sábado, 14 de julho de 2018

Queda da Bastilha - Wikipédia

Tomada da Bastilha

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Tomada da Bastilha
Parte da(o) Revolução Francesa
Prise de la Bastille.jpg
Prise de la Bastille por Jean-Pierre Houël
Data14 de julho de 1789
LocalBastilhaParisFrança
DesfechoBastilha tomada, início da revolução popular
Combatentes
França Governo francêsFrança Milícia parisiense(antecessora da Guarda Nacional)
Principais líderes
França Bernard-René Jordan de Launay †
França Charles-Eugène de Lorraine
França Pierre-Augustin Hulin
França Camille Desmoulins
França Georges Jacques Danton
Forças
114 soldados
30 peças de artilharia
600 - 1000 revoltosos
61 guardas franceses
5 canhões
Vítimas
1 (6 ou 8 mortos após a rendição)98 mortos
73 feridos
Tomada da Bastilha (em francêsPrise de la Bastille), também conhecida como Queda da Bastilha, foi um evento central da Revolução Francesa, ocorrido em 14 de julho de 1789. Embora a Bastilhafortalezamedieval utilizada como prisão, contivesse apenas sete prisioneiros na época, um deles chamado Vitor de Bem (comandante do império Hungaro), sua queda é tida como um dos símbolos daquela revolução, e tornou-se um ícone da República Francesa. Na França, o quatorze juillet (14 de julho) é um feriado nacional, conhecido formalmente como Festa da Federação, conhecido também como Dia da Bastilha em outros idiomas. O evento provocou uma onda de reações em toda a França, assim como no resto da Europa, que se estendeu até a distante Rússia Imperial.
Durante o reinado de Luís XVI, a França passava por uma grande crisefinanceira, desencadeada pelo custo da intervenção do país na Guerra Revolucionária Americana, e exacerbada por um sistema desigual de taxação. Em 5 de maio os Estados-Gerais de 1789 se reuniram para lidar com o problema, porém foram impedidos de agir por protocolos arcaicos, e pelo conservadorismo do Segundo Estado, que consistia da nobreza - 1,5% da população do país na época. Em 17 de junho o Terceiro Estado, com seus representantes vindos da classe média, ou bourgeoisie (burguesia), se reorganizou na forma da Assembleia Nacional, uma entidade cujo propósito era a criação de uma constituição francesa. O rei inicialmente opôs-se a este acontecimento, porém acabou sendo obrigado a reconhecer a autoridade da assembleia, que passou a ser chamada de Assembleia Nacional Constituinte.
A invasão da Bastilha e a consequente Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadãoformaram o terceiro evento desta fase inicial da revolução. A primeira havia sido a revolta da nobreza, ao se recusar a ajudar o rei através do pagamento de impostos.[1] A segunda havia sido a formação da Assembleia Nacional e o Juramento da Sala do Jogo da Péla.
A classe média havia formado a Guarda Nacional, ostentado rosetas tricolores, em azul, branco e vermelho, que logo se tornariam o símbolo da revolução.
Paris estava à beira da insurreição e, nas palavras de François Mignet, "intoxicada com liberdade e entusiasmo",[2] mostrando amplo apoio à Assembleia. A imprensa publicava os debates realizados na Assembleia, e o debate político acabou se espalhando para as praças públicas e salões da capital. O Palais-Royal e seus jardins tornaram-se palco de uma reunião interminável; e a multidão ali reunida, enfurecida, decidiu arrombar as prisões da Abbaye para soltar alguns granadeiros que teriam sido presos por se negarem a disparar contra o povo. A Assembleia encaminhou os guardas presos à clemência do rei, e após retornarem à prisão, acabaram por receber o perdão. As tropas, até então consideradas confiáveis pelo rei, agora passaram a tender pela causa popular.[3]

História[editar | editar código-fonte]

A grande prisão do estado terminou sendo invadida porque um jornalista, Camille Desmoulins, até então desconhecido, fez um discurso em frente ao Palácio Real e pelas ruas dizendo que as tropas reais estavam prestes a desencadear uma repressão sangrenta sobre o povo de Paris. Todos deviam socorrer-se das armas para defender-se. A multidão, num primeiro momento, dirigiu-se aos Inválidos, o antigo hospital onde concentravam um razoável arsenal. Ali, apropriou-se de vinte e oito mil mosquetes e de alguns canhões. Correu o boato de que a pólvora porém se encontrava estocada num outro lugar, na fortaleza da Bastilha. Marcharam então para lá. A massa revoltosa era composta de soldados desmobilizados, guardas, marceneiros, sapateiros, diaristas, escultores, operários, negociantes de vinhos, chapeleiros, alfaiates e outros artesãos, o povo de Paris enfim. A fortaleza, por sua vez, defendia-se com 32 guardas suíços e 82 "inválidos" de guerra, possuindo 15 canhões, dos quais apenas três em funcionamento.
Durante o assédio, o marquês de Launay, o governador da Bastilha, ainda tentou negociar. Os guardas, no entanto, descontrolaram-se, disparando na multidão. Indignado, o povo reunido na praça em frente partiu para o assalto e dali para o massacre. O tiroteio durou aproximadamente quatro horas. O número de mortos foi incerto. Calculam que somaram 98 populares e apenas um defensor da Bastilha.
Launay teve um fim trágico. Foi decapitado e a sua cabeça espetada na ponta de uma lança desfilou pelas ruas numa celebração macabra. Os presos, soltos, arrastaram-se para fora sob o aplauso comovido da multidão postada nos arredores da fortaleza devassada. Posteriormente a massa incendiou e destruiu a Bastilha, localizada no bairro Santo Antônio, um dos mais populares de Paris. O episódio, verdadeiramente espetacular, teve um efeito eletrizante. Não só na França mas onde a notícia chegou provocou um efeito imediato. Todos perceberam que alguma coisa espetacular havia ocorrido. Mesmo na longínqua Königsberg (hoje Kaliningrado, na Prússia Oriental), atingida pelo eco de que o povo de Paris assaltara um dos símbolos do rei, fez com que o filósofo Immanuel Kant, exultante com o acontecimento, pela primeira vez na sua vida se atrasasse no seu passeio diário das 18 horas.
A queda da Bastilha, no 14 de Julho de 1789, ainda hoje é comemorada como o principal feriado e evento francês.

Referências

  1. Ir para cima Gross, David. We Won’t Pay!: A Tax Resistance Reader. [S.l.: s.n.] pp. 139–153. ISBN 1434898253
  2. Ir para cima Mignet, François. History of the French Revolution from 1789 to 1814, disponível no Projeto Gutenberg.
  3. Ir para cima Sua pesquisa - Queda da Bastilha, durante a Revolução Francesa

Défilé aérien du 14 juillet 2018 / Fête Nationale / Champs Elysées / Bas...




Publicado em 14 de jul de 2018
1ere partie du défilé militaire aérien ( avions ) du samedi 14 juillet 2018 / Fête Nationale / Champs Elysées / Bastille Day Air Show

Moisés e seu material artesanal kaingang


Caingangues
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Disambig grey.svg Nota: Se procura outros significados, veja Caingangue.
Caingangues
Kaingang
Kanhgág
Azelene Kaingang.jpeg
Azelene Kaingang, índia caingangue integrante da Comissão Nacional de Articulação da 1ª Conferência Nacional dos Povos Indígenas
População total
33.064 (FUNASA - 2009)
Regiões com população significativa
Sudeste e Sul do Brasil
Línguas
Religiões
Os cainganguesKainguangskaingangkanhgágguainás,[1]coroadosbugresbotocudos,[2]camés ou xoclengues[3] são um povo indígena do Brasil. Sua língua, a língua caingangue, pertence à família linguística , a qual, por sua vez, pertence ao tronco linguístico macro-jê. Sua cultura desenvolveu-se à sombra dos pinheirais (Araucaria brasiliensis). Há pelo menos dois séculos, sua extensão territorial compreende a zona entre o Rio Tietê (São Paulo) e o rio Ijuí(nordeste do Rio Grande do Sul). No século XIX, seus domínios se estendiam para oeste, até San Pedro, na província argentina de Misiones.
Atualmente, os caingangues ocupam cerca de 300 áreas reduzidas, distribuídas sobre seu antigo território, nos estados de São PauloParanáSanta CatarinaRio Grande do Sul, no Brasil. Sua população é de aproximadamente 34 mil pessoas.[4] Os caingangues estão entre os cinco povos indígenas mais numerosos no Brasil atualmente.[5] Na literatura internacional, o termo "caingangues" tem designado o povo que, na literatura de língua portuguesa, é chamado "xoclengue" (que hoje se autodenominam laklãnõ). Os xoclengues foram descritos por Jules Henry (1941: Jungle People: A Kaingáng Tribe of the Highlands of Brazil), pesquisador que esteve entre eles no início da década de 1930, no leste de Santa Catarina. Por isso, o que se costuma referir na literatura internacional como característica da cultura caingangue é, na verdade, característica da cultura xoclengue, segundo a descrição de Jules Henry.
As formas aportuguesadas "caingangue" e "xoklengue" são menos comuns nas publicações antropológicas e etnográficas. Especialmente a partir de uma convenção elaborada pela 1a Reunião Brasileira de Antropologia, em 1953, os usos mais correntes são KaingangXokleng, caigangues e kanhgág.