Dia do Engenheiro no Paraná
No dia 11 de dezembro foi comemorado o Dia do Engenheiro.
A dificuldade é descobrir por que tanta festa, apesar da excelência e atuação de inúmeros profissionais. Vimos isso ontem, quando o Instituto de Engenharia do Paraná premiou profissionais de destaque nessa área. Com certeza temos bons engenheiros, alguns excepcionais, merecendo honrarias e registros públicos de excelência, como as pessoas apontadas pelo IEP para uma justa homenagem em Curitiba.
Na Companhia Paranaense de Energia, bem nascida e brilhantemente presidida pelo eng. Pedro Viriato Parigot de Souza (Andreoli, 1994), aprendemos a admirar profissionais excepcionais ao longo de sua história, assim foi com imensa satisfação que vimos alguns copelianos entre os homenageados, com destaque para o eng. Paulo Procopiak de Aguiar (Mário Bhering - Memórias do Setor Elétrico Brasileiro).
No Brasil, infelizmente, temos muito a lamentar.
Passamos por um apagão da Engenharia que resultou num cenário desolador após três décadas perdidas por efeito da “gastança” na década de setenta, usando um termo que nossos neoliberais adoram usar para defender privatizações, juros e cassinos.
Os erros de avaliação de perspectivas de crescimento levaram nosso país a desperdiçar montanhas de dinheiro em projetos superdimensionados, inoportunos e temerários. Tivemos para isso o apoio de outros profissionais. Depois veio a conta.
Na década de oitenta e início dos anos noventa do século passado vimos o que representou para nós a falência e aplicação de lógicas de “aprendiz de feiticeiro”. O prêmio Nobel da irresponsabilidade deveria ser dado àqueles que resolveram usar indiscriminadamente a “Correção Monetária”, algo que qualquer estudioso em malhas de controle poderá explicar, ou seja, é impossível estabilizar qualquer processo com realimentação positiva. Aplicada indiscriminadamente num país que precisava desvalorizar a moeda diariamente, impossibilitado de importar por carência de divisas e assim se transformando no paraíso dos cartéis, foi um desastre monumental. Depois ainda ganhamos o artigo 37 da Constituição Federal de 1988 (já existiram muitas), regulamentado via Lei 8.666/93 (Congresso e Poder Executivo Federal) e pessimamente usado contra a boa Engenharia. Deixamo-nos dominar por lógicas estranhas à nossa profissão.
Falando de Engenharia, contudo, é bom gostar da profissão que abraçamos e lembrar que ela é a “ciência e a profissão de adquirir e de aplicar os conhecimentos matemáticos, técnicos e científicos na criação, aperfeiçoamento e implementação de utilidades, tais como materiais, estruturas, máquinas, aparelhos, sistemas ou processos, que realizem uma determinada função ou objetivo (Wikipédia).
Em contribuições através da mídia interpessoal recebemos que “A engenharia é uma das profissões mais antigas da história da humanidade, e data de épocas em que estudiosos-filósofos como Arquimedes[ (Pombo) ( 287 Antes de Cristo)], Leonardo da Vinci [ (Exatas Online) (1452 DC)], Isaac Newton [ (Forato)(1642 DC)] e tantos outros, exploraram intensamente a busca do conhecimento humano em todos seus aspectos, inclusive técnico. Os nomes aqui lembrados foram, sem sombra de dúvida, os precursores da busca do conhecimento cientifico e mais recentemente do conhecimento tecnológico.” Engenharia, caros amigos, é a aplicação do conhecimento humano, nem sempre a favor do bem estar da Humanidade, com critérios técnicos e ponderando custos econômicos e possibilidades financeiras e conveniências dos patrões.
Precisamos, acima de tudo, de engenheiros apaixonados pelo ser humano, dispostos a trabalhar firmemente pelo bem de todos. Provavelmente códigos de ética profissional estabeleçam isso, mas o que vemos é muito distante do que poderíamos esperar de nossos companheiros, principalmente daqueles já livres dos compromissos de trabalho e, portanto, em condições de dispor seus conhecimentos a favor da comunidade.
Há muito a ser feito.
Ontem, por exemplo, foi bom ouvir o engenheiro Ivo Mendes Lima falar de sua paixão engenheiral : o Programa Casa Própria (Cascaes, engenheiro Ivo Mendes Lima e o Projeto Casa Fácil) e saber do presidente do IEP, o eng. Jaime Sunye, que continuamos atentos a desmandos (Cascaes, Projeto País - IEP, 2010).
Existem momentos que compensam certas frustrações.
Cascaes
12.12.2010
Andreoli, A. (1994). Pedro Viriato Parigot de Souza - Lembranças. Curitiba.
Cascaes, J. C. (23 de 08 de 2010). Projeto País - IEP. Acesso em 12 de 12 de 2010, disponível em Engenharia - Economia e Brasil: http://economia-engenharia-e-brasil.blogspot.com/2010/08/projeto-pais-iep.html
Cascaes, J. C. (s.d.). engenheiro Ivo Mendes Lima e o Projeto Casa Fácil. Acesso em 12 de 12 de 2010, disponível em Somos ainda quase cidadãos: http://quase-cidadao.blogspot.com/2010/12/engenheiro-ivo-mendes-lima-e-seu.html
Congresso e Poder Executivo Federal. (s.d.). Lei 8.666 de 21 de junho de 1993. Acesso em 12 de 12 de 2010, disponível em Presidência da República Federativa do Brasil: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm
Exatas Online. (s.d.). Leonardo da Vinci. Acesso em 12 de 12 de 2010, disponível em Exatas Online: http://www.exatas.com/fisica/davinci.html
Falcão, A. (s.d.). Mário Bhering - Memórias do Setor Elétrico Brasileiro. Insight Engenharia de Comunicação.
Forato, T. C. (s.d.). Isaac Newton. Acesso em 12 de 12 de 2010, disponível em Instituto de Física Gleb Wataghin: http://www.ifi.unicamp.br/~ghtc/Biografias/Newton/Newton3.htm
Pombo, O. (s.d.). Arquimedes. Acesso em 12 de 12 de 2010, disponível em Instituto de Educação da Universidade de Lisboa: http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/seminario/arquimedes/index.htm
Wikipédia. (s.d.). Engenharia. Acesso em 12 de 12 de 2010, disponível em Wikipédia, a Enciclopédia Livre: http://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia
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