Desprezo criminoso ou simplesmente idiota
A Humanidade aos poucos vai percebendo que existe uma necessidade de maior atenção aos grandes e bons especialistas (o difícil é identificá-los). De médicos a engenheiros, é extremamente importante respeitá-los criteriosamente. Cada vez mais dependemos de competência acima da média em tudo o que é feito.
O crescimento da população humana e seus novos hábitos, extremamente dispendiosos em termos de energia, espaços, recursos naturais e presença em tudo quanto é canto traz o desafio da sobrevivência em condições limites.
Consomem tudo em geral e a mobilidade veloz que conquistou trouxe confortos, prazeres e a necessidade de atenção para questões que a Humanidade viveu no tempo do início das grandes navegações (Narloch, 2009). Podemos viajar muito. Assim também aumentam as chances de uma epidemia catastrófica de qualquer doença que só espera a hora de atacar. A reentrada triunfal da dengue no Brasil, por exemplo, está deixando o povo amazonense assustado, por enquanto eles, principalmente.
As grandes concentrações humanas trazem situações até constrangedoras. Assim em Roma, Atenas e outras cidades históricas podemos enxergar sob os pés dos turistas o que sobrou de ruas milenares, templos ou outros tipos de construções que marcaram a existência do ser humano. Por dentro lugares sagrados (sob diversos aspectos) brilham com os flashes dos turistas e ensurdecem em meio a comentários extravagantes.
Fazemos prédios de centenas de metros de altura, alguns beirando praias. Rodovias que mais parecem represas sem os cuidados que mereceriam cortam regiões por onde as águas das chuvas se distribuíam sem grandes problemas. Usinas de energia de todo tipo aparecem, alguma se declarando “sem riscos” ambientais. Com tudo isso não analisamos alternativas de defesa diante de uma natureza que multiplica suas cheias e ventos no Brasil, calculados em estatísticas curtas e prolongadas artificialmente.
Queremos preservar periquitos e esquecemos que obras mal feitas matam periquitos, sapos e gente.
O desastre nuclear japonês poderá ter piores consequências do que os estragos materiais provocados pelo terremoto e o tsunami, simplesmente porque a radiatividade é um veneno lento e só após décadas teremos o número aproximado de vítimas, isso sem falar no risco de se criar uma zona de exclusão antes cheia de cidades.
A verdade é que não criamos ainda um modelo de governo capaz de tomar decisões adequadas ao mundo moderno. Pior ainda, entrevistas e reportagens com o objetivo de informar e formar opiniões mostram-se assustadoramente irresponsáveis.
Maremotos e terremotos podem ser causados pela queda de meteoritos, atividade vulcânica e até simples acomodação de terras quando chuvas intensas acontecem (por exemplo), assim como explosões extraordinárias de instalações que acumulam combustíveis e gases em grande volume geram vibrações capazes de iniciar movimentações de terra serra abaixo, isso para não falar de outras razões. O desastre no Golfo do México (Jones) é um aperitivo do que poderemos ter. Em nossos portos eventualmente temos navios com cargas perigosas. Todos estão conscientes disso? E mais. Aviões gigantescos cruzam os ares de cidades e refinarias. Ou seja, podemos sim ter maremotos, catástrofes e desastres semelhantes a muitos que já aconteceram no Brasil, no Japão, em qualquer lugar, inclusive com usinas nucleares.
Precisamos de profissionais experientes, competentes, amadurecidos pela vida profissional, com capacidade de ver e entender os muitos fenômenos naturais e artificiais e discorrer e decidir sobre eles com o máximo de coragem e honestidade, isso existe? Nossos políticos têm humildade de se fazerem assessorar por pessoas capazes de contraditá-los? Ou eles simplesmente ficam juntos para justificar qualquer besteira?
Felizmente nossa esperança está nos computadores, naqueles que as revistas em quadrinhos mostravam, os antigos “cérebros eletrônicos” que logo poderemos construir, alimentando-os com todo o conhecimento humano [(67º SOEAA - Semana Oficial da Engenharia, Arquitetura e da Agronomia) e (Extremamente importante - Ponderações para discussão)]. Continuará, entretanto, a fragilidade dos sistemas de aquisição de dados? No Brasil, por exemplo, nossas agências reguladoras precisam desesperadamente criar malhas de aquisição de dados, têm recursos para isso? Seus atuais gerentes entendem disso? Ou são profissionais de outras áreas, colocados ali simplesmente porque são afilhados de algum político?
A omissão de quem sabe e fica quieto também assusta. Poderiam muito, mais ainda com o potencial da internet. Por quê tantos silenciam?
Cascaes
15.3.2011
67º SOEAA - Semana Oficial da Engenharia, Arquitetura e da Agronomia. (s.d.). Acesso em 28 de 1 de 28, disponível em Centro de Eventos do Pantanal: http://www.eventospantanal.com.br/eventov.php?id_agenda=10#3
Cascaes, J. C. (2010). Extremamente importante - Ponderações para discussão. Acesso em 14 de 3 de 2011, disponível em A formação do Engenheiro e ser Engenheiro: http://aprender-e-ser-engenheiro.blogspot.com/2011/01/extremamente-importante-ponderacoes.html
Jones, P. J. (s.d.). Vazamento de Óleo no Golfo do México foi causado, não acidente. Acesso em 13 de 3 de 2011, disponível em New World Order - Pesquisas com fundamentos sobre Cannabis, Política, Religião, Crise Econômica, Gripe do Porco, H1N1-Influenza, Nova Ordem Mundial, Illuminati, Capitalismo, Codex Alimentarius e Depolulação: http://tilesexperts.com/wordpress/os-illuminati/vazamento-de-oleo-nvazamento-de-oleo-no-golfo-do-mexico-foi-causado-nao-acidente/
Narloch, L. (2009). Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil. São Paulo: Textos Editores Ltda.
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