sábado, 24 de julho de 2010

Brasil, corporativismo, eleições e desenvolvimento

No périplo das andanças via campanha eleitoral vamos ouvindo propostas e opiniões em relação ao que se deseja em relação ao próximo governo.

Dizem que a voz do povo é a voz de Deus, que assim seja, mas com certeza o Grande Arquiteto do Universo colocou em todos, em cada um uma mistura diferente, uma quantidade diferente de limitações e potenciais que se digladiam no processo de aprimoramento desejado pelo Criador.

Assim é natural descobrirmos conflitos de idéias e a necessidade de evolução permanente.

A Democracia é processo recente na Humanidade, estamos na pré-história do que poderá ser. Isso se a Humanidade atingir o nível divino de compreensão da necessidade de fraternidade, união, igualdade de oportunidades e a importância da liberdade, do respeito a todos os seres humanos, mais ainda àqueles sem sindicatos ou corporações públicas ou privadas para defendê-los.

Infelizmente a gente mais pobre não encontra meios de se manifestar. Sempre existe uma esperança e a internet vem nesse sentido. A universalização desse sistema de comunicação viabilizará, se feito sem custos para esse povo, sua afirmação e inclusão na lógica da negociação de projetos, leis, impostos etc.. O fundamental é que a geração futura de eleitores saiba usá-la de forma adequada, aprendendo a explorar ao máximo seu potencial para dizer que existe, o que precisa, que golpes lhes aplicam, procurando formas de se defender e, acima de tudo, cobrando compromissos com seu mundo, até aqui pasto de demagogos.

Muito das injustiças que até já nos habituamos a ver são conseqüência da impossibilidade de expressão pública dos mais humildes.

Isso precisa acabar com a construção de redes sociais em torno deles, algo que empresas capitalistas, livres e sem fronteiras viabilizam graças aos blogs, youtube, twitter, facebook, etc. e à simples capacidade de escrever emails para amigos e desconhecidos, afinal spam não é apenas para perturbar os outros.

Estudos recentes do cérebro humano mostram que ele evolui. Em torno da amígdala ancestral apareceram volumes cheios de neurônios, colocando sobre o pescoço das pessoas um tremendo hardware, com sensores fantásticos: a visão, audição, olfato, paladar e tato e até uma qualidade quase desconhecida: haption. Pode mais, a inteligência não parará de crescer, de geração a geração.

Nossas glândulas, aos poucos aprendemos a dominá-las e dentro de tudo isso vem o software ancestral (Jung que o diga), o hormonal (aí saudemos as descobertas de Freud) e outros. O sistema operacional é genial. O software mais importante, contudo, é aquele que formamos em casa e nas escolas, no dia a dia, na vida como um todo, viabilizando o tremendo calidoscópio (isso mesmo, calidoscópio) que faz de cada um dos bilhões de seres humanos algo inédito, único.

Estamos, contudo, em campanha eleitoral. Nossos candidatos, coitados, esforçam-se para entender as multidões e descobrir ganchos que os elegerão. É até paradoxal, o eleitor, por mais culto e racional que seja, acaba votando por capricho, em cima de alguma mensagem simples, mas eficaz no toque de suas vaidades e necessidades básicas.

Se os problemas de nações teoricamente mais desenvolvidas é grande, o que esperar de um país ainda com tanto a fazer para atingir o mínimo respeitável de sobrevivência saudável?

As estatísticas estão aí, algumas são assustadoras apesar dos discursos ufanistas de gente de governo.

Precisamos evoluir, as eleições são, pelo menos, um sinal de que desejamos existir em liberdade e procuramos, pelo menos, igualdade de direitos, de oportunidades e de cidadania.

Cascaes

21.7.2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário