quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Leituras fantásticas

Uma grande vantagem da aposentadoria, apesar de todas as dificuldades inerentes à idade, é poder ler, estudar, pensar sem a preocupação financeira, do trabalho compulsório sob diversas razões. Ganhamos liberdade com a idade, quando amparada por uma pensão necessária e suficiente aos remédios, próteses e pequenos luxos que conquistamos.
De uma maneira ou de outra, afinal em grandes cidades, pelo menos nelas, existem boas bibliotecas, onde podemos sentar a alguma mesa e ler tranquilamente o que desde jovens sonhávamos ter em mãos para estudos sem finalidades lucrativas.
Com um pouco de sorte talvez escapemos das leituras de terror, dos livros assustadores feitos para disciplinar selvagens e que prometiam infernos a quem pecou, ou seja, não fez o que os sacerdotes determinavam. Aliás, templos, rituais, sacrifícios, paramentos, etc. foram inventados para submeter povos à vontade de um chefe material e outro espiritual, esse outro como aval de tudo que o material fazia. Com a laicização do Estado temos outras formas de aliciamento... esperamos ampliar a liberdade de leitura.
É bom, portanto, poder ler (e agir) sem medo de perder o emprego ou desagradar os caciques. O idoso até pode ser chato, impertinente, afinal, na opinião de multidões, são velhos caquéticos.
E os bons livros?
Em nossos tempos século 21 o volume de obras literárias e científicas cresce exponencialmente. Dizem que o conhecimento humano dobra a cada 72 horas e que em torno de três mil livros são publicados diariamente. Maravilha!
Melhor ainda, desenvolvem sistemas de produção, de transmissão e leitura de livros que independerão de prateleiras e estantes em livrarias, normalmente cheias de livros infantis, ou melhor, de livros de gosto popular, inúteis para quem aprecia pensar e aprender algo que preste.
Os “e-books”, usando mais esse anglicismo, eles merecem o respeito, vêm com tudo. Assim não precisaremos gastar com armários de madeira, matéria prima também dos livros convencionais, metros quadrados mais e mais caros de construção, não teremos crises de alergia ao abrir volumes antigos e poderemos levar nossa “biblioteca” a qualquer lugar, no fundo de algum bolso. Se ainda são rígidos, logo terão telas flexíveis, facilitando o transporte. Outras facilidades deverão acontecer, principalmente a redução de custos, ainda, oportunisticamente, extremamente caros em todas as formas.
Temos, portanto, mantendo-se a liberdade imprensa, algo que os fundamentalistas religiosos e os políticos abominam, condições de leituras (estudos também) extraordinárias, redescobrindo o passado e sonhando com o futuro, até porque melhores obras aparecem, somando-se às antigas. Isso é importante, pois vamos ganhando descendentes e queremos que tenham um mundo melhor.
Os livros também já podem ser ouvidos.
Escritos digitalmente, há como transformar textos em sons, assim como simplesmente procurá-los em formato sonoro. As letras poderão ter o tamanho que quisermos (já é possível) e se alguém, como faço, gosta de borrar as melhores afirmações, elas são possíveis nos bons e-books (e PCs, notebooks, laptops). Pode-se ler via notebook (em outros padrões) sem incomodar a companheira(o) que quer dormir e até ouvi-los com fones de ouvido. Logo teremos livros em LIBRAS e quem sabe, algum dia, com padrões de compreensão ainda desconhecidos.
Tudo isso, para o idoso, até para aqueles que pretendam estudar melhores formas de agradar algum Ser Superior, agora é fácil, já é possível. O que falta, para completar esse sonho, é a existência de bons empreendedores, os donos do dinheiro descobrirem esse filão e o governo estimular pesquisa e desenvolvimento de produtos modernos, bons e acessíveis intelectualmente, fisicamente, sensorialmente e financeiramente.
Cascaes
10.11.2010

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