terça-feira, 20 de julho de 2010

Pimenta nos olhos dos outros não arde

Os legisladores fazem leis. A obrigação desses parlamentares seria conhecer nos mínimos detalhes a amplitude do que pretendessem fazer.

O senador, deputado ou vereador tem uma grande responsabilidade, criar restrições ou poderes compatíveis com a Constituição e a as lógicas jurídicas, pelo menos.

Administrar significa autoridade mais responsabilidade. Não se deve exigir de nenhum administrador público decisões contrárias à nossa legislação. Assim como ele deve lealdade a quem o nomeou, precisa estar atento às leis de nosso país, mais ainda, à lógica justa e necessária ao uso do dinheiro do povo, o grande acionista das estatais.

A proposta de que a Copel assumisse a conclusão do estádio do Atlético foi, acima de tudo, uma demonstração dos cuidados que devemos ter em relação àqueles que elegemos, aliás, sem novidade, pois vimos coisas escabrosas contra o povo da Vila Zumbi (onde atuamos pelo LIONS) e nas revelações fantasmagóricas da ALEP.

Agora, por azar de alguns deputados, atingiram uma Copel muito bem comandada pelo seu presidente, o economista Ronald Tadeu Ravedutti, nomeado pelo nosso governador Orlando Pessuti. O presidente da Copel, certamente após refletir muito, liberou nota informando ao povo paranaense da impossibilidade e inconveniência da empresa participar da conclusão do estádio do Atlético. Comentando o fato recebemos manifestações verbais e escritas, afinal é um tema que afeta todos os copelianos, na ativa e aposentados, paranaenses nativos ou adotados.

Vale transcrever uma análise que recebemos num blog que mantemos:

Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "A COPEL entrando no jogo da FIFA":



A idéia de se utilizar recursos da Copel para a construção/reforma de estádio privado é tão absurda que levou o próprio Presidente da Copel, indicado pelo Governador Pessuti, a repudiar a mesma, tendo sofrido "puxão de orelhas" por tal rebeldia. Além da ilegalidade - caso se concretize tamanho absurdo inúmeras ações populares irão recair sobre os dirigentes da Copel - a proposta sequer atende aos mais comezinhos critérios de racionalidade (talvez por tal razão nenhuma empresa privada tenha se arvorado em tal empreitada). Vamos tentar discorrer sobre as argumentações mais comuns (e desavisadas) favoráveis ao "pa(i)trocínio:

a) A Copel Telecomunicações teria seu nome divulgado: i)O valor a ser usado seria equivalente a DUAS vezes o lucro do último exercício da Copel Telecom, nenhuma empresa do mundo investe tudo isso em uma única mídia; ii) O caixa da Copel Telecomunicações em dez/2009 era de R$ 31 milhões, ou seja, vai faltar dinheiro!;

b) A marca Copel será divulgada: Quando fosse erguida a placa com o nome da Copel se iniciaria a fase de obras, com tapumes e proteções ao redor visando a segurança, ou seja, ninguém veria o nome Copel; Quando o estádio estivesse pronto a FIFA exigiria a retirada do nome Copel, pois os direitos de imagem e todos os seus direitos acessórios serão de propriedade da FIFA;

c) Bancos estatais patrocinam clubes e portanto a Copel também pode: argumento falacioso e mascarado. Todos sabemos que os Bancos encontram-se sob regime concorrencial muito acirrado, sem qualquer comparação com o regime quase monopolista da Copel,desde a valorosa servidora do cafezinho até o Presidente da Copel, todos sabem que a Copel não precisa dessa "publicidade";

c) Em que pese a Copel estar com caixa significativo, nos próximos anos serão necessários vultosos investimentos para fazer frente a obrigações regulatórias e a novas obras que dêem musculatura à Companhia;

Paramos por aqui, lembrando aos "mentores" de tal idéia que o poder não dura para sempre, devendo os mesmos evitar o populismo!

Para descontrair, e em tom de brincadeira: Que tal gastar muito menos e patrocinar um ensaio da Larissa Riquelme usando um celular da Sercomtel, coligada da Copel?



Postado por Anônimo no blog quixotando em 16 de julho de 2010 15:34



Ou seja, o dinheiro do pagador de contas de energia deve ser usado de outra forma, acima de tudo em investimentos urgentes a favor da confiabilidade, qualidade e segurança que a empresa perdeu durante anos de equívocos, quando a lógica era simplesmente baixar tarifas, esquecendo que energia barata é sinônimo de desperdícios e a boa técnica é essencial à energia.

A COPEL precisa investir muito no aprimoramento de sua rede de distribuição. Por conseqüência disso tivemos o apagão que a capital do Paraná sofreu ao final de um jogo da Copa do Mundo deste ano, deixando metade da cidade no escuro e derretendo linhas que deveriam estar protegidas contra eventos dessa espécie, sem contar com o absurdo do desligamento de dois transformadores na subestação de Uberaba, causa principal desse acidente que afetou centenas de milhares de pessoas em Curitiba.

O comentário transcrito diz tudo, há necessidade de se acrescentar algo?

Por favor, quem tiver algo a dizer que o diga agora, ou mais adiante, mas não se cale.

Precisamos de investimentos em infraestrutura e aprimoramento de serviços essenciais, o resto é usar mal o dinheiro do povo. Exigir da diretoria da Copel apoio a essa fantasia seria colocar pimenta nos olhos dessa equipe, afinal o rojão iria explodir em colos alheios aos dos idealizadores dessa proposta indecente.



Cascaes

17.7.2010

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