Falando de ônibus
A história dos ônibus é bem conhecida pelos estudiosos, a dos veículos utilizados em Curitiba, nem tanto.
De qualquer forma aprendemos muito com a criação da frota pública quando Roberto Requião foi prefeito (1985 a 1987) de Curitiba e assim sentimo-nos encorajados a colocar questões sobre os carros utilizados em Curitiba, que conhecemos muito bem por diversas razões.
Sendo idoso, agora, usando o transporte coletivo urbano e obrigatoriamente as calçadas, cruzamento de ruas, obrigado a enxergar sinais distantes etc., querendo morar numa metrópole inteligente, segura e saudável, o que é possível se boas soluções forem adotadas, devo, quando tenho oportunidade, colocar questões técnicas para reflexão do povo da capital do Paraná.
A reportagem da PMC fala de alguns dados técnicos interessantes, importantes (Curitiba agora tem o maior ônibus do mundo, com 28 metros) sobre a novidade azul, que transcrevemos:
Os novos ônibus azuis farão as linhas Pinheirinho-Carlos Gomes, na Linha Verde, e Ligeirão Boqueirão, na Marechal Floriano. Juntos, transportam cerca de 50 mil passageiros por dia. Ainda neste semestre, Curitiba terá um total de 24 ônibus deste modelo, com 28 metros de comprimento. A capacidade do ônibus azul é de 250 passageiros.
Produzidos pela Volvo, com carroceria Neobus, os novos ônibus azuis têm vidros com película fumê, exaustores e ventiladores para manter a temperatura interna mais amena, bancos ergonômicos com estofados; sinal luminoso para indicar a abertura das portas, o que beneficia especialmente pessoas com dificuldade de audição, e plaquetas em braille indicando o nome da linha colocadas nos braços e encostos dos bancos reservados a portadores de deficiência, idosos e gestantes.
O projeto, tecnicamente conhecido como B 100 (100% Biocombustível), foi implantado em caráter experimental em agosto de 2009, com seis ônibus da Linha Verde, o que significou uma redução de 50% de emissão de fumaça. A partir de agora todos os Ligeirões rodam exclusivamente com combustível de soja.
As viagens do Ligeirão são mais rápidas. Com o desalinhamento de estações-tubo, a Prefeitura conseguiu espaço para criar pontos de ultrapassagem, o que permite manter a linha com parada em todas as estações tubo, e implantar o Ligeirão, com paradas apenas nos terminais e um reduzido número de estações.
O Ligeirão Boqueirão, por exemplo, faz apenas três paradas – nos terminais, Hauer, Carmo e na Estação UTFPR – enquanto o expresso convencional faz 16 paradas, aí descontados os pontos de chegada e saída (Terminal Boqueirão e Praça Carlos Gomes).
Seria interessante sabermos se esses carros têm e de que tipo são os sistemas de controle de aceleração e desaceleração, freios, caixa de “trocas” (automática, provavelmente), suspensão, motor (torque, normas técnicas), sistema de transmissão, eixo de tração, monitoramento, visibilidade para o motorista, alerta de movimentos, padrão de sinalização, sistema de segurança das portas e janelas, etc., enfim, características de segurança e conforto que os melhores ônibus podem ter e que são oferecidos em função de custos e benefícios (inclusive políticos).
Um ônibus de grande porte lotado e trafegando em vias sob conflito de tráfego (uma pessoa ou ciclista na canaleta, por exemplo) numa situação em que o motorista é obrigado a cumprir tabelas difíceis, é um equipamento capaz de grandes acidentes.
Não devemos esquecer que a energia de um corpo em movimento é diretamente proporcional à sua massa e ao quadrado da velocidade. Passageiros de ônibus não usam os dispositivos de segurança dos automóveis, esses cada vez mais adequados ao passageiro.
Não bastassem os dados dos ônibus, precisamos estabelecer vigilância sobre os padrões de pavimentação das vias em que os ônibus trafegam. O asfalto (concreto betuminoso) escoa, deforma-se com facilidade. Enquanto os carros novos estiverem em vias exclusivamente de Concreto de Cimento Portland – CCP (UFPR), ótimo, mesmo assim carentes de bom projeto, excelente execução e de manutenção imediata sempre que alguma falha aparecer.
Os biarticulados apresentam certa instabilidade no terceiro módulo em pistas irregulares (“dançam” podendo provocar abalroamento), como os novos carros resolverão essa questão e outras?
Cascaes
28.3.2011
Curitiba agora tem o maior ônibus do mundo, com 28 metros. (s.d.). Acesso em 28 de 3 de 2011, disponível em Prefeitura Municipal de Curitiba: http://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/bolo-gigante-e-novo-ligeirao-na-grande-festa-no-barigui-no-domingo/22335
UFPR. (s.d.). Introdução - Conceitos etc. Acesso em 28 de 3 de 2011, disponível em NOTAS DE AULA DE PAVIMENTAÇÃO: http://www.dtt.ufpr.br/Pavimentacao/Notas/mod1Introducao.pdf
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