Grandes instalações, equipes e gerentes especiais.
No Brasil a Engenharia se tornou opção profissional de terceira linha (Ponderações Engenheirais).
Qualquer família consciente das dificuldades que os filhos enfrentarão e as opções relativamente ruins de salário procurará convencer o filho a ser advogado ou algo parecido. Com sorte terá oportunidade de trabalhar para o Poder Judiciário, onde a segurança e os salários são significativamente maiores. Vale até a pena abandonar atividade fora para assumir postos secundários no Judiciário.
Nossas prefeituras, sem recursos proporcionais às suas responsabilidades (Modernização administrativa), a maior parte do dinheiro do contribuinte vai para a União sustentar lógicas bancárias, contratam mal. Os estados não ficam longe da lógica de manter padrões baixos, existe até a limitação hierárquica em relação à União, onde precisam de mais e mais gente para fazer tão pouco.
No ambiente estatal a filosofia que norteou a famigerada Lei 8.666/93 (Congresso e Poder Executivo Federal) pode até ser boa, mas a regulamentação desta lei é precária, sua aplicação ruim e serve muito pouco para evitar o que pretendia, afinal as máfias entendem de leis e o povo é mantido na ignorância. O principal resultado foi colocar a redução de custos e maximização de lucros (estatais de capital misto) como prioridades acima de qualquer análise de razoabilidade técnica.
O problema “competição” atinge fortemente, talvez mais, as empresas privadas industriais. A atração por lucros e a competição com empresas e países sem leis nem documentos degradou suas lógicas técnicas.
A privatização das grandes estatais teve resultados catastróficos, principalmente nos Estados Unidos da América do Norte, onde algumas concessionárias causaram prejuízos colossais.
A verdade é que se analisarmos os grandes acidentes e falhas prolongadas de serviços, erros de planejamento etc.. sentiremos que a Humanidade pode ter ultrapassado o limite de suas competências, não sendo capaz de usar de forma adequada seus conhecimentos e mostrando-se, aí reside o perigo, incapaz de governar, administrar, projetar, fazer, manter, operar instalações de risco.
Não se deve elogiar antes do tempo. Tudo indicava que o Japão se sairia bem do terremoto desse início de março, até chegarem notícias dos acidentes com as usinas nucleares, incrível!
O terremoto no Japão talvez demonstre essa tese, a dificuldade de gerenciar grandes instalações, após análises bem feitas do que está acontecendo com suas usinas nucleares. Considerando o país em que foram instaladas, deveriam ter sistemas de segurança e padrões de qualidade de altíssimo nível. Estamos vendo, contudo, que talvez por erros humanos e/ou materiais pelo menos uma central nuclear está sofrendo um processo de destruição extremamente perigoso e inaceitável.
O pior é que acidentes absurdos aconteceram em diversos lugares do mundo. Significativamente o desastre com a plataforma de petróleo no Golfo do México (Jones), onde por muito pouco não vimos uma tragédia colossal, é um dos exemplos mais chocantes desse cenário. Isso vale para tudo, do Concorde (O absurdo final do caso da queda do Concorde em Julho de 2000), como vimos numa reportagem de investigação técnica na TV até a explosão do gasoduto em SC, sempre deixando-nos assustados com o padrão de cuidados que essas instalações deveriam ter.
A festa dos grandes chefes é anunciar lucros extravagantes e a forma como tratam seus funcionários. Até cafezinho cortam. Para quê?
O povo precisa acordar e entender que não existe milagre. Que boas equipes exigem treinamento intensivo, bons salários, tratamento digno. Que não se compra uma usina simplesmente pelo menor preço, por exemplo.
Alguém, por acaso, gostaria de entrar em avião imaginando que o comandante e o piloto foram aqueles que se dispuseram a aceitar o pior salário? Estando doentes, aceitarão, se tiverem opções, o médico e o hospital de menor custo? Quando vão ao supermercado, só procuram as etiquetas de preço?
A economia radical faz sentido quando se “vive a pão e mexerica”, como dizem em Santa Catarina. Podendo, devemos exigir qualidade, segurança, confiabilidade, respeito a padrões técnicos e competência de quem faz, serve, cuida dos lugares que frequentamos.
Infelizmente nossas leis são feitas por pessoas de pouco preparo para analisá-las e as corporações nem sempre são comandadas por profissionais experientes, esses, aliás, não têm tempo para ir de discurso a discurso, solenidade a solenidade, precisam, podem e trabalham para sustentar a família.
Felizmente temos agora a possibilidade da transparência, o potencial fabuloso dos meios de comunicação, a chance de avançarmos mais rumo a uma Democracia Direta sem intermediários (Cascaes, Democracia Direta sem intermediários). Com certeza nada será pior do que a situação que a humanidade enfrenta.
Não podemos delegar nossa segurança, de nossos filhos e netos. O mundo está ficando complexo, perigoso demais para chefes improvisados, técnicos mal preparados, disciplinas burras e descuidos fatais.
Ou aprendemos a cuidar da gente, ou seremos mais uma espécie extinta, não por efeito da impaciência da Natureza, mas pela omissão e incompetência nossa.
Cascaes
13.3.2011
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Ponderações Engenheirais: 28
Cascaes, J. C. (s.d.). Democracia Direta sem intermediários. Acesso em 10 de 3 de 2011, disponível em a favor da Democracia no Brasil: http://afavordademocracianbrasil.blogspot.com/2011/03/democracia-direta-sem-intermediarios.html
Congresso e Poder Executivo Federal. (s.d.). Lei 8.666 de 21 de junho de 1993. Acesso em 12 de 12 de 2010, disponível em Presidência da República Federativa do Brasil: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm
Jones, P. J. (s.d.). Vazamento de Óleo no Golfo do México foi causado, não acidente. Acesso em 13 de 3 de 2011, disponível em New World Order - Pesquisas com fundamentos sobre Cannabis, Política, Religião, Crise Econômica, Gripe do Porco, H1N1-Influenza, Nova Ordem Mundial, Illuminati, Capitalismo, Codex Alimentarius e Depolulação: http://tilesexperts.com/wordpress/os-illuminati/vazamento-de-oleo-nvazamento-de-oleo-no-golfo-do-mexico-foi-causado-nao-acidente/
Modernização administrativa. (s.d.). Acesso em 13 de 3 de 2011, disponível em O Estado: http://www.oestadoce.com.br/index.php?acao=noticias&subacao=ler_noticia&cadernoID=13¬iciaID=42787
O absurdo final do caso da queda do Concorde em Julho de 2000. (s.d.). Acesso em 13 de 3 de 2011, disponível em Aviões e Música: http://www.avioesemusicas.com/aviacao/o-absurdo-final-do-caso-da-queda-do-concorde-em-julho-de-2000/?wpmp_switcher=mobile
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