental é a otimização do ensino, talvez mudando tudo. A inclusão não é o principal problema e sim a especialização e produção de material didático.
Dizemos isso com base em experiências terríveis, situações que gostaríamos que não se repetissem. Afinal, felizmente, nossos filhos estão prestes a poder dispensar isso tudo. Por amor aos nossos jovens pedimos, encarecemos soluções diferentes das convencionais.
Inclusão sim, para o que viermos a fazer, pensar em tudo, resolver problemas, criar mobilidade, segurança, acessibilidade.
Para encerrar, insistindo no exemplo que nos interessa pessoalmente, o que é a LIBRAS? É uma linguagem gestual. E o Português? Uma língua complexa que diz tudo em papel e sons. Da imagem do intérprete para a telinha de computadores o esforço necessário é pequeno, é só querer e ter recursos para os desenvolvimentos necessários. Para quem tem a chave dos laboratórios e dos cofres da República é só querer. Dificilmente, contudo, isso será prioridade, o Brasil quer até fazer submarino atômico e trens de alta velocidade... Ou seja, vamos questionar, cobrar mudanças de prioridades. Sem integração e respeito por todos, nosso futuro não será muito diferente do mundo que está quebrando por erros de avaliação e opções erradas.
Sentindo o abandono em que as pessoas com deficiência se encontram, quando muito ganhando diplomas que mal utilizam diante de regras estranhas de certificação e contratação de profissionais, queremos, podemos, devemos lutar pela criação de Universidades Especiais, EAD, teletrabalho, cidades inclusivas, segurança etc.
Todos ganharão com novos conceitos de educação, urbanismo, trabalho, de vida.

Cascaes
18.4.2011

Ministério da Ciência e Tecnologia. (1999). Acesso em 1 de dezembro de 2010, disponível em Fundos Setoriais de Ciência e Tecnologia: http://www.finep.gov.br/fundos_setoriais/fundos_setoriais_ini.asp
67º SOEAA - Semana Oficial da Engenharia, Arquitetura e da Agronomia. (s.d.). Acesso em 28 de 1 de 28, disponível em Centro de Eventos do Pantanal: http://www.eventospantanal.com.br/eventov.php?id_agenda=10#3
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 28 de 1 de 2011, disponível em Ponderações Engenheirais.
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 22 de 2 de 2011, disponível em Literatura Técnica Didática Digital - LTDD: http://ltde.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). O SCA e o surdo na Copel. Fonte: O deficiente auditivo: http://surdosegentequeluta.blogspot.com/2009/05/o-sca-e-o-surdo-na-copel.html
colaboradores, W. (s.d.). Sistema S. Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_S
E-book. (s.d.). Fonte: Wikipedia, the free encyclopedia: http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:djUOPaNLzvwJ:en.wikipedia.org/wiki/E-book+e+reader+%22wikipedia%22&cd=8&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br&source=www.google.com.br
Entrevista Interativa com Romeu Kazumi Sassaki. (s.d.). Fonte: e.educaional: http://www.educacional.com.br/entrevistas/interativa/educadores_pais/entrevista016.asp
Livros, S. N. (s.d.). Lei do Livro. (S. C. Sistemas, Editor) Acesso em 8 de 12 de 2010, disponível em Portal Editorial: http://www.portaleditorial.com.br/lei.htm
Masi, D. D. (s.d.). O Ócio Criativo. Sextante.
O que é o GFAL - Global Forum América Latina – Empresas, Universidades e Sociedade. (s.d.). Fonte: Geração Sustentável: http://revistageracaosustentavel.blogspot.com/2009/11/o-que-e-o-gfal-global-forum-america.html
Tofler, A. (1995). A Terceira Onda. (J. Távora, Trad.) São Paulo: Record.

Transparência Técnica

Muitas reportagens em diversos jornais apontam falhas no ensino público, com destaque para o primeiro grau. No Paraná os problemas existem e a simples manutenção das escolas apresenta-se atrasada, lenta e pouco eficaz. Com certeza o salário dos professores e professoras está abaixo do razoável e, resumindo, existe um longo caminho até a normalização da Educação num país que até poucas décadas apresentava altas taxas de crescimento populacional.
Os hospitais, Santa Casas, estão com insuficiência de recursos.
Os médicos querem aumento de salários e a ANS impõe novos tratamentos sem deixar claro como serão pagos.
Viajar aos poucos torna-se um pesadelo, ou melhor, de poucos anos para cá tudo ficou saturado.
O Brasil se vangloria de sucessos e procura espaços internacionais, via de regra dificultados, pois estamos no quintal dos EUA.
Pedimos e ganhamos a Copa do Mundo e as Olimpíadas, a teoria é a de que isso trará riquezas para o Brasil, só falta fazer tudo o que pedem. Alguns vão ganhar muito, e o resto?
Aos poucos parece que a dengue é apenas uma questão de campanha caça mosquitos, o chato é que a doença está ficando pior.
Segurança? Sair de casa dentro de carros com vidros escurecidos e ir direto para dentro de shoppings ou ruas mais policiadas.
Alguma coisa não engrenou no ufanismo explícito de dois ou três anos passados e a realidade do corte orçamentário draconiano para 2011. Será reservar dinheiro para o futuro?
Pode ser, apesar de todas as nossas mazelas o Brasil é um país para bons investimentos, faltando tudo, é só simplificar a tremenda burocracia que nos impuseram e talvez possamos, pensando em projetos em parceria com investidores privados, transformar nosso país num canteiro de obras. O problema é, que obras?
Em planejamento podemos calcular riscos, probabilidades, benefícios prováveis, construir até modelos matemáticos para orientação de quem decide. O Setor Elétrico vive disso, pois simplesmente depende de programas de médio e longo prazo para lançar no mercado estudos, anteprojetos, editais e se preparar para administrar o que vier.
De alguma forma seria saudável se o governo em todos os níveis fosse mais preciso em suas propostas, analisasse melhor e divulgasse critérios, tivesse transparência técnica.
Falamos muito da transparência moral, ótimo, mas a transparência funcional, técnica, operacional?
Em tese talvez sejamos ignorantes, despreparados, incapazes de dialogar com os mestres e peagadês que assessoram nossos ministros, mas só evoluiremos se tivermos acesso à base de dados e às lógicas técnicas que estimulam o governo em todos os seus níveis.
Queremos deixar para nossos descendentes um Brasil melhor do que aquele que encontramos, tão confuso que só no século vinte passou por cinco constituições federais ou mais, dependendo do que entendamos como tal.
Nossas crianças crescerão num mundo global com padrões de comunicação excepcionais. Se entre as dezenas de milhões de brasileiros tivermos algumas centenas de gênios, alguns deles saberão usar as informações para ajudar nosso povo. Insistindo no sigilo, no ato de império dos eleitos, nos caprichos de quem estiver no Poder talvez estejamos preparando o Brasil para outra coleção de constituições e pondo em risco o futuro das nossas crianças.

Cascaes
18.4.2011

Brasil 2050

O Brasil, criado a partir da viagem de Pedro Alvares Cabral procurando as Índias, formou-se sob administrações típicas da época e na trincheira da eterna luta entre seres humanos querendo espaços e fortunas. Por bem ou por mal agora existe, é um dos maiores países do mundo, criado em solo tropical e subtropical, portanto muito diferente dos salvados das geleiras de 10 a 20 mil anos passados.
O desafio de fazer algo adequado à nossa realidade é grande, maior e mais perigoso ainda quando importamos paradigmas e soluções convenientes às grandes potências com todos os riscos inerentes a essa mania tupiniquim.
Felizmente o povo brasileiro é relativamente jovem e assim tem condições de construir uma nação ou confederação de nações, tudo dependendo de modelos institucionais que viermos a adotar (afinal de contas mudar a Constituição Federal é uma banalidade nesse Brasil varonil), otimizada em relação ao caldeirão de culturas e ambientes existentes em oito e meio milhões de quilômetros quadrados.
Nosso país pode muito, só não lhe é dado o direito de errar. A violência de nossos credores ao longo da história não pode ser esquecida, assim como a alienação das elites mal educadas e criadas nas facilidades da exploração brutal de seres humanos estimulados a se reproduzirem, fazerem procissões, carnaval, praticarem esportes onde alguma raiva é descarregada etc., tudo para que nada mude na vida dos senhores da terra.
O cenário mundial é um eterno laboratório e o Brasil é parte dele. Daqui, contudo, podemos aprender muito com os acertos e erros dos demais. Esses últimos anos foram tremendamente educativos, para desespero dos lobistas e grupos industriais que investiram muito em soluções agora sob suspeitas diversas.
Não podemos parar. Não precisamos, contudo, sair por aí gastando feito doido. Afinal até o petróleo sob o Pré-Sal poderá vir a ser um desastre. Temos algumas certezas. Erros e vícios colossais da Humanidade foram identificados durante o século vinte, impõe-se, portanto, evitar a repetição do que efetivamente foi ruim.
Podemos listar uma série de pontos ruins; para não ofender leitores vamos aos mais simples e aceitos pela maioria.
Sim, precisamos encontrar um equilíbrio entre nós e os demais seres vivos sobre a Terra assim como descobrir seus limites. Podemos afirmar que o mais sensato, por enquanto, é não desperdiçar, é medir o que fazemos e identificar comportamentos irresponsáveis.
Talvez exista consenso, pelo menos entre os mais desenvolvidos, sobre os Direitos Humanos. Como conciliar o indivíduo com o interesse coletivo? Um bom tema para nossos parlamentares e qualquer cidadão.
Queremos viver num estado controlado em detalhes por leis, decretos, normas, regulamentos, cartórios, carimbos etc. e vigiado e rigoroso contra aqueles que não cumprirem as regras do ser supremo entre nós?
Vamos zelar pela dignidade e criar soluções para os idosos ou simplesmente prepará-los para o outro mundo?
Devemos investir pesadamente em pesquisas que salvem pessoas, que devolvam sentidos perdidos, mobilidade e capacidade de viver integralmente?
Queremos realmente que nossos descendentes tenham um Brasil melhor?
Pensando em Brasil 2050 (Cascaes, 2011) criamos espaço para decisões sensatas e até lá a preparação para um Brasil realmente digno de ser vivido, que nos encha de orgulho e que seja visto não como o país do carnaval e do futebol, mas o melhor lugar para todos viverem.
Quais são as nossas prioridades?

Cascaes
16.4.2011

Cascaes, J. C. (12 de 1 de 2011). Acesso em 12 de 1 de 2011, disponível em Brasil 2050: http://brasil-2050.blogspot.com/

Direitos humanos ou...

A visita à X ReaTech foi frustrante. Esperava mais, principalmente uma presença ostensiva de prefeituras, do Estado de São Paulo, Governo Federal e, acima de tudo, sentir entusiasmo empresarial, inovação, cultura e determinação de todos a favor das pessoas com deficiência – PcD. Os stands, comparados com os apresentados em 2007, encolheram e o que vimos foi muito pouco do que a ciência e a tecnologia poderiam estar apresentando.
É uma feira, não um evento científico, mas nada se compara à sua dimensão no Brasil.
A ReaTech poderia ser disputada pelos centros de P&D na exibição dos trabalhos que fazem. Lá, por exemplo, deveríamos conhecer projetos financiados e apoiados pelo Governo Federal via Fundos Setoriais. Saber quais e como tiveram sucesso no aprimoramento do atendimento à PcD e, consequentemente, ao idoso, que gradativamente vê seus 5 sentidos se debilitarem e normalmente procura esconder suas limitações. Demonstrar ao povo brasileiro o bom uso (se existir) desse imposto com nome diferente embutido nas tarifas das concessionárias.
Novas e melhores próteses e lógicas deveriam existir para atender pessoas debilitadas por doenças tão violentas quanto o diabetes.
Com o tremendo e inesgotável potencial do mundo WEB e da informática em todos os seus derivativos já deveríamos dispor, com preços acessíveis, se o Governo quisesse, de próteses, carros, sistemas, enfim, que tornassem a vida de todos, inclusive das pessoas mais sadias, melhor, mais digna, inclusiva, com mobilidade e segurança.
O que terá acontecido de 2007 para cá?
O crescimento desordenado das cidades brasileiras levou a inundações de esgoto a qualquer chuva, assim o CO2 entrou em cena, devidamente apoiado por lobbies gigantescos querendo vender coisas para nós. A violência cresceu, as drogas são uma epidemia assustadora. A segurança de todos nós agora depende de tudo o que a ciência e a força bruta puderem fazer a peso de ouro, que quem pode gasta sem titubear. Chegamos ao absurdo de ver em São Paulo helicópteros serem utilizados praticamente como transporte pessoal dentro da cidade (e os engarrafamentos...).
Pior ainda é perceber nitidamente a opção lúdica da sociedade. A notícia da realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil apagou da memória de milhões de brasileiros que nosso país precisa de tudo, em todas as cidades, e não apenas nas 14 da Copa. Carece de saneamento básico, hospitais, escolas, transporte coletivo e até em alguns casos simplesmente de um pouco de brita nas ruas, sem esquecer o apavorante crescimento da dengue. Nada disso importa, exceto ver os profissionais da bola passarem um mês aqui e os mochileiros que chegarem voltarem a seus países impressionados com o que estiver pronto até lá.
Os cortes no orçamento para 2011 ilustram bem a situação do Brasil, não há necessidade de dizer mais nada. Cortes infinitesimais em relação, contudo (em termos absolutos), ao que outras nações pretendem fazer para reequilibrar a economia mundial.
Quem perdeu mais com tudo isso?
A ReaTech 2011 mostra que o truque é esfriar temas que não interessem nesse contexto político, pois se sabe muito bem que uma vitória na Copa do Mundo de 2014 será um bom reforço político (eleições) ao governo que estiver no Poder. Triste é imaginar, sendo engenheiro, que poderíamos estar muito mais avançados no atendimento àqueles que realmente precisam de nós.
O mundo precisa retomar determinação na construção de uma vida melhor para todos. A importância do ser humano é natural, afinal não somos marcianos. Não cuidando e não dando atenção às suas doenças físicas ou mentais estará construindo seres violentos, ou pelo menos infelizes diante de oportunidades perdidas.
De qualquer modo, quem puder, vá à Cidade de São Paulo e visite a ReaTech 2011. É um lugar mais para pensar que para ver.

Cascaes
15.4.2011

O vilão é o assassino?

No Brasil a educação nas escolas, primeiro grau, não era prioridade. Em tempos difíceis a lógica era “onde fizermos um estádio de futebol teremos uma vitória da ARENA (partido político)”, ou seja, optava-se pela fantasia. Alguns anos antes, estudando em Minas Gerais, os professores de qualquer nível tinham dificuldades de receber o salário pontualmente. Em alguns estados o atraso podia durar meses, principalmente nas escolas do que chamamos agora de “primeiro grau”. Obviamente em colégios mantidos por ordens religiosas a situação era diferente e em alguma outra escola maior, privatizada, provavelmente os salários não atrasavam, afinal os alunos tinham pais que pagavam mensalidades ou os próprios alunos. Com a liberação sindical muita coisa mudou, mas estamos longe do razoável.
A imprensa explora ao máximo a chacina do Realengo. Crianças foram metodicamente assassinadas por um desequilibrado mental, que estudara naquela escola.
Inimputável, criminoso, demente ou um assassino frio influenciado pelo “11 de setembro”? Teremos por aí inúmeras teses de mestrado.
Por quê tanta violência?
A Educação plena (técnica, social, comportamental) é essencial e depende de todos nós, inclusive nas eleições, optando por candidatos comprometidos com a evolução do nosso povo.
Diante da degradação em ambiente familiar, facilitada ao extremo pelas leis “modernas”, que desprezam solenemente a vida da(s) criança(s) afetada(s) pela dissolução do casal, precisamos investir pesadamente no “primeiro grau”. Nesse primeiro período de estudos é essencial que se ensine muito mais que Português, Matemática, futebol etc.. Na escola as crianças devem encontrar o que de saudável possam ter perdido em casa.
Temos ONGs, clubes de serviço e outras formas de organização. O pesadelo nesse arquipélago de instituições é a diversidade de orientações. Assim, dentro de uma visão de consenso nacional, estadual e municipal (afinal temos uma Constituição Federal), com muito critério e cuidados devemos nos integrar às escolas, procurando auxiliar seu corpo profissional a educar, acima de tudo.
Em Curitiba, por exemplo, existe o Programa Comunidade Escola [ (Cascaes, 2010) (PMC) (Vinicius Boreki, 2011)], quem o conhece? Alguém contribuiu de alguma forma para o seu sucesso? Ele acontece em seu bairro? Somos todos, adultos, responsáveis pelo futuro dos que nos sucederem em vida sobre a Terra. Infelizmente, dentro de lógicas oportunistas, parte-se da valorização excessiva do individualismo em casa e dentro de alguns ambientes externos. Esquecem que, se no RJ agora mataram crianças, as vítimas poderão ser adultos e alguns muito ricos, como aconteceu nos EUA. Precisamos reverter o quadro de alienação perigoso em que mergulhamos.
Tivemos nesses últimos anos uma ênfase total em teses importadas, agora descobrimos o resultado pior; existem outros efeitos, mas não enxergamos, não dá mídia.
Precisamos pensar, analisar e avaliar o que está acontecendo no Brasil. A alienação parece onipresente. A displicência em relação ao que acontece bem perto, nas ruas, nos bares e esquinas da vida é enorme.
Todos falam dos efeitos da internet. Por quê não usá-la intensivamente a favor de uma educação melhor [ (Cascaes, Literatura Técnica Didática Digital - LTDD) (Cascaes, Ensino a Distância Inteligente)]? Ou os grandes grupos empresariais dedicados à indústria do ensino não querem competição...
Os administradores públicos devem e podem reverter erros, nada é impossível. A questão é: querem? Sabem? Têm competência?
Enquanto grupos de trabalho e seminários acontecem, o Brasil continua campeão de reciclagem de latinhas e plantando árvores no asfalto. Reciclamos por quê? De que jeito? Só em Curitiba temos dezenas de milhares de pessoas que não estudaram, não tiveram as benesses de uma boa formação profissional, puxando carrinhos e catando lixo. Nossas árvores caem, plantadas em locais errados. Será que vendo as belas árvores de Curitiba não nos lembramos dos erros antigos, que fazem do Brasil um país mais e mais perigoso? Erramos no “antigamente”, e agora? Pão e circo?
Oportunisticamente vemos os parlamentares querendo proibir armas de fogo, como se existisse apenas isso para cometer crimes premeditados. O atropelador de bicicleteiros em Porto Alegre (Opinião sensata sobre o atropelamento de ciclistas em Porto Alegre) não premeditou, cometeu, contudo, um crime hediondo. Vamos proibir a utilização de automóveis?
Seria interessante ver, ouvir, participar de discussões permanentes, públicas, sem censura de qualquer espécie, do padrão de ensino de nossas escolas e de como deixar de ser campeão de reciclagem de latinhas, do jeito que a coisa acontece. Seria interessante ver aqui o que descobrimos na França, Bordeaux: moças uniformizadas e com carrinhos especiais coletando latinhas abandonadas, pois lá eles não precisam disso para sobreviver.
Nossa sociedade é crudelíssima. A classe média descobriu o buraco para enfiar a cabeça, os “shopping centers”, e as mais altas, quando estão no Brasil, têm seus clubes. Nos bairros das grandes cidades, quando os donos do tráfico deixam, as crianças e jovens talvez encontrem várzeas para jogar e sonhar chegar um dia a ter o padrão de vida de seus heróis.
Dá vontade de perguntar, quem são os assassinos do Realengo?

Cascaes
13.4.2011

Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 20 de 3 de 2011, disponível em Ensino a Distância Inteligente: http://eadinteligente.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 22 de 2 de 2011, disponível em Literatura Técnica Didática Digital - LTDD: http://ltde.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (2010). Fonte: Mirante do Comunidade Escola: http://mirante-do-comunidade-escola.blogspot.com/
Opinião sensata sobre o atropelamento de ciclistas em Porto Alegre. (s.d.). Fonte: Esquentadinh, por um mundo mais cool: http://esquentadinho.com/2011/02/28/opiniao-sensata-sobre-o-atropelamento-de-ciclistas-em-porto-alegre/
PMC. (s.d.). Comunidade Escola. Acesso em 2011, disponível em Secretaria da Educação - Curitiba: http://www.cidadedoconhecimento.org.br/cidadedoconhecimento/index.php?portal=527&PHPSESSID=9afb8fbc4568123cb3ba92432318e2e6
Vinicius Boreki, B. M. (13 de 4 de 2011). Falta preparo contra a violência. Gazeta do Povo, p. 4.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Obras, quantidade e qualidade

Obras, quantidade e qualidade
A propaganda oficial de Curitiba descobriu uma forma de impressionar os eleitores da capital e adjacências. Em outdoors, no portal da PMC, discursos etc. a palavra chave é o “número de obras”.
A preocupação de quem gosta de Engenharia e ciências afins é que tudo isso aconteça com a melhor técnica, dentro de planos coerentes e a perspectiva de melhorar a cidade. Lamentavelmente aqui vale quantidade sem muita atenção para os padrões de serviço, salvo algumas exceções notáveis, isso sem falar na extrema lentidão de alguns projetos importantes.
Vimos, por exemplo, com extremo pesar o recapeamento de ruas e avenidas, onde, em alguns lugares, formou-se uma valeta entre o asfalto e o meio fio. Ou seja, sem escarificação, para redução de custos e na preocupação provável de multiplicarem-se as obras, o serviço foi mal feito. De sobra criou-se uma armadilha para que anda pela cidade (pisar em falso e cair na rua) e um pequeno degrau ao final de rampas (nas esquinas) para cadeirantes.
Obrar é um verbo que pode explicar isso e outras coisas, dependendo de regionalismos e hábitos de expressão. Vale a pena ver nos dicionários para entender.
Por aqui obra-se lentamente. Assim temos trincheiras e reformas que não terminam nunca. Uma explicação possível é a execução de serviços sem projetos completos. Em Cuiabá (67º SOEAA - Semana Oficial da Engenharia, Arquitetura e da Agronomia) vimos e ouvimos, perplexos, o Dr. Cristiano Kok [ (Cristiano Kok, 2011) (Degradação de obras brasileiras e os projetos) ] dizendo da falta absurda (com alguns dados alarmantes) de atenção técnica em obras públicas (e privadas não são muito diferentes).
Sente-se que reportagens são feitas sem cuidados técnicos, fala-se de tudo menos do respeito à boa Engenharia. O problema é a dimensão e a introjeção de uma cultura irresponsável em torno de atividades essenciais, que vão da saúde à educação, do saneamento básico à energia.
Precisamos com urgência de entidades técnicas ativas, independentes e vigilantes com competência. Infelizmente nota-se que no democratismo militante muitas vezes o que vale é a simpatia e a mediocridade acaba imperando. A cooptação de lideranças técnicas é uma rotina e a segurança do nosso povo colocada em risco.
Temos já uma coleção de acidentes colossais que mereceriam permanecer na mídia até a conclusão final com detalhes dos erros e acertos de quem quer que fosse. Hidrelétricas gigantescas estão em obras com orçamentos reduzidos, só para lembrar. Alguma indústria ou empreiteira faz milagres? Utopias à parte, a visão que se impõe para aqueles que se preocupam com o futuro de todos nós é como sair do fosso que mergulhamos em diretrizes erradas.
A mídia, que agora é quantidade de obras, já foi a do preço menor. Os traumas de obras superfaturadas levaram nosso povo ao outro extremo. Na ausência de pessoas acima de qualquer suspeita e capazes de opinar sobre processos, podemos estar construindo um mundo insustentável, negativo em relação a protocolos, tratados, estatutos humanitários, física, matemática etc.
A transparência talvez passe pela obrigatoriedade de licitação de projetos com dados objetivos e exigências explícitas. Precisamos de ambientes internetianos de debate de projetos, transparência máxima etc. para que não obrem da forma pior em trabalhos de importantes para nosso povo.
E sem medo de cara feia ou discursos inflamados de quem não entende é fundamental que todos que estejam atentos ao que é feito para atender nossa população. Registrem e divulguem de todas as formas possíveis o que estiver mal feito, assim como aplaudam o que for bem feito. Felizmente agora podemos.

Cascaes
4.4.2011

Cristiano Kok. (4 de 4 de 2011). Fonte: Revista ENGENHARIA: http://www.brasilengenharia.com.br/sumario.asp?ed=601&cod=8494
67º SOEAA - Semana Oficial da Engenharia, Arquitetura e da Agronomia. (s.d.). Acesso em 28 de 1 de 28, disponível em Centro de Eventos do Pantanal: http://www.eventospantanal.com.br/eventov.php?id_agenda=10#3
Cascaes, J. C. (s.d.). Degradação de obras brasileiras e os projetos. Fonte: Ponderações engenheirais: http://pensando-na-engenharia.blogspot.com/2011/01/degradacao-de-obras-brasileiras-e-os.html

Mito e realidade

Mito e realidade
Nosso povo é passível de muitos estudos por efeito da singularidade de sua formação. Obviamente qualquer nação possui histórias próprias, mas vivemos aqui, assim para nós é mais fácil falar do Brasil.
Uma situação típica entre nós é contornar dificuldades, “dar um jeitinho”, fazer coisas “para inglês ver”. Talvez por isso tenhamos tantas leis, decretos, normas e regulamentos minuciosos e inúteis. Os constituintes, que criaram nossa atual Constituição Federal (250 artigos), exultavam a cada aprovação, talvez acreditando que nosso povo mudaria por decreto.
Para as pessoas com deficiência e os idosos, sem esquecer portadores de doenças debilitantes, a fantasia é um pesadelo. Todos gostariam que a Constituição, as leis, os decretos, as normas e regulamentos e agora os “estatutos” mudassem rapidamente o Brasil. Não é isso que acontece, ao contrário, à medida que as autoridades fecham os olhos para as transgressões vamos desmoralizando o modelo institucional e implicitamente dizendo “é para brasileiro ver”, acrescentando as frases ufanistas, entre elas a mais ridícula: nossas leis (nisso ou naquilo) são as mais modernas do mundo...
À medida que envelhecemos e vamos enxergando mais com a inteligência e menos com os olhos notamos a fragilidade de organizações, ou, cinicamente aderimos ao jogo e passamos a sentir mais alegria com os rituais, as medalhas e diplomas, ainda que saibamos ser mais um jogo de conquista de espaços do que realmente para cumprimento dos estatutos da entidade em que estejamos enquadrados.
Um tema, que em alguns ambientes é discutido, é a importância ou não das escolas especiais. Elas devem acabar? A inclusão é possível em curto prazo? As crianças, os jovens e os adultos serão respeitados, bem atendidos, integrados no primeiro grau, segundo e terceiro grau? Esse ser humano terá ambientes acolhedores? Será tratado com respeito e cobrado de forma adequada?
Defendemos a proposta da criação de universidades especiais (Cascaes). Por quê? Seria um retrocesso? Ou o melhor caminho para a inclusão real em todos os níveis?
Acreditamos, após anos de presença em escolas na condição de aluno ou de professor, que a partir do exemplo da Gallaudet University (Gallaudet University Mission and Goals) é necessário, urgentemente desejável e oportuno termos uma (pelo menos) escola de terceiro grau formando profissionais, educando mestres, criando material didático, irradiando EAD, reunindo especialistas e alunos em torno da formação do profissional PcD, para que ele, sendo realmente bem formado, possa disputar espaços com outros sem os problemas que possui.
Infelizmente vemos, com angústia, que esse tema é descartado porque a palavra oficial do Governo Federal é a inclusão e acabar com as escolas especiais. Será que essas pessoas que tomam decisões entendem, por exemplo, como é o “mundo do surdo” (Silêncio)? Acreditam em milagres ou estão fazendo belos discursos para agradar a torcida?
É bom lembrar que houve uma multiplicação extraordinária de universidades, até em fronteira para acolher estrangeiros, e para os brasileiros com deficiência, o que tem sido feito além de decretos mudando denominações dessa ou daquela condição de deficiência?
Somos o país dos discursos e dos programas contingenciados. Lamentavelmente dependemos demais de Brasília, pois a maior parte dos impostos vai e fica por lá. Ironicamente a maioria das responsabilidades estabelecidas pela Constituição Federal é dos estados e municípios. E o dinheiro? Adianta dar responsabilidade sem recursos adequados?
Uma Universidade Especial poderá, além de tudo o que dissemos, tendo o foco no desenvolvimento de soluções a favor da PcD, aproveitar melhor os fundos setoriais do MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia, 1999). A maior parte das concessionárias de serviços essenciais recolhe dinheiro destinado a pesquisas e desenvolvimento de projetos inovadores, por quê não centrar esforços a favor da pessoa com deficiência, o idoso e pessoas com doenças debilitantes? Ou dá mais voto usar esse dinheiro para o famoso “pão e circo” que todos entendem e entorpece a visão do cidadão que realmente carece de mais atenção...

Cascaes
11.4.2011

Ministério da Ciência e Tecnologia. (1999). Acesso em 1 de dezembro de 2010, disponível em Fundos Setoriais de Ciência e Tecnologia: http://www.finep.gov.br/fundos_setoriais/fundos_setoriais_ini.asp
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 28 de 12 de 2010, disponível em Universidade para os Surdos do Brasil: http://universidadeparaossurdos.blogspot.com/
Gallaudet University Mission and Goals. (s.d.). Fonte: Gallaudet University: http://www.gallaudet.edu/x20518.xml
Silêncio, C. d. (s.d.). Quem somos. Fonte: Casa de Cultura do Silêncio: http://www.casadosilencio.hpg.ig.com.br/mundo_surdo.html