Quando vemos as cidades engarrafadas, o trânsito lento e os pátios das universidades (de onde sairão nossos profissionais de “nível superior”) cheios de automóveis ficamos pensando na insanidade de uma civilização que ainda não aprendeu a usar a tecnologia para racionalização de suas atividades. Usando a internet, contudo, sentindo no bolso o seu custo (computador, mensalidade da provedora, softwares etc.) percebemos que pagamos caro, muito caro por um serviço distante dos melhores padrões de custo e qualidade possíveis no mundo moderno.
Quando vice – presidente dos EUA, Al Gore gastava seu tempo defendendo a implantação de infovias em seu país. Do artigo “Da cidade de pedra à cidade virtual” de Júlio Moreno[i] vale a pena transcrever o seguinte:
Na comunidade virtual, o principal a se transportar são idéias, tecnologia e conhecimento, o trio que Alvin Tofler classifica como os novos produtos das sociedades da terceira onda. Um século antes dele, outro escritor famoso em sua época, Nathaniel Hawthorne, inspirado pelo desenvolvimento do telégrafo, dizia que "o globo terrestre é um vasto cérebro". Sua leitura, há 30 anos, marcou a juventude de Albert Gore sic hoje vice-presidente dos Estados Unidos e mentor intelectual das ações que o governo daquele país tem feito pela construção não apenas de uma infra-estrutura norte-americana da informação, mas também mundial.
... a revista The Economist. Em sua edição de 21 de maio de 1994, ela afirma que as networks estão se tornando um emulador dos cérebros de empreendedores e acadêmicos de todo o mundo, ao proporcionar um intercâmbio contínuo de conhecimento e colaborações antes possível apenas em centros científicos que florescem, em geral, ao redor de algumas universidades. O espírito que tais centros esperam capturar talvez esteja crescendo basicamente no interior de redes de computadores, diz a revista, "muito além do alcance de planejadores urbanos e burocratas".
Os brasileiros e o ser humano em geral encontram dificuldades para aceitar mudanças radicais. Elas, contudo, são necessárias quando pensamos nas dimensões continentais do Brasil e a necessidade de estendermos a Educação e formação profissional a todos os seus habitantes, estejam onde estiverem.
Com satélites, antenas, cabos telefônicos ou de fibra ótica é extremamente importante que todos consigam acessar o universo WEB e nele, com aparelhos de custo compatível com suas possibilidades, possam estudar, comunicar-se, conhecer o mundo. Mais ainda, em grandes cidades impõe-se evitar deslocamentos que possam ser substituídos por sistemas de comunicação. O Ensino a Distância, EAD, por exemplo, poderá colocar à disposição do aluno a melhor equipe de professores (já que o custo será rateado por muito mais gente e sem a manutenção de prédios e estacionamentos gigantescos). DVDs e livros digitais (usando blogs, youtube, links com outros centros, museus, laboratórios etc) são a complementação de sistemas que tirarão milhares de automóveis das ruas das cidades e/ou passageiros de ônibus, bondes e metrôs. Melhor ainda, com os recursos possíveis as aulas poderão aparecer em texto, LIBRAS e sonoras. Gravadas haverá como repeti-las infinitas vezes e usando espaços de merchandising serem ofertadas sem custos para os alunos (propaganda do MEC, por exemplo).
Sistemas de grande capacidade de internet agilizam a acessibilidade ao youtube onde filmes poderão revelar talentos, fazer a fortuna de pessoas que de outra maneira morreriam desconhecidas. Grandes empresas já sabem como usar a WEB apesar de limitações intrigantes de acessibilidade, só compreensíveis pela priorização de critérios de disciplina, freqüentemente castradores.
Precisamos de infovias e de serviços de internet de baixo custo com alta qualidade. Esse é um diferencial que o Paraná pode oferecer a partir da COPEL, onde temos especialistas e estrutura para o grande salto que universidades, empresas, nossos amigos e até as pessoas mais humildes (principalmente elas) precisam para crescer materialmente e intelectualmente.
Cascaes
9.8.2010
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[i] http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:15REN6ZBS3IJ:www.mhd.org/artigos/julio_moreno.html+al+gore+%22infovias%22&cd=10&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
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