O noticiário é ufanista. O Brasil vai bem. A Petrobras mergulha no oceano enquanto a agroindústria mostra os resultados de décadas de trabalho árduo. As montadoras, multinacionais, faturam alto e oferecem carros interessantes enquanto a construção civil retoma cadência positiva.
Nunca tantos brasileiros viram um processo de desenvolvimento provavelmente tão firme e seguro quanto agora. Pagamos caro por tudo isso, mas a teimosia do Presidente em sustentar um programa econômico polêmico mostra seus resultados.
Os índices de aceitação do Governo Federal são brilhantes. A simpatia do povo pelo Presidente Lula mostra que, apesar do Mensalão, ele teve competência para cativar a nação. Tivemos tantos governos ruins e alguns simplesmente desastrados que algum sucesso nas contas externas e maior carinho pelo povo já deixa nossa gente feliz.
Teremos eleições e o comando da nação mudará dentro de desafios consideráveis. O mundo ocidental quebrou graças a grupos empresariais criminosos. Gente absolutamente sem escrúpulos e com o poder que seus bancos gigantescos permitiam demoliu economias. No Brasil o estrago não foi maior porque aqui, via spreads absurdos e reservas saudáveis garantimos qualquer loucura.
Sim, estamos bem. Afinal o Brasil é um país colossal subexplorado economicamente. Pode muito mais. Temos espaços e riquezas naturais imensuráveis. Talvez por isso sentimos fortemente a atuação de grupos internacionais querendo demolir o Brasil. Sob cândidos pretextos temos conveniências brutais. Querem fazer da nossa terra espaço para guerras étnicas e raciais, já que as ideologias se desmoralizaram ao longo de décadas frustradas por caudilhos e lideranças totalitárias.
Vamos votar, em quem?
A mensagem é o “voto consciente”. Isso pressupõe conhecer bem os candidatos. O que nos assusta é lembrarmos de quantas formas fomos enganados, ludibriados pelos eleitos. Gafanhotos, fantasmas e outras “coisas” estão aí, num noticiário que perigosamente já não nos surpreende. Nosso povo facilmente se deixa inebriar com Copas e taças e esquece que as contas aparecerão, mais cedo ou tarde.
Felizmente, contudo, fugimos das taras neoliberais, do preciosismo conceitual dos ideólogos do dinheiro e o Estado Brasileiro investe pesado. Ferrovias, portos, estradas, hidroelétricas etc., com ou sem participação do povo, mas usando recursos do BNDES (dinheiro do povo) e de fundações, apoiando alguns grupos empresariais que nunca souberam usar outro tipo de dinheiro, dão ao Brasil uma cara nova. E podem muito mais. A Copel, por exemplo, a holding e sua fundação podem investir muito no Paraná. Projetos rentáveis interessam a acionistas, minoritários ou não, e o Paraná carece de boa infraestrutura...
Estamos numa boa fase, o dilema será eleger, escolher bem. Precisamos de governantes que tenham e apliquem bons critérios para escolha de seus ministros e projetos. Que saibam exercer seus mandatos a favor do povo e que não criem fantasias inúteis.
É bom sonhar com a hipótese de termos bons governos, merecemos.
Cascaes
30.8.2010
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