A audiência pública para discussão das propostas de nossa famosa Assembléia Legislativa (ALEP) mostrou o insucesso de projetos açodados e pouco realistas.
Valeu saber que o presidente da Copel (Ronald Tadeu Ravedutti) reagiu de forma corajosa às pressões para a utilização do dinheiro da concessionária (federal) na conclusão de um estádio, que seus responsáveis já poderiam ter feito integralmente. Afinal, a paixão rubro negra é enorme, bastando uma forma de coleta racional de recursos para o clube conquistar o que falta e ser, sozinho, dono da bola fifense, que desta vez não será jabulani, mas tem cara de se transformar em outra pelota de curso instável.
Os projetos malucos, megalomaníacos, de arenas para a Copa do Mundo em 2014 poderiam ser substituídos, sem prejuízo da funcionalidade, por programas e obras ecológicas, sustentáveis sob todos os aspectos, realistas, sob a realidade pesada da crise econômica mundial atual e a preocupação com o povo brasileiro, meio ambiente, sustentabilidade, mobilidade etc..
Não querendo falar de outras cidades, Curitiba poderia ser objeto de um acordo entre Governos para transformar suas três praças próximas (Oswaldo Cruz, Ouvidor Pardinho e Afonso Botelho mais o atual estádio do Atlético) em pólo de educação esportiva, com áreas dedicadas a todo tipo de esporte amador.
Para completar as modalidades olímpicas teríamos as raias aquáticas longas, algo para o Parque Iguaçu, praticamente abandonado, e outras para equitação e similares.
Com uma proposta maior, todo o dinheiro necessário poderia vir diretamente do Governo municipal, estadual e federal, dinheiro justo e fruto de nossos impostos, para a criação de uma universidade poliesportiva, dedicada à educação física e aproveitando espaços e instalações existentes. Estaríamos, assim, sendo também alternativa para as Olimpíadas, podendo receber parte das competições previstas para o Rio de Janeiro.
O fundamental é dar ao que se pretender fazer uma utilidade permanente e compensadora e nada melhor do que a utilização educacional de áreas importantes para a prática esportiva e ensino convencional. A utilização futebolística profissional seria eventual, subproduto de lugares já conquistados.
Nossos arquitetos, engenheiros, educadores e urbanistas teriam, dessa forma, a oportunidade de usar o espaço de nossas praças e parques integrando-os num grande projeto e programa permanente de formação de atletas e, por que não, com ambientes para salas regulares para aulas convencionais, afinal essas praças estão localizadas no eixo previsto para a primeira linha de metrô.
As áreas existem, no Governo temos crédito e verbas à disposição de boas propostas, é só saber usar.
Com recursos públicos a arena do Atlético seria, assim, estatizada parcialmente, provavelmente sem grandes objeções, dando um exemplo de racionalidade nesse planeta que fala muito em sustentabilidade e educação, mas realiza muito pouco nesse sentido.
Cascaes
15.7.2010
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