Qualquer cidadão deseja estabilidade, segurança, ou pelo menos essa é a vontade de muitas pessoas que estudam, trabalham, vivem dentro de seus padrões pré-fixados. Pode-se acreditar que a imensa maioria realmente gosta de viver confortavelmente, só arriscando o suficiente para sentir “adrenalina”, como ouvimos principalmente entre os jovens.
Um perigo é o excesso de timidez, ou virtude, dependendo do potencial de cada um. Obviamente não podemos querer que patos cantem feito canários e tartarugas saiam voando. De qualquer forma, se Darwin estava certo, foi o que aconteceu ao longo da história dos seres vivos sobre a Terra. De alguma forma seus ancestrais estimularam ou foram submetidos a mudanças e gradativamente ganharam aptidões extraordinárias.
Se as mudanças morfológicas consomem milhões ou bilhões de anos, alterar comportamentos é mais fácil, desde que saibamos estimular atitudes e reações. Durante uma semana, dois eventos vinculados ao CONFEA (Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), a 67ª. Semana Oficial da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia e o 7º. Congresso Nacional dos Profissionais, realizado em Cuiabá, MT, de 22 a 28 de agosto de 2010, discutiram a situação desses profissionais no Brasil e o cenário brasileiro. Nesse período tivemos a oportunidade de ouvir pessoas extraordinárias, entre elas o Dr. diretor geral da Brainstorming, Raul José dos Santos Grumbach, que, falando sobre “Cenários Prospectivos para o Brasil”, disse, entre outras coisas, evidentemente com os riscos da estimativa de cenários:
• as 10 profissões que serão indispensáveis em 2015 nem sequer existem em 2010;
• estamos preparando estudantes para profissões que nem existem, que usarão tecnologias que ainda não foram inventadas para resolver problemas que ainda nem sabemos que existem;
• estima-se que o conhecimento humano esteja dobrando a cada 72 horas;
• há previsões de que em 2022 haverá um supercomputador que excederá a capacidade computacional de um cérebro humano;
• em 2050 um computador de U$$ 1.000,00 excederá a capacidade computacional da humanidade;
Perguntando:
• qual será o perfil do Engenheiro do futuro?
• Em que grau a tecnologia substituirá o atual papel do Arquiteto, Agrônomo, Engenheiro, Tecnólogo, Médico, Professor etc.
Ou seja, quando vemos discussões bizantinas em torno de atribuições de profissionais, tipos de diploma e outras questões clássicas podemos estar esquecendo o futuro próximo, já nem distante.
Obviamente nada impede que simplesmente enfiemos a cabeça em algum buraco e façamos promessas e rezas para termos um futuro garantido, melhor. Isso acontecerá se continuarmos a ter como principal preocupação o resultado da Copa do Mundo ou gastarmos nossas energias para descobrir as delícias de algum vinho.
Sim, até a alienação é possível, pois felizmente alguns pensam, trabalham e lutam para que todos tenham uma vida melhor.
Queremos, apesar de toda a alienação de muitos, uma vida melhor. Diante dos tremendos desafios e oportunidades que aparecem, é tempo de aprofundarmos discussões sobre Engenharia, Arquitetura, Urbanismo, Mobilidade, Acessibilidade, sobrevivência, a vida, enfim.
Está aí um bom desafio para o CONFEA, CREAs, IAB, Universidades etc.
O Brasil não pode perder mais esse “bonde” com atavismos que já nos custaram muito caro. Com certeza nos centros mais desenvolvidos o futuro está sendo construído.
Cascaes
31.9.2010
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Engenharia e Arquitetura e a ousadia
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18:40:00
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Brainstorming,
CONFEA,
Raul José dos Santos Grumbach
Engenheiros, arquitetos e acessibilidade no CONFEA
Algo extremamente preocupante acontece quando participamos de eventos nacionais sem atenção forte a questões de respeito ao cidadão, à sua dignidade, aos direitos humanos. Temos assuntos que a grande mídia escolheu para “mexer” com os brasileiros, com certeza os direitos das pessoas com deficiências (PcD) não são prioritários ou careceram de destaques fortes, contínuos e eficazes. O resultado é a perda de sensibilidade para questões relativas ao ser humano em geral.
Os governos e parlamentares fizeram sua parte, temos leis. Eles mesmos, contudo, arrefeceram suas ações diante da visão de neutralidade de uma nação jovem, ainda longe de problemas que poderão adquirir por doenças, acidentes ou simples envelhecimento.
Durante uma semana, dois eventos vinculados ao CONFEA[i], a 67ª. Semana Oficial da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia e o 7º. Congresso Nacional dos Profissionais, realizado em Cuiabá, MT, de 22 a 28 de agosto de 2010, discutiram a situação desses profissionais no Brasil e o cenário brasileiro. Nesse ambiente reafirmou-se o apagão técnico que nosso país enfrentou nessas duas últimas décadas. Talvez pior que isso foi o desmanche de sentimentos de cidadania, o desvirtuamento de prioridades sociais (agora a moda é CO2 e floresta amazônica) e a alienação espantosa de nossas lideranças.
Nesse evento do CONFEA tivemos um Fórum da Mulher, poderia ser melhor, e nada exceto a atuação digna e merecedora de destaque do CREA do MS submetendo voluntários à utilização de cadeiras de rodas, vendas e bengalas. O tema “Acessibilidade” merece mais. Nesse congresso poderíamos ter, por exemplo, melhor uso para os telões, onde “closed caption” permitiria maior compreensão das palavras dos palestrantes e, paralelamente, tradutores em LIBRAS estariam no palco fazendo tradução simultânea. Cadeiras adequadas para obesos e melhor assistência aos idosos seria algo justo, até pela enorme quantidade de cabeças brancas.
O que não é privilégio deste evento é a omissão em relação às PcD.
O que constrange é saber que algo desta magnitude, reunindo profissionais que afetarão a vida de todos os brasileiros, não demonstrou de forma explícita, forte, cabal e marcante a importância do mútuo respeito e a importância da acessibilidade.
O próximo evento, a 68ª. SOEAA acontecerá em Florianópolis no próximo ano. Os CREAS devem construir propostas, levar teses, defender causas nesse evento. Nossa esperança é a de que tenhamos avanços significativos em questões sociais, até porque elas afetam profundamente o planejamento e manutenção de cidades, prédios, clubes, repartições públicas, fábricas etc.
Está na hora de nossos arquitetos e engenheiros se convencerem de que precisam dar atenção maior aos idosos, às PcD, às crianças. Vivemos num país em que os acidentes são espantosamente numerosos e trágicos por erros colossais de concepção, projeto, construção e manutenção de calçadas a ônibus, arenas a clubes, ruas a calçadas, habitações populares a condomínios de luxo etc., enfim, a muita coisa que poderia ser melhor, afinal tecnologia para isso existe. É só querer. Aí, contudo, nosso drama: nossos líderes têm consciência disso e amam seu povo?
Teremos eleições, vamos eleger presidente da República, governadores, parlamentares e, em nosso nível profissional, presidentes de CREAS e do CONFEA. Quais são as propostas e prioridades dos candidatos?
Cascaes
31.8.2010
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[i] O Confea surgiu oficialmente com esse nome em 11 de dezembro de 1933, por meio do Decreto nº 23.569, promulgado pelo então presidente da República, Getúlio Vargas e considerado marco na história da regulamentação profissional e técnica no Brasil.
Em sua concepção atual, o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia é regido pela Lei 5.194 de 1966, e representa também os geógrafos, geólogos, meteorologistas, tecnólogos dessas modalidades, técnicos industriais e agrícolas e suas especializações, num total de centenas de títulos profissionais.
O Confea zela pelos interesses sociais e humanos de toda a sociedade e, com base nisso, regulamenta e fiscaliza o exercício profissional dos que atuam nas áreas que representa, tendo ainda como referência o respeito ao cidadão e à natureza.
Em seus cadastros, o Sistema Confea/Crea tem registrados 900 mil profissionais que respondem por cerca de 70% do PIB brasileiro, e movimentam um mercado de trabalho cada vez mais acirrado e exigente nas especializações e conhecimentos da tecnologia, alimentada intensamente pelas descobertas técnicas e científicas do homem.
O Conselho Federal é a instância máxima à qual um profissional pode recorrer no que se refere ao regulamento do exercício profissional.
http://www.confea.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=140&pai=4&sub=21
João Batista Lopes e o Ulisses - Piauí
Jary Castro
Os governos e parlamentares fizeram sua parte, temos leis. Eles mesmos, contudo, arrefeceram suas ações diante da visão de neutralidade de uma nação jovem, ainda longe de problemas que poderão adquirir por doenças, acidentes ou simples envelhecimento.
Durante uma semana, dois eventos vinculados ao CONFEA[i], a 67ª. Semana Oficial da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia e o 7º. Congresso Nacional dos Profissionais, realizado em Cuiabá, MT, de 22 a 28 de agosto de 2010, discutiram a situação desses profissionais no Brasil e o cenário brasileiro. Nesse ambiente reafirmou-se o apagão técnico que nosso país enfrentou nessas duas últimas décadas. Talvez pior que isso foi o desmanche de sentimentos de cidadania, o desvirtuamento de prioridades sociais (agora a moda é CO2 e floresta amazônica) e a alienação espantosa de nossas lideranças.
Nesse evento do CONFEA tivemos um Fórum da Mulher, poderia ser melhor, e nada exceto a atuação digna e merecedora de destaque do CREA do MS submetendo voluntários à utilização de cadeiras de rodas, vendas e bengalas. O tema “Acessibilidade” merece mais. Nesse congresso poderíamos ter, por exemplo, melhor uso para os telões, onde “closed caption” permitiria maior compreensão das palavras dos palestrantes e, paralelamente, tradutores em LIBRAS estariam no palco fazendo tradução simultânea. Cadeiras adequadas para obesos e melhor assistência aos idosos seria algo justo, até pela enorme quantidade de cabeças brancas.
O que não é privilégio deste evento é a omissão em relação às PcD.
O que constrange é saber que algo desta magnitude, reunindo profissionais que afetarão a vida de todos os brasileiros, não demonstrou de forma explícita, forte, cabal e marcante a importância do mútuo respeito e a importância da acessibilidade.
O próximo evento, a 68ª. SOEAA acontecerá em Florianópolis no próximo ano. Os CREAS devem construir propostas, levar teses, defender causas nesse evento. Nossa esperança é a de que tenhamos avanços significativos em questões sociais, até porque elas afetam profundamente o planejamento e manutenção de cidades, prédios, clubes, repartições públicas, fábricas etc.
Está na hora de nossos arquitetos e engenheiros se convencerem de que precisam dar atenção maior aos idosos, às PcD, às crianças. Vivemos num país em que os acidentes são espantosamente numerosos e trágicos por erros colossais de concepção, projeto, construção e manutenção de calçadas a ônibus, arenas a clubes, ruas a calçadas, habitações populares a condomínios de luxo etc., enfim, a muita coisa que poderia ser melhor, afinal tecnologia para isso existe. É só querer. Aí, contudo, nosso drama: nossos líderes têm consciência disso e amam seu povo?
Teremos eleições, vamos eleger presidente da República, governadores, parlamentares e, em nosso nível profissional, presidentes de CREAS e do CONFEA. Quais são as propostas e prioridades dos candidatos?
Cascaes
31.8.2010
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[i] O Confea surgiu oficialmente com esse nome em 11 de dezembro de 1933, por meio do Decreto nº 23.569, promulgado pelo então presidente da República, Getúlio Vargas e considerado marco na história da regulamentação profissional e técnica no Brasil.
Em sua concepção atual, o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia é regido pela Lei 5.194 de 1966, e representa também os geógrafos, geólogos, meteorologistas, tecnólogos dessas modalidades, técnicos industriais e agrícolas e suas especializações, num total de centenas de títulos profissionais.
O Confea zela pelos interesses sociais e humanos de toda a sociedade e, com base nisso, regulamenta e fiscaliza o exercício profissional dos que atuam nas áreas que representa, tendo ainda como referência o respeito ao cidadão e à natureza.
Em seus cadastros, o Sistema Confea/Crea tem registrados 900 mil profissionais que respondem por cerca de 70% do PIB brasileiro, e movimentam um mercado de trabalho cada vez mais acirrado e exigente nas especializações e conhecimentos da tecnologia, alimentada intensamente pelas descobertas técnicas e científicas do homem.
O Conselho Federal é a instância máxima à qual um profissional pode recorrer no que se refere ao regulamento do exercício profissional.
http://www.confea.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=140&pai=4&sub=21
João Batista Lopes e o Ulisses - Piauí
Jary Castro
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segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Esperança de renascimento da Engenharia
Durante uma semana, dois eventos vinculados ao CONFEA, a 67ª. Semana Oficial da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia e o 7º. Congresso Nacional dos Profissionais, realizado em Cuiabá, MT, de 22 a 28 de agosto de 2010 discutiram a situação desses profissionais no Brasil e o cenário brasileiro. Vimos e ouvimos com dados e fatos a decadência da aplicação das ciências exatas em nosso país e o apagão que ameaça inúmeras obras programadas. Chegamos a temer pelo resultado de muitos projetos em perspectiva, pois as profissões “engenheiro”, “Arquiteto” e “Agrônomo” perderam valor e deixaram de atrair inúmeros jovens, levando outros para países distantes e fazendo-nos regredir tecnicamente.
Duas décadas tenebrosas de ajustes econômicos e leis mal feitas mataram empresas de projetos, demoliram boas empreiteiras e indústrias e agora fazem falta na perspectiva de retomada do crescimento. As escolas dedicadas a essas profissões se esvaziaram. Não temos instituições bem equipadas nem para formar profissionais quanto mais para fiscalizar efetivamente suas atividades. Os indícios estão por aí em acidentes inexplicáveis e na falta absoluta de infraestrutura. Podemos dizer que alguns serviços não entraram em colapso total, mas também devemos lembrar que regressões econômicas e dilúvios salvaram a imagem de governos que teriam morrido na praia, desmoralizados pela inépcia.
Os problemas não são pequenos. Estradas saturadas, cidades engarrafadas, falta de segurança, saneamento básico, portos e aeroportos etc., uma coleção de equívocos gravíssimos piorados pela má qualidade de gestão técnica tem sido a tônica até de empresas privadas.
Caímos no discurso falso da compressão de tarifas (sem redução de impostos), preços impossíveis e péssimas especificações, leis tão mal feitas quanto a 8666 (carente de bons critérios na sua regulamentação) de modo a se evitar opções erradas...
A legislação ambiental, ineficaz e mal formulada, atrapalha e não impede o pior.
De qualquer modo parece que, pelo menos para agradar os cartolas da Copa do Mundo, teremos projetos de grande porte, mais ainda com as imensas usinas hidrelétricas em construção e algumas ferrovias e ajustes em rodovias e portos.
Estamos, contudo, carentes de bons profissionais.
E agora José?
Baixaram salários, aviltaram os postos de trabalho de engenheiros, arquitetos e agrônomos, desmotivaram carreiras, esvaziaram escolas. A lógica do leilão imperou. Ganhava serviço quem se dispusesse a fazer o que o contratante quisesse, ao preço que determinasse. É fácil de descobrir obras mal feitas, algumas extremamente perigosas. Valeu comprar vagão usado, queimar dormentes, asfaltar de qualquer jeito, fazer de conta que administravam... A relação de desmandos é gigantesca, só não é crime porque podem ser classificadas como simples atos ridículos de pessoas despreparadas em funções para as quais não estavam formadas.
Felizmente teremos eleições. Nossos eleitores deveriam estar muito atentos a tudo isso.
Lamentamos que muitos discursos e afirmações feitos na 67ª. SOEAA e 7ª. CNP não sejam divulgados pela grande imprensa. Além de mostrar a omissão de muitos líderes, que tiveram a responsabilidade da defesa do exercício da profissão em cargos específicos a esse fim, serviriam para alertar nossos eleitores para a necessidade de maior cuidado ao elegerem seus governantes e representantes.
Cascaes
30.7.2010
Duas décadas tenebrosas de ajustes econômicos e leis mal feitas mataram empresas de projetos, demoliram boas empreiteiras e indústrias e agora fazem falta na perspectiva de retomada do crescimento. As escolas dedicadas a essas profissões se esvaziaram. Não temos instituições bem equipadas nem para formar profissionais quanto mais para fiscalizar efetivamente suas atividades. Os indícios estão por aí em acidentes inexplicáveis e na falta absoluta de infraestrutura. Podemos dizer que alguns serviços não entraram em colapso total, mas também devemos lembrar que regressões econômicas e dilúvios salvaram a imagem de governos que teriam morrido na praia, desmoralizados pela inépcia.
Os problemas não são pequenos. Estradas saturadas, cidades engarrafadas, falta de segurança, saneamento básico, portos e aeroportos etc., uma coleção de equívocos gravíssimos piorados pela má qualidade de gestão técnica tem sido a tônica até de empresas privadas.
Caímos no discurso falso da compressão de tarifas (sem redução de impostos), preços impossíveis e péssimas especificações, leis tão mal feitas quanto a 8666 (carente de bons critérios na sua regulamentação) de modo a se evitar opções erradas...
A legislação ambiental, ineficaz e mal formulada, atrapalha e não impede o pior.
De qualquer modo parece que, pelo menos para agradar os cartolas da Copa do Mundo, teremos projetos de grande porte, mais ainda com as imensas usinas hidrelétricas em construção e algumas ferrovias e ajustes em rodovias e portos.
Estamos, contudo, carentes de bons profissionais.
E agora José?
Baixaram salários, aviltaram os postos de trabalho de engenheiros, arquitetos e agrônomos, desmotivaram carreiras, esvaziaram escolas. A lógica do leilão imperou. Ganhava serviço quem se dispusesse a fazer o que o contratante quisesse, ao preço que determinasse. É fácil de descobrir obras mal feitas, algumas extremamente perigosas. Valeu comprar vagão usado, queimar dormentes, asfaltar de qualquer jeito, fazer de conta que administravam... A relação de desmandos é gigantesca, só não é crime porque podem ser classificadas como simples atos ridículos de pessoas despreparadas em funções para as quais não estavam formadas.
Felizmente teremos eleições. Nossos eleitores deveriam estar muito atentos a tudo isso.
Lamentamos que muitos discursos e afirmações feitos na 67ª. SOEAA e 7ª. CNP não sejam divulgados pela grande imprensa. Além de mostrar a omissão de muitos líderes, que tiveram a responsabilidade da defesa do exercício da profissão em cargos específicos a esse fim, serviriam para alertar nossos eleitores para a necessidade de maior cuidado ao elegerem seus governantes e representantes.
Cascaes
30.7.2010
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Esperança de renascimento da Engenharia
Grilos políticos e dúvidas homéricas
O noticiário é ufanista. O Brasil vai bem. A Petrobras mergulha no oceano enquanto a agroindústria mostra os resultados de décadas de trabalho árduo. As montadoras, multinacionais, faturam alto e oferecem carros interessantes enquanto a construção civil retoma cadência positiva.
Nunca tantos brasileiros viram um processo de desenvolvimento provavelmente tão firme e seguro quanto agora. Pagamos caro por tudo isso, mas a teimosia do Presidente em sustentar um programa econômico polêmico mostra seus resultados.
Os índices de aceitação do Governo Federal são brilhantes. A simpatia do povo pelo Presidente Lula mostra que, apesar do Mensalão, ele teve competência para cativar a nação. Tivemos tantos governos ruins e alguns simplesmente desastrados que algum sucesso nas contas externas e maior carinho pelo povo já deixa nossa gente feliz.
Teremos eleições e o comando da nação mudará dentro de desafios consideráveis. O mundo ocidental quebrou graças a grupos empresariais criminosos. Gente absolutamente sem escrúpulos e com o poder que seus bancos gigantescos permitiam demoliu economias. No Brasil o estrago não foi maior porque aqui, via spreads absurdos e reservas saudáveis garantimos qualquer loucura.
Sim, estamos bem. Afinal o Brasil é um país colossal subexplorado economicamente. Pode muito mais. Temos espaços e riquezas naturais imensuráveis. Talvez por isso sentimos fortemente a atuação de grupos internacionais querendo demolir o Brasil. Sob cândidos pretextos temos conveniências brutais. Querem fazer da nossa terra espaço para guerras étnicas e raciais, já que as ideologias se desmoralizaram ao longo de décadas frustradas por caudilhos e lideranças totalitárias.
Vamos votar, em quem?
A mensagem é o “voto consciente”. Isso pressupõe conhecer bem os candidatos. O que nos assusta é lembrarmos de quantas formas fomos enganados, ludibriados pelos eleitos. Gafanhotos, fantasmas e outras “coisas” estão aí, num noticiário que perigosamente já não nos surpreende. Nosso povo facilmente se deixa inebriar com Copas e taças e esquece que as contas aparecerão, mais cedo ou tarde.
Felizmente, contudo, fugimos das taras neoliberais, do preciosismo conceitual dos ideólogos do dinheiro e o Estado Brasileiro investe pesado. Ferrovias, portos, estradas, hidroelétricas etc., com ou sem participação do povo, mas usando recursos do BNDES (dinheiro do povo) e de fundações, apoiando alguns grupos empresariais que nunca souberam usar outro tipo de dinheiro, dão ao Brasil uma cara nova. E podem muito mais. A Copel, por exemplo, a holding e sua fundação podem investir muito no Paraná. Projetos rentáveis interessam a acionistas, minoritários ou não, e o Paraná carece de boa infraestrutura...
Estamos numa boa fase, o dilema será eleger, escolher bem. Precisamos de governantes que tenham e apliquem bons critérios para escolha de seus ministros e projetos. Que saibam exercer seus mandatos a favor do povo e que não criem fantasias inúteis.
É bom sonhar com a hipótese de termos bons governos, merecemos.
Cascaes
30.8.2010
Nunca tantos brasileiros viram um processo de desenvolvimento provavelmente tão firme e seguro quanto agora. Pagamos caro por tudo isso, mas a teimosia do Presidente em sustentar um programa econômico polêmico mostra seus resultados.
Os índices de aceitação do Governo Federal são brilhantes. A simpatia do povo pelo Presidente Lula mostra que, apesar do Mensalão, ele teve competência para cativar a nação. Tivemos tantos governos ruins e alguns simplesmente desastrados que algum sucesso nas contas externas e maior carinho pelo povo já deixa nossa gente feliz.
Teremos eleições e o comando da nação mudará dentro de desafios consideráveis. O mundo ocidental quebrou graças a grupos empresariais criminosos. Gente absolutamente sem escrúpulos e com o poder que seus bancos gigantescos permitiam demoliu economias. No Brasil o estrago não foi maior porque aqui, via spreads absurdos e reservas saudáveis garantimos qualquer loucura.
Sim, estamos bem. Afinal o Brasil é um país colossal subexplorado economicamente. Pode muito mais. Temos espaços e riquezas naturais imensuráveis. Talvez por isso sentimos fortemente a atuação de grupos internacionais querendo demolir o Brasil. Sob cândidos pretextos temos conveniências brutais. Querem fazer da nossa terra espaço para guerras étnicas e raciais, já que as ideologias se desmoralizaram ao longo de décadas frustradas por caudilhos e lideranças totalitárias.
Vamos votar, em quem?
A mensagem é o “voto consciente”. Isso pressupõe conhecer bem os candidatos. O que nos assusta é lembrarmos de quantas formas fomos enganados, ludibriados pelos eleitos. Gafanhotos, fantasmas e outras “coisas” estão aí, num noticiário que perigosamente já não nos surpreende. Nosso povo facilmente se deixa inebriar com Copas e taças e esquece que as contas aparecerão, mais cedo ou tarde.
Felizmente, contudo, fugimos das taras neoliberais, do preciosismo conceitual dos ideólogos do dinheiro e o Estado Brasileiro investe pesado. Ferrovias, portos, estradas, hidroelétricas etc., com ou sem participação do povo, mas usando recursos do BNDES (dinheiro do povo) e de fundações, apoiando alguns grupos empresariais que nunca souberam usar outro tipo de dinheiro, dão ao Brasil uma cara nova. E podem muito mais. A Copel, por exemplo, a holding e sua fundação podem investir muito no Paraná. Projetos rentáveis interessam a acionistas, minoritários ou não, e o Paraná carece de boa infraestrutura...
Estamos numa boa fase, o dilema será eleger, escolher bem. Precisamos de governantes que tenham e apliquem bons critérios para escolha de seus ministros e projetos. Que saibam exercer seus mandatos a favor do povo e que não criem fantasias inúteis.
É bom sonhar com a hipótese de termos bons governos, merecemos.
Cascaes
30.8.2010
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14:15:00
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Grilos políticos e dúvidas homéricas
Barreiras cruéis
O respeito aos direitos das Pessoas com Deficiências (PcD), algo transcendente até às firulas legais, pois é algo justo e adequado a um povo que se diz cristão, é frustrado de inúmeras maneiras. Se em outros países é assim, aqui vivemos e daqui falamos o que sabemos, sentimos e vivenciamos. Com certeza em nosso planeta temos bons e maus exemplos, é triste, contudo, ver o Brasil mal posicionado na maioria dos indicadores de civilidade.
De alguma maneira nossa sociedade parou ou regrediu, talvez anestesiada pelo noticiário constante em torno das questões ambientais ou simplesmente diante de cenários e notícias de violências maiores.
Felizmente aos poucos o Poder Judiciário vai descobrindo e aplicando os termos de uma legislação já não tão nova em torno das PcD.
Surpreendente, também, é descobrir que justamente no que deveria ser o pólo irradiador da cultura de respeito ao PcD e cidadania termos decisões que demandem PECs (Propostas de Emendas à Constituição) para se imporem a ministros alienados.
A notícia abaixo é emblemática:
Aprovada PEC que impede escolas de recusarem maiores de 18 anos com deficiência
A Comissão Especial da Educação Especializada para Deficientes da Câmara aprovou nesta-terça-feira (17), por unanimidade, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que impede as escolas de recusarem estudantes com deficiência maiores de 18 anos. De autoria da deputada Rita Camata (ES), a PEC 347/09 determina que os alunos sejam atendidos em condições e horários adequados às suas necessidades especiais. A proposta foi acatada na forma de substitutivo apresentado pelo deputado Paulo Delgado (PT-MG) e seguirá para votação em plenário.
Uma resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) de 2001 criou o conceito de “esgotamento das possibilidades educacionais”. Foi a partir dessa norma que começaram as interpretações erradas sobre o texto constitucional. Quando completava 18 anos, o aluno com deficiência tinha o atendimento interrompido ou era transferido para outra escola de Ensino de Jovens e Adultos (EJA).
Para a deputada, a PEC define de uma vez por todas que eles devem ter os mesmos direitos e oportunidades assegurados pela Constituição Federal. “A proposta assegura que todas as pessoas com deficiência têm um tempo diferenciado das demais. E garante que elas possam continuar aprendendo, seja com 10 ou 50 anos. Todos são iguais perante a lei”, explicou a deputada. De acordo com Rita Camata, sua proposta proporciona inclusão social, dignidade e cidadania.
Segundo o deputado Eduardo Barbosa (MG), a PEC corrige o "absurdo" que acontecia em escolas de todo o país. “Não podemos encerrar o processo educacional porque a pessoa fez 18 anos. Ela tem o direito de continuar frequentando o sistema escolar e, preferencialmente, na rede regular de ensino, próximo a sua casa e em horários adequados”, explicou.
http://www.primeiraedicao.com.br/?pag=politica&cod=7522
Corrigindo, não surpreende. Vimos através do Ministério Público do Paraná e de questionamentos a favor dos surdos nas universidades as decisões do MEC (neste governo federal) para a contratação de tradutores LIBRAS. O que exigem é tanto que as escolas de terceiro grau encontram dificuldades para atender seus alunos deficientes auditivos.
O desrespeito ao PcD cria escola. Nossas autoridades não têm sensibilidade às pessoas com dificuldades de locomoção, audição, visão etc. Afinal, se nem o MEC se empenha neste sentido, quanto mais outras instituições com tantos problemas (nem sempre justos e decentes) para resolver...
Em Curitiba, por exemplo, não adianta pedir, chorar, reclamar, fazer reportagens, blogs, entrar na Justiça etc. A PMC continua sem dar prioridade à acessibilidade com segurança, destacando-se a questão “calçadas” que nunca poderia ser (por lei municipal) de responsabilidade dos proprietários dos imóveis. Sem padrões adequados, com manutenção precária e entupidas de barreiras simplesmente impedem a PcD uma vida normal, isso sem falar dos ônibus, dentro dos quais os passageiros são tratados como mercadoria não frágil (idosos, PcD, crianças, pessoas doentes etc.). Os exemplos são inúmeros e mostram as dificuldades de uma nação que está longe de compreender e aceitar conceitos e comportamentos sensatos.
Isso é Brasil, um Brasil que precisamos mudar nas próximas eleições.
Cascaes
19.8.2010
De alguma maneira nossa sociedade parou ou regrediu, talvez anestesiada pelo noticiário constante em torno das questões ambientais ou simplesmente diante de cenários e notícias de violências maiores.
Felizmente aos poucos o Poder Judiciário vai descobrindo e aplicando os termos de uma legislação já não tão nova em torno das PcD.
Surpreendente, também, é descobrir que justamente no que deveria ser o pólo irradiador da cultura de respeito ao PcD e cidadania termos decisões que demandem PECs (Propostas de Emendas à Constituição) para se imporem a ministros alienados.
A notícia abaixo é emblemática:
Aprovada PEC que impede escolas de recusarem maiores de 18 anos com deficiência
A Comissão Especial da Educação Especializada para Deficientes da Câmara aprovou nesta-terça-feira (17), por unanimidade, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que impede as escolas de recusarem estudantes com deficiência maiores de 18 anos. De autoria da deputada Rita Camata (ES), a PEC 347/09 determina que os alunos sejam atendidos em condições e horários adequados às suas necessidades especiais. A proposta foi acatada na forma de substitutivo apresentado pelo deputado Paulo Delgado (PT-MG) e seguirá para votação em plenário.
Uma resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) de 2001 criou o conceito de “esgotamento das possibilidades educacionais”. Foi a partir dessa norma que começaram as interpretações erradas sobre o texto constitucional. Quando completava 18 anos, o aluno com deficiência tinha o atendimento interrompido ou era transferido para outra escola de Ensino de Jovens e Adultos (EJA).
Para a deputada, a PEC define de uma vez por todas que eles devem ter os mesmos direitos e oportunidades assegurados pela Constituição Federal. “A proposta assegura que todas as pessoas com deficiência têm um tempo diferenciado das demais. E garante que elas possam continuar aprendendo, seja com 10 ou 50 anos. Todos são iguais perante a lei”, explicou a deputada. De acordo com Rita Camata, sua proposta proporciona inclusão social, dignidade e cidadania.
Segundo o deputado Eduardo Barbosa (MG), a PEC corrige o "absurdo" que acontecia em escolas de todo o país. “Não podemos encerrar o processo educacional porque a pessoa fez 18 anos. Ela tem o direito de continuar frequentando o sistema escolar e, preferencialmente, na rede regular de ensino, próximo a sua casa e em horários adequados”, explicou.
http://www.primeiraedicao.com.br/?pag=politica&cod=7522
Corrigindo, não surpreende. Vimos através do Ministério Público do Paraná e de questionamentos a favor dos surdos nas universidades as decisões do MEC (neste governo federal) para a contratação de tradutores LIBRAS. O que exigem é tanto que as escolas de terceiro grau encontram dificuldades para atender seus alunos deficientes auditivos.
O desrespeito ao PcD cria escola. Nossas autoridades não têm sensibilidade às pessoas com dificuldades de locomoção, audição, visão etc. Afinal, se nem o MEC se empenha neste sentido, quanto mais outras instituições com tantos problemas (nem sempre justos e decentes) para resolver...
Em Curitiba, por exemplo, não adianta pedir, chorar, reclamar, fazer reportagens, blogs, entrar na Justiça etc. A PMC continua sem dar prioridade à acessibilidade com segurança, destacando-se a questão “calçadas” que nunca poderia ser (por lei municipal) de responsabilidade dos proprietários dos imóveis. Sem padrões adequados, com manutenção precária e entupidas de barreiras simplesmente impedem a PcD uma vida normal, isso sem falar dos ônibus, dentro dos quais os passageiros são tratados como mercadoria não frágil (idosos, PcD, crianças, pessoas doentes etc.). Os exemplos são inúmeros e mostram as dificuldades de uma nação que está longe de compreender e aceitar conceitos e comportamentos sensatos.
Isso é Brasil, um Brasil que precisamos mudar nas próximas eleições.
Cascaes
19.8.2010
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Barreiras cruéis
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
República sindical
O fascismo italiano propunha a criação de um estado corporativista. Mussolini tomou o Poder e fez da Itália um estado totalitário. Na Argentina e no Brasil, em diversos períodos, corporações militares se deram o direito de alternar o poder com as elites do café e do leite, assim, além dos sindicatos dos leiteiros e cafeeiros, passamos por ditaduras de generais e marechais.
Antes desses períodos corporativos o Brasil passou pela experiência da Monarquia, ou seja, um grupo de pessoas que, sob bênçãos divinas, dizia-se legítima dona do Brasil.
Agora o medo é das centrais sindicais. Realmente elas assustam, essas centrais talvez disputem com outras, mais antigas, o famoso Poder. Febraban, FIESP, cartéis, sindicatos explícitos de empresários mandam no Brasil, tanto mandam que nossas leis eleitorais não mudam, continuam dependendo de dinheiro privado para a sustentação de campanhas caríssimas.
As centrais sindicais ganharam força nesses últimos anos assim como outros processos de arregimentação da população. Isso assusta quem está no comando do país. Afinal, como escritores mais atentos já o disseram, os poderosos têm medo. Quem tem algo a perder não gosta de descer do pedestal de suas facilidades.
Infelizmente nessa constelação de sindicatos, cartéis, associações etc. faltem os sindicatos que representem o povo mais simples, os deserdados, os sem terra, sem profissão, sem saúde, sem emprego... É até interessante notar na maioria das discussões, audiências públicas etc. a ausência do povo real. Vemos, nesses ambientes, líderes de ONGs, partidos políticos, empreiteiras, indústrias e até de religiões, mas não encontraremos, com raras exceções, os catadores de lixo, os favelados, os mais pobres até porque dificilmente saberão da existência desses eventos.
Maravilhosamente o Brasil muda. Ser rico ou poderoso não é sinônimo de maldade. Nossas elites, pelo menos alguns de seus representantes, acordaram para a necessidade de redenção universal, do povo. Talvez tenham chegado lá por simples conveniência. Afinal prêmios no outro mundo ou os perigos dos assaltos e assassinatos feitos por pessoas desesperadas tenham afetado suas decisões.
Existe gente boa e má, pessoas de boas e péssimas índoles em qualquer ambiente. Na história da Humanidade vimos os efeitos de paranóicos no Poder assim como de pessoas especiais, promovendo avanços espetaculares.
Nesse processo de avanços e recuos chegamos à Democracia, tímida ou ampliada, pois a palavra, apesar de querer dizer basicamente “governo do povo, pelo povo” sofreu restrições na compreensão do que os poderosos entenderam por essa palavrinha pequena, mas extremamente importante: POVO.
Para completar o quadro atual, o modelo brasileiro de organização, talvez esteja faltando o sindicato mais importante, o dos brasileiros mais desprotegidos, abandonados, sem recursos para manterem escritórios em Brasília e nas capitais estaduais, fazendo lobby e ...
Na república sindicalista brasileira precisamos viabilizar a presença de todos, pois o perigo é termos situações contínuas de desrespeito àqueles que dependem do SUS, por exemplo. Tivemos progressos importantes, a representação é quase completa, mas ainda sentimos a falta de uma parcela significativa dessa estrutura de poder.
Teremos eleições, pobre também vota. Vamos trabalhar para que tenham boa orientação e não desperdicem seus votos. Pode ser utopia, mas é uma boa luta.
Cascaes
18.8.2010
Antes desses períodos corporativos o Brasil passou pela experiência da Monarquia, ou seja, um grupo de pessoas que, sob bênçãos divinas, dizia-se legítima dona do Brasil.
Agora o medo é das centrais sindicais. Realmente elas assustam, essas centrais talvez disputem com outras, mais antigas, o famoso Poder. Febraban, FIESP, cartéis, sindicatos explícitos de empresários mandam no Brasil, tanto mandam que nossas leis eleitorais não mudam, continuam dependendo de dinheiro privado para a sustentação de campanhas caríssimas.
As centrais sindicais ganharam força nesses últimos anos assim como outros processos de arregimentação da população. Isso assusta quem está no comando do país. Afinal, como escritores mais atentos já o disseram, os poderosos têm medo. Quem tem algo a perder não gosta de descer do pedestal de suas facilidades.
Infelizmente nessa constelação de sindicatos, cartéis, associações etc. faltem os sindicatos que representem o povo mais simples, os deserdados, os sem terra, sem profissão, sem saúde, sem emprego... É até interessante notar na maioria das discussões, audiências públicas etc. a ausência do povo real. Vemos, nesses ambientes, líderes de ONGs, partidos políticos, empreiteiras, indústrias e até de religiões, mas não encontraremos, com raras exceções, os catadores de lixo, os favelados, os mais pobres até porque dificilmente saberão da existência desses eventos.
Maravilhosamente o Brasil muda. Ser rico ou poderoso não é sinônimo de maldade. Nossas elites, pelo menos alguns de seus representantes, acordaram para a necessidade de redenção universal, do povo. Talvez tenham chegado lá por simples conveniência. Afinal prêmios no outro mundo ou os perigos dos assaltos e assassinatos feitos por pessoas desesperadas tenham afetado suas decisões.
Existe gente boa e má, pessoas de boas e péssimas índoles em qualquer ambiente. Na história da Humanidade vimos os efeitos de paranóicos no Poder assim como de pessoas especiais, promovendo avanços espetaculares.
Nesse processo de avanços e recuos chegamos à Democracia, tímida ou ampliada, pois a palavra, apesar de querer dizer basicamente “governo do povo, pelo povo” sofreu restrições na compreensão do que os poderosos entenderam por essa palavrinha pequena, mas extremamente importante: POVO.
Para completar o quadro atual, o modelo brasileiro de organização, talvez esteja faltando o sindicato mais importante, o dos brasileiros mais desprotegidos, abandonados, sem recursos para manterem escritórios em Brasília e nas capitais estaduais, fazendo lobby e ...
Na república sindicalista brasileira precisamos viabilizar a presença de todos, pois o perigo é termos situações contínuas de desrespeito àqueles que dependem do SUS, por exemplo. Tivemos progressos importantes, a representação é quase completa, mas ainda sentimos a falta de uma parcela significativa dessa estrutura de poder.
Teremos eleições, pobre também vota. Vamos trabalhar para que tenham boa orientação e não desperdicem seus votos. Pode ser utopia, mas é uma boa luta.
Cascaes
18.8.2010
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República sindical
O planejamento urbano e a educação
Afinal o que é uma cidade? Quantas pessoas devem morar próximas para que se viabilize uma visão urbana? Viajando pelo Brasil podemos ficar confusos, pois muitos municípios existem em torno de pequenas aglomerações, onde eventualmente encontramos algo mais que a Prefeitura, algum cartório, igreja e praça. As escolas nem sempre merecem o mesmo capricho dado às autoridades formais, o que gerou multidões de analfabetos em nosso território.
Novas visões políticas, contudo, colocaram a Educação em foco e já não temos situações comuns no Brasil dos anos sessenta do século passado, quando os salários dos professores, além de ridículos, atrasavam eventualmente, em alguns estados e até da União, por meses a fio. Principalmente no que se chamava de escola primária, as professoras, na visão patriarcal da época, deveriam depender de seus familiares. O salário era um ganho adicional dispensável...
Mudamos muito nessas últimas décadas. O número de estabelecimentos de ensino (em todos os níveis) cresceu exponencialmente. A industrialização e a organização de grandes empresas estatais mostraram a carência de profissionais. Tivemos dentro de algumas delas centros de treinamento, que eram autênticas universidades. Grandes laboratórios e estímulo a cursos de mestrado apareceram no início da década de setenta, criando-se no Brasil uma base que não tem mais retorno, avança e abraça, inclusive, temas mais complexos pelas novas visões de sustentabilidade, acessibilidade, diversidade em todos os sentidos, cidadania, enfim.
Essa complexidade cultural começa a exigir novas posturas políticas. As decisões precisam ser bem pensadas. Obviamente a democracia verde amarela é um tanto relativa e, apuradas as eleições, entronizamos pessoas que, não raramente, esquecem discursos e propostas. De uma certa forma o povo encontrava dificuldade de se expressar, o que felizmente é coisa do passado. As telecomunicações vieram com tudo e não há mais como passar trotes na população sem chamar a atenção dos mais atentos.
O desenvolvimento do nosso povo não é uniforme, algo perfeitamente compreensível diante da diversidade cultural e econômica desse país-continente. Somos deixados em paz graças ao nosso tamanho (querem dividir o Brasil), mas também temos dificuldades diante do gigantismo territorial. Assim eleições para presidente da República são norteadas por propostas assistencialistas, projetos simplórios e discursos medíocres. A esperança é que, apesar disso, tenhamos gente capaz no governo...
As dificuldades de escolha de bons governantes acontecem em diversas escalas, tudo dependendo da formação das comunidades, dos estados.
As cidades brasileiras, unidade base de qualquer nação, agora estão sob inúmeras leis disciplinadoras de seu desenvolvimento. Vemos isso lendo o livro “O Automóvel” (Caruso, 2010) que apresenta dez entrevistas com pessoas de destaque em urbanismo e/ou rodoviarismo. Nas palavras dos entrevistados a preocupação com o planejamento urbano é onipresente, assim como as muitas formas de educação e de respeito às melhores lógicas de ocupação de espaços.
Ou seja, no Brasil já podemos contar com excelentes profissionais (o livro mostra isso) para a construção e reforma de nossas cidades, talvez só esteja faltando, ainda, é educação suficiente para se compreender a importância da “NÃO IMPROVISAÇÃO”.
Cascaes
18.8.2010
Caruso, R. C. (2010). O Automóvel, o planejamento urbano: a crise das cidades. Florianópolis: fiscal TECH.
Novas visões políticas, contudo, colocaram a Educação em foco e já não temos situações comuns no Brasil dos anos sessenta do século passado, quando os salários dos professores, além de ridículos, atrasavam eventualmente, em alguns estados e até da União, por meses a fio. Principalmente no que se chamava de escola primária, as professoras, na visão patriarcal da época, deveriam depender de seus familiares. O salário era um ganho adicional dispensável...
Mudamos muito nessas últimas décadas. O número de estabelecimentos de ensino (em todos os níveis) cresceu exponencialmente. A industrialização e a organização de grandes empresas estatais mostraram a carência de profissionais. Tivemos dentro de algumas delas centros de treinamento, que eram autênticas universidades. Grandes laboratórios e estímulo a cursos de mestrado apareceram no início da década de setenta, criando-se no Brasil uma base que não tem mais retorno, avança e abraça, inclusive, temas mais complexos pelas novas visões de sustentabilidade, acessibilidade, diversidade em todos os sentidos, cidadania, enfim.
Essa complexidade cultural começa a exigir novas posturas políticas. As decisões precisam ser bem pensadas. Obviamente a democracia verde amarela é um tanto relativa e, apuradas as eleições, entronizamos pessoas que, não raramente, esquecem discursos e propostas. De uma certa forma o povo encontrava dificuldade de se expressar, o que felizmente é coisa do passado. As telecomunicações vieram com tudo e não há mais como passar trotes na população sem chamar a atenção dos mais atentos.
O desenvolvimento do nosso povo não é uniforme, algo perfeitamente compreensível diante da diversidade cultural e econômica desse país-continente. Somos deixados em paz graças ao nosso tamanho (querem dividir o Brasil), mas também temos dificuldades diante do gigantismo territorial. Assim eleições para presidente da República são norteadas por propostas assistencialistas, projetos simplórios e discursos medíocres. A esperança é que, apesar disso, tenhamos gente capaz no governo...
As dificuldades de escolha de bons governantes acontecem em diversas escalas, tudo dependendo da formação das comunidades, dos estados.
As cidades brasileiras, unidade base de qualquer nação, agora estão sob inúmeras leis disciplinadoras de seu desenvolvimento. Vemos isso lendo o livro “O Automóvel” (Caruso, 2010) que apresenta dez entrevistas com pessoas de destaque em urbanismo e/ou rodoviarismo. Nas palavras dos entrevistados a preocupação com o planejamento urbano é onipresente, assim como as muitas formas de educação e de respeito às melhores lógicas de ocupação de espaços.
Ou seja, no Brasil já podemos contar com excelentes profissionais (o livro mostra isso) para a construção e reforma de nossas cidades, talvez só esteja faltando, ainda, é educação suficiente para se compreender a importância da “NÃO IMPROVISAÇÃO”.
Cascaes
18.8.2010
Caruso, R. C. (2010). O Automóvel, o planejamento urbano: a crise das cidades. Florianópolis: fiscal TECH.
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O planejamento urbano e a educação
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Serviços essenciais e bom governo
A opinião de especialistas pode, eventualmente, vir comprometida por interesses profissionais e vinculações inevitáveis com patrões e empresas. A paixão pura e simples também atrapalha, afinal o ser humano se deixa, facilmente, dominar pelas emoções. Para completar as dúvidas devemos ponderar sobre a inteligência e vinculações ideológicas, nem sempre saudáveis.
Por tudo isso em temas polêmicos precisamos prestar muita atenção a uma série de informações e procurar na diversidade a convergência.
A privatização das concessionárias e grandes estatais vinculadas a atividades estratégicas foi indubitavelmente atabalhoada, mal feita. As agências, criadas para garantir o respeito a contratos, estruturaram-se penosamente; algumas delas ainda distantes do padrão necessário e suficiente. O contingenciamento de verbas estranhamente atingiu em cheio essas instituições essenciais ao modelo privatizante. As concessionárias livres e sem fiscalização adequada fizeram o que bem entenderam, algumas já levando o povo brasileiro a perder a paciência e servindo de base para discursos contra novas privatizações. A qualidade de serviços foi relegada ao segundo plano, a confiabilidade esquecida e até planilhas, custos etc. deixaram de ser analisados de forma adequada.
Sem atuação forte do Governo e na falta de projetos necessários e suficientes ao nosso país por parte da iniciativa privada (que manda muito nessas terras), quem perdeu foi o povo brasileiro. Um exemplo desse pesadelo é a infraestrutura de transporte de carga e passageiros. Foi preciso um campeonato de futebol e um cartola da FIFA para que o Brasil despertasse de seu torpor.
Muito tem sido escrito a respeito em alguns meios mais esclarecidos, vale, registrar com destaque a entrevista de Alexandre Castilho, inspetor da Polícia Rodoviária Federal em Brasília ao tempo da edição do livro “O Automóvel” (Caruso, 2010), organizado por Raimundo C. Caruso onde ele diz (capítulo “Como evitar 35 mil mortos nas rodovias e ruas das cidades”, pg 30):
“E o que encontramos no nosso país? Encontramos a ameaçadora promiscuidade do transporte de soja, de petróleo e gasolina, dos eletrodomésticos, dos veículos novos, dos carros populares circulando na mão de gente que nunca dirigiu na estrada e agora está descobrindo o turismo interno, de custos baixos. E há também os turistas sul-americanos que estão vindo para o Brasil, tudo misturado numa rodovia de mão e contramão!
Essa é uma mistura perigosa, explosiva, que as estatísticas de mortes, feridos e incapacitados, de forma permanente, revelam, desgraçadamente, muito bem. Aí está o caminhoneiro que tem hora para chegar, da mesma forma que o verdureiro, e o turista que não deveria ter tanta pressa, mas que, se pudesse, apertaria um botão para chegar ao destino, no mesmo instante. Corre mais que todos...”
Ou seja, na falta de boas ferrovias, aeroportos, portos e acessórios temos uma tragédia permanente, brutal, que já não é notícia, virou simples estatística.
O Brasil pode, graças ao cenário econômico e à flexibilização conceitual, diante do fracasso de muitas concessionárias privatizadas ou simplesmente sempre privadas (vide transporte coletivo urbano, raramente eficaz) refazer este cenário, acelerando projetos essenciais ao nosso país.
Infelizmente muitos obstáculos foram criados. Temos uma legislação “moderna” e pouco inteligente. A regulamentação de nossas leis, com raras exceções, é um desastre, algo feito para viabilização de tribunais, varas, multas, impostos e... Ou seja, os próximos legisladores poderão atuar racionalizando o que existe, só isso, não há necessidade de mais nada para justificarem seus postos.
Nossa esperança sempre é a renovação política e o aprimoramento do Governo, o voto consciente, a eleição de gente competente. Felizmente teremos essa oportunidade logo, o fundamental é não desperdiçar o voto.
Cascaes
16.8.2010
Caruso, R. C. (2010). O Automóvel, o planejamento urbano: a crise das cidades. Florianópolis: fiscal TECH.
Por tudo isso em temas polêmicos precisamos prestar muita atenção a uma série de informações e procurar na diversidade a convergência.
A privatização das concessionárias e grandes estatais vinculadas a atividades estratégicas foi indubitavelmente atabalhoada, mal feita. As agências, criadas para garantir o respeito a contratos, estruturaram-se penosamente; algumas delas ainda distantes do padrão necessário e suficiente. O contingenciamento de verbas estranhamente atingiu em cheio essas instituições essenciais ao modelo privatizante. As concessionárias livres e sem fiscalização adequada fizeram o que bem entenderam, algumas já levando o povo brasileiro a perder a paciência e servindo de base para discursos contra novas privatizações. A qualidade de serviços foi relegada ao segundo plano, a confiabilidade esquecida e até planilhas, custos etc. deixaram de ser analisados de forma adequada.
Sem atuação forte do Governo e na falta de projetos necessários e suficientes ao nosso país por parte da iniciativa privada (que manda muito nessas terras), quem perdeu foi o povo brasileiro. Um exemplo desse pesadelo é a infraestrutura de transporte de carga e passageiros. Foi preciso um campeonato de futebol e um cartola da FIFA para que o Brasil despertasse de seu torpor.
Muito tem sido escrito a respeito em alguns meios mais esclarecidos, vale, registrar com destaque a entrevista de Alexandre Castilho, inspetor da Polícia Rodoviária Federal em Brasília ao tempo da edição do livro “O Automóvel” (Caruso, 2010), organizado por Raimundo C. Caruso onde ele diz (capítulo “Como evitar 35 mil mortos nas rodovias e ruas das cidades”, pg 30):
“E o que encontramos no nosso país? Encontramos a ameaçadora promiscuidade do transporte de soja, de petróleo e gasolina, dos eletrodomésticos, dos veículos novos, dos carros populares circulando na mão de gente que nunca dirigiu na estrada e agora está descobrindo o turismo interno, de custos baixos. E há também os turistas sul-americanos que estão vindo para o Brasil, tudo misturado numa rodovia de mão e contramão!
Essa é uma mistura perigosa, explosiva, que as estatísticas de mortes, feridos e incapacitados, de forma permanente, revelam, desgraçadamente, muito bem. Aí está o caminhoneiro que tem hora para chegar, da mesma forma que o verdureiro, e o turista que não deveria ter tanta pressa, mas que, se pudesse, apertaria um botão para chegar ao destino, no mesmo instante. Corre mais que todos...”
Ou seja, na falta de boas ferrovias, aeroportos, portos e acessórios temos uma tragédia permanente, brutal, que já não é notícia, virou simples estatística.
O Brasil pode, graças ao cenário econômico e à flexibilização conceitual, diante do fracasso de muitas concessionárias privatizadas ou simplesmente sempre privadas (vide transporte coletivo urbano, raramente eficaz) refazer este cenário, acelerando projetos essenciais ao nosso país.
Infelizmente muitos obstáculos foram criados. Temos uma legislação “moderna” e pouco inteligente. A regulamentação de nossas leis, com raras exceções, é um desastre, algo feito para viabilização de tribunais, varas, multas, impostos e... Ou seja, os próximos legisladores poderão atuar racionalizando o que existe, só isso, não há necessidade de mais nada para justificarem seus postos.
Nossa esperança sempre é a renovação política e o aprimoramento do Governo, o voto consciente, a eleição de gente competente. Felizmente teremos essa oportunidade logo, o fundamental é não desperdiçar o voto.
Cascaes
16.8.2010
Caruso, R. C. (2010). O Automóvel, o planejamento urbano: a crise das cidades. Florianópolis: fiscal TECH.
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bom governo,
Serviços essenciais
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Ferrovias no Brasil e no Paraná
Meu amigo Paulo Ferraz, pessoa extremamente bem informada no setor ferroviário, mandou-me o seguinte email:
No Brasil 16.000 km de ferrovias agonizam sendo desativados e canibalizados pelas concessionárias. Para reconstruir a mesma extensão de linhas o Governo Federal precisará investir R$ 40 bilhões de recursos públicos.
Temos também a considerar os passivos acarretados com o processo de privatização sejam os ambientais em conseqüências dos graves acidentes que vem ocorrendo; os trabalhistas (retroagem 5 anos ) resultado do reflexo para a União ( RFFSA) dos custos das 35.000 demissões praticadas pelas concessionárias no inicio da transição e prejuízos econômico as centenas de clientes excluídos dos atendimentos do transporte ferroviário.
Esses valores podem chegar a R$ 10 bilhões.
Segundo a ANTF - Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários os Concessionários de ferrovias investiram de 1997 a 2009 o montante de 20 bilhões de reais (valor que se auditado diminui drasticamente).
Desse valor o BNDES não anuncia quanto entregou as Concessionárias, as garantias recebidas, em que obras foram aplicados e o retorno econômico-social desses recursos, pois considera esses dados sigilosos.
Nesses 12 anos as Concessionárias além do faturamento dos fretes sobre os transportes tiveram também receita da venda de sucatas ( objeto de apuração da Policia Federal ) e de negócios explorando o patrimônio arrendado.
Não é preciso ser um grande economista pra ver que a privatização foi um mau negócio que vem gerando bilhões de reais de prejuízos que se acumulam a cada ano.
Que providencias serão tomadas para estancar esse crime ao patrimônio público e quem irá cobrar dos responsáveis o prejuízo ao país?
PRESIDENTE DA VALEC CONFIRMA SUCATEAMENTO
"No decreto previsto para ser assinado hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, inclui-se a possibilidade de o governo fazer uso do trecho ferroviário que atualmente pertence às concessionárias, mas que não seja explorado comercialmente. Hoje, segundo José Francisco das Neves, presidente da Valec, há mais de 16 mil km de malha nessa situação" ( trecho de matéria publicada no Valor Econômico dia 111/8/2010 ).
Mais uma vez ele, no desespero e angústia de bom brasileiro, procura chamar a atenção para um modal que faz uma tremenda falta ao país. É fácil sentir a ausência dos trilhos. Rodovias recentemente duplicadas já mostram sinais de saturação. Os acidentes rodoviários matam dezenas de milhares de brasileiros e deixam muitos mais com lesões permanentes. O prejuízo da falta de boa infraestrutura de transporte de cargas é colossal, agregando custos a produtos que assim perdem competitividade ou diminuem o lucro dos produtores.
Recuperar a malha ferroviária do Paraná, por exemplo, não é algo assim tão absurdo. A Copel, que já faz um alcooduto, a “holding Copel”, poderia assumir essa tarefa se algumas restrições equivocadas forem superadas (se é que existem). Fundações precisam de bons projetos diante da expectativa de redução da mamata dos juros altos. O país volta a crescer, ou seja, precisamos urgentemente discutir com profundidade, entusiasmo e dedicação a infraestrutura de nosso país, nós aqui a do Paraná.
Se fazer obras para a Copa do Mundo agrada esportistas de TV, pipoca, cerveja e cadeira de Arena e cria projetos bons e maus, cuidar da infraestrutura de nosso país (revendo-se, inclusive, modelos apressados, mal pensados e pessimamente executados de privatização) é imperioso diante dos desafios do século 21.
O transporte ferroviário é um dos setores mais afetados pela tenebrosa privatização fernandina. É hora de se corrigir erros do passado e iniciarmos propostas e projetos decentes.
A campanha eleitoral está começando, vamos ver o que nossos candidatos têm a dizer.
Cascaes
16.8.2010
No Brasil 16.000 km de ferrovias agonizam sendo desativados e canibalizados pelas concessionárias. Para reconstruir a mesma extensão de linhas o Governo Federal precisará investir R$ 40 bilhões de recursos públicos.
Temos também a considerar os passivos acarretados com o processo de privatização sejam os ambientais em conseqüências dos graves acidentes que vem ocorrendo; os trabalhistas (retroagem 5 anos ) resultado do reflexo para a União ( RFFSA) dos custos das 35.000 demissões praticadas pelas concessionárias no inicio da transição e prejuízos econômico as centenas de clientes excluídos dos atendimentos do transporte ferroviário.
Esses valores podem chegar a R$ 10 bilhões.
Segundo a ANTF - Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários os Concessionários de ferrovias investiram de 1997 a 2009 o montante de 20 bilhões de reais (valor que se auditado diminui drasticamente).
Desse valor o BNDES não anuncia quanto entregou as Concessionárias, as garantias recebidas, em que obras foram aplicados e o retorno econômico-social desses recursos, pois considera esses dados sigilosos.
Nesses 12 anos as Concessionárias além do faturamento dos fretes sobre os transportes tiveram também receita da venda de sucatas ( objeto de apuração da Policia Federal ) e de negócios explorando o patrimônio arrendado.
Não é preciso ser um grande economista pra ver que a privatização foi um mau negócio que vem gerando bilhões de reais de prejuízos que se acumulam a cada ano.
Que providencias serão tomadas para estancar esse crime ao patrimônio público e quem irá cobrar dos responsáveis o prejuízo ao país?
PRESIDENTE DA VALEC CONFIRMA SUCATEAMENTO
"No decreto previsto para ser assinado hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, inclui-se a possibilidade de o governo fazer uso do trecho ferroviário que atualmente pertence às concessionárias, mas que não seja explorado comercialmente. Hoje, segundo José Francisco das Neves, presidente da Valec, há mais de 16 mil km de malha nessa situação" ( trecho de matéria publicada no Valor Econômico dia 111/8/2010 ).
Mais uma vez ele, no desespero e angústia de bom brasileiro, procura chamar a atenção para um modal que faz uma tremenda falta ao país. É fácil sentir a ausência dos trilhos. Rodovias recentemente duplicadas já mostram sinais de saturação. Os acidentes rodoviários matam dezenas de milhares de brasileiros e deixam muitos mais com lesões permanentes. O prejuízo da falta de boa infraestrutura de transporte de cargas é colossal, agregando custos a produtos que assim perdem competitividade ou diminuem o lucro dos produtores.
Recuperar a malha ferroviária do Paraná, por exemplo, não é algo assim tão absurdo. A Copel, que já faz um alcooduto, a “holding Copel”, poderia assumir essa tarefa se algumas restrições equivocadas forem superadas (se é que existem). Fundações precisam de bons projetos diante da expectativa de redução da mamata dos juros altos. O país volta a crescer, ou seja, precisamos urgentemente discutir com profundidade, entusiasmo e dedicação a infraestrutura de nosso país, nós aqui a do Paraná.
Se fazer obras para a Copa do Mundo agrada esportistas de TV, pipoca, cerveja e cadeira de Arena e cria projetos bons e maus, cuidar da infraestrutura de nosso país (revendo-se, inclusive, modelos apressados, mal pensados e pessimamente executados de privatização) é imperioso diante dos desafios do século 21.
O transporte ferroviário é um dos setores mais afetados pela tenebrosa privatização fernandina. É hora de se corrigir erros do passado e iniciarmos propostas e projetos decentes.
A campanha eleitoral está começando, vamos ver o que nossos candidatos têm a dizer.
Cascaes
16.8.2010
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04:57:00
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Ferrovias no Brasil e no Paraná
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Infovias de grande capacidade e o EAD
Quando vemos as cidades engarrafadas, o trânsito lento e os pátios das universidades (de onde sairão nossos profissionais de “nível superior”) cheios de automóveis ficamos pensando na insanidade de uma civilização que ainda não aprendeu a usar a tecnologia para racionalização de suas atividades. Usando a internet, contudo, sentindo no bolso o seu custo (computador, mensalidade da provedora, softwares etc.) percebemos que pagamos caro, muito caro por um serviço distante dos melhores padrões de custo e qualidade possíveis no mundo moderno.
Quando vice – presidente dos EUA, Al Gore gastava seu tempo defendendo a implantação de infovias em seu país. Do artigo “Da cidade de pedra à cidade virtual” de Júlio Moreno[i] vale a pena transcrever o seguinte:
Na comunidade virtual, o principal a se transportar são idéias, tecnologia e conhecimento, o trio que Alvin Tofler classifica como os novos produtos das sociedades da terceira onda. Um século antes dele, outro escritor famoso em sua época, Nathaniel Hawthorne, inspirado pelo desenvolvimento do telégrafo, dizia que "o globo terrestre é um vasto cérebro". Sua leitura, há 30 anos, marcou a juventude de Albert Gore sic hoje vice-presidente dos Estados Unidos e mentor intelectual das ações que o governo daquele país tem feito pela construção não apenas de uma infra-estrutura norte-americana da informação, mas também mundial.
... a revista The Economist. Em sua edição de 21 de maio de 1994, ela afirma que as networks estão se tornando um emulador dos cérebros de empreendedores e acadêmicos de todo o mundo, ao proporcionar um intercâmbio contínuo de conhecimento e colaborações antes possível apenas em centros científicos que florescem, em geral, ao redor de algumas universidades. O espírito que tais centros esperam capturar talvez esteja crescendo basicamente no interior de redes de computadores, diz a revista, "muito além do alcance de planejadores urbanos e burocratas".
Os brasileiros e o ser humano em geral encontram dificuldades para aceitar mudanças radicais. Elas, contudo, são necessárias quando pensamos nas dimensões continentais do Brasil e a necessidade de estendermos a Educação e formação profissional a todos os seus habitantes, estejam onde estiverem.
Com satélites, antenas, cabos telefônicos ou de fibra ótica é extremamente importante que todos consigam acessar o universo WEB e nele, com aparelhos de custo compatível com suas possibilidades, possam estudar, comunicar-se, conhecer o mundo. Mais ainda, em grandes cidades impõe-se evitar deslocamentos que possam ser substituídos por sistemas de comunicação. O Ensino a Distância, EAD, por exemplo, poderá colocar à disposição do aluno a melhor equipe de professores (já que o custo será rateado por muito mais gente e sem a manutenção de prédios e estacionamentos gigantescos). DVDs e livros digitais (usando blogs, youtube, links com outros centros, museus, laboratórios etc) são a complementação de sistemas que tirarão milhares de automóveis das ruas das cidades e/ou passageiros de ônibus, bondes e metrôs. Melhor ainda, com os recursos possíveis as aulas poderão aparecer em texto, LIBRAS e sonoras. Gravadas haverá como repeti-las infinitas vezes e usando espaços de merchandising serem ofertadas sem custos para os alunos (propaganda do MEC, por exemplo).
Sistemas de grande capacidade de internet agilizam a acessibilidade ao youtube onde filmes poderão revelar talentos, fazer a fortuna de pessoas que de outra maneira morreriam desconhecidas. Grandes empresas já sabem como usar a WEB apesar de limitações intrigantes de acessibilidade, só compreensíveis pela priorização de critérios de disciplina, freqüentemente castradores.
Precisamos de infovias e de serviços de internet de baixo custo com alta qualidade. Esse é um diferencial que o Paraná pode oferecer a partir da COPEL, onde temos especialistas e estrutura para o grande salto que universidades, empresas, nossos amigos e até as pessoas mais humildes (principalmente elas) precisam para crescer materialmente e intelectualmente.
Cascaes
9.8.2010
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[i] http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:15REN6ZBS3IJ:www.mhd.org/artigos/julio_moreno.html+al+gore+%22infovias%22&cd=10&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
Quando vice – presidente dos EUA, Al Gore gastava seu tempo defendendo a implantação de infovias em seu país. Do artigo “Da cidade de pedra à cidade virtual” de Júlio Moreno[i] vale a pena transcrever o seguinte:
Na comunidade virtual, o principal a se transportar são idéias, tecnologia e conhecimento, o trio que Alvin Tofler classifica como os novos produtos das sociedades da terceira onda. Um século antes dele, outro escritor famoso em sua época, Nathaniel Hawthorne, inspirado pelo desenvolvimento do telégrafo, dizia que "o globo terrestre é um vasto cérebro". Sua leitura, há 30 anos, marcou a juventude de Albert Gore sic hoje vice-presidente dos Estados Unidos e mentor intelectual das ações que o governo daquele país tem feito pela construção não apenas de uma infra-estrutura norte-americana da informação, mas também mundial.
... a revista The Economist. Em sua edição de 21 de maio de 1994, ela afirma que as networks estão se tornando um emulador dos cérebros de empreendedores e acadêmicos de todo o mundo, ao proporcionar um intercâmbio contínuo de conhecimento e colaborações antes possível apenas em centros científicos que florescem, em geral, ao redor de algumas universidades. O espírito que tais centros esperam capturar talvez esteja crescendo basicamente no interior de redes de computadores, diz a revista, "muito além do alcance de planejadores urbanos e burocratas".
Os brasileiros e o ser humano em geral encontram dificuldades para aceitar mudanças radicais. Elas, contudo, são necessárias quando pensamos nas dimensões continentais do Brasil e a necessidade de estendermos a Educação e formação profissional a todos os seus habitantes, estejam onde estiverem.
Com satélites, antenas, cabos telefônicos ou de fibra ótica é extremamente importante que todos consigam acessar o universo WEB e nele, com aparelhos de custo compatível com suas possibilidades, possam estudar, comunicar-se, conhecer o mundo. Mais ainda, em grandes cidades impõe-se evitar deslocamentos que possam ser substituídos por sistemas de comunicação. O Ensino a Distância, EAD, por exemplo, poderá colocar à disposição do aluno a melhor equipe de professores (já que o custo será rateado por muito mais gente e sem a manutenção de prédios e estacionamentos gigantescos). DVDs e livros digitais (usando blogs, youtube, links com outros centros, museus, laboratórios etc) são a complementação de sistemas que tirarão milhares de automóveis das ruas das cidades e/ou passageiros de ônibus, bondes e metrôs. Melhor ainda, com os recursos possíveis as aulas poderão aparecer em texto, LIBRAS e sonoras. Gravadas haverá como repeti-las infinitas vezes e usando espaços de merchandising serem ofertadas sem custos para os alunos (propaganda do MEC, por exemplo).
Sistemas de grande capacidade de internet agilizam a acessibilidade ao youtube onde filmes poderão revelar talentos, fazer a fortuna de pessoas que de outra maneira morreriam desconhecidas. Grandes empresas já sabem como usar a WEB apesar de limitações intrigantes de acessibilidade, só compreensíveis pela priorização de critérios de disciplina, freqüentemente castradores.
Precisamos de infovias e de serviços de internet de baixo custo com alta qualidade. Esse é um diferencial que o Paraná pode oferecer a partir da COPEL, onde temos especialistas e estrutura para o grande salto que universidades, empresas, nossos amigos e até as pessoas mais humildes (principalmente elas) precisam para crescer materialmente e intelectualmente.
Cascaes
9.8.2010
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[i] http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:15REN6ZBS3IJ:www.mhd.org/artigos/julio_moreno.html+al+gore+%22infovias%22&cd=10&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
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EAD,
Infovias de grande capacidade
Renovação de concessões – oportunidades importantes
No Paraná inúmeros serviços e instalações de grande porte devem estar próximos ao final dos prazos de concessão. Ou seja, hidrelétricas, saneamento básico, transporte coletivo etc. deverão ser relicitados. Outros ainda estão em processo de concorrência. Poucos distantes do final ou concedidos recentemente sem discussão ampla de seus efeitos, vantagens e desvantagens para o povo do estado, o que é extremamente lamentável. A discussão é mal feita e os lobistas e corporações atrapalham mais do que ajudam. Precisamos encontrar um fórum respeitável e com honestidade intelectual acima de qualquer suspeita.
Temos casos complicados, como, por exemplo, o da Usina de Segredo que começou a operar no meio do período de concessão compromissado com a União, podendo, portanto, deixar de ser copeliana em breve.
O lixo da RMC é caso antológico de confusão e dúvidas que não terminarão nunca. Tão grave quanto essa situação é o edital para o transporte coletivo urbano de Curitiba, um retrocesso conceitual incrível.
E as hidrelétricas? No caso das usinas geradoras de energia elétrica podemos avançar muito diante das teses de sustentabilidade e necessidade de maior segurança e respeito à natureza.
Detalhes técnicos também precisam ser revistos. Os vertedores estão bem dimensionados? Sabemos que as dúvidas existem. Valeria a pena a ANEEL impor ajustes diante a expectativa de chuvas mais intensas? Para o controle de enchentes, o que pode ser feito? Escada de peixes, eclusas, canais especiais etc. formam um conjunto de obras que todos deveriam estar discutindo sem paixões, modismos e oportunismos, mas atentos ao significado do que se propuser e os custos e benefícios dessas reformas. Note-se que nessas condições uma parte do empreendimento pode ser mantida intacta, contribuindo com uma margem para as correções necessárias.
Alguns serviços e direitos de exploração parecem não ter prazo. Por quê? Vale a questão. Por exemplo, falando de jazidas minerais, devemos rediscutir a legislação existente. Qual deveria ser o critério de renovação de direitos de exploração?
Se nosso povo mergulhar em lógicas e acordos de Poder (distante do povo) descobrirá coisas preocupantes, no mínimo discutíveis.
O Brasil precisa criar oportunidades de investimentos. Os juros precisam cair. Sem as facilidades do empréstimo ao Governo os banqueiros, investidores e as fundações de assistência privada e das estatais (por exemplo) procurarão investimentos de risco. E que risco melhor para a nação do que gastar esse dinheiro em obras de infraestrutura bem feitas, seguras, atendendo requisitos padrão século 21?
Juntando interesses tão diversos quanto as preocupações ecológicas e os de rentabilidade financeira, o Brasil poderá refazer instalações construídas sob paradigmas antigos e riscos desconhecidos (à época), em benefício de todos, pois, evidentemente, os custos serão considerados, ponderados em tarifas e preços.
Com a visão na sustentabilidade, contudo, é importante que a energia, usando-a mais uma vez como exemplo, seja extremamente cara para quem a utiliza perdulariamente ou em aplicações distantes do interesse social.
Precisamos, portanto, rever critérios de concessão e ficar atentos às agências reguladoras que não fazem leis, mas as aplicam num ou noutro extremo conforme o perfil de seus funcionários. Compete ao Poder Legislativo e Executivo negociarem e criarem leis, decretos e metas para as concessionárias e agências. Bons ou ruins são os poderes que representam o povo e têm legitimidade para escolher caminhos.
Estamos a poucos meses de eleger deputados, senadores e o futuro presidente da República. Seria extremamente importante saber como conduzirão essas questões. O que poderá preocupar, nesse apagão da Engenharia no Brasil (graças a leis ingênuas ou mal regulamentadas), é termos propostas simplórias, demagógicas.
Barragens, lixo, esgoto, transporte coletivo e até cemitério são assuntos sérios que demandam competência para uma boa legislação e administração. Quais são as propostas dos nossos candidatos? Baixar tarifas simplesmente? Ou será que agora teremos raciocínios, teses, propostas e projetos mais completos, racionais e absolutamente necessários à Humanidade no século 21?
Cascaes
8.8.2010
Temos casos complicados, como, por exemplo, o da Usina de Segredo que começou a operar no meio do período de concessão compromissado com a União, podendo, portanto, deixar de ser copeliana em breve.
O lixo da RMC é caso antológico de confusão e dúvidas que não terminarão nunca. Tão grave quanto essa situação é o edital para o transporte coletivo urbano de Curitiba, um retrocesso conceitual incrível.
E as hidrelétricas? No caso das usinas geradoras de energia elétrica podemos avançar muito diante das teses de sustentabilidade e necessidade de maior segurança e respeito à natureza.
Detalhes técnicos também precisam ser revistos. Os vertedores estão bem dimensionados? Sabemos que as dúvidas existem. Valeria a pena a ANEEL impor ajustes diante a expectativa de chuvas mais intensas? Para o controle de enchentes, o que pode ser feito? Escada de peixes, eclusas, canais especiais etc. formam um conjunto de obras que todos deveriam estar discutindo sem paixões, modismos e oportunismos, mas atentos ao significado do que se propuser e os custos e benefícios dessas reformas. Note-se que nessas condições uma parte do empreendimento pode ser mantida intacta, contribuindo com uma margem para as correções necessárias.
Alguns serviços e direitos de exploração parecem não ter prazo. Por quê? Vale a questão. Por exemplo, falando de jazidas minerais, devemos rediscutir a legislação existente. Qual deveria ser o critério de renovação de direitos de exploração?
Se nosso povo mergulhar em lógicas e acordos de Poder (distante do povo) descobrirá coisas preocupantes, no mínimo discutíveis.
O Brasil precisa criar oportunidades de investimentos. Os juros precisam cair. Sem as facilidades do empréstimo ao Governo os banqueiros, investidores e as fundações de assistência privada e das estatais (por exemplo) procurarão investimentos de risco. E que risco melhor para a nação do que gastar esse dinheiro em obras de infraestrutura bem feitas, seguras, atendendo requisitos padrão século 21?
Juntando interesses tão diversos quanto as preocupações ecológicas e os de rentabilidade financeira, o Brasil poderá refazer instalações construídas sob paradigmas antigos e riscos desconhecidos (à época), em benefício de todos, pois, evidentemente, os custos serão considerados, ponderados em tarifas e preços.
Com a visão na sustentabilidade, contudo, é importante que a energia, usando-a mais uma vez como exemplo, seja extremamente cara para quem a utiliza perdulariamente ou em aplicações distantes do interesse social.
Precisamos, portanto, rever critérios de concessão e ficar atentos às agências reguladoras que não fazem leis, mas as aplicam num ou noutro extremo conforme o perfil de seus funcionários. Compete ao Poder Legislativo e Executivo negociarem e criarem leis, decretos e metas para as concessionárias e agências. Bons ou ruins são os poderes que representam o povo e têm legitimidade para escolher caminhos.
Estamos a poucos meses de eleger deputados, senadores e o futuro presidente da República. Seria extremamente importante saber como conduzirão essas questões. O que poderá preocupar, nesse apagão da Engenharia no Brasil (graças a leis ingênuas ou mal regulamentadas), é termos propostas simplórias, demagógicas.
Barragens, lixo, esgoto, transporte coletivo e até cemitério são assuntos sérios que demandam competência para uma boa legislação e administração. Quais são as propostas dos nossos candidatos? Baixar tarifas simplesmente? Ou será que agora teremos raciocínios, teses, propostas e projetos mais completos, racionais e absolutamente necessários à Humanidade no século 21?
Cascaes
8.8.2010
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domingo, 8 de agosto de 2010
Energia barata ou racionalização
É comum termos reações fortes a mudanças de hábitos. Talvez a causa mais perturbadora de necessidade de mudança de comportamento seja a consciência da utilização excessiva de eletricidade, gasolina, diesel, querosene, carvão etc. como possíveis causas de problemas climáticos colossais. O desafio criado pela descoberta dos efeitos do excesso consumista exige sacrifícios e disposição para mudanças.
Nossa civilização foi construída sobre postulados e paradigmas que precisam ser revistos, o que não é fácil para quem se acostumou às facilidades alucinantes do século 20. As mudanças podem ser desagradáveis, mas é o preço que pagaremos para escapar das piores hipóteses climáticas, ecológicas e ambientais em geral, capazes de afetar gravemente a vida de nossos descendentes se forem verdadeiras.
Obviamente precisamos também desconfiar. Muitos não resistem ao discurso fácil e à mídia forte em torno das propostas ambientalistas. É fácil levantar teses assustadoras e usar alguma estatística mal feita para demonstrações tenebrosas. Vale até usar raciocínios mágicos para dizer que caminhamos para um holocausto sideral.
A prudência, contudo, pesando-se todos os prós e contras, recomenda mudanças a favor de hábitos conservacionistas, sustentáveis: se nada valer, pelo menos a preservação de nossa fauna e flora espetaculares justifica a protelação do que for possível, na esperança de que em breve tenhamos opções melhores. Assim, diante de catástrofes como a da British Petroleum no Golfo do México, devemos pensar melhor sobre nossos hábitos consumistas.
De que jeito impor maior racionalidade?
Campanhas educativas são importantes, se bem feitas e contínuas. Nossas crianças poderão ser diferentes, quando adultas, se desde pequenas ganharem educação conservacionista, de atenção contra o desperdício, de utilização lógica, eficaz e racional dos recursos naturais.
Pode-se, contudo, com facilidade descobrir que uma parcela da população simplesmente despreza qualquer cuidado com a sobrevivência da própria humanidade. Contra esses e a favor de todos impõem-se ações coercitivas. Nada mais eficaz que sobrepor custos disciplinadores. Por conseqüência devemos rever a disposição para baixar tarifas de energia e dos preços de combustíveis (principalmente). Ao contrário, sobre a energia em todas as suas formas devemos ter impostos que inibam seu desperdício, dinheiro que poderá ser usado em favor de todos, no transporte coletivo urbano, por exemplo.
Logicamente é importante que a energia seja a mais barata possível para atividades essenciais, de utilidade pública, e se apresente para qualquer uso com tarifas diferenciadas em função do padrão de consumo.
No Setor Elétrico isso já existiu no Brasil. Nossas tarifas mudavam em função da faixa de consumo residencial.
Discutimos o uso de bicicletas, da importância de deixar o carro na garagem e só usá-lo em última instância. Falamos de arquitetura e urbanismo racionais. Selos e qualificações de qualidade que só damos atenção quando pesam no bolso. Defendemos o passe livre, o transporte coletivo subsidiado. A água tratada não deve ser desperdiçada e o lixo ter destinação adequada etc.
Tudo isso pode ser perdido se a energia tiver custos tão baixos que o cidadão a utilize sem maiores preocupações, inclusive produzindo lixo em excesso. Ela existe em tudo o que fazemos e pode ser o ponto de partida em planos de um novo mundo.
A ignorância política e a insensibilidade social de muitos brasileiros são características facilmente perceptíveis de uma nação que desprezou a Educação desde seus primórdios. É hora de mudanças.
No Paraná a COPEL parou com os descontos em suas tarifas. Perfeito!
A tarifa social existe e todos podem diminuir consumo de energia elétrica se ajustarem seus hábitos e ambientes a lógicas conservacionistas, trazendo suas despesas a níveis suportáveis.
Devemos, isso sim, cobrar de nossos candidatos e do Governo em geral uma reforma fiscal e projetos que nos ajudem a deixar o carro em casa e usar melhor os recursos naturais. Precisamos adotar padrões de vida que, para serem mais saudáveis, exigem segurança, acessibilidade, sociabilidade e ajustes materiais, comportamentais e conceituais, inclusive dos nossos líderes.
E a energia? A favor de um mundo sustentável deve ter custos e usos criteriosos, portanto não pode ser, simplesmente, barata.
Cascaes
7.8.2010
Nossa civilização foi construída sobre postulados e paradigmas que precisam ser revistos, o que não é fácil para quem se acostumou às facilidades alucinantes do século 20. As mudanças podem ser desagradáveis, mas é o preço que pagaremos para escapar das piores hipóteses climáticas, ecológicas e ambientais em geral, capazes de afetar gravemente a vida de nossos descendentes se forem verdadeiras.
Obviamente precisamos também desconfiar. Muitos não resistem ao discurso fácil e à mídia forte em torno das propostas ambientalistas. É fácil levantar teses assustadoras e usar alguma estatística mal feita para demonstrações tenebrosas. Vale até usar raciocínios mágicos para dizer que caminhamos para um holocausto sideral.
A prudência, contudo, pesando-se todos os prós e contras, recomenda mudanças a favor de hábitos conservacionistas, sustentáveis: se nada valer, pelo menos a preservação de nossa fauna e flora espetaculares justifica a protelação do que for possível, na esperança de que em breve tenhamos opções melhores. Assim, diante de catástrofes como a da British Petroleum no Golfo do México, devemos pensar melhor sobre nossos hábitos consumistas.
De que jeito impor maior racionalidade?
Campanhas educativas são importantes, se bem feitas e contínuas. Nossas crianças poderão ser diferentes, quando adultas, se desde pequenas ganharem educação conservacionista, de atenção contra o desperdício, de utilização lógica, eficaz e racional dos recursos naturais.
Pode-se, contudo, com facilidade descobrir que uma parcela da população simplesmente despreza qualquer cuidado com a sobrevivência da própria humanidade. Contra esses e a favor de todos impõem-se ações coercitivas. Nada mais eficaz que sobrepor custos disciplinadores. Por conseqüência devemos rever a disposição para baixar tarifas de energia e dos preços de combustíveis (principalmente). Ao contrário, sobre a energia em todas as suas formas devemos ter impostos que inibam seu desperdício, dinheiro que poderá ser usado em favor de todos, no transporte coletivo urbano, por exemplo.
Logicamente é importante que a energia seja a mais barata possível para atividades essenciais, de utilidade pública, e se apresente para qualquer uso com tarifas diferenciadas em função do padrão de consumo.
No Setor Elétrico isso já existiu no Brasil. Nossas tarifas mudavam em função da faixa de consumo residencial.
Discutimos o uso de bicicletas, da importância de deixar o carro na garagem e só usá-lo em última instância. Falamos de arquitetura e urbanismo racionais. Selos e qualificações de qualidade que só damos atenção quando pesam no bolso. Defendemos o passe livre, o transporte coletivo subsidiado. A água tratada não deve ser desperdiçada e o lixo ter destinação adequada etc.
Tudo isso pode ser perdido se a energia tiver custos tão baixos que o cidadão a utilize sem maiores preocupações, inclusive produzindo lixo em excesso. Ela existe em tudo o que fazemos e pode ser o ponto de partida em planos de um novo mundo.
A ignorância política e a insensibilidade social de muitos brasileiros são características facilmente perceptíveis de uma nação que desprezou a Educação desde seus primórdios. É hora de mudanças.
No Paraná a COPEL parou com os descontos em suas tarifas. Perfeito!
A tarifa social existe e todos podem diminuir consumo de energia elétrica se ajustarem seus hábitos e ambientes a lógicas conservacionistas, trazendo suas despesas a níveis suportáveis.
Devemos, isso sim, cobrar de nossos candidatos e do Governo em geral uma reforma fiscal e projetos que nos ajudem a deixar o carro em casa e usar melhor os recursos naturais. Precisamos adotar padrões de vida que, para serem mais saudáveis, exigem segurança, acessibilidade, sociabilidade e ajustes materiais, comportamentais e conceituais, inclusive dos nossos líderes.
E a energia? A favor de um mundo sustentável deve ter custos e usos criteriosos, portanto não pode ser, simplesmente, barata.
Cascaes
7.8.2010
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Energia barata ou racionalização
Um governo surpreendente
O Governador Orlando Pessuti mostra a que veio. Sem perder os aspectos positivos da administração de que participou na qualidade de vice-governador, com certeza um observador privilegiado e especialmente bem informado, agora, muda o que o Poder lhe faculta, corrigindo e acelerando ações a favor do Paraná.
Já vimos diferenças em áreas importantes, que carecem, contudo, de tempo para melhor avaliação. Noutras a simples decisão administrativa cria alento e sinaliza caminhos que o estado precisa considerar, sendo justos e necessários.
Pequenas hidrelétricas (PCH), por exemplo (um enorme espaço que o Paraná pode oferecer aos empreendedores e consumidores de energia), são muito mais do que simples negócios se COPEL, ANEEL e ONS souberem operá-las de forma adequada.
A ênfase nesse tripé é importante, sobrepondo-se aos interesses dos empreendedores.
Além da construção dessas unidades geradoras existe a necessidade de se implementar lógicas operacionais otimizadas e padrões de vigilância severos.
A importância do Estado do Paraná permitir a construção e operação de pequenas centrais em “paralelo”, como dizemos em nosso jargão técnico, é oferecer à rede elétrica diversas fontes de energia e de controle de tensão (voltagem), espalhadas pelo Estado, não concentradas, em locais eventualmente distantes das grandes linhas e subestações. Para isso a proteção das redes precisa ser ajustada (mais ou menos difícil dependendo dos critérios adotados) assim como nas usinas, algo simples ou complexo, dependendo do rigor de quem decide.
Note-se que a adoção de padrões rígidos por parte da concessionária pode inviabilizar projetos que, com um pouco de atenção, seriam ótimos. O fundamental é competência técnica e disposição para estudos mais precisos e não, simplesmente, a generalização de critérios inflexíveis.
A concessionária ganha, principalmente na operação em paralelo, melhor controle de tensão, reduz perdas de transmissão e maior confiabilidade se a usina tiver fiscalização competente por parte da ANEEL ou, sob delegação (vai aí uma sugestão), da COPEL, algo fácil de ser negociado, sendo, talvez, até remunerada por isso. O grande perigo das pequenas centrais hidrelétricas (barragens, conexão, qualidade operacional), térmicas (caldeiras, depósitos de combustível, operação e manutenção) e outras é exatamente a ausência de fiscalização e a gerência eventualmente incapaz de cuidar de detalhes alheios à boa Engenharia. A ANEEL pode com a COPEL Geração fazer isso muito bem em benefício e tranqüilidade de todos: empreendedores, usuários e o povo do Paraná.
A notícia deste final de semana é a retomada dos estudos de licenciamento por parte do IAP, ótimo! A luz se fez.
Por quê além das vantagens operacionais isso tem significado?
Investimentos distribuídos, chegando à casa dos bilhões de reais irão se transformar em empregos, tecnologia e desenvolvimento. Todos ganham. Considerando o enorme potencial energético do Paraná criamos aqui, dentro das fronteiras do estado, condições de trabalho para pessoas humildes, engenheiros, empreiteiros e indústrias de grande, médio e pequeno porte. Viabilizamos especializações profissionais. Retemos no Paraná recursos humanos e materiais que fluíam para outros estados.
Parabéns Governador, que suas decisões se transformem em atos reais, objetivos e eficazes. Precisamos de mais postos de trabalho aqui...
Cascaes
7.8.2010
Já vimos diferenças em áreas importantes, que carecem, contudo, de tempo para melhor avaliação. Noutras a simples decisão administrativa cria alento e sinaliza caminhos que o estado precisa considerar, sendo justos e necessários.
Pequenas hidrelétricas (PCH), por exemplo (um enorme espaço que o Paraná pode oferecer aos empreendedores e consumidores de energia), são muito mais do que simples negócios se COPEL, ANEEL e ONS souberem operá-las de forma adequada.
A ênfase nesse tripé é importante, sobrepondo-se aos interesses dos empreendedores.
Além da construção dessas unidades geradoras existe a necessidade de se implementar lógicas operacionais otimizadas e padrões de vigilância severos.
A importância do Estado do Paraná permitir a construção e operação de pequenas centrais em “paralelo”, como dizemos em nosso jargão técnico, é oferecer à rede elétrica diversas fontes de energia e de controle de tensão (voltagem), espalhadas pelo Estado, não concentradas, em locais eventualmente distantes das grandes linhas e subestações. Para isso a proteção das redes precisa ser ajustada (mais ou menos difícil dependendo dos critérios adotados) assim como nas usinas, algo simples ou complexo, dependendo do rigor de quem decide.
Note-se que a adoção de padrões rígidos por parte da concessionária pode inviabilizar projetos que, com um pouco de atenção, seriam ótimos. O fundamental é competência técnica e disposição para estudos mais precisos e não, simplesmente, a generalização de critérios inflexíveis.
A concessionária ganha, principalmente na operação em paralelo, melhor controle de tensão, reduz perdas de transmissão e maior confiabilidade se a usina tiver fiscalização competente por parte da ANEEL ou, sob delegação (vai aí uma sugestão), da COPEL, algo fácil de ser negociado, sendo, talvez, até remunerada por isso. O grande perigo das pequenas centrais hidrelétricas (barragens, conexão, qualidade operacional), térmicas (caldeiras, depósitos de combustível, operação e manutenção) e outras é exatamente a ausência de fiscalização e a gerência eventualmente incapaz de cuidar de detalhes alheios à boa Engenharia. A ANEEL pode com a COPEL Geração fazer isso muito bem em benefício e tranqüilidade de todos: empreendedores, usuários e o povo do Paraná.
A notícia deste final de semana é a retomada dos estudos de licenciamento por parte do IAP, ótimo! A luz se fez.
Por quê além das vantagens operacionais isso tem significado?
Investimentos distribuídos, chegando à casa dos bilhões de reais irão se transformar em empregos, tecnologia e desenvolvimento. Todos ganham. Considerando o enorme potencial energético do Paraná criamos aqui, dentro das fronteiras do estado, condições de trabalho para pessoas humildes, engenheiros, empreiteiros e indústrias de grande, médio e pequeno porte. Viabilizamos especializações profissionais. Retemos no Paraná recursos humanos e materiais que fluíam para outros estados.
Parabéns Governador, que suas decisões se transformem em atos reais, objetivos e eficazes. Precisamos de mais postos de trabalho aqui...
Cascaes
7.8.2010
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11:56:00
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Um governo surpreendente
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Soluções ou problemas
Em meu tempo de URBS, quando tive a oportunidade de fazer parte de uma equipe técnica excelente, o pessoal dizia que “todos querem um ponto de ônibus tão perto quanto possível, exceto em frente à própria casa”.
Nesse início de século 21 usufruímos de inúmeras hipóteses de serviços, produtos, lazer, viagens etc. Ótimo, mas a que preço?
O discurso ambientalista é forte, mais porque foi abraçado por algumas redes midiáticas. Vemos reportagens emocionais, apaixonantes e, de modo geral, com deficiências técnicas. De qualquer modo o problema existe e precisa ser discutido com honestidade intelectual, objetividade e profundidade. Não ser eficaz poderá custar muito caro à Humanidade, pois, vendo o barco navegando em direção aos rochedos, é perfumaria analisar os efeitos da marola.
O gigantesco movimento de pessoas e cargas num mundo globalizado é uma realidade irreversível, desejável?
Naturalmente queremos liberdade, acessibilidade, contato pessoal com tudo o que é bom e bonito. O resultado é vermos cidades históricas entupidas de gente, a maioria sem entender nada do que está vendo, menos ainda a importância do solo onde pisam. O turismo cresce sem parar exigindo mais e mais aviões, navios, automóveis, estradas, hotéis, portos e aeroportos etc., ou seja, alguém perde outros ganham, quanto?
Mais ainda, a globalização industrial traz e leva mercadorias, aproveitando os paraísos escravocratas e faturando com os pólos ricos, capazes de comprar qualquer coisa. Para tudo isso, desde tempos muito antigos, a humanidade precisou de estradas, sistemas de transporte, armazéns, mariners...
Detalhes disso tudo podem incomodar, afinal vivemos no pequeno espaço de nossas vidas.
Em Curitiba temos um exemplo interessante, o desvio da linha ferroviária do trajeto atual. O povo não agüenta mais o barulho. Para onde? Quem aceita? Teríamos soluções aceitáveis? Do jeito que “engenheiraram” aqui, criaram polêmicas e rejeições respeitáveis. Pior ainda vendo locomotivas diesel-elétricas, roncando forte nas arrancadas e acionando suas potentíssimas buzinas em diversos lugares.
Recebemos um email mostrando que em São Paulo o problema não é muito diferente. Apesar de longo o texto diz muito:
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) multou a América Latina Logística (ALL) em duas mil Ufesps (Unidades Fiscais do Estado de São Paulo), o que corresponde a R$ 32,8 mil, no último dia 19, por excesso de barulho à noite, no perímetro urbano, causado pelo tráfego de trens, pelos apitos e pelos testes em locomotivas.
...
De acordo com o relatório, os níveis de ruído estão até 42,5% acima do permitido por lei. Dentro de um apartamento no quinto andar de um prédio na Rua Professor Dorival Oliveira, na região central de Araraquara, a Cetesb mediu 57 decibéis de ruído emitido pela ALL à noite, com as janelas abertas, quando o máximo permitido pela legislação é de 35 decibéis.
Conforme o documento emitido pela Cetesb, "os níveis de ruído obtidos nos pontos potencialmente críticos ultrapassaram os valores estabelecidos pela norma NBR 10.151 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) no ambiente interno e externo".
...
"Além do ruído descontínuo gerado pela passagem dos comboios, é utilizado sistema de sinalização com buzinas no período noturno, o que agrava substancialmente o incômodo registrado pela comunidade", continua o relatório.
Em sua defesa, a ALL alega entender o incômodo provocado pelo apito do trem, mas informa que, por se tratar de uma medida de segurança, não pode deixar de soar o apito todas as vezes que o trem passa por uma passagem de nível.
De acordo com a norma 215 do Regulamento Geral de Operação Ferroviária, seguido por ferrovias no mundo inteiro, deve-se tocar a buzina da locomotiva antes de iniciar a movimentação, quando se aproximar de túneis, viadutos e ou de uma passagem de nível", informa.
A importância das ferrovias é inquestionável, mas por onde passarão? Continuarão pelos caminhos existentes? De que maneira fariam menos barulho? As normas são razoáveis? O que é suportável? Haveria alternativa mais racional e menos agressiva?
Perguntas que valem para trens se aplicam a aeroportos, caminhões, arenas, clubes e até comício político.
Quanto um grupo de pessoas tem o direito de perturbar a vida dos outros?
Voltando a falar de Curitiba. Bela cidade, ruas arborizadas e muitos prédios, inclusive hospitais, maternidades, escolas e o desejo de que a cidade volte a ser espaço para os passarinhos que antigamente viviam por aqui. Podem? E o barulho e foguetes que muitas vezes explodem em quantidade assustadora? O trânsito infernal com todo tipo de maluco ao volante?
Falamos em meio ambiente na Amazônia, e em nossas cidades?
Cascaes
6.8.2010
Nesse início de século 21 usufruímos de inúmeras hipóteses de serviços, produtos, lazer, viagens etc. Ótimo, mas a que preço?
O discurso ambientalista é forte, mais porque foi abraçado por algumas redes midiáticas. Vemos reportagens emocionais, apaixonantes e, de modo geral, com deficiências técnicas. De qualquer modo o problema existe e precisa ser discutido com honestidade intelectual, objetividade e profundidade. Não ser eficaz poderá custar muito caro à Humanidade, pois, vendo o barco navegando em direção aos rochedos, é perfumaria analisar os efeitos da marola.
O gigantesco movimento de pessoas e cargas num mundo globalizado é uma realidade irreversível, desejável?
Naturalmente queremos liberdade, acessibilidade, contato pessoal com tudo o que é bom e bonito. O resultado é vermos cidades históricas entupidas de gente, a maioria sem entender nada do que está vendo, menos ainda a importância do solo onde pisam. O turismo cresce sem parar exigindo mais e mais aviões, navios, automóveis, estradas, hotéis, portos e aeroportos etc., ou seja, alguém perde outros ganham, quanto?
Mais ainda, a globalização industrial traz e leva mercadorias, aproveitando os paraísos escravocratas e faturando com os pólos ricos, capazes de comprar qualquer coisa. Para tudo isso, desde tempos muito antigos, a humanidade precisou de estradas, sistemas de transporte, armazéns, mariners...
Detalhes disso tudo podem incomodar, afinal vivemos no pequeno espaço de nossas vidas.
Em Curitiba temos um exemplo interessante, o desvio da linha ferroviária do trajeto atual. O povo não agüenta mais o barulho. Para onde? Quem aceita? Teríamos soluções aceitáveis? Do jeito que “engenheiraram” aqui, criaram polêmicas e rejeições respeitáveis. Pior ainda vendo locomotivas diesel-elétricas, roncando forte nas arrancadas e acionando suas potentíssimas buzinas em diversos lugares.
Recebemos um email mostrando que em São Paulo o problema não é muito diferente. Apesar de longo o texto diz muito:
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) multou a América Latina Logística (ALL) em duas mil Ufesps (Unidades Fiscais do Estado de São Paulo), o que corresponde a R$ 32,8 mil, no último dia 19, por excesso de barulho à noite, no perímetro urbano, causado pelo tráfego de trens, pelos apitos e pelos testes em locomotivas.
...
De acordo com o relatório, os níveis de ruído estão até 42,5% acima do permitido por lei. Dentro de um apartamento no quinto andar de um prédio na Rua Professor Dorival Oliveira, na região central de Araraquara, a Cetesb mediu 57 decibéis de ruído emitido pela ALL à noite, com as janelas abertas, quando o máximo permitido pela legislação é de 35 decibéis.
Conforme o documento emitido pela Cetesb, "os níveis de ruído obtidos nos pontos potencialmente críticos ultrapassaram os valores estabelecidos pela norma NBR 10.151 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) no ambiente interno e externo".
...
"Além do ruído descontínuo gerado pela passagem dos comboios, é utilizado sistema de sinalização com buzinas no período noturno, o que agrava substancialmente o incômodo registrado pela comunidade", continua o relatório.
Em sua defesa, a ALL alega entender o incômodo provocado pelo apito do trem, mas informa que, por se tratar de uma medida de segurança, não pode deixar de soar o apito todas as vezes que o trem passa por uma passagem de nível.
De acordo com a norma 215 do Regulamento Geral de Operação Ferroviária, seguido por ferrovias no mundo inteiro, deve-se tocar a buzina da locomotiva antes de iniciar a movimentação, quando se aproximar de túneis, viadutos e ou de uma passagem de nível", informa.
A importância das ferrovias é inquestionável, mas por onde passarão? Continuarão pelos caminhos existentes? De que maneira fariam menos barulho? As normas são razoáveis? O que é suportável? Haveria alternativa mais racional e menos agressiva?
Perguntas que valem para trens se aplicam a aeroportos, caminhões, arenas, clubes e até comício político.
Quanto um grupo de pessoas tem o direito de perturbar a vida dos outros?
Voltando a falar de Curitiba. Bela cidade, ruas arborizadas e muitos prédios, inclusive hospitais, maternidades, escolas e o desejo de que a cidade volte a ser espaço para os passarinhos que antigamente viviam por aqui. Podem? E o barulho e foguetes que muitas vezes explodem em quantidade assustadora? O trânsito infernal com todo tipo de maluco ao volante?
Falamos em meio ambiente na Amazônia, e em nossas cidades?
Cascaes
6.8.2010
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Soluções ou problemas
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Ferroeste, ALL e o Paraná
Há alguns anos o Brasil decidiu privatizar suas concessionárias e estatais em geral (siderúrgicas após um enorme investimento para modernizá-las, por exemplo). O processo foi confuso e alguns geraram escândalos monumentais. Ficamos com pedágios absurdos, menos linhas férreas em operação, serviços precários e apagões. Alguém poderá e será justo dizer: estaríamos melhor em ambiente estatal? Infelizmente o Governo demonstra uma fraqueza monumental de lidar com as corporações sindicais, os peritos do INSS que o digam. Esse “direito de Greve” que mais se assemelha à mais odiosa chantagem possível e uma legislação desinteligente contra as estatais (Lei 8666, por exemplo) e pessoas nem sempre recomendáveis em cargos importantíssimos levam-nos a pensar: o que será menos ruim?
De qualquer forma algumas estatais foram salvas do turbilhão privatizante, dando-nos a esperança de que tenham sensibilidade total aos interesses do maior acionista delas, o povo que as controla.
O nosso estado é um bom exemplo de tudo o que pode acontecer de bom e de ruim em qualquer cenário.
No Paraná a RFFSA tinha a sua melhor regional, isso não impediu que o Governo federal a privatizasse de uma forma estranha, pois, parece-nos que assim lemos, o patrimônio continua da União e o material operacional, rodante, e alguns imóveis passaram para a ALL, pois o material operacional, rodante, e imóveis foram apenas arrendados por 30 anos. Como fica a manutenção?
Nessa lógica fernandina de privatização o Banco Mundial investiu U$ 240 milhões na ferrovia, antes da privatização da Regional Curitiba, deixando as concessionárias usufruírem da modernização...
Os paranaenses sentiram toda a violência do novo modelo com a necessidade de pagar pedágios absurdos, perdendo os serviços da RFFSA e mantendo mal seu porto em Paranaguá. Ou seja, o lado ruim de tudo.
O debate volta aos poucos em torno da Ferroeste. Qual é a situação real dessa empresa estatal? Pode investir, melhorar seus serviços? O que foi feito nas gestões anteriores de bom ou mal? Parece que enquanto isso os produtores de soja deixam de ganhar um dólar por saca de soja se ela fosse trazida do oeste do estado para o litoral em composições ferroviárias. Qual é a produção exportada? Isso significa quanto de perdas? O IBGE prevê uma safra em torno de 13 milhões de toneladas de soja no Paraná (sacas de 60 kg), fora outros cereais, ou seja, admitindo que 70% seja exportado só por aí o estado onera o produtor em 150 milhões de dólares por ano.
E a ALL, está bem financeiramente? Pode e quer investir no Paraná? Quando? Quanto? De que jeito? Compete bem com os caminhões?
Vemos o tempo passando e, aliás, em ferrovias podemos nos orgulhar de atos distantes e erros incríveis, que inviabilizaram o projeto de meio século atrás para o novo trecho entre Curitiba e Paranaguá (executado parcialmente). De 1995 para cá, contudo, a história ficou travada ou regredindo.
Discussões exotéricas podem voltar. Podemos alugar trilhos? Vamos mudar o modelo institucional? O drama é a perda de nossos trabalhadores rurais (empresários e operários) que todo ano deixam de ganhar recursos para novos investimentos ou, entre outras coisas, simples lazer porque gastam demais com o transporte do que produzem.
Vale sempre a provocação: se para um mês de Copa do Mundo de 2014 vale tanto esforço, por quê não pensarmos mais e melhor sobre a infraestrutura estadual?
Felizmente as entidades de classe estão fazendo propostas, estudando, levando aos candidatos sugestões pensadas com certa maturidade. O fundamental é a disposição do próximo governo e representantes no Congresso de se dedicarem ao estado de forma objetiva, eficaz.
O Paraná perdeu muito esperando soluções propostas e até iniciadas (inconclusas) há décadas. Da duplicação da rodovia para São Paulo ao programa de transportes ferroviários, estamos comendo poeira de muitos estados mais hábeis política e administrativamente.
Acorda Paraná.
Cascaes
3.8.2010
P.S.:
De um amigo bem informado transcrevo:
O Paraná precisa construir 1000 km de novas linhas o que daria uns 3 bilhões de reais de investimentos. De Curitiba a Paranaguá, trecho de piores condições para execução da obra, investimento em torno de 500 milhões para fazer os 105 km necessários.
O custo do transporte por ferrovia é da ordem de 30 % menor. Se a ferrovia for pública o repasse do desconto no frete deve ser próximo disso.
Distância de Cascavel à Paranaguá - 740 km. O pedágio rodoviário foi incorporado na planilha do frete ferroviário assim que foram inaugurados. A participação do modal ferroviário na movimentação total das cargas da APPA deve estar na ordem de apenas 30 %.
Com a nova linha poderia dobrar esse percentual, mas, para tanto, teriam que ser construídos mais armazéns, pois hoje os caminhões servem de depósito (pulmões). Esse investimento não precisa ser público, pode ser dos donos das cargas.
À administração do Porto caberia aumentar pontos de carregamentos.
De qualquer forma algumas estatais foram salvas do turbilhão privatizante, dando-nos a esperança de que tenham sensibilidade total aos interesses do maior acionista delas, o povo que as controla.
O nosso estado é um bom exemplo de tudo o que pode acontecer de bom e de ruim em qualquer cenário.
No Paraná a RFFSA tinha a sua melhor regional, isso não impediu que o Governo federal a privatizasse de uma forma estranha, pois, parece-nos que assim lemos, o patrimônio continua da União e o material operacional, rodante, e alguns imóveis passaram para a ALL, pois o material operacional, rodante, e imóveis foram apenas arrendados por 30 anos. Como fica a manutenção?
Nessa lógica fernandina de privatização o Banco Mundial investiu U$ 240 milhões na ferrovia, antes da privatização da Regional Curitiba, deixando as concessionárias usufruírem da modernização...
Os paranaenses sentiram toda a violência do novo modelo com a necessidade de pagar pedágios absurdos, perdendo os serviços da RFFSA e mantendo mal seu porto em Paranaguá. Ou seja, o lado ruim de tudo.
O debate volta aos poucos em torno da Ferroeste. Qual é a situação real dessa empresa estatal? Pode investir, melhorar seus serviços? O que foi feito nas gestões anteriores de bom ou mal? Parece que enquanto isso os produtores de soja deixam de ganhar um dólar por saca de soja se ela fosse trazida do oeste do estado para o litoral em composições ferroviárias. Qual é a produção exportada? Isso significa quanto de perdas? O IBGE prevê uma safra em torno de 13 milhões de toneladas de soja no Paraná (sacas de 60 kg), fora outros cereais, ou seja, admitindo que 70% seja exportado só por aí o estado onera o produtor em 150 milhões de dólares por ano.
E a ALL, está bem financeiramente? Pode e quer investir no Paraná? Quando? Quanto? De que jeito? Compete bem com os caminhões?
Vemos o tempo passando e, aliás, em ferrovias podemos nos orgulhar de atos distantes e erros incríveis, que inviabilizaram o projeto de meio século atrás para o novo trecho entre Curitiba e Paranaguá (executado parcialmente). De 1995 para cá, contudo, a história ficou travada ou regredindo.
Discussões exotéricas podem voltar. Podemos alugar trilhos? Vamos mudar o modelo institucional? O drama é a perda de nossos trabalhadores rurais (empresários e operários) que todo ano deixam de ganhar recursos para novos investimentos ou, entre outras coisas, simples lazer porque gastam demais com o transporte do que produzem.
Vale sempre a provocação: se para um mês de Copa do Mundo de 2014 vale tanto esforço, por quê não pensarmos mais e melhor sobre a infraestrutura estadual?
Felizmente as entidades de classe estão fazendo propostas, estudando, levando aos candidatos sugestões pensadas com certa maturidade. O fundamental é a disposição do próximo governo e representantes no Congresso de se dedicarem ao estado de forma objetiva, eficaz.
O Paraná perdeu muito esperando soluções propostas e até iniciadas (inconclusas) há décadas. Da duplicação da rodovia para São Paulo ao programa de transportes ferroviários, estamos comendo poeira de muitos estados mais hábeis política e administrativamente.
Acorda Paraná.
Cascaes
3.8.2010
P.S.:
De um amigo bem informado transcrevo:
O Paraná precisa construir 1000 km de novas linhas o que daria uns 3 bilhões de reais de investimentos. De Curitiba a Paranaguá, trecho de piores condições para execução da obra, investimento em torno de 500 milhões para fazer os 105 km necessários.
O custo do transporte por ferrovia é da ordem de 30 % menor. Se a ferrovia for pública o repasse do desconto no frete deve ser próximo disso.
Distância de Cascavel à Paranaguá - 740 km. O pedágio rodoviário foi incorporado na planilha do frete ferroviário assim que foram inaugurados. A participação do modal ferroviário na movimentação total das cargas da APPA deve estar na ordem de apenas 30 %.
Com a nova linha poderia dobrar esse percentual, mas, para tanto, teriam que ser construídos mais armazéns, pois hoje os caminhões servem de depósito (pulmões). Esse investimento não precisa ser público, pode ser dos donos das cargas.
À administração do Porto caberia aumentar pontos de carregamentos.
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ALL e o Paraná,
Ferroeste
Apagões culturais e tecnológicos
O Brasil é um país complexo e confunde mais do que esclarece tentar entendê-lo.
Paixões e vícios antigos podem criar problemas tão graves quanto já os tivemos no passado, quando diversas vezes o Brasil se viu travado por aventuras e desventuras empresariais e políticas.
Futebol é a paixão que move multidões assim como o carnaval e as férias em direção à alienação total. Somos um país meio zen e meio realista demais, duro, violento, selvagem, corporativo, frio. As estatísticas criminais e as greves absurdas que o digam.
Vimos que o futebol mobilizou profundamente o Governo, sempre atento aos desejos de seus eleitores. Até limites de endividamento foram relaxados... E temos um gerenciamento draconiano pelo Banco Central contra o povo, juros em cima dele. Para pagar tudo: tarifas, pedágios, impostos, taxas, encargos, despachos e carimbos.
Nossos projetos de Engenharia deixaram de brilhar pela qualidade. O primeiro anúncio é o preço final, que ninguém acredita, põe fé. Lapso de memória ou ato falho? Pensam numa coisa e dizem outra, talvez? Assim gastamos anos falando de tudo, menos do que poderá causar tragédias, a qualidade das equipes de Engenharia, das empreiteiras, dos fornecedores de equipamentos etc.
O que vale é o menor preço, que preço?
Apagões e acidentes gravíssimos encheram nossos noticiários. Infraestrutura precária faz parte do nosso dia a dia.
Felizmente temos eleições com inúmeros partidos. Muitos candidatos? Não! Entendam as coligações partidárias como ações entre amigos e o medo de se perder cargos e fantasmas. Tem gente que simplesmente não saberá o que fazer da vida se não ganhar a “boquinha”. Maravilhosamente alguns expoentes existem, dando-nos a esperança de bons governos; em compensação outros preferem distrações às durezas da administração. O povo escolherá quem?
E os discursos?
Que miséria intelectual. Podemos, contudo, ter surpresas. Afinal um bom governo tem muito pouco a ver com prosa e poesia. Precisamos, contudo, ver dentro dos olhos de nossos candidatos se eles sabem o que fazer quando chegarem a seus postos executivos ou legislativos. Temos por que preocupar-nos? Sim e não. Afinal o Brasil superou situações gravíssimas e reaprende a viver sob relativa estabilidade. E a disposição para gastar sem muito critério reaparece assim como toda sorte de projetos e propostas indecentes.
Carecemos de valorização de indicadores de mérito, de análises confiáveis e lógicas sadias de governo. Tudo isso talvez porque sejamos ricos por natureza (mas não de fato, já visitaram nossas vilas em torno dos bairros mais ricos?).
Nosso povo, aliás, a humanidade tem de aprender a ver e optar sobre prioridades. A ONU faz sua parte. Nunca tantas avaliações sociológicas aconteceram com tal profundidade. Os indicadores e metas do milênio são excelentes assim como, agora sem contaminações ideológicas, as análises de distribuição de renda. Ganhamos o IDH-D.
Concluindo, em período eleitoral é momento de se reafirmar a necessidade de Engenharia Social, Engenharia de Projetos, Engenharia de vida sadia. Melhoramos em muitos aspectos, podemos avançar mais e recuperar o que perdemos, principalmente aqueles que gostam do assunto, a confiança no bom governo.
Cascaes
2.8.2010
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Apagões culturais e tecnológicos
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Questão de Leis
“Questão de Honra” (“A Few Good Men” de 1992), com artistas de primeira linha, aborda um tema relativo à ética militar e seus limites. Se esse fosse simplesmente o objetivo principal, o filme já teria um imenso valor. Apesar dos vícios cinematográficos ou da simples realidade norte americana (o excesso de teatralidade de alguns de seus personagens, por exemplo), sentimos o supremo mérito, nessa obra baseada em peça teatral de Aaron Sorkin, de se reafirmar algo mais: o império de instituições e leis criadas em ambiente democrático.
O julgamento é em Corte Marcial de um ato de violência que levou à morte um fuzileiro na Base de Guantánamo. Dentro desse ambiente, contudo, aos poucos os personagens vão explorando seus limites e terminam sendo punidos ou gratificados pelo respeito às Leis, ao Poder Judiciário (militar) e à Democracia, em última instância.
O filme “Questão de Honra” merece ser visto por todos nós, brasileiros. Nele um general, que se entendera acima de tudo em suas paranóias anticomunistas, termina sendo o responsável pela morte de um soldado. A lógica é perfeita e vale para o mundo não fardado, afinal quantos morrem pela incúria de alguns administradores públicos? Pior ainda, quantos sofrem os efeitos de fanatismos ridículos?
Nada se coloca acima das leis de uma nação democrática amadurecida e se os EUA merecem respeito é pela criação de um país, uma nação que ao longo desses últimos dois séculos fortaleceu-se evoluindo em direção à aceitação de sua Constituição Federal, acima de tudo. Uma Constituição com poucos artigos, cautelosamente sintética, inteligentemente protetora daqueles que insistem em viver em liberdade, ainda que explorando seus limites.
No Brasil deveríamos pensar muito nisso. A necessidade de se evitar excessos restritivos e a disciplina total ao que existe determinado pela nação de forma organizada, dentro de regras eletivas e de convivência cívica. Infelizmente notamos que em nosso país justamente os legisladores e o poder executivo, na figura de seus líderes, insistem em contornar o que inventam, aprovam e impõem ao cidadão comum.
Questão de honra e de dignidade com leis simples e compreensíveis, tudo subordinado a códigos sérios, instituições respeitáveis, Poder Judiciário enérgico e aceito, que maravilha!
Não temos os desafios guerreiros dos EUA, mas entre nós, dentro de nossas fronteiras vivemos assustados, um povo em conflito, carecendo de honra, ética e dignidade necessária à paixão por leis e padrões civilizados.
A “Hora do Brasil” deu-nos em 29 de julho de 2010, a informação de que 30% das verbas dedicadas à Educação são desperdiçadas no Brasil de diversas formas...
No Paraná o estado tem em torno de cem mil profissionais na área de Educação a um custo de três bilhões e meio de reais por ano para cuidar de um milhão e meio de estudantes. É muito dinheiro e uma tremenda responsabilidade. Qualquer ganho ou perda de eficácia significa muito imposto, taxa, encargo, carimbo etc. e, mais importante ainda, centenas ou milhares de vidas que poderão ou não superar barreiras sociais, subindo ou descendo degraus de honra, de dignidade.
Precisamos de filmes assim. Se em ambientes civis ou militares, isso fica a critério dos produtores. Precisamos de filmes que aprofundem temas éticos e de respeito às leis. Se aqui isso ainda engatinha, que sejam norte americanos. Hollywood pode ser tão teatral ou simplória quanto o povo estadunidense, sabe e tem autoridade, contudo, para dizer muito sobre a dignidade, a liberdade e cidadania...
Cascaes
30.7.2010
O julgamento é em Corte Marcial de um ato de violência que levou à morte um fuzileiro na Base de Guantánamo. Dentro desse ambiente, contudo, aos poucos os personagens vão explorando seus limites e terminam sendo punidos ou gratificados pelo respeito às Leis, ao Poder Judiciário (militar) e à Democracia, em última instância.
O filme “Questão de Honra” merece ser visto por todos nós, brasileiros. Nele um general, que se entendera acima de tudo em suas paranóias anticomunistas, termina sendo o responsável pela morte de um soldado. A lógica é perfeita e vale para o mundo não fardado, afinal quantos morrem pela incúria de alguns administradores públicos? Pior ainda, quantos sofrem os efeitos de fanatismos ridículos?
Nada se coloca acima das leis de uma nação democrática amadurecida e se os EUA merecem respeito é pela criação de um país, uma nação que ao longo desses últimos dois séculos fortaleceu-se evoluindo em direção à aceitação de sua Constituição Federal, acima de tudo. Uma Constituição com poucos artigos, cautelosamente sintética, inteligentemente protetora daqueles que insistem em viver em liberdade, ainda que explorando seus limites.
No Brasil deveríamos pensar muito nisso. A necessidade de se evitar excessos restritivos e a disciplina total ao que existe determinado pela nação de forma organizada, dentro de regras eletivas e de convivência cívica. Infelizmente notamos que em nosso país justamente os legisladores e o poder executivo, na figura de seus líderes, insistem em contornar o que inventam, aprovam e impõem ao cidadão comum.
Questão de honra e de dignidade com leis simples e compreensíveis, tudo subordinado a códigos sérios, instituições respeitáveis, Poder Judiciário enérgico e aceito, que maravilha!
Não temos os desafios guerreiros dos EUA, mas entre nós, dentro de nossas fronteiras vivemos assustados, um povo em conflito, carecendo de honra, ética e dignidade necessária à paixão por leis e padrões civilizados.
A “Hora do Brasil” deu-nos em 29 de julho de 2010, a informação de que 30% das verbas dedicadas à Educação são desperdiçadas no Brasil de diversas formas...
No Paraná o estado tem em torno de cem mil profissionais na área de Educação a um custo de três bilhões e meio de reais por ano para cuidar de um milhão e meio de estudantes. É muito dinheiro e uma tremenda responsabilidade. Qualquer ganho ou perda de eficácia significa muito imposto, taxa, encargo, carimbo etc. e, mais importante ainda, centenas ou milhares de vidas que poderão ou não superar barreiras sociais, subindo ou descendo degraus de honra, de dignidade.
Precisamos de filmes assim. Se em ambientes civis ou militares, isso fica a critério dos produtores. Precisamos de filmes que aprofundem temas éticos e de respeito às leis. Se aqui isso ainda engatinha, que sejam norte americanos. Hollywood pode ser tão teatral ou simplória quanto o povo estadunidense, sabe e tem autoridade, contudo, para dizer muito sobre a dignidade, a liberdade e cidadania...
Cascaes
30.7.2010
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Questão de Leis
A COPEL e o Plano Estadual de Banda Larga
Comunicação é a base do relacionamento humano.
Desde os primeiros sons, registros gráficos e até mesmo outros padrões de sensibilidade fizeram do ser humano uma espécie animal viva, forte, dominante, que desenvolvendo o cérebro agora impera sobre a Terra e, entre semelhantes, cria distinções significativas.
O século 21 traz o desafio da racionalização, da sustentabilidade, da utilização criteriosa de espaços, energia, recursos naturais e maximização da criatividade, da inteligência para que as barreiras e riscos à sobrevivência de todos sejam vencidas sem a miséria, a fome, guerras, sem a mútua destruição.
As descobertas e desenvolvimentos dos três últimos séculos deram à humanidade um poder inimaginável, principalmente quando conseguiu se desligar de atavismos e medos que paralisaram nações.
Nas últimas décadas do século 20 e nessa primeira do terceiro milênio ganhamos produtos incríveis graças à capacidade de alguns povos de transformarem em produtos o trabalho de pesquisadores extremamente inteligentes, super equipados, trabalhando em laboratórios e indústrias de ponta.
Temos, assim, por exemplo, os computadores, as fibras óticas, os foguetes e satélites, sistemas lógicos de toda espécie aproveitando propriedades de chips fantásticos feitos em cápsulas cada vez menores e mais poderosas. As propriedades da luz, das fibras óticas e dos semicondutores criaram um espaço infinito para os matemáticos e físicos e, lá na ponta final, softwares geniais. Infovias, os cabos de fibra ótica e seus acessórios são as estradas do progresso.
E agora? Como aproveitar isso tudo?
No Paraná felizmente o estado preservou a COPEL, uma holding que abriga profissionais excelentes que, bem administrados, podem muito. Essa estatal, ainda responsável pela energia elétrica no estado, dispõe de milhares de quilômetros de cabos de fibra ótica embutidos em suas linhas, além de centrais de telesupervisão e telecomando, domina técnicas de automação e, naturalmente, de telecomunicações e processamento de dados em geral.
Maravilhosamente dentro da Copel alguns de seus profissionais ousaram, criaram e agora colocam nas mãos do Governador a possibilidade de uma coleção infinita de projetos a favor do Paraná. Naturalmente a primeira reação é política, tem o cacoete paranaense, a paixão pela agroindústria. A preocupação com a educação, o respeito ao que seu povo mais humilde deseja vem em seguida, na convicção de que esse é o caminho da evolução.
Assim vimos com satisfação que:
(http://softwarelivre.org/portal/governos/plano-estadual-de-banda-larga-do-parana-sera-a-primeira-internet-popular-do-brasil)
Atendendo a uma solicitação do governador Orlando Pessuti de utilizar de forma mais intensiva e socialmente mais abrangente sua estrutura na área de telecomunicações, a Copel está se preparando para lançar um modelo inovador de inclusão digital. O anúncio da novidade foi feito nesta terça-feira (29) pelo presidente da Copel, Ronald Ravedutti, durante a reunião semanal da Escola de Governo.
....
O Plano Estadual de Banda Larga também abre condição financeira às administrações municipais para implantarem as chamadas “cidades digitais”, que leva aos cidadãos a infraestrutura de serviços para acesso público a partir das novas tecnologias e redes telemáticas.
“A viabilização deste plano só é possível porque boa parte da infraestrutura de rede já existe por meio da Copel”, afirma Ravedutti. “No Brasil, não há outro Estado com condições tão favoráveis para a implantação de um programa de universalização do serviço de banda larga ao cidadão, a instituições e a empresas, o que certamente se constituirá num diferencial competitivo insuperável para o desenvolvimento do Paraná”.
Ou seja, com o entusiasmo do Governador Orlando Pessuti a COPEL dá continuidade ao seu projeto BEL, Banda Extra Larga, ainda que aos poucos ganhando outras denominações.
Com a COPEL o governo implementa, operacionaliza e oferece ao povo do estado do Paraná mais uma etapa de apoio ao seu desenvolvimento em todos os seus ambientes, da indústria ao lazer. O futuro só dependendo, é claro, da continuidade, da disposição dos próximos governos e seus parlamentares de efetivamente entenderem quanto tudo isso é importante e vital ao desenvolvimento do Estado do Paraná.
Teremos eleições, aí a responsabilidade será de todos nós, votando certo, conscientemente e com a disposição de não perder a COPEL, duramente defendida, agora acrescentando aos seus serviços o BEL, transformando-se no Plano Estadual de Banda Larga.
Cascaes
29.7.2010
Desde os primeiros sons, registros gráficos e até mesmo outros padrões de sensibilidade fizeram do ser humano uma espécie animal viva, forte, dominante, que desenvolvendo o cérebro agora impera sobre a Terra e, entre semelhantes, cria distinções significativas.
O século 21 traz o desafio da racionalização, da sustentabilidade, da utilização criteriosa de espaços, energia, recursos naturais e maximização da criatividade, da inteligência para que as barreiras e riscos à sobrevivência de todos sejam vencidas sem a miséria, a fome, guerras, sem a mútua destruição.
As descobertas e desenvolvimentos dos três últimos séculos deram à humanidade um poder inimaginável, principalmente quando conseguiu se desligar de atavismos e medos que paralisaram nações.
Nas últimas décadas do século 20 e nessa primeira do terceiro milênio ganhamos produtos incríveis graças à capacidade de alguns povos de transformarem em produtos o trabalho de pesquisadores extremamente inteligentes, super equipados, trabalhando em laboratórios e indústrias de ponta.
Temos, assim, por exemplo, os computadores, as fibras óticas, os foguetes e satélites, sistemas lógicos de toda espécie aproveitando propriedades de chips fantásticos feitos em cápsulas cada vez menores e mais poderosas. As propriedades da luz, das fibras óticas e dos semicondutores criaram um espaço infinito para os matemáticos e físicos e, lá na ponta final, softwares geniais. Infovias, os cabos de fibra ótica e seus acessórios são as estradas do progresso.
E agora? Como aproveitar isso tudo?
No Paraná felizmente o estado preservou a COPEL, uma holding que abriga profissionais excelentes que, bem administrados, podem muito. Essa estatal, ainda responsável pela energia elétrica no estado, dispõe de milhares de quilômetros de cabos de fibra ótica embutidos em suas linhas, além de centrais de telesupervisão e telecomando, domina técnicas de automação e, naturalmente, de telecomunicações e processamento de dados em geral.
Maravilhosamente dentro da Copel alguns de seus profissionais ousaram, criaram e agora colocam nas mãos do Governador a possibilidade de uma coleção infinita de projetos a favor do Paraná. Naturalmente a primeira reação é política, tem o cacoete paranaense, a paixão pela agroindústria. A preocupação com a educação, o respeito ao que seu povo mais humilde deseja vem em seguida, na convicção de que esse é o caminho da evolução.
Assim vimos com satisfação que:
(http://softwarelivre.org/portal/governos/plano-estadual-de-banda-larga-do-parana-sera-a-primeira-internet-popular-do-brasil)
Atendendo a uma solicitação do governador Orlando Pessuti de utilizar de forma mais intensiva e socialmente mais abrangente sua estrutura na área de telecomunicações, a Copel está se preparando para lançar um modelo inovador de inclusão digital. O anúncio da novidade foi feito nesta terça-feira (29) pelo presidente da Copel, Ronald Ravedutti, durante a reunião semanal da Escola de Governo.
....
O Plano Estadual de Banda Larga também abre condição financeira às administrações municipais para implantarem as chamadas “cidades digitais”, que leva aos cidadãos a infraestrutura de serviços para acesso público a partir das novas tecnologias e redes telemáticas.
“A viabilização deste plano só é possível porque boa parte da infraestrutura de rede já existe por meio da Copel”, afirma Ravedutti. “No Brasil, não há outro Estado com condições tão favoráveis para a implantação de um programa de universalização do serviço de banda larga ao cidadão, a instituições e a empresas, o que certamente se constituirá num diferencial competitivo insuperável para o desenvolvimento do Paraná”.
Ou seja, com o entusiasmo do Governador Orlando Pessuti a COPEL dá continuidade ao seu projeto BEL, Banda Extra Larga, ainda que aos poucos ganhando outras denominações.
Com a COPEL o governo implementa, operacionaliza e oferece ao povo do estado do Paraná mais uma etapa de apoio ao seu desenvolvimento em todos os seus ambientes, da indústria ao lazer. O futuro só dependendo, é claro, da continuidade, da disposição dos próximos governos e seus parlamentares de efetivamente entenderem quanto tudo isso é importante e vital ao desenvolvimento do Estado do Paraná.
Teremos eleições, aí a responsabilidade será de todos nós, votando certo, conscientemente e com a disposição de não perder a COPEL, duramente defendida, agora acrescentando aos seus serviços o BEL, transformando-se no Plano Estadual de Banda Larga.
Cascaes
29.7.2010
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A COPEL e o Plano Estadual de Banda Larga
Apoio ao deficiente auditivo, uma pergunta da Rafaela Sena
Parabéns à Rafaela Sena, estudante de Turismo, que nos perguntou via blog (comentários) o que deve ser feito a favor de pessoas com deficiência auditiva (com diversas hipóteses de limitações de acessibilidade), nas palavras dela: o que deve ter numa cidade para que o surdo possa se sentir completo, sem dificuldades... numa viagem também, os problemas e soluções de realizar uma viagem de avião, carro ou trem, hospedagens, alimentação, lazer. negócios, saúde, entre outros.
Essa pergunta vale um tratado, até porque o deficiente auditivo é solenemente ignorado pela imensa maioria das pessoas em qualquer cidade, lugar, ambiente, escola, congresso...
Para começar posso falar por mim, pessoa com 65 anos, perdendo a audição e ganhando tinnitus (uma orquestra permanente dentro da cabeça).
A maior dificuldade é a deseducação e a falta de sensibilidade das pessoas sem essas limitações em relação a quem as possui. Portanto uma boa campanha educativa (e permanente) de como se relacionar com o deficiente auditivo seria o ponto de partida para o atendimento sem os constrangimentos habituais.
Muito pode ser feito, mas para quem decide as prioridades acabam sendo outras. No Brasil nem os programas e filmes que poderiam ser legendados (ou com “closed caption”) tem esse recurso de forma universal.
A deficiência auditiva não se resolve simplesmente com aparelhos de surdez ou implante coclear, como muitos comodamente acreditam. Com próteses, por melhores que sejam, existem problemas, que podem prejudicar a compreensão e causar confusão, além de imporem outras restrições e riscos.
Atenção para quem usa implante coclear. É muito importante a orientação de especialistas, pois seus usuários precisam de cuidados especiais.
A deficiência auditiva tem diversas causas e efeitos. Cada condição exige recursos de compensação diferentes. Além disso, a surdez deve ser um motivo de atenção crescente da sociedade, pois a expectativa de vida aumenta.
Uma percentagem significativa de idosos perde a audição gradativamente. E ela se perde de forma não linear, ou seja, ouve-se melhor em algumas faixas de freqüência do que noutras.
A mudança gradativa de percepção exige comunicação simples, clara, objetiva para, por exemplo, o ouvinte com sensibilidade reduzida saber qual é o assunto, o que facilita muito a compreensão. Guias turísticos, atendentes (de hotel, guichê de aeroportos e rodoviárias, hospitais etc.), médicos, policiais etc. devem, pois, usar, se possível, recursos adicionais para reforçar o que pretendem dizer.
O deficiente auditivo que conhecer linguagem de sinais (LIBRAS no Brasil) será beneficiado se o seu interlocutor puder usá-la.
Em locais com implicações de segurança, policiais e/ou financeiras (hospitais, postos de saúde, aduanas, barreiras policiais, restaurantes...) o problema é seriíssimo para turistas com restrições auditivas, pois além das dificuldades normais de idioma, de hábitos locais, ele poderá entender de forma errada o que se diz. Pior do que não ouvir é o equívoco, que poderá custar muito caro. Assim, um bom guia, antes de levar seus clientes a lugares de risco, deve dar orientações específicas e dispor-se a auxiliar no processo de comunicação.
Para o deficiente auditivo a comunicação visual é muito importante. Impõe-se o maior tamanho possível das letras, contrastes de cores adequados, boa iluminação (o que facilita a linguagem gestual e/ou labial), símbolos inteligentes e racionalidade dos painéis, atendentes, guardas, mestres... Avisos gráficos e sinalizações etc. devem ser otimizados para a dupla deficiência (radical na audição e média na visão, pois muito provavelmente o deficiente auditivo idoso, nessa condição, já dependerá de óculos quase sempre imperfeitos).
Nas cidades o trânsito é um problema grave, pois o surdo facilmente será vítima de atropelamento se, desconhecendo regras locais, atrever-se a andar, sair de um carro etc.
Ou seja, qualquer cidade que pretenda ser amigável ao surdo (em qualquer grau) precisa disciplinar seus motoristas, atendentes, cuidar bem e aprimorar ao máximo a comunicação visual, ter serviços com diversos padrões de comunicação e não esquecer nunca que todo idoso, parcela da população com um tremendo potencial de turismo, precisa de cidades amigáveis, atentas a pessoas que gradativamente tornam-se deficientes e frágeis.
Encontrar soluções para os deficientes auditivos é um bom desafio para os arquitetos, urbanistas, engenheiros, pesquisadores, médicos, psicólogos, agentes e guias de turismo.
Cascaes
28.7.2010
Essa pergunta vale um tratado, até porque o deficiente auditivo é solenemente ignorado pela imensa maioria das pessoas em qualquer cidade, lugar, ambiente, escola, congresso...
Para começar posso falar por mim, pessoa com 65 anos, perdendo a audição e ganhando tinnitus (uma orquestra permanente dentro da cabeça).
A maior dificuldade é a deseducação e a falta de sensibilidade das pessoas sem essas limitações em relação a quem as possui. Portanto uma boa campanha educativa (e permanente) de como se relacionar com o deficiente auditivo seria o ponto de partida para o atendimento sem os constrangimentos habituais.
Muito pode ser feito, mas para quem decide as prioridades acabam sendo outras. No Brasil nem os programas e filmes que poderiam ser legendados (ou com “closed caption”) tem esse recurso de forma universal.
A deficiência auditiva não se resolve simplesmente com aparelhos de surdez ou implante coclear, como muitos comodamente acreditam. Com próteses, por melhores que sejam, existem problemas, que podem prejudicar a compreensão e causar confusão, além de imporem outras restrições e riscos.
Atenção para quem usa implante coclear. É muito importante a orientação de especialistas, pois seus usuários precisam de cuidados especiais.
A deficiência auditiva tem diversas causas e efeitos. Cada condição exige recursos de compensação diferentes. Além disso, a surdez deve ser um motivo de atenção crescente da sociedade, pois a expectativa de vida aumenta.
Uma percentagem significativa de idosos perde a audição gradativamente. E ela se perde de forma não linear, ou seja, ouve-se melhor em algumas faixas de freqüência do que noutras.
A mudança gradativa de percepção exige comunicação simples, clara, objetiva para, por exemplo, o ouvinte com sensibilidade reduzida saber qual é o assunto, o que facilita muito a compreensão. Guias turísticos, atendentes (de hotel, guichê de aeroportos e rodoviárias, hospitais etc.), médicos, policiais etc. devem, pois, usar, se possível, recursos adicionais para reforçar o que pretendem dizer.
O deficiente auditivo que conhecer linguagem de sinais (LIBRAS no Brasil) será beneficiado se o seu interlocutor puder usá-la.
Em locais com implicações de segurança, policiais e/ou financeiras (hospitais, postos de saúde, aduanas, barreiras policiais, restaurantes...) o problema é seriíssimo para turistas com restrições auditivas, pois além das dificuldades normais de idioma, de hábitos locais, ele poderá entender de forma errada o que se diz. Pior do que não ouvir é o equívoco, que poderá custar muito caro. Assim, um bom guia, antes de levar seus clientes a lugares de risco, deve dar orientações específicas e dispor-se a auxiliar no processo de comunicação.
Para o deficiente auditivo a comunicação visual é muito importante. Impõe-se o maior tamanho possível das letras, contrastes de cores adequados, boa iluminação (o que facilita a linguagem gestual e/ou labial), símbolos inteligentes e racionalidade dos painéis, atendentes, guardas, mestres... Avisos gráficos e sinalizações etc. devem ser otimizados para a dupla deficiência (radical na audição e média na visão, pois muito provavelmente o deficiente auditivo idoso, nessa condição, já dependerá de óculos quase sempre imperfeitos).
Nas cidades o trânsito é um problema grave, pois o surdo facilmente será vítima de atropelamento se, desconhecendo regras locais, atrever-se a andar, sair de um carro etc.
Ou seja, qualquer cidade que pretenda ser amigável ao surdo (em qualquer grau) precisa disciplinar seus motoristas, atendentes, cuidar bem e aprimorar ao máximo a comunicação visual, ter serviços com diversos padrões de comunicação e não esquecer nunca que todo idoso, parcela da população com um tremendo potencial de turismo, precisa de cidades amigáveis, atentas a pessoas que gradativamente tornam-se deficientes e frágeis.
Encontrar soluções para os deficientes auditivos é um bom desafio para os arquitetos, urbanistas, engenheiros, pesquisadores, médicos, psicólogos, agentes e guias de turismo.
Cascaes
28.7.2010
Postado por
relatar atividades culturais e reuniões da Academia de Letras José de Alencar - ALJA
às
17:33:00
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Apoio ao deficiente auditivo,
uma pergunta da Rafaela Sena
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