Ser, estar, pertencer, realizar, conquistar prestígio, eis aí uma série de desafios e situações que nos acompanham durante a vida e no jogo do poder acabamos existindo em espaços que conquistamos, simplesmente. A sociedade é competitiva de diversas formas. É um processo darwiniano eventualmente cruel, mas se não existe por forças naturais ou econômicas, acabamos inventando na opção esportiva ou religiosa e outras piores.
O ser humano nasce egoísta e morre nessa condição, precisa sobreviver, dificilmente aceita a morte. Processos educativos e coercitivos procuram atenuar comportamentos piores de agressividade e valorizam a tolerância, o amor, a fraternidade. Os grupos se formam e neles sempre existirá o líder, com suas manias e preocupações.
A união fraterna, a aceitação de todos é mais eficiente quando os aparentemente mais fracos sabem lutar, defender seus direitos. A fragilidade eventual poderá se transformar numa grande força, se o indivíduo for estimulado a tanto.
Basicamente procuramos espaços junto a semelhantes.
A pessoa com deficiência eventualmente descobrirá barreiras artificiais, superáveis, desde que tenha oportunidades e esteja treinada a enfrentá-las. Essas “chances”, contudo, devem ser conquistadas. Não é boa a inclusão acrítica, aceita diante do fatalismo comportamental e exigências legais, simplesmente.
Felizmente a Tecnologia cria oportunidades poderosíssimas de desenvolvimento, sem a necessidade de se frequentar ambientes ruins. Para a pessoa com deficiência física, funcional, intelectual, sensorial e/ou financeira o Ensino a Distância (EAD) adquire um valor imensurável.
O teletrabalho é uma forma de produzir sem grandes deslocamentos. No contato humano direto nas empresas e lugares públicos, lugares de triagem, contato e espera (aeroportos, rodoviárias, guichês das concessionárias, reuniões de trabalho, balcões de contato com o público, linhas de montagem e muitos outros lugares) o desafio é para arquitetos e designers inteligentes assim como para contratadores conscientes e dispostos a cumprir a lei.
As cidades devem oferecer mobilidade segura, não apenas dentro de automóveis, mas, principalmente para aqueles que precisam usar as calçadas, o transporte coletivo, entrar e sair de prédios diversos. A segurança policial é fundamental. A boa iluminação, padrões e manutenção das calçadas, placas de trânsito, faixas para pedestres, lugares públicos e lugares de maior perigo para todos é fundamental ao estímulo a andar, caminhar, usar a cidade, ou seja, temos uma coleção de situações em que a realidade contrasta terrivelmente com o cenário desejado não só por pessoas com deficiência, mas por qualquer indivíduo que não seja rico para usufruir de privilégios caros.
A nossa realidade é cruel. Os noticiários mostram a violência contra o “povão”, como diria FHC. E precisamos de todos para construir um Brasil melhor.
Vemos, por exemplo e com pesar, a rejeição ao Ensino a Distância por pessoas que poderiam ajudar mais indicando ajustes e não simplesmente tentando demolir algo que é uma opção valiosíssima de formação profissional. Fosse outra a visão de quem decide e não haveria um brasileiro ignorante, sem profissão. Até alfabetização de adultos pode ser feita diante de computadores, a Copel que o diga. Durante anos transformou analfabetos em pessoas capazes de ler e escrever os rudimentos da nossa língua portuguesa no que denominou, eufemisticamente de “Laboratório de Informática”.
Felizmente a tecnologia e a necessidade de otimização de deslocamentos já permitem transformar prédios gigantescos de Universidades convencionais em imensos laboratórios, museus, bibliotecas, escritórios de consultores, salas de reunião ou espaços para debates presenciais, quando necessário.
A aula presencial, expositiva, é para crianças.
O EAD com salas virtuais deve dar lugar a coleções de DVDs, notebooks, pendrives etc. que, preparados com a melhor técnica e os mais competentes professores do planeta ensinem usando os melhores cenários, laboratórios e instalações de apoio, a todos, sem fronteiras, sem barreiras, em multimídia, o que precisam aprender, deixando as instalações físicas hoje perdulárias para um aproveitamento melhor, como sugerimos.
A tecnologia evoluiu tanto que até à distância é possível avaliar os alunos, deixando para exames similares ao “da Ordem” a decisão de certificar ou não o profissional.
Precisamos, contudo, investir e oferecer tudo isso de modo a se evitar a pior barreira, a financeira. A acessibilidade total ao ensino deve considerar como uma deficiência a ser superada a condição financeira do aluno. É muito menos caro para o contribuinte investir na formação de todos os brasileiros do que deixá-los nas mãos de máfias e depois gastar com tribunais, penitenciárias, policiamentos e compensar perdas materiais e humanas consequentes da atuação dos “bandidos”.
E as restrições de comunicação? Como estamos de P&D?
Talvez poucos saibam, mas existe muito dinheiro para P&D no Brasil quando as verbas do MCT não são contingenciadas a favor de saldos para se pagar juros absurdos de uma política de combate à inflação, que só conhece um remédio, aumento dos juros. Encargos setoriais capitalizando os Fundos Setoriais (Ministério da Ciência e Tecnologia, 1999) são a fonte que nossos pesquisadores podem e devem usar, não simplesmente ao gosto e capricho das concessionárias, mas no interesse da nação atual, para a vida real. É até preocupante descobrir, quando procuramos contato com decisores, saber que as prioridades esotéricas valem mais do que o dia a dia do brasileiro.
Pode-se fazer muito sem gastar fortunas.
Por exemplo, o surdo pode não falar, se não foi oralizado, porque lhe falta acima de tudo “feedback” em relação aos sons que emite. Se nossos cientistas gastassem um pouquinho dos seus valiosos tempos de P&D no desenvolvimento de interfaces sons e imagens, o deficiente auditivo aprenderia a corrigir sua voz e dominar uma língua tão complexa quanto o português. Infelizmente não conseguimos sucesso em nossas tentativas de apoio, quem sabe alguma universidade o faça e alguma outra empresa coloque no mercado um SCA (Cascaes, O SCA e o surdo na Copel) ?
Ainda lembrando a 67ª. SOEAA (67º SOEAA - Semana Oficial da Engenharia, Arquitetura e da Agronomia) em Cuiabá ficamos pensando nas novidades em gestação pelo mundo mais desenvolvido. Nesse evento, pessoas de altíssimo nível técnico deram suas opiniões sobre o futuro em médio e longo prazo. Se o conhecimento humano dobra a cada 72 horas, se em 2025 um computador poderá processar tudo o que a humanidade souber e em 2050 esse aparelho custar mil dólares, com todos os descontos possíveis teremos surpresas espantosas e soluções para muita coisa... importadas, continuaremos exportando alimentos para receber em troca soluções que poderiam ser desenvolvidas aqui?
E a Humanidade, vai usar o conhecimento científico para fazer bombas, foguetes ou traquitanas, simplesmente?
Com certeza, se a ONU, nossos sindicatos, partidos políticos ditos de “esquerda” e o povo em geral entenderem ganharemos leis trabalhistas internacionais, reduzindo o tempo de trabalho compulsório e liberando o indivíduo para atividades a seu gosto.
Com máquinas substituindo as atividades humanas teremos mais tempo para o ócio criativo, por exemplo, como cansou de falar Domenico De Masi (Masi).
Nisso tudo, por que não investir na solução dos problemas das pessoas com deficiência, no aprimoramento da vida dos idosos, na cura de doenças debilitantes?
Com certeza muita coisa deve estar acontecendo. O Dr. Romeu Sassaki (Entrevista Interativa com Romeu Kazumi Sassaki), se é que entendi bem em palestra dada em Curitiba, disse que já dispomos de mais de trinta mil soluções. Quais são? Onde estão? Quando custam? Quem produz?
Assim como temos portais de transparência deveríamos ter pelo menos um mostrando tudo isso de forma organizada, objetiva, orientativa. Um Portal Técnico para a PcD, o idoso e as pessoas com doenças debilitantes seria um maná que o Sistema S (colaboradores), por exemplo, poderia patrocinar.
E as universidades convencionais? Em Curitiba ficamos descobrindo mais e mais prédios para a ampliação das universidades federais. O que farão lá dentro? Quanto custará essa ampliação física? Quais serão os custos e os benefícios disso tudo? Estratégias de antigamente ainda são muito fortes na cabeça de pessoas que deveriam agir, pensar, trabalhar para um planeta sustentável. A Terceira Onda (Tofler, 1995) transformava adultos em autômatos diplomados, e agora que os robôs são reais, o que pode ser um profissional de nível superior?
Criamos o conceito de universidades, escolas de último grau onde as pessoas deveriam conviver, aprender mais sobre a sociedade em que existem. Vimos, em alguns casos, ambientes idílicos para alunos e professores exercerem seus trabalhos. Isso era razoável nos tempos sem rádio, televisão e internet. Agora a integração é seletiva, virtual e presencial quando necessário e interessar (a quem?).
Ou seja, podemos evitar deslocamentos. Não precisamos submeter ninguém a convivências nem sempre agradáveis, dignificantes. As cidades devem mudar, ser locais sustentáveis e não fábricas de doidos. Chega de monstrópoles e avenidas sempre insuficientes para tantos carros.
Tudo isso exige que tenhamos coragem de refazer paradigmas, de estabelecer outros padrões de convivência. Devemos acrescentar ao discurso da inclusão física o da convivência virtual ou material sob critérios racionais.
O Brasil possui espaços privilegiados. A concentração humana, contudo, impõe-se por necessidades eventualmente insuperáveis em pequenas cidades.
Conhecemos famílias que se mudaram para cidades grandes para poderem oferecer a seus filhos uma educação melhor. Com os recursos de telecomunicações isso já não é necessário, precisamos, contudo, de bons polos geradores de cultura profissional, social humana. Temos condições de oferecer, repetindo, em DVDs, Pen Drives, notebooks, PCs, CDs e até em discos de vinil aulas proferidas pelos melhores professores do mundo. As telas dos computadores, os alto falantes e os teclados, por enquanto retângulos sobre a mesa, a interface homem/escola.
A certificação a OAB nos ensinou como fazer, afinal, de novo, o que é o Exame da Ordem?
Centros de pesquisa e desenvolvimento, contudo, são mais do que necessários. É de chorar ver o nosso atraso, comparar com o que já vimos pelo mundo externo. Na X ReaTech descobrimos alguns aparelhinhos e até bengalas com sensores, criadas e fabricadas longe do Brasil e vendidas aqui a custos elevados. Isso enquanto aguentamos permanecer num ambiente extremamente barulhento e mal preparado para o idoso.
O conceito “Literatura Técnica” (Cascaes, Literatura Técnica Didática Digital - LTDD) é outra área que merece revisão total. Pode-se ter livros digitais com sons, imagens, diversas formas de acessibilidade e comunicação substituindo os livros antigos, definidos recentemente por uma lei arcaica (Livros), limitados a textos e ilustrações que mostram pouco do que deveriam dizer. Não devemos esquecer os “e-readers” portáteis com seus “e-books” (E-book), graças ao quê podemos levar bibliotecas inteiras. Já calcularam os custos de uma boa biblioteca em casa?
No mundo moderno é extremamente importante redefinir as funções e formatos das escolas, o ensino século 21, as formas de aprendizado e leitura.
Partindo da visão de que no primeiro grau temos uma extensão da casa até (extremamente importante), no segundo a preparação do jovem para ser adulto, no terceiro grau, o ensino deve estar sob responsabilidade do aluno, não do professor. Isso é possível e infinitamente mais racional do que o modelo brasileiro, que, como de costume, segue sempre atrasado em relação aos melhores polos mundiais. Quem decide, de fato, se o profissional é bom ou mal é o mercado de trabalho. Se o estudante acreditar que basta um diploma, estará muito equivocado, a menos que tenha alguém que o nomeie fantasma de algum gabinete ou seja rico por herança.
Felizmente o governo federal e alguns estaduais acordaram, trabalham para criar infovias, EAD. Aos poucos sentem que podem fazer muito usando a tecnologia. Naturalmente as corporações não enxergam isso confortavelmente. A realidade é essa, contudo.
O que dará sobrevida às nossas universidades? A especialização, a transformação em centros de P&D, de produção de material didático, de atendimento a nichos de “mercado humano”. Assim vemos, por exemplo, a validade da criação de Universidades Especiais, dedicadas aos idosos, pessoas com deficiência, superdotados etc.
O Brasil precisa sair de sua base calcificada e clássica para uma visão arrojada da educação superior. Talvez assim mude uma frase que ouvimos num seminário, em que o palestrante disse que “os estudantes entram nas universidades cheirando a leite e de lá saem fedendo a cerveja” (O que é o GFAL - Global Forum América Latina – Empresas, Universidades e Sociedade).
Temos como proposta pessoal a criação de Universidades Especiais para estudantes PcD, assim como poderia ser para outras categorias de estudantes. O fundamental é a otimização do ensino, talvez mudando tudo. A inclusão não é o principal problema e sim a especialização e produção de material didático.
Dizemos isso com base em experiências terríveis, situações que gostaríamos que não se repetissem. Afinal, felizmente, nossos filhos estão prestes a poder dispensar isso tudo. Por amor aos nossos jovens pedimos, encarecemos soluções diferentes das convencionais.
Inclusão sim, para o que viermos a fazer, pensar em tudo, resolver problemas, criar mobilidade, segurança, acessibilidade.
Para encerrar, insistindo no exemplo que nos interessa pessoalmente, o que é a LIBRAS? É uma linguagem gestual. E o Português? Uma língua complexa que diz tudo em papel e sons. Da imagem do intérprete para a telinha de computadores o esforço necessário é pequeno, é só querer e ter recursos para os desenvolvimentos necessários. Para quem tem a chave dos laboratórios e dos cofres da República é só querer. Dificilmente, contudo, isso será prioridade, o Brasil quer até fazer submarino atômico e trens de alta velocidade... Ou seja, vamos questionar, cobrar mudanças de prioridades. Sem integração e respeito por todos, nosso futuro não será muito diferente do mundo que está quebrando por erros de avaliação e opções erradas.
Sentindo o abandono em que as pessoas com deficiência se encontram, quando muito ganhando diplomas que mal utilizam diante de regras estranhas de certificação e contratação de profissionais, queremos, podemos, devemos lutar pela criação de Universidades Especiais, EAD, teletrabalho, cidades inclusivas, segurança etc.
Todos ganharão com novos conceitos de educação, urbanismo, trabalho, de vida.
Cascaes
18.4.2011
Ministério da Ciência e Tecnologia. (1999). Acesso em 1 de dezembro de 2010, disponível em Fundos Setoriais de Ciência e Tecnologia: http://www.finep.gov.br/fundos_setoriais/fundos_setoriais_ini.asp
67º SOEAA - Semana Oficial da Engenharia, Arquitetura e da Agronomia. (s.d.). Acesso em 28 de 1 de 28, disponível em Centro de Eventos do Pantanal: http://www.eventospantanal.com.br/eventov.php?id_agenda=10#3
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 28 de 1 de 2011, disponível em Ponderações Engenheirais.
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 22 de 2 de 2011, disponível em Literatura Técnica Didática Digital - LTDD: http://ltde.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). O SCA e o surdo na Copel. Fonte: O deficiente auditivo: http://surdosegentequeluta.blogspot.com/2009/05/o-sca-e-o-surdo-na-copel.html
colaboradores, W. (s.d.). Sistema S. Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_S
E-book. (s.d.). Fonte: Wikipedia, the free encyclopedia: http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:djUOPaNLzvwJ:en.wikipedia.org/wiki/E-book+e+reader+%22wikipedia%22&cd=8&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br&source=www.google.com.br
Entrevista Interativa com Romeu Kazumi Sassaki. (s.d.). Fonte: e.educaional: http://www.educacional.com.br/entrevistas/interativa/educadores_pais/entrevista016.asp
Livros, S. N. (s.d.). Lei do Livro. (S. C. Sistemas, Editor) Acesso em 8 de 12 de 2010, disponível em Portal Editorial: http://www.portaleditorial.com.br/lei.htm
Masi, D. D. (s.d.). O Ócio Criativo. Sextante.
O que é o GFAL - Global Forum América Latina – Empresas, Universidades e Sociedade. (s.d.). Fonte: Geração Sustentável: http://revistageracaosustentavel.blogspot.com/2009/11/o-que-e-o-gfal-global-forum-america.html
Tofler, A. (1995). A Terceira Onda. (J. Távora, Trad.) São Paulo: Record.
domingo, 15 de maio de 2011
Inclusão racional
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Inclusão racional
Transparência Técnica
Muitas reportagens em diversos jornais apontam falhas no ensino público, com destaque para o primeiro grau. No Paraná os problemas existem e a simples manutenção das escolas apresenta-se atrasada, lenta e pouco eficaz. Com certeza o salário dos professores e professoras está abaixo do razoável e, resumindo, existe um longo caminho até a normalização da Educação num país que até poucas décadas apresentava altas taxas de crescimento populacional.
Os hospitais, Santa Casas, estão com insuficiência de recursos.
Os médicos querem aumento de salários e a ANS impõe novos tratamentos sem deixar claro como serão pagos.
Viajar aos poucos torna-se um pesadelo, ou melhor, de poucos anos para cá tudo ficou saturado.
O Brasil se vangloria de sucessos e procura espaços internacionais, via de regra dificultados, pois estamos no quintal dos EUA.
Pedimos e ganhamos a Copa do Mundo e as Olimpíadas, a teoria é a de que isso trará riquezas para o Brasil, só falta fazer tudo o que pedem. Alguns vão ganhar muito, e o resto?
Aos poucos parece que a dengue é apenas uma questão de campanha caça mosquitos, o chato é que a doença está ficando pior.
Segurança? Sair de casa dentro de carros com vidros escurecidos e ir direto para dentro de shoppings ou ruas mais policiadas.
Alguma coisa não engrenou no ufanismo explícito de dois ou três anos passados e a realidade do corte orçamentário draconiano para 2011. Será reservar dinheiro para o futuro?
Pode ser, apesar de todas as nossas mazelas o Brasil é um país para bons investimentos, faltando tudo, é só simplificar a tremenda burocracia que nos impuseram e talvez possamos, pensando em projetos em parceria com investidores privados, transformar nosso país num canteiro de obras. O problema é, que obras?
Em planejamento podemos calcular riscos, probabilidades, benefícios prováveis, construir até modelos matemáticos para orientação de quem decide. O Setor Elétrico vive disso, pois simplesmente depende de programas de médio e longo prazo para lançar no mercado estudos, anteprojetos, editais e se preparar para administrar o que vier.
De alguma forma seria saudável se o governo em todos os níveis fosse mais preciso em suas propostas, analisasse melhor e divulgasse critérios, tivesse transparência técnica.
Falamos muito da transparência moral, ótimo, mas a transparência funcional, técnica, operacional?
Em tese talvez sejamos ignorantes, despreparados, incapazes de dialogar com os mestres e peagadês que assessoram nossos ministros, mas só evoluiremos se tivermos acesso à base de dados e às lógicas técnicas que estimulam o governo em todos os seus níveis.
Queremos deixar para nossos descendentes um Brasil melhor do que aquele que encontramos, tão confuso que só no século vinte passou por cinco constituições federais ou mais, dependendo do que entendamos como tal.
Nossas crianças crescerão num mundo global com padrões de comunicação excepcionais. Se entre as dezenas de milhões de brasileiros tivermos algumas centenas de gênios, alguns deles saberão usar as informações para ajudar nosso povo. Insistindo no sigilo, no ato de império dos eleitos, nos caprichos de quem estiver no Poder talvez estejamos preparando o Brasil para outra coleção de constituições e pondo em risco o futuro das nossas crianças.
Cascaes
18.4.2011
Os hospitais, Santa Casas, estão com insuficiência de recursos.
Os médicos querem aumento de salários e a ANS impõe novos tratamentos sem deixar claro como serão pagos.
Viajar aos poucos torna-se um pesadelo, ou melhor, de poucos anos para cá tudo ficou saturado.
O Brasil se vangloria de sucessos e procura espaços internacionais, via de regra dificultados, pois estamos no quintal dos EUA.
Pedimos e ganhamos a Copa do Mundo e as Olimpíadas, a teoria é a de que isso trará riquezas para o Brasil, só falta fazer tudo o que pedem. Alguns vão ganhar muito, e o resto?
Aos poucos parece que a dengue é apenas uma questão de campanha caça mosquitos, o chato é que a doença está ficando pior.
Segurança? Sair de casa dentro de carros com vidros escurecidos e ir direto para dentro de shoppings ou ruas mais policiadas.
Alguma coisa não engrenou no ufanismo explícito de dois ou três anos passados e a realidade do corte orçamentário draconiano para 2011. Será reservar dinheiro para o futuro?
Pode ser, apesar de todas as nossas mazelas o Brasil é um país para bons investimentos, faltando tudo, é só simplificar a tremenda burocracia que nos impuseram e talvez possamos, pensando em projetos em parceria com investidores privados, transformar nosso país num canteiro de obras. O problema é, que obras?
Em planejamento podemos calcular riscos, probabilidades, benefícios prováveis, construir até modelos matemáticos para orientação de quem decide. O Setor Elétrico vive disso, pois simplesmente depende de programas de médio e longo prazo para lançar no mercado estudos, anteprojetos, editais e se preparar para administrar o que vier.
De alguma forma seria saudável se o governo em todos os níveis fosse mais preciso em suas propostas, analisasse melhor e divulgasse critérios, tivesse transparência técnica.
Falamos muito da transparência moral, ótimo, mas a transparência funcional, técnica, operacional?
Em tese talvez sejamos ignorantes, despreparados, incapazes de dialogar com os mestres e peagadês que assessoram nossos ministros, mas só evoluiremos se tivermos acesso à base de dados e às lógicas técnicas que estimulam o governo em todos os seus níveis.
Queremos deixar para nossos descendentes um Brasil melhor do que aquele que encontramos, tão confuso que só no século vinte passou por cinco constituições federais ou mais, dependendo do que entendamos como tal.
Nossas crianças crescerão num mundo global com padrões de comunicação excepcionais. Se entre as dezenas de milhões de brasileiros tivermos algumas centenas de gênios, alguns deles saberão usar as informações para ajudar nosso povo. Insistindo no sigilo, no ato de império dos eleitos, nos caprichos de quem estiver no Poder talvez estejamos preparando o Brasil para outra coleção de constituições e pondo em risco o futuro das nossas crianças.
Cascaes
18.4.2011
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Transparência Técnica
Brasil 2050
O Brasil, criado a partir da viagem de Pedro Alvares Cabral procurando as Índias, formou-se sob administrações típicas da época e na trincheira da eterna luta entre seres humanos querendo espaços e fortunas. Por bem ou por mal agora existe, é um dos maiores países do mundo, criado em solo tropical e subtropical, portanto muito diferente dos salvados das geleiras de 10 a 20 mil anos passados.
O desafio de fazer algo adequado à nossa realidade é grande, maior e mais perigoso ainda quando importamos paradigmas e soluções convenientes às grandes potências com todos os riscos inerentes a essa mania tupiniquim.
Felizmente o povo brasileiro é relativamente jovem e assim tem condições de construir uma nação ou confederação de nações, tudo dependendo de modelos institucionais que viermos a adotar (afinal de contas mudar a Constituição Federal é uma banalidade nesse Brasil varonil), otimizada em relação ao caldeirão de culturas e ambientes existentes em oito e meio milhões de quilômetros quadrados.
Nosso país pode muito, só não lhe é dado o direito de errar. A violência de nossos credores ao longo da história não pode ser esquecida, assim como a alienação das elites mal educadas e criadas nas facilidades da exploração brutal de seres humanos estimulados a se reproduzirem, fazerem procissões, carnaval, praticarem esportes onde alguma raiva é descarregada etc., tudo para que nada mude na vida dos senhores da terra.
O cenário mundial é um eterno laboratório e o Brasil é parte dele. Daqui, contudo, podemos aprender muito com os acertos e erros dos demais. Esses últimos anos foram tremendamente educativos, para desespero dos lobistas e grupos industriais que investiram muito em soluções agora sob suspeitas diversas.
Não podemos parar. Não precisamos, contudo, sair por aí gastando feito doido. Afinal até o petróleo sob o Pré-Sal poderá vir a ser um desastre. Temos algumas certezas. Erros e vícios colossais da Humanidade foram identificados durante o século vinte, impõe-se, portanto, evitar a repetição do que efetivamente foi ruim.
Podemos listar uma série de pontos ruins; para não ofender leitores vamos aos mais simples e aceitos pela maioria.
Sim, precisamos encontrar um equilíbrio entre nós e os demais seres vivos sobre a Terra assim como descobrir seus limites. Podemos afirmar que o mais sensato, por enquanto, é não desperdiçar, é medir o que fazemos e identificar comportamentos irresponsáveis.
Talvez exista consenso, pelo menos entre os mais desenvolvidos, sobre os Direitos Humanos. Como conciliar o indivíduo com o interesse coletivo? Um bom tema para nossos parlamentares e qualquer cidadão.
Queremos viver num estado controlado em detalhes por leis, decretos, normas, regulamentos, cartórios, carimbos etc. e vigiado e rigoroso contra aqueles que não cumprirem as regras do ser supremo entre nós?
Vamos zelar pela dignidade e criar soluções para os idosos ou simplesmente prepará-los para o outro mundo?
Devemos investir pesadamente em pesquisas que salvem pessoas, que devolvam sentidos perdidos, mobilidade e capacidade de viver integralmente?
Queremos realmente que nossos descendentes tenham um Brasil melhor?
Pensando em Brasil 2050 (Cascaes, 2011) criamos espaço para decisões sensatas e até lá a preparação para um Brasil realmente digno de ser vivido, que nos encha de orgulho e que seja visto não como o país do carnaval e do futebol, mas o melhor lugar para todos viverem.
Quais são as nossas prioridades?
Cascaes
16.4.2011
Cascaes, J. C. (12 de 1 de 2011). Acesso em 12 de 1 de 2011, disponível em Brasil 2050: http://brasil-2050.blogspot.com/
O desafio de fazer algo adequado à nossa realidade é grande, maior e mais perigoso ainda quando importamos paradigmas e soluções convenientes às grandes potências com todos os riscos inerentes a essa mania tupiniquim.
Felizmente o povo brasileiro é relativamente jovem e assim tem condições de construir uma nação ou confederação de nações, tudo dependendo de modelos institucionais que viermos a adotar (afinal de contas mudar a Constituição Federal é uma banalidade nesse Brasil varonil), otimizada em relação ao caldeirão de culturas e ambientes existentes em oito e meio milhões de quilômetros quadrados.
Nosso país pode muito, só não lhe é dado o direito de errar. A violência de nossos credores ao longo da história não pode ser esquecida, assim como a alienação das elites mal educadas e criadas nas facilidades da exploração brutal de seres humanos estimulados a se reproduzirem, fazerem procissões, carnaval, praticarem esportes onde alguma raiva é descarregada etc., tudo para que nada mude na vida dos senhores da terra.
O cenário mundial é um eterno laboratório e o Brasil é parte dele. Daqui, contudo, podemos aprender muito com os acertos e erros dos demais. Esses últimos anos foram tremendamente educativos, para desespero dos lobistas e grupos industriais que investiram muito em soluções agora sob suspeitas diversas.
Não podemos parar. Não precisamos, contudo, sair por aí gastando feito doido. Afinal até o petróleo sob o Pré-Sal poderá vir a ser um desastre. Temos algumas certezas. Erros e vícios colossais da Humanidade foram identificados durante o século vinte, impõe-se, portanto, evitar a repetição do que efetivamente foi ruim.
Podemos listar uma série de pontos ruins; para não ofender leitores vamos aos mais simples e aceitos pela maioria.
Sim, precisamos encontrar um equilíbrio entre nós e os demais seres vivos sobre a Terra assim como descobrir seus limites. Podemos afirmar que o mais sensato, por enquanto, é não desperdiçar, é medir o que fazemos e identificar comportamentos irresponsáveis.
Talvez exista consenso, pelo menos entre os mais desenvolvidos, sobre os Direitos Humanos. Como conciliar o indivíduo com o interesse coletivo? Um bom tema para nossos parlamentares e qualquer cidadão.
Queremos viver num estado controlado em detalhes por leis, decretos, normas, regulamentos, cartórios, carimbos etc. e vigiado e rigoroso contra aqueles que não cumprirem as regras do ser supremo entre nós?
Vamos zelar pela dignidade e criar soluções para os idosos ou simplesmente prepará-los para o outro mundo?
Devemos investir pesadamente em pesquisas que salvem pessoas, que devolvam sentidos perdidos, mobilidade e capacidade de viver integralmente?
Queremos realmente que nossos descendentes tenham um Brasil melhor?
Pensando em Brasil 2050 (Cascaes, 2011) criamos espaço para decisões sensatas e até lá a preparação para um Brasil realmente digno de ser vivido, que nos encha de orgulho e que seja visto não como o país do carnaval e do futebol, mas o melhor lugar para todos viverem.
Quais são as nossas prioridades?
Cascaes
16.4.2011
Cascaes, J. C. (12 de 1 de 2011). Acesso em 12 de 1 de 2011, disponível em Brasil 2050: http://brasil-2050.blogspot.com/
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Brasil 2050
Direitos humanos ou...
A visita à X ReaTech foi frustrante. Esperava mais, principalmente uma presença ostensiva de prefeituras, do Estado de São Paulo, Governo Federal e, acima de tudo, sentir entusiasmo empresarial, inovação, cultura e determinação de todos a favor das pessoas com deficiência – PcD. Os stands, comparados com os apresentados em 2007, encolheram e o que vimos foi muito pouco do que a ciência e a tecnologia poderiam estar apresentando.
É uma feira, não um evento científico, mas nada se compara à sua dimensão no Brasil.
A ReaTech poderia ser disputada pelos centros de P&D na exibição dos trabalhos que fazem. Lá, por exemplo, deveríamos conhecer projetos financiados e apoiados pelo Governo Federal via Fundos Setoriais. Saber quais e como tiveram sucesso no aprimoramento do atendimento à PcD e, consequentemente, ao idoso, que gradativamente vê seus 5 sentidos se debilitarem e normalmente procura esconder suas limitações. Demonstrar ao povo brasileiro o bom uso (se existir) desse imposto com nome diferente embutido nas tarifas das concessionárias.
Novas e melhores próteses e lógicas deveriam existir para atender pessoas debilitadas por doenças tão violentas quanto o diabetes.
Com o tremendo e inesgotável potencial do mundo WEB e da informática em todos os seus derivativos já deveríamos dispor, com preços acessíveis, se o Governo quisesse, de próteses, carros, sistemas, enfim, que tornassem a vida de todos, inclusive das pessoas mais sadias, melhor, mais digna, inclusiva, com mobilidade e segurança.
O que terá acontecido de 2007 para cá?
O crescimento desordenado das cidades brasileiras levou a inundações de esgoto a qualquer chuva, assim o CO2 entrou em cena, devidamente apoiado por lobbies gigantescos querendo vender coisas para nós. A violência cresceu, as drogas são uma epidemia assustadora. A segurança de todos nós agora depende de tudo o que a ciência e a força bruta puderem fazer a peso de ouro, que quem pode gasta sem titubear. Chegamos ao absurdo de ver em São Paulo helicópteros serem utilizados praticamente como transporte pessoal dentro da cidade (e os engarrafamentos...).
Pior ainda é perceber nitidamente a opção lúdica da sociedade. A notícia da realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil apagou da memória de milhões de brasileiros que nosso país precisa de tudo, em todas as cidades, e não apenas nas 14 da Copa. Carece de saneamento básico, hospitais, escolas, transporte coletivo e até em alguns casos simplesmente de um pouco de brita nas ruas, sem esquecer o apavorante crescimento da dengue. Nada disso importa, exceto ver os profissionais da bola passarem um mês aqui e os mochileiros que chegarem voltarem a seus países impressionados com o que estiver pronto até lá.
Os cortes no orçamento para 2011 ilustram bem a situação do Brasil, não há necessidade de dizer mais nada. Cortes infinitesimais em relação, contudo (em termos absolutos), ao que outras nações pretendem fazer para reequilibrar a economia mundial.
Quem perdeu mais com tudo isso?
A ReaTech 2011 mostra que o truque é esfriar temas que não interessem nesse contexto político, pois se sabe muito bem que uma vitória na Copa do Mundo de 2014 será um bom reforço político (eleições) ao governo que estiver no Poder. Triste é imaginar, sendo engenheiro, que poderíamos estar muito mais avançados no atendimento àqueles que realmente precisam de nós.
O mundo precisa retomar determinação na construção de uma vida melhor para todos. A importância do ser humano é natural, afinal não somos marcianos. Não cuidando e não dando atenção às suas doenças físicas ou mentais estará construindo seres violentos, ou pelo menos infelizes diante de oportunidades perdidas.
De qualquer modo, quem puder, vá à Cidade de São Paulo e visite a ReaTech 2011. É um lugar mais para pensar que para ver.
Cascaes
15.4.2011
É uma feira, não um evento científico, mas nada se compara à sua dimensão no Brasil.
A ReaTech poderia ser disputada pelos centros de P&D na exibição dos trabalhos que fazem. Lá, por exemplo, deveríamos conhecer projetos financiados e apoiados pelo Governo Federal via Fundos Setoriais. Saber quais e como tiveram sucesso no aprimoramento do atendimento à PcD e, consequentemente, ao idoso, que gradativamente vê seus 5 sentidos se debilitarem e normalmente procura esconder suas limitações. Demonstrar ao povo brasileiro o bom uso (se existir) desse imposto com nome diferente embutido nas tarifas das concessionárias.
Novas e melhores próteses e lógicas deveriam existir para atender pessoas debilitadas por doenças tão violentas quanto o diabetes.
Com o tremendo e inesgotável potencial do mundo WEB e da informática em todos os seus derivativos já deveríamos dispor, com preços acessíveis, se o Governo quisesse, de próteses, carros, sistemas, enfim, que tornassem a vida de todos, inclusive das pessoas mais sadias, melhor, mais digna, inclusiva, com mobilidade e segurança.
O que terá acontecido de 2007 para cá?
O crescimento desordenado das cidades brasileiras levou a inundações de esgoto a qualquer chuva, assim o CO2 entrou em cena, devidamente apoiado por lobbies gigantescos querendo vender coisas para nós. A violência cresceu, as drogas são uma epidemia assustadora. A segurança de todos nós agora depende de tudo o que a ciência e a força bruta puderem fazer a peso de ouro, que quem pode gasta sem titubear. Chegamos ao absurdo de ver em São Paulo helicópteros serem utilizados praticamente como transporte pessoal dentro da cidade (e os engarrafamentos...).
Pior ainda é perceber nitidamente a opção lúdica da sociedade. A notícia da realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil apagou da memória de milhões de brasileiros que nosso país precisa de tudo, em todas as cidades, e não apenas nas 14 da Copa. Carece de saneamento básico, hospitais, escolas, transporte coletivo e até em alguns casos simplesmente de um pouco de brita nas ruas, sem esquecer o apavorante crescimento da dengue. Nada disso importa, exceto ver os profissionais da bola passarem um mês aqui e os mochileiros que chegarem voltarem a seus países impressionados com o que estiver pronto até lá.
Os cortes no orçamento para 2011 ilustram bem a situação do Brasil, não há necessidade de dizer mais nada. Cortes infinitesimais em relação, contudo (em termos absolutos), ao que outras nações pretendem fazer para reequilibrar a economia mundial.
Quem perdeu mais com tudo isso?
A ReaTech 2011 mostra que o truque é esfriar temas que não interessem nesse contexto político, pois se sabe muito bem que uma vitória na Copa do Mundo de 2014 será um bom reforço político (eleições) ao governo que estiver no Poder. Triste é imaginar, sendo engenheiro, que poderíamos estar muito mais avançados no atendimento àqueles que realmente precisam de nós.
O mundo precisa retomar determinação na construção de uma vida melhor para todos. A importância do ser humano é natural, afinal não somos marcianos. Não cuidando e não dando atenção às suas doenças físicas ou mentais estará construindo seres violentos, ou pelo menos infelizes diante de oportunidades perdidas.
De qualquer modo, quem puder, vá à Cidade de São Paulo e visite a ReaTech 2011. É um lugar mais para pensar que para ver.
Cascaes
15.4.2011
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O vilão é o assassino?
No Brasil a educação nas escolas, primeiro grau, não era prioridade. Em tempos difíceis a lógica era “onde fizermos um estádio de futebol teremos uma vitória da ARENA (partido político)”, ou seja, optava-se pela fantasia. Alguns anos antes, estudando em Minas Gerais, os professores de qualquer nível tinham dificuldades de receber o salário pontualmente. Em alguns estados o atraso podia durar meses, principalmente nas escolas do que chamamos agora de “primeiro grau”. Obviamente em colégios mantidos por ordens religiosas a situação era diferente e em alguma outra escola maior, privatizada, provavelmente os salários não atrasavam, afinal os alunos tinham pais que pagavam mensalidades ou os próprios alunos. Com a liberação sindical muita coisa mudou, mas estamos longe do razoável.
A imprensa explora ao máximo a chacina do Realengo. Crianças foram metodicamente assassinadas por um desequilibrado mental, que estudara naquela escola.
Inimputável, criminoso, demente ou um assassino frio influenciado pelo “11 de setembro”? Teremos por aí inúmeras teses de mestrado.
Por quê tanta violência?
A Educação plena (técnica, social, comportamental) é essencial e depende de todos nós, inclusive nas eleições, optando por candidatos comprometidos com a evolução do nosso povo.
Diante da degradação em ambiente familiar, facilitada ao extremo pelas leis “modernas”, que desprezam solenemente a vida da(s) criança(s) afetada(s) pela dissolução do casal, precisamos investir pesadamente no “primeiro grau”. Nesse primeiro período de estudos é essencial que se ensine muito mais que Português, Matemática, futebol etc.. Na escola as crianças devem encontrar o que de saudável possam ter perdido em casa.
Temos ONGs, clubes de serviço e outras formas de organização. O pesadelo nesse arquipélago de instituições é a diversidade de orientações. Assim, dentro de uma visão de consenso nacional, estadual e municipal (afinal temos uma Constituição Federal), com muito critério e cuidados devemos nos integrar às escolas, procurando auxiliar seu corpo profissional a educar, acima de tudo.
Em Curitiba, por exemplo, existe o Programa Comunidade Escola [ (Cascaes, 2010) (PMC) (Vinicius Boreki, 2011)], quem o conhece? Alguém contribuiu de alguma forma para o seu sucesso? Ele acontece em seu bairro? Somos todos, adultos, responsáveis pelo futuro dos que nos sucederem em vida sobre a Terra. Infelizmente, dentro de lógicas oportunistas, parte-se da valorização excessiva do individualismo em casa e dentro de alguns ambientes externos. Esquecem que, se no RJ agora mataram crianças, as vítimas poderão ser adultos e alguns muito ricos, como aconteceu nos EUA. Precisamos reverter o quadro de alienação perigoso em que mergulhamos.
Tivemos nesses últimos anos uma ênfase total em teses importadas, agora descobrimos o resultado pior; existem outros efeitos, mas não enxergamos, não dá mídia.
Precisamos pensar, analisar e avaliar o que está acontecendo no Brasil. A alienação parece onipresente. A displicência em relação ao que acontece bem perto, nas ruas, nos bares e esquinas da vida é enorme.
Todos falam dos efeitos da internet. Por quê não usá-la intensivamente a favor de uma educação melhor [ (Cascaes, Literatura Técnica Didática Digital - LTDD) (Cascaes, Ensino a Distância Inteligente)]? Ou os grandes grupos empresariais dedicados à indústria do ensino não querem competição...
Os administradores públicos devem e podem reverter erros, nada é impossível. A questão é: querem? Sabem? Têm competência?
Enquanto grupos de trabalho e seminários acontecem, o Brasil continua campeão de reciclagem de latinhas e plantando árvores no asfalto. Reciclamos por quê? De que jeito? Só em Curitiba temos dezenas de milhares de pessoas que não estudaram, não tiveram as benesses de uma boa formação profissional, puxando carrinhos e catando lixo. Nossas árvores caem, plantadas em locais errados. Será que vendo as belas árvores de Curitiba não nos lembramos dos erros antigos, que fazem do Brasil um país mais e mais perigoso? Erramos no “antigamente”, e agora? Pão e circo?
Oportunisticamente vemos os parlamentares querendo proibir armas de fogo, como se existisse apenas isso para cometer crimes premeditados. O atropelador de bicicleteiros em Porto Alegre (Opinião sensata sobre o atropelamento de ciclistas em Porto Alegre) não premeditou, cometeu, contudo, um crime hediondo. Vamos proibir a utilização de automóveis?
Seria interessante ver, ouvir, participar de discussões permanentes, públicas, sem censura de qualquer espécie, do padrão de ensino de nossas escolas e de como deixar de ser campeão de reciclagem de latinhas, do jeito que a coisa acontece. Seria interessante ver aqui o que descobrimos na França, Bordeaux: moças uniformizadas e com carrinhos especiais coletando latinhas abandonadas, pois lá eles não precisam disso para sobreviver.
Nossa sociedade é crudelíssima. A classe média descobriu o buraco para enfiar a cabeça, os “shopping centers”, e as mais altas, quando estão no Brasil, têm seus clubes. Nos bairros das grandes cidades, quando os donos do tráfico deixam, as crianças e jovens talvez encontrem várzeas para jogar e sonhar chegar um dia a ter o padrão de vida de seus heróis.
Dá vontade de perguntar, quem são os assassinos do Realengo?
Cascaes
13.4.2011
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 20 de 3 de 2011, disponível em Ensino a Distância Inteligente: http://eadinteligente.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 22 de 2 de 2011, disponível em Literatura Técnica Didática Digital - LTDD: http://ltde.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (2010). Fonte: Mirante do Comunidade Escola: http://mirante-do-comunidade-escola.blogspot.com/
Opinião sensata sobre o atropelamento de ciclistas em Porto Alegre. (s.d.). Fonte: Esquentadinh, por um mundo mais cool: http://esquentadinho.com/2011/02/28/opiniao-sensata-sobre-o-atropelamento-de-ciclistas-em-porto-alegre/
PMC. (s.d.). Comunidade Escola. Acesso em 2011, disponível em Secretaria da Educação - Curitiba: http://www.cidadedoconhecimento.org.br/cidadedoconhecimento/index.php?portal=527&PHPSESSID=9afb8fbc4568123cb3ba92432318e2e6
Vinicius Boreki, B. M. (13 de 4 de 2011). Falta preparo contra a violência. Gazeta do Povo, p. 4.
A imprensa explora ao máximo a chacina do Realengo. Crianças foram metodicamente assassinadas por um desequilibrado mental, que estudara naquela escola.
Inimputável, criminoso, demente ou um assassino frio influenciado pelo “11 de setembro”? Teremos por aí inúmeras teses de mestrado.
Por quê tanta violência?
A Educação plena (técnica, social, comportamental) é essencial e depende de todos nós, inclusive nas eleições, optando por candidatos comprometidos com a evolução do nosso povo.
Diante da degradação em ambiente familiar, facilitada ao extremo pelas leis “modernas”, que desprezam solenemente a vida da(s) criança(s) afetada(s) pela dissolução do casal, precisamos investir pesadamente no “primeiro grau”. Nesse primeiro período de estudos é essencial que se ensine muito mais que Português, Matemática, futebol etc.. Na escola as crianças devem encontrar o que de saudável possam ter perdido em casa.
Temos ONGs, clubes de serviço e outras formas de organização. O pesadelo nesse arquipélago de instituições é a diversidade de orientações. Assim, dentro de uma visão de consenso nacional, estadual e municipal (afinal temos uma Constituição Federal), com muito critério e cuidados devemos nos integrar às escolas, procurando auxiliar seu corpo profissional a educar, acima de tudo.
Em Curitiba, por exemplo, existe o Programa Comunidade Escola [ (Cascaes, 2010) (PMC) (Vinicius Boreki, 2011)], quem o conhece? Alguém contribuiu de alguma forma para o seu sucesso? Ele acontece em seu bairro? Somos todos, adultos, responsáveis pelo futuro dos que nos sucederem em vida sobre a Terra. Infelizmente, dentro de lógicas oportunistas, parte-se da valorização excessiva do individualismo em casa e dentro de alguns ambientes externos. Esquecem que, se no RJ agora mataram crianças, as vítimas poderão ser adultos e alguns muito ricos, como aconteceu nos EUA. Precisamos reverter o quadro de alienação perigoso em que mergulhamos.
Tivemos nesses últimos anos uma ênfase total em teses importadas, agora descobrimos o resultado pior; existem outros efeitos, mas não enxergamos, não dá mídia.
Precisamos pensar, analisar e avaliar o que está acontecendo no Brasil. A alienação parece onipresente. A displicência em relação ao que acontece bem perto, nas ruas, nos bares e esquinas da vida é enorme.
Todos falam dos efeitos da internet. Por quê não usá-la intensivamente a favor de uma educação melhor [ (Cascaes, Literatura Técnica Didática Digital - LTDD) (Cascaes, Ensino a Distância Inteligente)]? Ou os grandes grupos empresariais dedicados à indústria do ensino não querem competição...
Os administradores públicos devem e podem reverter erros, nada é impossível. A questão é: querem? Sabem? Têm competência?
Enquanto grupos de trabalho e seminários acontecem, o Brasil continua campeão de reciclagem de latinhas e plantando árvores no asfalto. Reciclamos por quê? De que jeito? Só em Curitiba temos dezenas de milhares de pessoas que não estudaram, não tiveram as benesses de uma boa formação profissional, puxando carrinhos e catando lixo. Nossas árvores caem, plantadas em locais errados. Será que vendo as belas árvores de Curitiba não nos lembramos dos erros antigos, que fazem do Brasil um país mais e mais perigoso? Erramos no “antigamente”, e agora? Pão e circo?
Oportunisticamente vemos os parlamentares querendo proibir armas de fogo, como se existisse apenas isso para cometer crimes premeditados. O atropelador de bicicleteiros em Porto Alegre (Opinião sensata sobre o atropelamento de ciclistas em Porto Alegre) não premeditou, cometeu, contudo, um crime hediondo. Vamos proibir a utilização de automóveis?
Seria interessante ver, ouvir, participar de discussões permanentes, públicas, sem censura de qualquer espécie, do padrão de ensino de nossas escolas e de como deixar de ser campeão de reciclagem de latinhas, do jeito que a coisa acontece. Seria interessante ver aqui o que descobrimos na França, Bordeaux: moças uniformizadas e com carrinhos especiais coletando latinhas abandonadas, pois lá eles não precisam disso para sobreviver.
Nossa sociedade é crudelíssima. A classe média descobriu o buraco para enfiar a cabeça, os “shopping centers”, e as mais altas, quando estão no Brasil, têm seus clubes. Nos bairros das grandes cidades, quando os donos do tráfico deixam, as crianças e jovens talvez encontrem várzeas para jogar e sonhar chegar um dia a ter o padrão de vida de seus heróis.
Dá vontade de perguntar, quem são os assassinos do Realengo?
Cascaes
13.4.2011
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 20 de 3 de 2011, disponível em Ensino a Distância Inteligente: http://eadinteligente.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 22 de 2 de 2011, disponível em Literatura Técnica Didática Digital - LTDD: http://ltde.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (2010). Fonte: Mirante do Comunidade Escola: http://mirante-do-comunidade-escola.blogspot.com/
Opinião sensata sobre o atropelamento de ciclistas em Porto Alegre. (s.d.). Fonte: Esquentadinh, por um mundo mais cool: http://esquentadinho.com/2011/02/28/opiniao-sensata-sobre-o-atropelamento-de-ciclistas-em-porto-alegre/
PMC. (s.d.). Comunidade Escola. Acesso em 2011, disponível em Secretaria da Educação - Curitiba: http://www.cidadedoconhecimento.org.br/cidadedoconhecimento/index.php?portal=527&PHPSESSID=9afb8fbc4568123cb3ba92432318e2e6
Vinicius Boreki, B. M. (13 de 4 de 2011). Falta preparo contra a violência. Gazeta do Povo, p. 4.
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O vilão é o assassino
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Obras, quantidade e qualidade
Obras, quantidade e qualidade
A propaganda oficial de Curitiba descobriu uma forma de impressionar os eleitores da capital e adjacências. Em outdoors, no portal da PMC, discursos etc. a palavra chave é o “número de obras”.
A preocupação de quem gosta de Engenharia e ciências afins é que tudo isso aconteça com a melhor técnica, dentro de planos coerentes e a perspectiva de melhorar a cidade. Lamentavelmente aqui vale quantidade sem muita atenção para os padrões de serviço, salvo algumas exceções notáveis, isso sem falar na extrema lentidão de alguns projetos importantes.
Vimos, por exemplo, com extremo pesar o recapeamento de ruas e avenidas, onde, em alguns lugares, formou-se uma valeta entre o asfalto e o meio fio. Ou seja, sem escarificação, para redução de custos e na preocupação provável de multiplicarem-se as obras, o serviço foi mal feito. De sobra criou-se uma armadilha para que anda pela cidade (pisar em falso e cair na rua) e um pequeno degrau ao final de rampas (nas esquinas) para cadeirantes.
Obrar é um verbo que pode explicar isso e outras coisas, dependendo de regionalismos e hábitos de expressão. Vale a pena ver nos dicionários para entender.
Por aqui obra-se lentamente. Assim temos trincheiras e reformas que não terminam nunca. Uma explicação possível é a execução de serviços sem projetos completos. Em Cuiabá (67º SOEAA - Semana Oficial da Engenharia, Arquitetura e da Agronomia) vimos e ouvimos, perplexos, o Dr. Cristiano Kok [ (Cristiano Kok, 2011) (Degradação de obras brasileiras e os projetos) ] dizendo da falta absurda (com alguns dados alarmantes) de atenção técnica em obras públicas (e privadas não são muito diferentes).
Sente-se que reportagens são feitas sem cuidados técnicos, fala-se de tudo menos do respeito à boa Engenharia. O problema é a dimensão e a introjeção de uma cultura irresponsável em torno de atividades essenciais, que vão da saúde à educação, do saneamento básico à energia.
Precisamos com urgência de entidades técnicas ativas, independentes e vigilantes com competência. Infelizmente nota-se que no democratismo militante muitas vezes o que vale é a simpatia e a mediocridade acaba imperando. A cooptação de lideranças técnicas é uma rotina e a segurança do nosso povo colocada em risco.
Temos já uma coleção de acidentes colossais que mereceriam permanecer na mídia até a conclusão final com detalhes dos erros e acertos de quem quer que fosse. Hidrelétricas gigantescas estão em obras com orçamentos reduzidos, só para lembrar. Alguma indústria ou empreiteira faz milagres? Utopias à parte, a visão que se impõe para aqueles que se preocupam com o futuro de todos nós é como sair do fosso que mergulhamos em diretrizes erradas.
A mídia, que agora é quantidade de obras, já foi a do preço menor. Os traumas de obras superfaturadas levaram nosso povo ao outro extremo. Na ausência de pessoas acima de qualquer suspeita e capazes de opinar sobre processos, podemos estar construindo um mundo insustentável, negativo em relação a protocolos, tratados, estatutos humanitários, física, matemática etc.
A transparência talvez passe pela obrigatoriedade de licitação de projetos com dados objetivos e exigências explícitas. Precisamos de ambientes internetianos de debate de projetos, transparência máxima etc. para que não obrem da forma pior em trabalhos de importantes para nosso povo.
E sem medo de cara feia ou discursos inflamados de quem não entende é fundamental que todos que estejam atentos ao que é feito para atender nossa população. Registrem e divulguem de todas as formas possíveis o que estiver mal feito, assim como aplaudam o que for bem feito. Felizmente agora podemos.
Cascaes
4.4.2011
Cristiano Kok. (4 de 4 de 2011). Fonte: Revista ENGENHARIA: http://www.brasilengenharia.com.br/sumario.asp?ed=601&cod=8494
67º SOEAA - Semana Oficial da Engenharia, Arquitetura e da Agronomia. (s.d.). Acesso em 28 de 1 de 28, disponível em Centro de Eventos do Pantanal: http://www.eventospantanal.com.br/eventov.php?id_agenda=10#3
Cascaes, J. C. (s.d.). Degradação de obras brasileiras e os projetos. Fonte: Ponderações engenheirais: http://pensando-na-engenharia.blogspot.com/2011/01/degradacao-de-obras-brasileiras-e-os.html
A propaganda oficial de Curitiba descobriu uma forma de impressionar os eleitores da capital e adjacências. Em outdoors, no portal da PMC, discursos etc. a palavra chave é o “número de obras”.
A preocupação de quem gosta de Engenharia e ciências afins é que tudo isso aconteça com a melhor técnica, dentro de planos coerentes e a perspectiva de melhorar a cidade. Lamentavelmente aqui vale quantidade sem muita atenção para os padrões de serviço, salvo algumas exceções notáveis, isso sem falar na extrema lentidão de alguns projetos importantes.
Vimos, por exemplo, com extremo pesar o recapeamento de ruas e avenidas, onde, em alguns lugares, formou-se uma valeta entre o asfalto e o meio fio. Ou seja, sem escarificação, para redução de custos e na preocupação provável de multiplicarem-se as obras, o serviço foi mal feito. De sobra criou-se uma armadilha para que anda pela cidade (pisar em falso e cair na rua) e um pequeno degrau ao final de rampas (nas esquinas) para cadeirantes.
Obrar é um verbo que pode explicar isso e outras coisas, dependendo de regionalismos e hábitos de expressão. Vale a pena ver nos dicionários para entender.
Por aqui obra-se lentamente. Assim temos trincheiras e reformas que não terminam nunca. Uma explicação possível é a execução de serviços sem projetos completos. Em Cuiabá (67º SOEAA - Semana Oficial da Engenharia, Arquitetura e da Agronomia) vimos e ouvimos, perplexos, o Dr. Cristiano Kok [ (Cristiano Kok, 2011) (Degradação de obras brasileiras e os projetos) ] dizendo da falta absurda (com alguns dados alarmantes) de atenção técnica em obras públicas (e privadas não são muito diferentes).
Sente-se que reportagens são feitas sem cuidados técnicos, fala-se de tudo menos do respeito à boa Engenharia. O problema é a dimensão e a introjeção de uma cultura irresponsável em torno de atividades essenciais, que vão da saúde à educação, do saneamento básico à energia.
Precisamos com urgência de entidades técnicas ativas, independentes e vigilantes com competência. Infelizmente nota-se que no democratismo militante muitas vezes o que vale é a simpatia e a mediocridade acaba imperando. A cooptação de lideranças técnicas é uma rotina e a segurança do nosso povo colocada em risco.
Temos já uma coleção de acidentes colossais que mereceriam permanecer na mídia até a conclusão final com detalhes dos erros e acertos de quem quer que fosse. Hidrelétricas gigantescas estão em obras com orçamentos reduzidos, só para lembrar. Alguma indústria ou empreiteira faz milagres? Utopias à parte, a visão que se impõe para aqueles que se preocupam com o futuro de todos nós é como sair do fosso que mergulhamos em diretrizes erradas.
A mídia, que agora é quantidade de obras, já foi a do preço menor. Os traumas de obras superfaturadas levaram nosso povo ao outro extremo. Na ausência de pessoas acima de qualquer suspeita e capazes de opinar sobre processos, podemos estar construindo um mundo insustentável, negativo em relação a protocolos, tratados, estatutos humanitários, física, matemática etc.
A transparência talvez passe pela obrigatoriedade de licitação de projetos com dados objetivos e exigências explícitas. Precisamos de ambientes internetianos de debate de projetos, transparência máxima etc. para que não obrem da forma pior em trabalhos de importantes para nosso povo.
E sem medo de cara feia ou discursos inflamados de quem não entende é fundamental que todos que estejam atentos ao que é feito para atender nossa população. Registrem e divulguem de todas as formas possíveis o que estiver mal feito, assim como aplaudam o que for bem feito. Felizmente agora podemos.
Cascaes
4.4.2011
Cristiano Kok. (4 de 4 de 2011). Fonte: Revista ENGENHARIA: http://www.brasilengenharia.com.br/sumario.asp?ed=601&cod=8494
67º SOEAA - Semana Oficial da Engenharia, Arquitetura e da Agronomia. (s.d.). Acesso em 28 de 1 de 28, disponível em Centro de Eventos do Pantanal: http://www.eventospantanal.com.br/eventov.php?id_agenda=10#3
Cascaes, J. C. (s.d.). Degradação de obras brasileiras e os projetos. Fonte: Ponderações engenheirais: http://pensando-na-engenharia.blogspot.com/2011/01/degradacao-de-obras-brasileiras-e-os.html
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quantidade e qualidade
Mito e realidade
Mito e realidade
Nosso povo é passível de muitos estudos por efeito da singularidade de sua formação. Obviamente qualquer nação possui histórias próprias, mas vivemos aqui, assim para nós é mais fácil falar do Brasil.
Uma situação típica entre nós é contornar dificuldades, “dar um jeitinho”, fazer coisas “para inglês ver”. Talvez por isso tenhamos tantas leis, decretos, normas e regulamentos minuciosos e inúteis. Os constituintes, que criaram nossa atual Constituição Federal (250 artigos), exultavam a cada aprovação, talvez acreditando que nosso povo mudaria por decreto.
Para as pessoas com deficiência e os idosos, sem esquecer portadores de doenças debilitantes, a fantasia é um pesadelo. Todos gostariam que a Constituição, as leis, os decretos, as normas e regulamentos e agora os “estatutos” mudassem rapidamente o Brasil. Não é isso que acontece, ao contrário, à medida que as autoridades fecham os olhos para as transgressões vamos desmoralizando o modelo institucional e implicitamente dizendo “é para brasileiro ver”, acrescentando as frases ufanistas, entre elas a mais ridícula: nossas leis (nisso ou naquilo) são as mais modernas do mundo...
À medida que envelhecemos e vamos enxergando mais com a inteligência e menos com os olhos notamos a fragilidade de organizações, ou, cinicamente aderimos ao jogo e passamos a sentir mais alegria com os rituais, as medalhas e diplomas, ainda que saibamos ser mais um jogo de conquista de espaços do que realmente para cumprimento dos estatutos da entidade em que estejamos enquadrados.
Um tema, que em alguns ambientes é discutido, é a importância ou não das escolas especiais. Elas devem acabar? A inclusão é possível em curto prazo? As crianças, os jovens e os adultos serão respeitados, bem atendidos, integrados no primeiro grau, segundo e terceiro grau? Esse ser humano terá ambientes acolhedores? Será tratado com respeito e cobrado de forma adequada?
Defendemos a proposta da criação de universidades especiais (Cascaes). Por quê? Seria um retrocesso? Ou o melhor caminho para a inclusão real em todos os níveis?
Acreditamos, após anos de presença em escolas na condição de aluno ou de professor, que a partir do exemplo da Gallaudet University (Gallaudet University Mission and Goals) é necessário, urgentemente desejável e oportuno termos uma (pelo menos) escola de terceiro grau formando profissionais, educando mestres, criando material didático, irradiando EAD, reunindo especialistas e alunos em torno da formação do profissional PcD, para que ele, sendo realmente bem formado, possa disputar espaços com outros sem os problemas que possui.
Infelizmente vemos, com angústia, que esse tema é descartado porque a palavra oficial do Governo Federal é a inclusão e acabar com as escolas especiais. Será que essas pessoas que tomam decisões entendem, por exemplo, como é o “mundo do surdo” (Silêncio)? Acreditam em milagres ou estão fazendo belos discursos para agradar a torcida?
É bom lembrar que houve uma multiplicação extraordinária de universidades, até em fronteira para acolher estrangeiros, e para os brasileiros com deficiência, o que tem sido feito além de decretos mudando denominações dessa ou daquela condição de deficiência?
Somos o país dos discursos e dos programas contingenciados. Lamentavelmente dependemos demais de Brasília, pois a maior parte dos impostos vai e fica por lá. Ironicamente a maioria das responsabilidades estabelecidas pela Constituição Federal é dos estados e municípios. E o dinheiro? Adianta dar responsabilidade sem recursos adequados?
Uma Universidade Especial poderá, além de tudo o que dissemos, tendo o foco no desenvolvimento de soluções a favor da PcD, aproveitar melhor os fundos setoriais do MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia, 1999). A maior parte das concessionárias de serviços essenciais recolhe dinheiro destinado a pesquisas e desenvolvimento de projetos inovadores, por quê não centrar esforços a favor da pessoa com deficiência, o idoso e pessoas com doenças debilitantes? Ou dá mais voto usar esse dinheiro para o famoso “pão e circo” que todos entendem e entorpece a visão do cidadão que realmente carece de mais atenção...
Cascaes
11.4.2011
Ministério da Ciência e Tecnologia. (1999). Acesso em 1 de dezembro de 2010, disponível em Fundos Setoriais de Ciência e Tecnologia: http://www.finep.gov.br/fundos_setoriais/fundos_setoriais_ini.asp
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 28 de 12 de 2010, disponível em Universidade para os Surdos do Brasil: http://universidadeparaossurdos.blogspot.com/
Gallaudet University Mission and Goals. (s.d.). Fonte: Gallaudet University: http://www.gallaudet.edu/x20518.xml
Silêncio, C. d. (s.d.). Quem somos. Fonte: Casa de Cultura do Silêncio: http://www.casadosilencio.hpg.ig.com.br/mundo_surdo.html
Nosso povo é passível de muitos estudos por efeito da singularidade de sua formação. Obviamente qualquer nação possui histórias próprias, mas vivemos aqui, assim para nós é mais fácil falar do Brasil.
Uma situação típica entre nós é contornar dificuldades, “dar um jeitinho”, fazer coisas “para inglês ver”. Talvez por isso tenhamos tantas leis, decretos, normas e regulamentos minuciosos e inúteis. Os constituintes, que criaram nossa atual Constituição Federal (250 artigos), exultavam a cada aprovação, talvez acreditando que nosso povo mudaria por decreto.
Para as pessoas com deficiência e os idosos, sem esquecer portadores de doenças debilitantes, a fantasia é um pesadelo. Todos gostariam que a Constituição, as leis, os decretos, as normas e regulamentos e agora os “estatutos” mudassem rapidamente o Brasil. Não é isso que acontece, ao contrário, à medida que as autoridades fecham os olhos para as transgressões vamos desmoralizando o modelo institucional e implicitamente dizendo “é para brasileiro ver”, acrescentando as frases ufanistas, entre elas a mais ridícula: nossas leis (nisso ou naquilo) são as mais modernas do mundo...
À medida que envelhecemos e vamos enxergando mais com a inteligência e menos com os olhos notamos a fragilidade de organizações, ou, cinicamente aderimos ao jogo e passamos a sentir mais alegria com os rituais, as medalhas e diplomas, ainda que saibamos ser mais um jogo de conquista de espaços do que realmente para cumprimento dos estatutos da entidade em que estejamos enquadrados.
Um tema, que em alguns ambientes é discutido, é a importância ou não das escolas especiais. Elas devem acabar? A inclusão é possível em curto prazo? As crianças, os jovens e os adultos serão respeitados, bem atendidos, integrados no primeiro grau, segundo e terceiro grau? Esse ser humano terá ambientes acolhedores? Será tratado com respeito e cobrado de forma adequada?
Defendemos a proposta da criação de universidades especiais (Cascaes). Por quê? Seria um retrocesso? Ou o melhor caminho para a inclusão real em todos os níveis?
Acreditamos, após anos de presença em escolas na condição de aluno ou de professor, que a partir do exemplo da Gallaudet University (Gallaudet University Mission and Goals) é necessário, urgentemente desejável e oportuno termos uma (pelo menos) escola de terceiro grau formando profissionais, educando mestres, criando material didático, irradiando EAD, reunindo especialistas e alunos em torno da formação do profissional PcD, para que ele, sendo realmente bem formado, possa disputar espaços com outros sem os problemas que possui.
Infelizmente vemos, com angústia, que esse tema é descartado porque a palavra oficial do Governo Federal é a inclusão e acabar com as escolas especiais. Será que essas pessoas que tomam decisões entendem, por exemplo, como é o “mundo do surdo” (Silêncio)? Acreditam em milagres ou estão fazendo belos discursos para agradar a torcida?
É bom lembrar que houve uma multiplicação extraordinária de universidades, até em fronteira para acolher estrangeiros, e para os brasileiros com deficiência, o que tem sido feito além de decretos mudando denominações dessa ou daquela condição de deficiência?
Somos o país dos discursos e dos programas contingenciados. Lamentavelmente dependemos demais de Brasília, pois a maior parte dos impostos vai e fica por lá. Ironicamente a maioria das responsabilidades estabelecidas pela Constituição Federal é dos estados e municípios. E o dinheiro? Adianta dar responsabilidade sem recursos adequados?
Uma Universidade Especial poderá, além de tudo o que dissemos, tendo o foco no desenvolvimento de soluções a favor da PcD, aproveitar melhor os fundos setoriais do MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia, 1999). A maior parte das concessionárias de serviços essenciais recolhe dinheiro destinado a pesquisas e desenvolvimento de projetos inovadores, por quê não centrar esforços a favor da pessoa com deficiência, o idoso e pessoas com doenças debilitantes? Ou dá mais voto usar esse dinheiro para o famoso “pão e circo” que todos entendem e entorpece a visão do cidadão que realmente carece de mais atenção...
Cascaes
11.4.2011
Ministério da Ciência e Tecnologia. (1999). Acesso em 1 de dezembro de 2010, disponível em Fundos Setoriais de Ciência e Tecnologia: http://www.finep.gov.br/fundos_setoriais/fundos_setoriais_ini.asp
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 28 de 12 de 2010, disponível em Universidade para os Surdos do Brasil: http://universidadeparaossurdos.blogspot.com/
Gallaudet University Mission and Goals. (s.d.). Fonte: Gallaudet University: http://www.gallaudet.edu/x20518.xml
Silêncio, C. d. (s.d.). Quem somos. Fonte: Casa de Cultura do Silêncio: http://www.casadosilencio.hpg.ig.com.br/mundo_surdo.html
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sábado, 7 de maio de 2011
Apagões de competência e democracia direta
Apagões de competência e democracia direta
O Brasil conquistou um título ou está perto de ser campeão de apagões. A reportagem da Agência Estado (Grandes apagões de energia viram rotina no Brasil) mostra a degradação do serviço “energia elétrica” que escapou, por pouco, de racionamentos severos. Nosso ex-Presidente era um protegido de São Pedro. A grande vantagem para o governo foi transformar a Energia Elétrica num instrumento de coleta de impostos e o lado positivo só aconteceu no segundo mandato do Presidente, quando “acordou” da inação ambientalista que travava tudo.
No Paraná a obsessão do Governo de anunciar a menor tarifa do país levou a Copel a conquistar multas na ANEEL e fazer de nossas cidades um ambiente de tensão diante de qualquer vendaval maior, pois as famosas árvores envelhecidas gostam de respeitar a Lei da Gravidade, derrubando linhas e postes. A ampliação da Rede subterrânea não foi implementada, apesar dos lucros fabulosos da Companhia Paranaense de Energia.
Os longos apagões também aconteceram, provavelmente, pela concentração excessiva de atribuições ao ONS (Operador Nacional do Sistema - ONS) e a inoperância das famosas Secretarias de Energia de estados importantes, normalmente alheias aos riscos de decisões equivocadas.
Tivemos outros tipos de problemas, afetando diversos setores importantes.
A água poderia ser melhor, aquarista que o diga. Ganhamos um aumento de 16% para compensar nossas queixas... O interessante é que a PMC é Poder Concedente e simplesmente se distancia da fiscalização e controle de tarifas, planos e qualidade da Sanepar.
O povo paga e não chia. Perdemos qualidade e segurança.
Degradaram os projetos de forma perigosa (Cascaes, Começando com tragédias e o resultado do desprezo pela Engenharia).
Felizmente estamos progredindo fantasticamente nos meios de processamento e comunicação. Ou seja, podemos pensar em Democracia Direta [ (Democracia Direta sem intermediários - o povo no Poder Legislativo) e (Cascaes, Democracia Direta sem intermediários)]. Se todos fossem chamados a decidir entre custos e benefícios de opções de projeto, no mínimo quem errasse saberia que assim havia decidido.
Temos sensibilidades diferentes, dependendo da região e até das cidades. Podemos e devemos saber colocar e defender nossas propostas do jeito que melhor entendermos. Não devemos delegar atribuições que podemos exercer melhor.
Em energia elétrica, por exemplo, simplesmente não faz sentido deixar para tão longe o direito de legislar e administrar todo o Brasil, exceto em assuntos de real interesse geral, nacional. Não é lógico estar submetidos a uma lei única sob fiscalização e comando de órgãos distantes em serviços de interesse local.
Para melhor aproveitamento desse direito de autogoverno devemos pensar nas propostas de voto direto com direitos e formatos semelhantes aos que já se discutem em congressos internacionais (IDEA).
Precisamos evoluir sob todos os aspectos. Dos tempos de Sócrates para hoje o mundo mudou. Se Platão falava em estado organizado à imagem e semelhança das visões depreciativas que assumiu do povo, que matara seu mestre, no século 21 da era cristã podemos e devemos explorar melhor o potencial da Tecnologia (Demoex) educando o povo, transferindo responsabilidades para o eleitor.
Para que tenhamos bons resultados em serviços essenciais devemos primeiro agradar “ao freguês” e não a chefes eventuais, avaliando com indicadores o custo e o benefício dos serviços das concessionárias, aproveitando ao máximo os editais para outorga de concessões assim como de renovações, atuando para o aprimoramento das concessionárias e seus serviços e produtos.
O povo tem o direito de errar, não precisa de intermediários para ser tão mal atendido.
Cascaes
10.3.2011
(s.d.). Fonte: Operador Nacional do Sistema - ONS: http://www.ons.org.br/home/
Cascaes, J. C. (s.d.). Começando com tragédias e o resultado do desprezo pela Engenharia. Acesso em 10 de 3 de 2011, disponível em A formação do Engenheiro e ser Engenheiro: http://aprender-e-ser-engenheiro.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). Democracia Direta sem intermediários. Acesso em 10 de 3 de 2011, disponível em a favor da Democracia no Brasil: http://afavordademocracianbrasil.blogspot.com/2011/03/democracia-direta-sem-intermediarios.html
Cascaes, J. C. (s.d.). Democracia Direta sem intermediários - o povo no Poder Legislativo. Acesso em 10 de 3 de 2011, disponível em Mirante da Cidadania: http://mirantepelacidadania.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). Demoex. Acesso em 10 de 3 de 2011, disponível em Quixotando: http://www.joaocarloscascaes.com/2011/03/demoex.html
Congresso e Poder Executivo Federal. (s.d.). Lei 8.666 de 21 de junho de 1993. Acesso em 12 de 12 de 2010, disponível em Presidência da República Federativa do Brasil: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm
Estado, A. (s.d.). Grandes apagões de energia viram rotina no Brasil. Acesso em 10 de 3 de 2011, disponível em G1 - Economia: http://g1.globo.com/economia/noticia/2011/02/grandes-apagoes-de-energia-viram-rotina-no-brasil.html
IDEA, I. I. (s.d.). Overvew. Acesso em 10 de 3 de 2011, disponível em International Institute for Democracy and Electoral Assistance - IDEA: http://www.idea.int/
O Brasil conquistou um título ou está perto de ser campeão de apagões. A reportagem da Agência Estado (Grandes apagões de energia viram rotina no Brasil) mostra a degradação do serviço “energia elétrica” que escapou, por pouco, de racionamentos severos. Nosso ex-Presidente era um protegido de São Pedro. A grande vantagem para o governo foi transformar a Energia Elétrica num instrumento de coleta de impostos e o lado positivo só aconteceu no segundo mandato do Presidente, quando “acordou” da inação ambientalista que travava tudo.
No Paraná a obsessão do Governo de anunciar a menor tarifa do país levou a Copel a conquistar multas na ANEEL e fazer de nossas cidades um ambiente de tensão diante de qualquer vendaval maior, pois as famosas árvores envelhecidas gostam de respeitar a Lei da Gravidade, derrubando linhas e postes. A ampliação da Rede subterrânea não foi implementada, apesar dos lucros fabulosos da Companhia Paranaense de Energia.
Os longos apagões também aconteceram, provavelmente, pela concentração excessiva de atribuições ao ONS (Operador Nacional do Sistema - ONS) e a inoperância das famosas Secretarias de Energia de estados importantes, normalmente alheias aos riscos de decisões equivocadas.
Tivemos outros tipos de problemas, afetando diversos setores importantes.
A água poderia ser melhor, aquarista que o diga. Ganhamos um aumento de 16% para compensar nossas queixas... O interessante é que a PMC é Poder Concedente e simplesmente se distancia da fiscalização e controle de tarifas, planos e qualidade da Sanepar.
O povo paga e não chia. Perdemos qualidade e segurança.
Degradaram os projetos de forma perigosa (Cascaes, Começando com tragédias e o resultado do desprezo pela Engenharia).
Felizmente estamos progredindo fantasticamente nos meios de processamento e comunicação. Ou seja, podemos pensar em Democracia Direta [ (Democracia Direta sem intermediários - o povo no Poder Legislativo) e (Cascaes, Democracia Direta sem intermediários)]. Se todos fossem chamados a decidir entre custos e benefícios de opções de projeto, no mínimo quem errasse saberia que assim havia decidido.
Temos sensibilidades diferentes, dependendo da região e até das cidades. Podemos e devemos saber colocar e defender nossas propostas do jeito que melhor entendermos. Não devemos delegar atribuições que podemos exercer melhor.
Em energia elétrica, por exemplo, simplesmente não faz sentido deixar para tão longe o direito de legislar e administrar todo o Brasil, exceto em assuntos de real interesse geral, nacional. Não é lógico estar submetidos a uma lei única sob fiscalização e comando de órgãos distantes em serviços de interesse local.
Para melhor aproveitamento desse direito de autogoverno devemos pensar nas propostas de voto direto com direitos e formatos semelhantes aos que já se discutem em congressos internacionais (IDEA).
Precisamos evoluir sob todos os aspectos. Dos tempos de Sócrates para hoje o mundo mudou. Se Platão falava em estado organizado à imagem e semelhança das visões depreciativas que assumiu do povo, que matara seu mestre, no século 21 da era cristã podemos e devemos explorar melhor o potencial da Tecnologia (Demoex) educando o povo, transferindo responsabilidades para o eleitor.
Para que tenhamos bons resultados em serviços essenciais devemos primeiro agradar “ao freguês” e não a chefes eventuais, avaliando com indicadores o custo e o benefício dos serviços das concessionárias, aproveitando ao máximo os editais para outorga de concessões assim como de renovações, atuando para o aprimoramento das concessionárias e seus serviços e produtos.
O povo tem o direito de errar, não precisa de intermediários para ser tão mal atendido.
Cascaes
10.3.2011
(s.d.). Fonte: Operador Nacional do Sistema - ONS: http://www.ons.org.br/home/
Cascaes, J. C. (s.d.). Começando com tragédias e o resultado do desprezo pela Engenharia. Acesso em 10 de 3 de 2011, disponível em A formação do Engenheiro e ser Engenheiro: http://aprender-e-ser-engenheiro.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). Democracia Direta sem intermediários. Acesso em 10 de 3 de 2011, disponível em a favor da Democracia no Brasil: http://afavordademocracianbrasil.blogspot.com/2011/03/democracia-direta-sem-intermediarios.html
Cascaes, J. C. (s.d.). Democracia Direta sem intermediários - o povo no Poder Legislativo. Acesso em 10 de 3 de 2011, disponível em Mirante da Cidadania: http://mirantepelacidadania.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). Demoex. Acesso em 10 de 3 de 2011, disponível em Quixotando: http://www.joaocarloscascaes.com/2011/03/demoex.html
Congresso e Poder Executivo Federal. (s.d.). Lei 8.666 de 21 de junho de 1993. Acesso em 12 de 12 de 2010, disponível em Presidência da República Federativa do Brasil: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm
Estado, A. (s.d.). Grandes apagões de energia viram rotina no Brasil. Acesso em 10 de 3 de 2011, disponível em G1 - Economia: http://g1.globo.com/economia/noticia/2011/02/grandes-apagoes-de-energia-viram-rotina-no-brasil.html
IDEA, I. I. (s.d.). Overvew. Acesso em 10 de 3 de 2011, disponível em International Institute for Democracy and Electoral Assistance - IDEA: http://www.idea.int/
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Transporte interestadual
Transporte interestadual
Viajar está se tornando um suplício no Brasil. Estradas, rodoviárias e aeroportos saturados e o desconforto adicional dentro de aviões, sob concessionárias mais e mais desinteressadas em atender bem o passageiro, fazem das viagens um problema a se pensar muito. O pesadelo é infinitamente maior para pessoas idosas, com deficiência(s), com doenças debilitantes ou, simplesmente, para aqueles que desejam saber, pelo menos, a hora de chegada a determinado lugar. O sentimento de insegurança e os riscos de se adquirir alguma doença, lesão, trauma permanente não são pequenos. Não é problema para nossas autoridades maiores, elas até alugam helicópteros em emergência, o cidadão comum, entretanto, depende exclusivamente dos seus recursos para qualquer tipo de deslocamento, principalmente entre estados e cidades mais distantes.
Há muito tempo carecemos de um plano completo de transportes. Talvez, diante da multiplicação espantosa de ministérios, secretarias, agências etc. falte uma coordenação enérgica e competente. O discurso é “pedagiar” estradas, feito até pelo Governo numa confissão acintosa de sua incapacidade de administrar seus cabos eleitorais colocados em cargos estratégicos, em funções importantes e desperdiçadas nos agradinhos políticos.
O Brasil saiu, após algumas décadas, do suplício da debacle financeira iniciada na década de setenta do século passado, doença que explodiu no meio dos anos oitenta. Foi tempo demais sem recursos para a implementação de projetos importantes e nossos credores mandaram (a sensação é a de que ainda mandam) e desmandaram por aqui.
Agora, felizmente, parece que estamos saindo do sufoco. Graças a exportações de tudo o que podemos vender (causando inflação em nosso país que o Banco Central “inteligentemente” combate com o aumento dos juros) temos divisas e os desastres estrangeiros apontam o Brasil como uma boa hipótese de investimentos.
A abundância de dólares excita a indústria estrangeira, os nossos empreiteiros e lobistas, querem vender e trocar essas divisas por espelhinhos modernos, coisas faustosas de caríssimas. Procuram vender para os antigos “índios” desde vinhos sofisticados até trens feitos por eles, obviamente. Com certeza comprar e vender faz parte da lógica desenvolvimentista. A questão é discernir com objetividade entre fantasias, caprichos e necessidades reais.
O que fazer? Usinas nucleares? Trens de alta velocidade? Pontes monumentais? Metrôs? Comprar aviões? Melhorar a ligação com países vizinhos?
Precisamos de serenidade e cautela. É difícil conquistar respeitabilidade, principalmente quando, como já vimos diversas vezes, a tolerância contra o Brasil é zero diante de fracassos monumentais, alguns até esquecidos em livros de história antigos.
Vale a pena tomar um exemplo como estudo de caso.
Faz sentido um trem de alta velocidade? Para quê? Grandes executivos no Brasil usam seus aviões e helicópteros particulares, e nós, o que pretendemos? Chegar uma hora antes para tomar uma boa caipirinha?
Era bom viajar pela Europa nos tempos dos trens de média velocidade. Podia-se admirar a paisagem, ouvir os apitos do trem, curtir suas paradas, sentir mais um continente que é a origem de muitos brasileiros. E agora? O aspecto fascinante dos TGVs (e similares) é vê-los, do lado de fora, entrando e saindo das estações. Dentro, o layout é bonito, mas a velocidade máxima, quando possível, simplesmente não é importante a ponto de justificar custos adicionais. Pior ainda, as viagens ficaram monótonas.
Precisamos pensar muito antes de gastar o que viermos a obter exportando alimentos, petróleo, madeira e coisas assim, pois nossa indústria, quando nossa, sob competição feroz, vende menos do que devia. Afinal não criamos aqui a base que eles têm a partir de antigas estatais e encomendas que foram a base de guerras sem fim. Aliás, vale a pena ler com atenção o livro “História da Riqueza do Homem” de Leo Huberman e ver como ao longo dos tempos o povo era realmente bucha de canhão, autômatos em plantações e fábricas, material de consumo, etc.
O nosso TAV (Ministério dos Transportes e ANTT) entre Campinas e Rio de Janeiro deverá, orçamento inicial, custar algo em torno de 32 bilhões de reais, para quê? Não seria melhor “baixar a bola”, isto é, querer uma velocidade menor e um trajeto maior?
Precisamos de tudo, sem dúvida as ferrovias serão uma opção simpática e oportuníssima de viagens que estão cada vez piores.
Nos grandes rios e pelo litoral do Brasil o transporte hidroviário poderá ser outra forma explorável.
Temos um país bonito demais para se ter pressa. Se a desculpa é “viagens a serviço” devemos oferecer infovias e melhores padrões de comunicação, afinal existe meio menos poluente do que isso para se fazer reuniões nem sempre úteis?
Não podemos ser irresponsáveis, desinteligentes e pouco atentos ao que se pretende fazer.
Já pagamos muito caro por descuidos colossais.
Cascaes
9.4.2011
Ministério dos Transportes e ANTT. (s.d.). Estudos de Viabilidade - TAV. Acesso em 23 de 1 de 2011, disponível em TAV Brasil - trem de alta velocidade: http://www.tavbrasil.gov.br/
Viajar está se tornando um suplício no Brasil. Estradas, rodoviárias e aeroportos saturados e o desconforto adicional dentro de aviões, sob concessionárias mais e mais desinteressadas em atender bem o passageiro, fazem das viagens um problema a se pensar muito. O pesadelo é infinitamente maior para pessoas idosas, com deficiência(s), com doenças debilitantes ou, simplesmente, para aqueles que desejam saber, pelo menos, a hora de chegada a determinado lugar. O sentimento de insegurança e os riscos de se adquirir alguma doença, lesão, trauma permanente não são pequenos. Não é problema para nossas autoridades maiores, elas até alugam helicópteros em emergência, o cidadão comum, entretanto, depende exclusivamente dos seus recursos para qualquer tipo de deslocamento, principalmente entre estados e cidades mais distantes.
Há muito tempo carecemos de um plano completo de transportes. Talvez, diante da multiplicação espantosa de ministérios, secretarias, agências etc. falte uma coordenação enérgica e competente. O discurso é “pedagiar” estradas, feito até pelo Governo numa confissão acintosa de sua incapacidade de administrar seus cabos eleitorais colocados em cargos estratégicos, em funções importantes e desperdiçadas nos agradinhos políticos.
O Brasil saiu, após algumas décadas, do suplício da debacle financeira iniciada na década de setenta do século passado, doença que explodiu no meio dos anos oitenta. Foi tempo demais sem recursos para a implementação de projetos importantes e nossos credores mandaram (a sensação é a de que ainda mandam) e desmandaram por aqui.
Agora, felizmente, parece que estamos saindo do sufoco. Graças a exportações de tudo o que podemos vender (causando inflação em nosso país que o Banco Central “inteligentemente” combate com o aumento dos juros) temos divisas e os desastres estrangeiros apontam o Brasil como uma boa hipótese de investimentos.
A abundância de dólares excita a indústria estrangeira, os nossos empreiteiros e lobistas, querem vender e trocar essas divisas por espelhinhos modernos, coisas faustosas de caríssimas. Procuram vender para os antigos “índios” desde vinhos sofisticados até trens feitos por eles, obviamente. Com certeza comprar e vender faz parte da lógica desenvolvimentista. A questão é discernir com objetividade entre fantasias, caprichos e necessidades reais.
O que fazer? Usinas nucleares? Trens de alta velocidade? Pontes monumentais? Metrôs? Comprar aviões? Melhorar a ligação com países vizinhos?
Precisamos de serenidade e cautela. É difícil conquistar respeitabilidade, principalmente quando, como já vimos diversas vezes, a tolerância contra o Brasil é zero diante de fracassos monumentais, alguns até esquecidos em livros de história antigos.
Vale a pena tomar um exemplo como estudo de caso.
Faz sentido um trem de alta velocidade? Para quê? Grandes executivos no Brasil usam seus aviões e helicópteros particulares, e nós, o que pretendemos? Chegar uma hora antes para tomar uma boa caipirinha?
Era bom viajar pela Europa nos tempos dos trens de média velocidade. Podia-se admirar a paisagem, ouvir os apitos do trem, curtir suas paradas, sentir mais um continente que é a origem de muitos brasileiros. E agora? O aspecto fascinante dos TGVs (e similares) é vê-los, do lado de fora, entrando e saindo das estações. Dentro, o layout é bonito, mas a velocidade máxima, quando possível, simplesmente não é importante a ponto de justificar custos adicionais. Pior ainda, as viagens ficaram monótonas.
Precisamos pensar muito antes de gastar o que viermos a obter exportando alimentos, petróleo, madeira e coisas assim, pois nossa indústria, quando nossa, sob competição feroz, vende menos do que devia. Afinal não criamos aqui a base que eles têm a partir de antigas estatais e encomendas que foram a base de guerras sem fim. Aliás, vale a pena ler com atenção o livro “História da Riqueza do Homem” de Leo Huberman e ver como ao longo dos tempos o povo era realmente bucha de canhão, autômatos em plantações e fábricas, material de consumo, etc.
O nosso TAV (Ministério dos Transportes e ANTT) entre Campinas e Rio de Janeiro deverá, orçamento inicial, custar algo em torno de 32 bilhões de reais, para quê? Não seria melhor “baixar a bola”, isto é, querer uma velocidade menor e um trajeto maior?
Precisamos de tudo, sem dúvida as ferrovias serão uma opção simpática e oportuníssima de viagens que estão cada vez piores.
Nos grandes rios e pelo litoral do Brasil o transporte hidroviário poderá ser outra forma explorável.
Temos um país bonito demais para se ter pressa. Se a desculpa é “viagens a serviço” devemos oferecer infovias e melhores padrões de comunicação, afinal existe meio menos poluente do que isso para se fazer reuniões nem sempre úteis?
Não podemos ser irresponsáveis, desinteligentes e pouco atentos ao que se pretende fazer.
Já pagamos muito caro por descuidos colossais.
Cascaes
9.4.2011
Ministério dos Transportes e ANTT. (s.d.). Estudos de Viabilidade - TAV. Acesso em 23 de 1 de 2011, disponível em TAV Brasil - trem de alta velocidade: http://www.tavbrasil.gov.br/
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Criminosos e sociedade bandida
Criminosos e sociedade bandida
A cidade do Rio de Janeiro há muito tempo perdeu encantos que faziam a “cidade maravilhosa”. Continua lindíssima, mas seu povo mergulhou em comportamentos inadequados e confusos.
Talvez seja vício de cidade muito grande, a verdade é que o carioca está muito longe daquele ser alegre e comunicativo de antigamente.
A violência cresceu tanto que o governo teve de pedir o apoio das Forças Armadas para “pacificar” alguns morros.
Neste cenário o surgimento de pessoas bestializadas é normal, pior ainda quando ela tem facilidade de comprar armas e munição em grande quantidade.
Crianças morreram na pior chacina de nossa história recente, essa talvez motivada pela morbidez da educação recebida e desvios patológicos de conduta. E os outras? É interessante registrar o livro Freakonomics (Steven D. Levitt, 2007), que mostrou numa parte deste trabalho uma hipótese para criminalidade nos EUA, ou seja, as crianças que nascem sob rejeição, são criadas sem amor, instruídas em ambientes agressivos.
Precisamos estudar com profundidade esses casos e concluir e aplicar recomendações corretivas e preventivas. O mal que foi feito não tem retorno, crianças mortas ou lesionadas física e intelectualmente para sempre. Não é privilégio do Rio de Janeiro o sadismo criminoso, em Curitiba já tivemos situações absurdas, principalmente por efeito do consumo e comércio de drogas.
O assassino do Realengo, contudo, mostrou outro aspecto, um comportamento típico do assassino metódico, psicótico e armando até os dentes. Ou seja, se tivesse sido submetido a exames psiquiátricos estaria sob vigilância, talvez deixando de ser o bandido em que se transformou.
Infelizmente, contudo, os cariocas aprenderam a conviver com bandidos, aceitaram seu comando e passaram a ver as atuações desses criminosos como ato de rotina. Vendo atentamente o depoimento de jovens sente-se, em algumas, por exemplo, até uma certa naturalidade diante do que houve. Isso é assustador.
A violência precisa ser contida em todas as formas sob pena de se estimular crimes maiores. Lamentavelmente notamos em filmes e histórias até a idolatria a esses monstros. Isso é muito grave e precisa de diagnósticos e corretivos. Como fazer? em nosso pais tudo ficou em segunda prioridade, valendo mais o que a Bolsa e Valores e o Banco central sinalizam do que a vida dos ser humano.
Podemos dizer que isso se deve ao “capitalismo”. Melhor seria se analisássemos nós mesmos e procurássemos indicadores de agressividade e de que formas evitar excessos. A violência não é ideológica, é consequência do culto a valores e paradigmas equivocados. Qualquer povo constrói seus valores a partir de processos de mídia e educação. Qual é o nosso propósito? Onde queremos chegar?
Talvez depois de mais essa chacina, executada friamente por um indivíduo que raciocinava de forma estranha, tenhamos propostas objetivas para atuação.
O que não podemos é conviver com atos dessa espécie, apenas lamentando número de vítimas e teatralizando emoções. Esperamos que tudo sirva de lição, infelizmente o mal está feito, o fundamental é inibir outros que poderão acontecer até bem perto de nós, queira Deus que não com nossos filhos e netos.
Cascaes
8.4.2011
Steven D. Levitt, S. J. (2007). Freakonomics, O lado oculto e inesperado de tudo que nos afeta (4 ed.). (R. Lyra, Trad.) Rio de Janeiro: Campus.
A cidade do Rio de Janeiro há muito tempo perdeu encantos que faziam a “cidade maravilhosa”. Continua lindíssima, mas seu povo mergulhou em comportamentos inadequados e confusos.
Talvez seja vício de cidade muito grande, a verdade é que o carioca está muito longe daquele ser alegre e comunicativo de antigamente.
A violência cresceu tanto que o governo teve de pedir o apoio das Forças Armadas para “pacificar” alguns morros.
Neste cenário o surgimento de pessoas bestializadas é normal, pior ainda quando ela tem facilidade de comprar armas e munição em grande quantidade.
Crianças morreram na pior chacina de nossa história recente, essa talvez motivada pela morbidez da educação recebida e desvios patológicos de conduta. E os outras? É interessante registrar o livro Freakonomics (Steven D. Levitt, 2007), que mostrou numa parte deste trabalho uma hipótese para criminalidade nos EUA, ou seja, as crianças que nascem sob rejeição, são criadas sem amor, instruídas em ambientes agressivos.
Precisamos estudar com profundidade esses casos e concluir e aplicar recomendações corretivas e preventivas. O mal que foi feito não tem retorno, crianças mortas ou lesionadas física e intelectualmente para sempre. Não é privilégio do Rio de Janeiro o sadismo criminoso, em Curitiba já tivemos situações absurdas, principalmente por efeito do consumo e comércio de drogas.
O assassino do Realengo, contudo, mostrou outro aspecto, um comportamento típico do assassino metódico, psicótico e armando até os dentes. Ou seja, se tivesse sido submetido a exames psiquiátricos estaria sob vigilância, talvez deixando de ser o bandido em que se transformou.
Infelizmente, contudo, os cariocas aprenderam a conviver com bandidos, aceitaram seu comando e passaram a ver as atuações desses criminosos como ato de rotina. Vendo atentamente o depoimento de jovens sente-se, em algumas, por exemplo, até uma certa naturalidade diante do que houve. Isso é assustador.
A violência precisa ser contida em todas as formas sob pena de se estimular crimes maiores. Lamentavelmente notamos em filmes e histórias até a idolatria a esses monstros. Isso é muito grave e precisa de diagnósticos e corretivos. Como fazer? em nosso pais tudo ficou em segunda prioridade, valendo mais o que a Bolsa e Valores e o Banco central sinalizam do que a vida dos ser humano.
Podemos dizer que isso se deve ao “capitalismo”. Melhor seria se analisássemos nós mesmos e procurássemos indicadores de agressividade e de que formas evitar excessos. A violência não é ideológica, é consequência do culto a valores e paradigmas equivocados. Qualquer povo constrói seus valores a partir de processos de mídia e educação. Qual é o nosso propósito? Onde queremos chegar?
Talvez depois de mais essa chacina, executada friamente por um indivíduo que raciocinava de forma estranha, tenhamos propostas objetivas para atuação.
O que não podemos é conviver com atos dessa espécie, apenas lamentando número de vítimas e teatralizando emoções. Esperamos que tudo sirva de lição, infelizmente o mal está feito, o fundamental é inibir outros que poderão acontecer até bem perto de nós, queira Deus que não com nossos filhos e netos.
Cascaes
8.4.2011
Steven D. Levitt, S. J. (2007). Freakonomics, O lado oculto e inesperado de tudo que nos afeta (4 ed.). (R. Lyra, Trad.) Rio de Janeiro: Campus.
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Problemas e soluções convenientes
Problemas e soluções convenientes
Governo é sempre um poder complexo e suspeito. Cria-se, para maior vigilância, estrutura de ordenamento que, por sua vez, precisa de vigilância permanente pelo povo, por aqueles que são afetados por suas decisões. Não inventaram, ainda, um sistema perfeito, ou melhor, existe, o da transparência total. O responsável pelo Weakleaks está sentindo na pele o que isso significa.
A má qualidade do comando de cidades, estados e nações depende muito da concentração de poderes, da censura. Aos poderosos a verdade é perigosa. Assim a CPMF é odiada, afinal, por menor que seja, mostra o caminho do dinheiro em circuitos “legais”. Podemos até imaginar como sobreviveriam os grandes gângsteres e ditadores se o patrimônio deles, monetário e imobiliário, em obras de arte e joias etc. fosse de conhecimento público, geral, mundial.
É interessante notar que só depois que certos potentados africanos caem é que os bancos “tolerantes” com a origem do dinheiro resolvem aderir à transparência e bloqueiam contas que deveriam ser, de imediato, colocadas num fundo internacional de reconstrução e educação de povos liberados de ditaduras criminosas e não, simplesmente, permanecer nos cofres dessas instituições...
Poderíamos até ter a divulgação dos 100 mais ricos no mundo, nos países e nas cidades, com certeza seriam listas bem diferentes daquela que mostra Bill Gates e companheiros...
Existem também as armações tecnológicas e corporativas.
Cultivar o medo sempre foi privilégio de líderes religiosos, industriais e tiranos, tiranetes, chefes e chefetes, contratadores e coronéis do mato e das cidades. Agora temos outro espaço, o medo do fim do mundo.
O CO2 é ou era até há pouco tempo a histeria da moda. Enquanto falavam de poluição atmosférica, dois asteroides passaram raspando a Terra (em termos astronômicos) em dezembro do ano passado. Teriam mudado continentes, se acertassem em cheio alguns deles.
Para nós, do sul do Brasil, talvez fosse prudente discutir e propor soluções para o “buraco de ozônio”, com certeza algo realmente perigoso. Talvez assim, como aconteceu com a luta contra o uso do tabaco, ainda plantado, consumido e exportado (incrível!) tenhamos uma reversão de problemas reais.
Falando de energia elétrica, contudo, onde podermos aprofundar mais a discussão, o que notamos é a atuação de grupos econômicos poderosíssimos no Brasil há muito tempo. Esses grupos industriais dominam a mídia e falam sem parar nas maravilhas do que produzem. Sempre mostrando virtudes, nunca os defeitos, vão aos poucos convencendo nosso povo de que deve usar fontes e aparelhos mais caros que, usados extensivamente, terão impactos fortes no custo da produção e de consumo da energia elétrica, além do encargo (imposto) já pago por todos nós para viabilizar fontes alternativas.
Para começar minimizaram uma fonte de energia que tínhamos em abundância, alegando até proteção de cemitérios, de plantas, animais etc. que podem ser melhor protegidos em lugares realmente bem cuidados. Populações locais podem ser deslocadas, como até já pensam fazer nos estudos para Blumenau 2050. Podemos, evidentemente, considerar superstições ou estudos de antropólogos algo mais importante do que atender as necessidades da nação; não podemos esquecer, contudo, que consumimos pouca energia, pois grande parte dos brasileiros está longe dos confortos da sociedade moderna mais rica.
Falam em sustentabilidade.
Seria facílimo obter resultados rápidos e tremendamente significativos, inclusive protelando-se a construção de mais usinas para energia elétrica (o que daria tempo para o desenvolvimento e a produção de fontes alternativas realmente eficazes). Nossos urbanistas, arquitetos, engenheiros e até o pessoal da mídia, principalmente, deveria se unir para reformar cidades, hábitos e padrões de consumo. Interessa?
Parece que o povo do dinheiro aprendeu, assim como os fazedores de guerras de todo tipo, que a juventude e o adulto jovem são extremamente úteis, inocentes úteis. Assim o fundamental, para quem decide, é convencê-los de que o mundo carece do que querem, produzem e desejam os grandes chefes. Exemplificando, quantos “velhos bomba” já se explodiram nas lutas religiosas? Onde ficam os generais na hora da batalha? O padrão de vida do Al Gore é coerente com as teses que defende?
É utopia imaginar que a Humanidade optará pela lógica, pela inteligência objetiva. É muito melhor ver tudo através das lentes da fantasia, assim agradamos a todos e morreremos juntos bem antes do tempo.
Cascaes
06.4.2011
Governo é sempre um poder complexo e suspeito. Cria-se, para maior vigilância, estrutura de ordenamento que, por sua vez, precisa de vigilância permanente pelo povo, por aqueles que são afetados por suas decisões. Não inventaram, ainda, um sistema perfeito, ou melhor, existe, o da transparência total. O responsável pelo Weakleaks está sentindo na pele o que isso significa.
A má qualidade do comando de cidades, estados e nações depende muito da concentração de poderes, da censura. Aos poderosos a verdade é perigosa. Assim a CPMF é odiada, afinal, por menor que seja, mostra o caminho do dinheiro em circuitos “legais”. Podemos até imaginar como sobreviveriam os grandes gângsteres e ditadores se o patrimônio deles, monetário e imobiliário, em obras de arte e joias etc. fosse de conhecimento público, geral, mundial.
É interessante notar que só depois que certos potentados africanos caem é que os bancos “tolerantes” com a origem do dinheiro resolvem aderir à transparência e bloqueiam contas que deveriam ser, de imediato, colocadas num fundo internacional de reconstrução e educação de povos liberados de ditaduras criminosas e não, simplesmente, permanecer nos cofres dessas instituições...
Poderíamos até ter a divulgação dos 100 mais ricos no mundo, nos países e nas cidades, com certeza seriam listas bem diferentes daquela que mostra Bill Gates e companheiros...
Existem também as armações tecnológicas e corporativas.
Cultivar o medo sempre foi privilégio de líderes religiosos, industriais e tiranos, tiranetes, chefes e chefetes, contratadores e coronéis do mato e das cidades. Agora temos outro espaço, o medo do fim do mundo.
O CO2 é ou era até há pouco tempo a histeria da moda. Enquanto falavam de poluição atmosférica, dois asteroides passaram raspando a Terra (em termos astronômicos) em dezembro do ano passado. Teriam mudado continentes, se acertassem em cheio alguns deles.
Para nós, do sul do Brasil, talvez fosse prudente discutir e propor soluções para o “buraco de ozônio”, com certeza algo realmente perigoso. Talvez assim, como aconteceu com a luta contra o uso do tabaco, ainda plantado, consumido e exportado (incrível!) tenhamos uma reversão de problemas reais.
Falando de energia elétrica, contudo, onde podermos aprofundar mais a discussão, o que notamos é a atuação de grupos econômicos poderosíssimos no Brasil há muito tempo. Esses grupos industriais dominam a mídia e falam sem parar nas maravilhas do que produzem. Sempre mostrando virtudes, nunca os defeitos, vão aos poucos convencendo nosso povo de que deve usar fontes e aparelhos mais caros que, usados extensivamente, terão impactos fortes no custo da produção e de consumo da energia elétrica, além do encargo (imposto) já pago por todos nós para viabilizar fontes alternativas.
Para começar minimizaram uma fonte de energia que tínhamos em abundância, alegando até proteção de cemitérios, de plantas, animais etc. que podem ser melhor protegidos em lugares realmente bem cuidados. Populações locais podem ser deslocadas, como até já pensam fazer nos estudos para Blumenau 2050. Podemos, evidentemente, considerar superstições ou estudos de antropólogos algo mais importante do que atender as necessidades da nação; não podemos esquecer, contudo, que consumimos pouca energia, pois grande parte dos brasileiros está longe dos confortos da sociedade moderna mais rica.
Falam em sustentabilidade.
Seria facílimo obter resultados rápidos e tremendamente significativos, inclusive protelando-se a construção de mais usinas para energia elétrica (o que daria tempo para o desenvolvimento e a produção de fontes alternativas realmente eficazes). Nossos urbanistas, arquitetos, engenheiros e até o pessoal da mídia, principalmente, deveria se unir para reformar cidades, hábitos e padrões de consumo. Interessa?
Parece que o povo do dinheiro aprendeu, assim como os fazedores de guerras de todo tipo, que a juventude e o adulto jovem são extremamente úteis, inocentes úteis. Assim o fundamental, para quem decide, é convencê-los de que o mundo carece do que querem, produzem e desejam os grandes chefes. Exemplificando, quantos “velhos bomba” já se explodiram nas lutas religiosas? Onde ficam os generais na hora da batalha? O padrão de vida do Al Gore é coerente com as teses que defende?
É utopia imaginar que a Humanidade optará pela lógica, pela inteligência objetiva. É muito melhor ver tudo através das lentes da fantasia, assim agradamos a todos e morreremos juntos bem antes do tempo.
Cascaes
06.4.2011
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sexta-feira, 6 de maio de 2011
Inclusão Social e tecnologias assistivas
Inclusão Social e tecnologias assistivas
Em trinta de março assistimos no Auditório da Unindus, no CIETEP, a Palestra: “Tecnologia Assistiva – Fator Decisivo na Inclusão de Pessoas com Deficiência”, proferida pelo consultor em Inclusão Social, Dr. Romeu Kazumi Sassaki (Entrevista Interativa com Romeu Kazumi Sassaki).
Sendo especialista em inclusão laboral e escolar de pessoas com deficiência; presidente do Centro de Vida Independente Araci Nallin e membro do Comitê Avaliador de Tecnologia Assistiva da Universidade do Estado do Pará trouxe-nos uma visão ampla de tecnologias a favor da pessoa com deficiência – PcD – e a evolução do processo de inclusão no Brasil.
Além disso, vimos o lançamento de sistema de apoio à comunicação para pessoas com deficiência denominado COMMUNIS, desenvolvido pelo Sesi, Senai e Editora Kaygangue, atuando em ação articulada neste projeto, graças ao que pessoas com deficiência auditiva contarão com um novo sistema que auxiliará a comunicação no trabalho e na vida privada. Foi criado a partir do Edital Senai/Sesi de Inovação 2009. O projeto é o único paranaense desenvolvido por ambas as entidades.
Para nossa satisfação o evento teve intérprete LIBRAS e diversas personalidades curitibanas ligadas ao tema, inclusive do nosso Secretário Irajá de Brito Vaz, responsável pela Secretaria Especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência - SEDPCD, antiga Assessoria Especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Isso tudo mostra que o deficiente auditivo começa a ser lembrado e motivo de pesquisas por aqui, onde descobrimos tantas barreiras inesperadas.
Na próxima semana realizar-se-á em São Paulo a ReaTech 2011 (Cascaes, 2007), um evento de que vimos sua edição de 2007 e que nos marcou muito, principalmente comparando São Paulo com a cidade Curitiba. Ficamos para traz por efeito da indiferença de alguns líderes, que poderiam ter feito muito, afinal aqui temos universidades e centros de P&D além de empresas, principalmente as concessionárias de serviços públicos, que geram recursos (encargos) para investir em pesquisas a favor de seus clientes e maior eficácia de atividades técnicas (Projetos), entre eles pessoas com deficiência, idosos etc..
Talvez estejamos mudando para melhor...
Queremos novas posturas formais e informais a favor dos idosos, das pessoas com doenças debilitantes, PcDs, crianças, enfim, maior respeito mútuo entre brasileiros, uma nação que se orgulha de ser simpática, alegre e feliz, mas que ainda tem muito a evoluir para atingir um padrão razoável no respeito aos Direitos Humanos, à dignidade cristã que alega possuir.
O que é intrigante e mereceria estudos meticulosos, profundos e inteligentes é a lentidão de instituições, governos, empresas e da maioria dos brasileiros na compreensão da importância do respeito em relação às necessidades funcionais e comportamentais de uma grande parcela de sua população (Miy).
Devagar, mas avançando, ufa!
Aos poucos, principalmente por efeito da atuação de alguns teimosos, as cidades brasileiras vão corrigindo erros antigos e aprendendo a fazer de uma maneira correta o que lhes compete.
Não é simples, pois em nosso íntimo imperam instintos e hormônios que nem sempre agem de acordo com o que se entende por sociedade justa e saudável. É gratificante, contudo, ver palestras como a proferida pelo Dr. Romeu Kazumi Sassaki, trazendo-nos a mensagem de que mudanças fortes a favor das PcD acontecem e simplesmente deverão ser respeitadas, sob penas rigorosas caso descumpridas.
Na ReaTech (X Feira Internacional de Tecnologia em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade, 2011) pretendemos ver as novidades e aqui em Curitiba, pelo menos sob o pretexto de atender os turistas da Copa do Mundo. Mudanças significativas deverão acontecer, reforçadas pelo que poderemos aprender na ReaTech, a favor da segurança, conforto, inclusão, acessibilidade dos cidadãos respeitando-se idade, restrições de mobilidade, sensoriais, intelectuais e até nossas crianças, ainda excessivamente frágeis em sociedades que foram formadas para competir ferozmente, sem muita atenção para o ser humano em geral.
É uma esperança.
Cascaes
5.3.2011
X Feira Internacional de Tecnologia em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade. (2011). Fonte: ReaTech virtual: http://www.reatechvirtual.com.br/
Cascaes, J. C. (2007). Acesso em 28 de 12 de 2010, disponível em Inspirado na Reatech 2007: http://inspiradonareatech2007.blogspot.com/
Entrevista Interativa com Romeu Kazumi Sassaki. (s.d.). Fonte: e.educaional: http://www.educacional.com.br/entrevistas/interativa/educadores_pais/entrevista016.asp
Miy, L. (s.d.). Estatística PcD. Fonte: LuMiy's Blog: http://lumiy.wordpress.com/estudos/estatistica/
Projetos, A. F.-F. (s.d.). FINEP. A Empresa, p. http://www.finep.gov.br/o_que_e_a_finep/a_empresa.asp?codSessaoOqueeFINEP=2.
Em trinta de março assistimos no Auditório da Unindus, no CIETEP, a Palestra: “Tecnologia Assistiva – Fator Decisivo na Inclusão de Pessoas com Deficiência”, proferida pelo consultor em Inclusão Social, Dr. Romeu Kazumi Sassaki (Entrevista Interativa com Romeu Kazumi Sassaki).
Sendo especialista em inclusão laboral e escolar de pessoas com deficiência; presidente do Centro de Vida Independente Araci Nallin e membro do Comitê Avaliador de Tecnologia Assistiva da Universidade do Estado do Pará trouxe-nos uma visão ampla de tecnologias a favor da pessoa com deficiência – PcD – e a evolução do processo de inclusão no Brasil.
Além disso, vimos o lançamento de sistema de apoio à comunicação para pessoas com deficiência denominado COMMUNIS, desenvolvido pelo Sesi, Senai e Editora Kaygangue, atuando em ação articulada neste projeto, graças ao que pessoas com deficiência auditiva contarão com um novo sistema que auxiliará a comunicação no trabalho e na vida privada. Foi criado a partir do Edital Senai/Sesi de Inovação 2009. O projeto é o único paranaense desenvolvido por ambas as entidades.
Para nossa satisfação o evento teve intérprete LIBRAS e diversas personalidades curitibanas ligadas ao tema, inclusive do nosso Secretário Irajá de Brito Vaz, responsável pela Secretaria Especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência - SEDPCD, antiga Assessoria Especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Isso tudo mostra que o deficiente auditivo começa a ser lembrado e motivo de pesquisas por aqui, onde descobrimos tantas barreiras inesperadas.
Na próxima semana realizar-se-á em São Paulo a ReaTech 2011 (Cascaes, 2007), um evento de que vimos sua edição de 2007 e que nos marcou muito, principalmente comparando São Paulo com a cidade Curitiba. Ficamos para traz por efeito da indiferença de alguns líderes, que poderiam ter feito muito, afinal aqui temos universidades e centros de P&D além de empresas, principalmente as concessionárias de serviços públicos, que geram recursos (encargos) para investir em pesquisas a favor de seus clientes e maior eficácia de atividades técnicas (Projetos), entre eles pessoas com deficiência, idosos etc..
Talvez estejamos mudando para melhor...
Queremos novas posturas formais e informais a favor dos idosos, das pessoas com doenças debilitantes, PcDs, crianças, enfim, maior respeito mútuo entre brasileiros, uma nação que se orgulha de ser simpática, alegre e feliz, mas que ainda tem muito a evoluir para atingir um padrão razoável no respeito aos Direitos Humanos, à dignidade cristã que alega possuir.
O que é intrigante e mereceria estudos meticulosos, profundos e inteligentes é a lentidão de instituições, governos, empresas e da maioria dos brasileiros na compreensão da importância do respeito em relação às necessidades funcionais e comportamentais de uma grande parcela de sua população (Miy).
Devagar, mas avançando, ufa!
Aos poucos, principalmente por efeito da atuação de alguns teimosos, as cidades brasileiras vão corrigindo erros antigos e aprendendo a fazer de uma maneira correta o que lhes compete.
Não é simples, pois em nosso íntimo imperam instintos e hormônios que nem sempre agem de acordo com o que se entende por sociedade justa e saudável. É gratificante, contudo, ver palestras como a proferida pelo Dr. Romeu Kazumi Sassaki, trazendo-nos a mensagem de que mudanças fortes a favor das PcD acontecem e simplesmente deverão ser respeitadas, sob penas rigorosas caso descumpridas.
Na ReaTech (X Feira Internacional de Tecnologia em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade, 2011) pretendemos ver as novidades e aqui em Curitiba, pelo menos sob o pretexto de atender os turistas da Copa do Mundo. Mudanças significativas deverão acontecer, reforçadas pelo que poderemos aprender na ReaTech, a favor da segurança, conforto, inclusão, acessibilidade dos cidadãos respeitando-se idade, restrições de mobilidade, sensoriais, intelectuais e até nossas crianças, ainda excessivamente frágeis em sociedades que foram formadas para competir ferozmente, sem muita atenção para o ser humano em geral.
É uma esperança.
Cascaes
5.3.2011
X Feira Internacional de Tecnologia em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade. (2011). Fonte: ReaTech virtual: http://www.reatechvirtual.com.br/
Cascaes, J. C. (2007). Acesso em 28 de 12 de 2010, disponível em Inspirado na Reatech 2007: http://inspiradonareatech2007.blogspot.com/
Entrevista Interativa com Romeu Kazumi Sassaki. (s.d.). Fonte: e.educaional: http://www.educacional.com.br/entrevistas/interativa/educadores_pais/entrevista016.asp
Miy, L. (s.d.). Estatística PcD. Fonte: LuMiy's Blog: http://lumiy.wordpress.com/estudos/estatistica/
Projetos, A. F.-F. (s.d.). FINEP. A Empresa, p. http://www.finep.gov.br/o_que_e_a_finep/a_empresa.asp?codSessaoOqueeFINEP=2.
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Cidades, impostos e dignidade
Cidades, impostos e dignidade
A Constituição Federal do Brasil deu inúmeras responsabilidades aos municípios, esvaziando os estados, e aos poucos, após 1988, a União foi inventando encargos, taxas e ampliando contas que lhe favoreciam. Assim temos bancos ou banqueiros extremamente poderosos e um Governo Federal que exige submissão aos seus caprichos para que as cidades tenham alguma chance de se desenvolverem de forma adequada.
Pior ainda, uma legislação federal que naturalmente se impõe a todas as unidades da “Federação” complicou tanto a administração pública, além de torná-la ineficaz, que o pesadelo só pode ser desatado pela privatização total, algo que talvez estivesse na mente dos grandes articuladores da nossa política nacional.
Governos travados, estatais penalizadas até por serem simplesmente empresas públicas e uma tremenda carga de pão e circo sem esforço garante o resto.
Temos mudanças. Agora em bairros humildes existem ONGs oferecendo cursos até de graça, só que sobram vagas e os alunos, meninos, principalmente, querem ser jogadores de futebol. Afinal dá mídia e muito dinheiro.
Filosofia e Sociologia agora são aulas obrigatórias, talvez com cacoetes ideológicos, mas é o preço de uma boa educação que nossas crianças e jovens precisam desesperadamente. O ensino em tempo integral vai aparecendo muito devagar em escolas públicas. O Governo Federal volta a desenvolver projetos estruturais essenciais e o Brasil já começa a ser aceito, ainda que sob repugnância ou curiosidade exótica no meio dos países mais ricos.
O preço tem sido alto. A carga tributária é espantosamente elevada para tão poucos resultados, pois criamos e sustentamos uma política absurda de combate à inflação (essa é a desculpa), esgotando qualquer chance de deslanche efetivo de projetos mais do que essenciais à nação.
Vivemos em Curitiba, cidade que se orgulha do que oferece. Poderia ser muito melhor. Sem falar nos equívocos normais de qualquer administração, vemos e ouvimos, por exemplo, que seus pedidos de devolução de dinheiro que pagamos para obras de infraestrutura são eufemisticamente contingenciados, afinal ainda não aprendemos a beijar a mão do governo de plantão em Brasília.
Pois é, criamos uma Versalhes fixa além da voadora para quem ocupa o cargo de Presidente da República e o orçamento do Congresso Nacional é superior ao de muitas capitais brasileiras, para quê?
Curitiba completou 319 anos. É uma cidade que já fez muito, entre suas iniciativas esteve o saneamento básico, por exemplo. Houve tempos em que a Sanepar testava soluções e era referência nacional. Drenagens e canalizações transformaram a capital dos sapos em lugar de vida saudável. Parques maravilhosos marcam nossa capital, já as praças perderam um pouco com uma arborização selvagem. Ruas da Cidadania ilustram uma preocupação em bem servir, algo melhor se conhecermos suas escolas. O transporte Coletivo Urbano é grife e a Rua das Flores uma marca, assim como o prédio da Reitoria e o Museu Oscar Niemeyer.
Temos problemas também, o mais grave é o resultado da origem madeireira e cafeeira da economia paranaense. Para resolver isso existe a necessidade de se investir muito em Educação, acima de tudo.
A criminalidade e a invasão de migrantes, por efeito de uma estratégia de desenvolvimento estadual inadequada e a catástrofe das geadas criaram problemas sociais tremendos. Trabalhadores que viviam em fazendas sem escolas, energia, assistência médica etc. de repente viraram pessoas desesperadas procurando um canto em volta das cidades para viver. O peso social causado pela erradicação do café, adoção da soja, pecuária e mecanização da lavoura e depois o império dos traficantes geraram um tremendo pesadelo social pelo Brasil inteiro, principalmente aqui.
Falávamos, contudo, dos impostos. Andando, note-se, andando, caminhando, usando o transporte coletivo, vendo com olhos de engenheiro notamos que a capital de Curitiba precisa refazer sua infraestrutura. Ficamos lembrando-se do uso do dinheiro arrecadado pela União e pensando nas humilhações obrigatórias daqueles que elegemos, obrigados a lamber os pés federais e para poderem trazer para cá o dinheiro que nosso povo precisa e enviou para lá.
É justo exportar tanto (alimentos, energia, produtos industriais etc.) e não ter dinheiro para nada além de um ou outro projeto adicional? Precisamos com urgência de reforma fiscal que valorize quem paga impostos...
Cascaes
29.3.2011
A Constituição Federal do Brasil deu inúmeras responsabilidades aos municípios, esvaziando os estados, e aos poucos, após 1988, a União foi inventando encargos, taxas e ampliando contas que lhe favoreciam. Assim temos bancos ou banqueiros extremamente poderosos e um Governo Federal que exige submissão aos seus caprichos para que as cidades tenham alguma chance de se desenvolverem de forma adequada.
Pior ainda, uma legislação federal que naturalmente se impõe a todas as unidades da “Federação” complicou tanto a administração pública, além de torná-la ineficaz, que o pesadelo só pode ser desatado pela privatização total, algo que talvez estivesse na mente dos grandes articuladores da nossa política nacional.
Governos travados, estatais penalizadas até por serem simplesmente empresas públicas e uma tremenda carga de pão e circo sem esforço garante o resto.
Temos mudanças. Agora em bairros humildes existem ONGs oferecendo cursos até de graça, só que sobram vagas e os alunos, meninos, principalmente, querem ser jogadores de futebol. Afinal dá mídia e muito dinheiro.
Filosofia e Sociologia agora são aulas obrigatórias, talvez com cacoetes ideológicos, mas é o preço de uma boa educação que nossas crianças e jovens precisam desesperadamente. O ensino em tempo integral vai aparecendo muito devagar em escolas públicas. O Governo Federal volta a desenvolver projetos estruturais essenciais e o Brasil já começa a ser aceito, ainda que sob repugnância ou curiosidade exótica no meio dos países mais ricos.
O preço tem sido alto. A carga tributária é espantosamente elevada para tão poucos resultados, pois criamos e sustentamos uma política absurda de combate à inflação (essa é a desculpa), esgotando qualquer chance de deslanche efetivo de projetos mais do que essenciais à nação.
Vivemos em Curitiba, cidade que se orgulha do que oferece. Poderia ser muito melhor. Sem falar nos equívocos normais de qualquer administração, vemos e ouvimos, por exemplo, que seus pedidos de devolução de dinheiro que pagamos para obras de infraestrutura são eufemisticamente contingenciados, afinal ainda não aprendemos a beijar a mão do governo de plantão em Brasília.
Pois é, criamos uma Versalhes fixa além da voadora para quem ocupa o cargo de Presidente da República e o orçamento do Congresso Nacional é superior ao de muitas capitais brasileiras, para quê?
Curitiba completou 319 anos. É uma cidade que já fez muito, entre suas iniciativas esteve o saneamento básico, por exemplo. Houve tempos em que a Sanepar testava soluções e era referência nacional. Drenagens e canalizações transformaram a capital dos sapos em lugar de vida saudável. Parques maravilhosos marcam nossa capital, já as praças perderam um pouco com uma arborização selvagem. Ruas da Cidadania ilustram uma preocupação em bem servir, algo melhor se conhecermos suas escolas. O transporte Coletivo Urbano é grife e a Rua das Flores uma marca, assim como o prédio da Reitoria e o Museu Oscar Niemeyer.
Temos problemas também, o mais grave é o resultado da origem madeireira e cafeeira da economia paranaense. Para resolver isso existe a necessidade de se investir muito em Educação, acima de tudo.
A criminalidade e a invasão de migrantes, por efeito de uma estratégia de desenvolvimento estadual inadequada e a catástrofe das geadas criaram problemas sociais tremendos. Trabalhadores que viviam em fazendas sem escolas, energia, assistência médica etc. de repente viraram pessoas desesperadas procurando um canto em volta das cidades para viver. O peso social causado pela erradicação do café, adoção da soja, pecuária e mecanização da lavoura e depois o império dos traficantes geraram um tremendo pesadelo social pelo Brasil inteiro, principalmente aqui.
Falávamos, contudo, dos impostos. Andando, note-se, andando, caminhando, usando o transporte coletivo, vendo com olhos de engenheiro notamos que a capital de Curitiba precisa refazer sua infraestrutura. Ficamos lembrando-se do uso do dinheiro arrecadado pela União e pensando nas humilhações obrigatórias daqueles que elegemos, obrigados a lamber os pés federais e para poderem trazer para cá o dinheiro que nosso povo precisa e enviou para lá.
É justo exportar tanto (alimentos, energia, produtos industriais etc.) e não ter dinheiro para nada além de um ou outro projeto adicional? Precisamos com urgência de reforma fiscal que valorize quem paga impostos...
Cascaes
29.3.2011
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Bombas residentes
Bombas residentes
Pensei muito antes de escrever este artigo. O tema principal é extremamente delicado, tem significado na área energética e minha vida profissional me obriga a ser responsável ao extremo. Falar de Fukushima é tratar de algo extremamente sério, mais ainda quando nos arrogamos o direito de comentar um acidente catastrófico num país considerado de Primeiro Mundo.
O Japão passou por uma série de tragédias em que tudo o que aconteceu e ainda virá de Fukushima exige atenção especial de todos nós, em todos os seus aspectos e outro maior, que é a urgência de novas técnicas e paradigmas. A sustentabilidade da vida humana depende disso tudo, ou seja, de mudança de comportamentos e maior atenção por planos, projetos, qualidade técnica e operacional, menos lucro monetário e mais responsabilidade social.
Nesse caso o foco principal é a Usina Nuclear de Fukushima (Fukushima I nuclear accidents, 2011). O acidente dessa central de energia elétrica deve nos obrigar a repensar a ousadia tecnológica, quando atinge certos níveis de periculosidade. Demonstrou, mais uma vez, o que é uma usina nuclear construída para produção de energia elétrica, aproveitando as lógicas da fissão nuclear “controlada” e a fragilidade de sistemas que sempre podem ser danificados por omissão, má fé, erro de projeto, causas naturais etc.
Durante algum tempo minha (vou usar a primeira pessoa do singular) preocupação foi entender a diferença entre bombas atômicas e reatores nucleares. No mundo inúmeras bombas foram usadas em testes para “desenvolvimento de novas armas”, e contra alvos civis o Japão teve duas cidades destruídas dessa forma (Hiroshima e Nagasaki). Em imensas áreas de testes artefatos nucleares potentíssimos explodiram durante anos, fruto da histeria bélica criada com a Guerra não muito fria.
Por quê as experiências com bombas atômicas e de hidrogênio causaram poucas vítimas e danos ambientais insignificantes enquanto no Brasil, por exemplo, uma pequena pastilha de material radiativo (Nícoli) matou ou lesionou seriamente dezenas de pessoas e em Chernobyl (USINA NUCLEAR) dezenas de milhares de pessoas acabaram morrendo por efeito inequívoco da radioatividade?
Pensando mais fica evidente a diferença entre bombas e usinas. A quantidade de material contaminado que é lançado na atmosfera por acidentes com usinas ou lixo radioativo exposto explica a violência desses acidentes.
Bombas atômicas e de hidrogênio têm um volume muitíssimo menor de material contaminado que é espalhado na atmosfera do que o criado por um reator instalado em uma usina de energia nuclear que exploda. Pior ainda, no desespero para evitarem a explosão do núcleo, no caso de Fukushima, foram obrigados a jogar água do mar (extremamente corrosiva e condutora de eletricidade) sobre o núcleo criando vapor e sais contaminados...
Ou seja, Fukushima provavelmente inviabilizará a vida humana numa grande área durante décadas e matará muita gente ao longo desse tempo.
O Brasil e muitos outros países estavam retomando a construção de centrais termonucleares.
Onde?
Na década de oitenta tivemos muitas manifestações contra a Usina de Angra dos Reis, afinal Itaorna significa “pedra mole” e diziam que naquela região estávamos sujeitos a terremotos. Angra I já existia e operava mal, era a usina pirilampo, custou caro reformá-la.
Agora temos duas e vamos para a terceira usina no mesmo local.
Assim, com nosso “jeitinho brasileiro”, em uma bela praia entre Rio de Janeiro e São Paulo, à beira mar onde outros fenômenos naturais podem nos trazer maremotos (vimos o que isso significa), teremos mais uma usina atômica. Se algo semelhante ao que aconteceu em Chernobyl se repetir por lá, imporia a evacuação, talvez, de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. Dirão que a probabilidade disso acontecer é pequeníssima, o risco compensa, entretanto? Temos estatísticas públicas, confiáveis? Existe transparência?
Os lobbies industriais e empresariais em geral e o efeito “Ponte do Rio Kway”, um filme que ilustra o envolvimento e a paixão dos homens por suas obras, nem sempre convenientes, podem explicar a insistência em se fazer usinas atômicas no Brasil, isso sem esquecer que temos um complexo industrial específico precisando de encomendas.
É justo?
Vamos para o pré-sal apesar do acidente no Golfo do México e agora para mais usinas nucleares. Será este o caminho? Nossa legislação é razoável? Existe alguma forma de se avaliar contratos, editais, obras etc. de forma segura?
No Brasil, talvez por efeito da ingênua Lei 8.666/93 (Congresso e Poder Executivo Federal) e sua péssima regulamentação, a lógica criada nas décadas de crise e a visão pueril da Engenharia [Dr. Cristiano Kok (Cascaes)], a boa técnica foi deixada de lado a favor da oferta de menor preço e máximo lucro. Assim temos aprendido a conviver com situações absurdas e ser obrigados a ver obras e serviços ruins, compensados por campanhas publicitárias elogiando as empresas e governos. O resultado, naturalmente, é (não apenas “era”) péssimo, quando não absurdo.
Estamos construindo grandes barragens, mais estradas (diques), pontes, ferrovias etc. e vamos para 4 usinas nucleares.
Será que o povo e o nosso Congresso Nacional discutiu tudo isso com profundidade e sabe o que está fazendo?
Errar é humano, repetir erros é burrice, talvez suicídio.
Cascaes
3.4.2011
Fukushima I nuclear accidents. (2011). Fonte: Wikipedia, the free encyclopedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Fukushima_I_nuclear_accidents
Cascaes, J. C. (s.d.). Degradação de obras brasileiras e os projetos. Fonte: Ponderações engenheirais: http://pensando-na-engenharia.blogspot.com/2011/01/degradacao-de-obras-brasileiras-e-os.html
Congresso e Poder Executivo Federal. (s.d.). Lei 8.666 de 21 de junho de 1993. Acesso em 12 de 12 de 2010, disponível em Presidência da República Federativa do Brasil: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm
Gustavo Santos Masili, R. J. (s.d.). USINA NUCLEAR. Acesso em 4 de 3 de 2011, disponível em FEM, Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp: http://www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/nuclear/nuclear.htm,
Nícoli, I. G. (s.d.). O ACIDENTE DE GOIÂNIA. Acesso em 4 de 4 de 2011, disponível em DISASTER - info: http://www.disaster-info.net/lideres/portugues/brasil%2006/Apresenta%E7%F5es/Iedaacidentegoiania01.pdf
Pensei muito antes de escrever este artigo. O tema principal é extremamente delicado, tem significado na área energética e minha vida profissional me obriga a ser responsável ao extremo. Falar de Fukushima é tratar de algo extremamente sério, mais ainda quando nos arrogamos o direito de comentar um acidente catastrófico num país considerado de Primeiro Mundo.
O Japão passou por uma série de tragédias em que tudo o que aconteceu e ainda virá de Fukushima exige atenção especial de todos nós, em todos os seus aspectos e outro maior, que é a urgência de novas técnicas e paradigmas. A sustentabilidade da vida humana depende disso tudo, ou seja, de mudança de comportamentos e maior atenção por planos, projetos, qualidade técnica e operacional, menos lucro monetário e mais responsabilidade social.
Nesse caso o foco principal é a Usina Nuclear de Fukushima (Fukushima I nuclear accidents, 2011). O acidente dessa central de energia elétrica deve nos obrigar a repensar a ousadia tecnológica, quando atinge certos níveis de periculosidade. Demonstrou, mais uma vez, o que é uma usina nuclear construída para produção de energia elétrica, aproveitando as lógicas da fissão nuclear “controlada” e a fragilidade de sistemas que sempre podem ser danificados por omissão, má fé, erro de projeto, causas naturais etc.
Durante algum tempo minha (vou usar a primeira pessoa do singular) preocupação foi entender a diferença entre bombas atômicas e reatores nucleares. No mundo inúmeras bombas foram usadas em testes para “desenvolvimento de novas armas”, e contra alvos civis o Japão teve duas cidades destruídas dessa forma (Hiroshima e Nagasaki). Em imensas áreas de testes artefatos nucleares potentíssimos explodiram durante anos, fruto da histeria bélica criada com a Guerra não muito fria.
Por quê as experiências com bombas atômicas e de hidrogênio causaram poucas vítimas e danos ambientais insignificantes enquanto no Brasil, por exemplo, uma pequena pastilha de material radiativo (Nícoli) matou ou lesionou seriamente dezenas de pessoas e em Chernobyl (USINA NUCLEAR) dezenas de milhares de pessoas acabaram morrendo por efeito inequívoco da radioatividade?
Pensando mais fica evidente a diferença entre bombas e usinas. A quantidade de material contaminado que é lançado na atmosfera por acidentes com usinas ou lixo radioativo exposto explica a violência desses acidentes.
Bombas atômicas e de hidrogênio têm um volume muitíssimo menor de material contaminado que é espalhado na atmosfera do que o criado por um reator instalado em uma usina de energia nuclear que exploda. Pior ainda, no desespero para evitarem a explosão do núcleo, no caso de Fukushima, foram obrigados a jogar água do mar (extremamente corrosiva e condutora de eletricidade) sobre o núcleo criando vapor e sais contaminados...
Ou seja, Fukushima provavelmente inviabilizará a vida humana numa grande área durante décadas e matará muita gente ao longo desse tempo.
O Brasil e muitos outros países estavam retomando a construção de centrais termonucleares.
Onde?
Na década de oitenta tivemos muitas manifestações contra a Usina de Angra dos Reis, afinal Itaorna significa “pedra mole” e diziam que naquela região estávamos sujeitos a terremotos. Angra I já existia e operava mal, era a usina pirilampo, custou caro reformá-la.
Agora temos duas e vamos para a terceira usina no mesmo local.
Assim, com nosso “jeitinho brasileiro”, em uma bela praia entre Rio de Janeiro e São Paulo, à beira mar onde outros fenômenos naturais podem nos trazer maremotos (vimos o que isso significa), teremos mais uma usina atômica. Se algo semelhante ao que aconteceu em Chernobyl se repetir por lá, imporia a evacuação, talvez, de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. Dirão que a probabilidade disso acontecer é pequeníssima, o risco compensa, entretanto? Temos estatísticas públicas, confiáveis? Existe transparência?
Os lobbies industriais e empresariais em geral e o efeito “Ponte do Rio Kway”, um filme que ilustra o envolvimento e a paixão dos homens por suas obras, nem sempre convenientes, podem explicar a insistência em se fazer usinas atômicas no Brasil, isso sem esquecer que temos um complexo industrial específico precisando de encomendas.
É justo?
Vamos para o pré-sal apesar do acidente no Golfo do México e agora para mais usinas nucleares. Será este o caminho? Nossa legislação é razoável? Existe alguma forma de se avaliar contratos, editais, obras etc. de forma segura?
No Brasil, talvez por efeito da ingênua Lei 8.666/93 (Congresso e Poder Executivo Federal) e sua péssima regulamentação, a lógica criada nas décadas de crise e a visão pueril da Engenharia [Dr. Cristiano Kok (Cascaes)], a boa técnica foi deixada de lado a favor da oferta de menor preço e máximo lucro. Assim temos aprendido a conviver com situações absurdas e ser obrigados a ver obras e serviços ruins, compensados por campanhas publicitárias elogiando as empresas e governos. O resultado, naturalmente, é (não apenas “era”) péssimo, quando não absurdo.
Estamos construindo grandes barragens, mais estradas (diques), pontes, ferrovias etc. e vamos para 4 usinas nucleares.
Será que o povo e o nosso Congresso Nacional discutiu tudo isso com profundidade e sabe o que está fazendo?
Errar é humano, repetir erros é burrice, talvez suicídio.
Cascaes
3.4.2011
Fukushima I nuclear accidents. (2011). Fonte: Wikipedia, the free encyclopedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Fukushima_I_nuclear_accidents
Cascaes, J. C. (s.d.). Degradação de obras brasileiras e os projetos. Fonte: Ponderações engenheirais: http://pensando-na-engenharia.blogspot.com/2011/01/degradacao-de-obras-brasileiras-e-os.html
Congresso e Poder Executivo Federal. (s.d.). Lei 8.666 de 21 de junho de 1993. Acesso em 12 de 12 de 2010, disponível em Presidência da República Federativa do Brasil: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm
Gustavo Santos Masili, R. J. (s.d.). USINA NUCLEAR. Acesso em 4 de 3 de 2011, disponível em FEM, Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp: http://www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/nuclear/nuclear.htm,
Nícoli, I. G. (s.d.). O ACIDENTE DE GOIÂNIA. Acesso em 4 de 4 de 2011, disponível em DISASTER - info: http://www.disaster-info.net/lideres/portugues/brasil%2006/Apresenta%E7%F5es/Iedaacidentegoiania01.pdf
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Bombas residentes
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Deixando de ser PcD
Deixando de ser PcD
Vale a pena descobrir a história dos óculos. Isso que o Houaiss chama de “substantivo masculino plural - dispositivo us. para auxiliar, corrigir ou proteger a visão, que consiste em um par de lentes sustentadas em frente dos olhos por uma armação; lunetas” é uma prótese que viabiliza a vida normal de centenas de milhões de pessoas.
Da Wikipédia temos: “Foram as experiências em óptica de Robert Grosseteste e seu discípulo Roger Bacon que levaram à invenção dos óculos. Em 1284, as guildas de Veneza já os mencionavam e durante o século XIV o fabrico de óculos popularizou-se por toda a Europa. Nem sempre os óculos foram fabricados com a forma com que são conhecidos hoje em dia, pelo que, na antiguidade, era comum encontrar monóculos (apenas uma lente oftálmica), ou, noutros casos, apenas se usavam lentes sem armação. Em 1785 Benjamin Franklin inventou os primeiros óculos bifocais, com duas lentes a frente de cada olho unidas pela armação. Possibilitando enxergar de longe e de perto em um único acessório...”
Ou seja, quantas pessoas estariam incapacitadas até de caminhar se alguns estudiosos e pesquisadores geniais não tivessem inventado os óculos?
Na Medicina implantes ósseos, cirurgias corretivas etc. devolvem funcionalidade e saúde a pessoas que, de outra forma, estariam condenadas a morrer logo, ganhando ainda uma vida quase normal, assim como inúmeras outras “simplesmente” salvam vidas preciosas (um exemplo fantástico tivemos com nosso falecido e vice presidente José Alencar Gomes da Silva no governo Lula).
A operação para substituição do cristalino é um exemplo clássico de correção que simplesmente devolve a visão a pessoas cegas.
Poderíamos muito mais se encontrássemos competência e determinação de quem decide e poderia ajudar as pessoas com deficiência(s). A falta de atenção é um espanto. Certas categorias profissionais teimam em manter lógicas agressivas, belas e hostis ao ser humano.
O irônico disso tudo, por exemplo, é que ainda não atingimos os urbanistas. As cidades brasileiras, apesar de correções cosméticas, aos poucos inviabilizam a vida dos idosos, das pessoas com deficiência(s), adoentadas, crianças etc. O que vale é a decisão dos preservadores de histórias nem sempre tão importantes, abuso de direitos autorais de arquitetos e engenheiros, caprichos de governantes e poder de algumas concessionárias que “pintam e bordam”, aproveitando a ignorância do povo.
Com certeza podemos avançar muito. No congresso promovido pelo CONFEA [ (67º SOEAA - Semana Oficial da Engenharia, Arquitetura e da Agronomia) (7o CNP - Congresso Nacional de Profissionai)] ouvimos de um palestrante idôneo que o conhecimento humano dobra a cada 72 horas (conhecimento acumulado pela Humanidade) e que em 2025 teremos um computador capaz de processar todo o conhecimento humano e em 2050 esse aparelho custará mil dólares. Futurismo à parte, a verdade é que o conhecimento científico se desenvolve de forma extraordinária, faltando mais a aplicação objetiva dessa cultura técnica em produtos e soluções a favor da Humanidade.
A sensação que dá é que todos os caprichos e taras humanas valem mais do que oferecer ao cidadão comum uma vida digna.
O lado positivo da pesquisa e desenvolvimento de produtos e soluções é o de que chegamos a um nível de conhecimento científico em que podemos acreditar em resultados significativos em curto, médio e longos prazos se existirem determinação, vontade política, técnica e empresarial nesse sentido.
Podemos muito, precisamos acreditar e trabalhar nesse grande sonho da humanidade. Obviamente é também extremamente importante investir em prevenção, em correções de instalações, de cidades e ambientes de trabalho, lazer etc.
Cascaes
31.3.2011
67º SOEAA - Semana Oficial da Engenharia, Arquitetura e da Agronomia. (s.d.). Acesso em 28 de 1 de 28, disponível em Centro de Eventos do Pantanal: http://www.eventospantanal.com.br/eventov.php?id_agenda=10#3
7o CNP - Congresso Nacional de Profissionai. (s.d.). Acesso em 28 de 1 de 2011, disponível em CREA-PR: http://www.crea-pr.org.br/crea3/pub/templateCrea.do
Vale a pena descobrir a história dos óculos. Isso que o Houaiss chama de “substantivo masculino plural - dispositivo us. para auxiliar, corrigir ou proteger a visão, que consiste em um par de lentes sustentadas em frente dos olhos por uma armação; lunetas” é uma prótese que viabiliza a vida normal de centenas de milhões de pessoas.
Da Wikipédia temos: “Foram as experiências em óptica de Robert Grosseteste e seu discípulo Roger Bacon que levaram à invenção dos óculos. Em 1284, as guildas de Veneza já os mencionavam e durante o século XIV o fabrico de óculos popularizou-se por toda a Europa. Nem sempre os óculos foram fabricados com a forma com que são conhecidos hoje em dia, pelo que, na antiguidade, era comum encontrar monóculos (apenas uma lente oftálmica), ou, noutros casos, apenas se usavam lentes sem armação. Em 1785 Benjamin Franklin inventou os primeiros óculos bifocais, com duas lentes a frente de cada olho unidas pela armação. Possibilitando enxergar de longe e de perto em um único acessório...”
Ou seja, quantas pessoas estariam incapacitadas até de caminhar se alguns estudiosos e pesquisadores geniais não tivessem inventado os óculos?
Na Medicina implantes ósseos, cirurgias corretivas etc. devolvem funcionalidade e saúde a pessoas que, de outra forma, estariam condenadas a morrer logo, ganhando ainda uma vida quase normal, assim como inúmeras outras “simplesmente” salvam vidas preciosas (um exemplo fantástico tivemos com nosso falecido e vice presidente José Alencar Gomes da Silva no governo Lula).
A operação para substituição do cristalino é um exemplo clássico de correção que simplesmente devolve a visão a pessoas cegas.
Poderíamos muito mais se encontrássemos competência e determinação de quem decide e poderia ajudar as pessoas com deficiência(s). A falta de atenção é um espanto. Certas categorias profissionais teimam em manter lógicas agressivas, belas e hostis ao ser humano.
O irônico disso tudo, por exemplo, é que ainda não atingimos os urbanistas. As cidades brasileiras, apesar de correções cosméticas, aos poucos inviabilizam a vida dos idosos, das pessoas com deficiência(s), adoentadas, crianças etc. O que vale é a decisão dos preservadores de histórias nem sempre tão importantes, abuso de direitos autorais de arquitetos e engenheiros, caprichos de governantes e poder de algumas concessionárias que “pintam e bordam”, aproveitando a ignorância do povo.
Com certeza podemos avançar muito. No congresso promovido pelo CONFEA [ (67º SOEAA - Semana Oficial da Engenharia, Arquitetura e da Agronomia) (7o CNP - Congresso Nacional de Profissionai)] ouvimos de um palestrante idôneo que o conhecimento humano dobra a cada 72 horas (conhecimento acumulado pela Humanidade) e que em 2025 teremos um computador capaz de processar todo o conhecimento humano e em 2050 esse aparelho custará mil dólares. Futurismo à parte, a verdade é que o conhecimento científico se desenvolve de forma extraordinária, faltando mais a aplicação objetiva dessa cultura técnica em produtos e soluções a favor da Humanidade.
A sensação que dá é que todos os caprichos e taras humanas valem mais do que oferecer ao cidadão comum uma vida digna.
O lado positivo da pesquisa e desenvolvimento de produtos e soluções é o de que chegamos a um nível de conhecimento científico em que podemos acreditar em resultados significativos em curto, médio e longos prazos se existirem determinação, vontade política, técnica e empresarial nesse sentido.
Podemos muito, precisamos acreditar e trabalhar nesse grande sonho da humanidade. Obviamente é também extremamente importante investir em prevenção, em correções de instalações, de cidades e ambientes de trabalho, lazer etc.
Cascaes
31.3.2011
67º SOEAA - Semana Oficial da Engenharia, Arquitetura e da Agronomia. (s.d.). Acesso em 28 de 1 de 28, disponível em Centro de Eventos do Pantanal: http://www.eventospantanal.com.br/eventov.php?id_agenda=10#3
7o CNP - Congresso Nacional de Profissionai. (s.d.). Acesso em 28 de 1 de 2011, disponível em CREA-PR: http://www.crea-pr.org.br/crea3/pub/templateCrea.do
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Deixando de ser PcD
Os perigos e descuidos nas canaletas de ônibus de Curitiba
Os perigos e descuidos nas canaletas de ônibus de Curitiba
Um sistema, qualquer empresa, toda atividade complexa exige atenção em todas as suas etapas de realização, operação e até para reformas ou desmonte.
Cidades que se desenvolvem rapidamente precisam de muito. Não é raro oferecerem benefícios fiscais, que depois farão falta ao pagamento do que se fizer para atender a demanda social (vide exigências atendidas da FIFA).
O transporte coletivo urbano, saneamento básico (vale a pena ver o que isso significa em (Saneamento) na Wikipédia), telecomunicações, energia, saúde em geral, educação etc. exigem um cuidado especial.
O aspecto negativo é o desconhecimento de eleitores e eleitos em torno desse conjunto que, para ser administrado, cobra extrema competência de quem tem poder de decisão.
Em Curitiba estamos vendo algumas situações exemplares, boas, outras nem tanto.
As canaletas são a marca do transporte coletivo urbano de Curitiba, que deveria ter evoluído para utilização de sistemas guiados (trilhos (monotrilho, VLT, O-bahn ou metrô ou uma operação segura e estratégias de urbanismo com possibilidade de velocidades menores e ambientes saudáveis.))
Obviamente, se as canaletas forem usadas para sistemas mais complexos que o modal “ônibus” provavelmente estaremos inviabilizado uma função importantíssima desses circuitos, que é servir de via expressa para veículos de serviço (carros de bombeiros, ambulâncias, policiamento e outros eventualmente urgentes e essenciais).
A saturação ou má operação do sistema é visível, contudo.
Nelas (canaletas) trafegavam (antigamente) ônibus com velocidade máxima razoável, agora, lamentavelmente, podendo chegar a 60 km/h (excessiva se lembrarmos que andam em mão e contra mão numa pista estreita sem qualquer barreira segura entre eles), o que configura a hipótese de acidentes gravíssimos, lembrando que a energia cinética é proporcional ao quadrado da velocidade. Assim um impacto direto na velocidade dos dois veículos em 60 km/h terá que dissipar 2,25 (dois vg vinte e cinco) vezes mais energia que na velocidade de 40 km/h.
Uma colisão frontal poderá, nas condições limites atuais, ter um choque a 120 km/h como velocidade relativa, o que seria catastrófico, lembrando que a lotação dos atuais ônibus articulados ou biarticulados chega a mais de cem pessoas. Carregados pesam dezenas de toneladas... Além disso, em abalroamento, os dois ônibus seguirão, naturalmente, um circuito diferente, eventualmente saindo da canaleta com outro potencial e tipo de desastres.
Sabemos que em carros biarticulados o último segmento “dança”, não seguindo fielmente o trajeto do “cavalo”, se a pista estiver com irregularidades (buracos, elevações).
Os passageiros de ônibus não têm as regalias dos usuários do transporte individual (mesmo sentados), ou seja: cintos de segurança, “airbags”, poltronas e carrocerias otimizados para impactos etc., tornando cada acidente um caso de resultados imprevisíveis e preocupantes.
Simplesmente criar um seguro ($$$) para os passageiros não resolve essa situação. Nada paga o sofrimento das vítimas e suas famílias.
Vimos e filmamos em 28 de março deste ano um trecho da canaleta entre a Praça do Japão e o Passeio Público.
Ficamos apavorados com a invasão de pista [crianças, carrinheiros, entregadores, pedestres, corredores “jogging” e até skatistas (o que não filmamos e motivou o acionamento posterior da filmadora)].
Os filmes estão no blog (O Transporte Coletivo Urbano - Visões e Tecnologia) assim como nossos comentários.
Ou seja, além de falhas de manutenção no sistema viário, a falta de policiamento eficaz está induzindo o povo a um comportamento suicida. Um ônibus não tem a manobrabilidade de um automóvel e seu motorista pode, inclusive, ter a visão impedida por passageiros em pé ao seu lado.
É um cenário que exige ações severa.
Precisamos de uma auditoria técnica competente, séria, honesta, rigorosa e recomendações à PMC para correções urgentes de tudo, de calçadas junto às estações tubo até as condições operacionais das canaletas e veículos.
O cenário é assustador para quem já teve a responsabilidade de ser Diretor de Engenharia da URBS, como aconteceu conosco entre 1985 e 1987.
Somando essa a outras experiências, podemos afirmar que a PMC precisa agir imediatamente ou o potencial de acidentes continuará elevado e crescendo assustadoramente.
Infelizmente, estranhamente, perdemos oportunidades excelentes de aprimoramento do transporte coletivo urbano de Curitiba no processo que terminou com a assinatura dos contratos de concessão atuais. A aceleração final foi ruim e inibiu discussões importantes, como, por exemplo, estratégias de aprimoramento e de subsídios (Cascaes, Férias caras, 2011).
Os editais das férias em Curitiba que o digam.
João Carlos Cascaes
Curitiba, 31 de março de 2011
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 28 de 12 de 2010, disponível em O Transporte Coletivo Urbano - Visões e Tecnologia: http://otransportecoletivourbano.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (3 de 1 de 2011). Férias caras. Fonte: Jornal do Alcy Ramalho - Paraná Político: http://pp1-mirantedoaprendiz.blogspot.com/2011/01/ferias-caras.html
Wikipédia - colaboradores. (s.d.). Saneamento. Acesso em 30 de 3 de 2011, disponível em Wikipédia, a enciclopédia livre: http://pt.wikipedia.org/wiki/Saneamento
Um sistema, qualquer empresa, toda atividade complexa exige atenção em todas as suas etapas de realização, operação e até para reformas ou desmonte.
Cidades que se desenvolvem rapidamente precisam de muito. Não é raro oferecerem benefícios fiscais, que depois farão falta ao pagamento do que se fizer para atender a demanda social (vide exigências atendidas da FIFA).
O transporte coletivo urbano, saneamento básico (vale a pena ver o que isso significa em (Saneamento) na Wikipédia), telecomunicações, energia, saúde em geral, educação etc. exigem um cuidado especial.
O aspecto negativo é o desconhecimento de eleitores e eleitos em torno desse conjunto que, para ser administrado, cobra extrema competência de quem tem poder de decisão.
Em Curitiba estamos vendo algumas situações exemplares, boas, outras nem tanto.
As canaletas são a marca do transporte coletivo urbano de Curitiba, que deveria ter evoluído para utilização de sistemas guiados (trilhos (monotrilho, VLT, O-bahn ou metrô ou uma operação segura e estratégias de urbanismo com possibilidade de velocidades menores e ambientes saudáveis.))
Obviamente, se as canaletas forem usadas para sistemas mais complexos que o modal “ônibus” provavelmente estaremos inviabilizado uma função importantíssima desses circuitos, que é servir de via expressa para veículos de serviço (carros de bombeiros, ambulâncias, policiamento e outros eventualmente urgentes e essenciais).
A saturação ou má operação do sistema é visível, contudo.
Nelas (canaletas) trafegavam (antigamente) ônibus com velocidade máxima razoável, agora, lamentavelmente, podendo chegar a 60 km/h (excessiva se lembrarmos que andam em mão e contra mão numa pista estreita sem qualquer barreira segura entre eles), o que configura a hipótese de acidentes gravíssimos, lembrando que a energia cinética é proporcional ao quadrado da velocidade. Assim um impacto direto na velocidade dos dois veículos em 60 km/h terá que dissipar 2,25 (dois vg vinte e cinco) vezes mais energia que na velocidade de 40 km/h.
Uma colisão frontal poderá, nas condições limites atuais, ter um choque a 120 km/h como velocidade relativa, o que seria catastrófico, lembrando que a lotação dos atuais ônibus articulados ou biarticulados chega a mais de cem pessoas. Carregados pesam dezenas de toneladas... Além disso, em abalroamento, os dois ônibus seguirão, naturalmente, um circuito diferente, eventualmente saindo da canaleta com outro potencial e tipo de desastres.
Sabemos que em carros biarticulados o último segmento “dança”, não seguindo fielmente o trajeto do “cavalo”, se a pista estiver com irregularidades (buracos, elevações).
Os passageiros de ônibus não têm as regalias dos usuários do transporte individual (mesmo sentados), ou seja: cintos de segurança, “airbags”, poltronas e carrocerias otimizados para impactos etc., tornando cada acidente um caso de resultados imprevisíveis e preocupantes.
Simplesmente criar um seguro ($$$) para os passageiros não resolve essa situação. Nada paga o sofrimento das vítimas e suas famílias.
Vimos e filmamos em 28 de março deste ano um trecho da canaleta entre a Praça do Japão e o Passeio Público.
Ficamos apavorados com a invasão de pista [crianças, carrinheiros, entregadores, pedestres, corredores “jogging” e até skatistas (o que não filmamos e motivou o acionamento posterior da filmadora)].
Os filmes estão no blog (O Transporte Coletivo Urbano - Visões e Tecnologia) assim como nossos comentários.
Ou seja, além de falhas de manutenção no sistema viário, a falta de policiamento eficaz está induzindo o povo a um comportamento suicida. Um ônibus não tem a manobrabilidade de um automóvel e seu motorista pode, inclusive, ter a visão impedida por passageiros em pé ao seu lado.
É um cenário que exige ações severa.
Precisamos de uma auditoria técnica competente, séria, honesta, rigorosa e recomendações à PMC para correções urgentes de tudo, de calçadas junto às estações tubo até as condições operacionais das canaletas e veículos.
O cenário é assustador para quem já teve a responsabilidade de ser Diretor de Engenharia da URBS, como aconteceu conosco entre 1985 e 1987.
Somando essa a outras experiências, podemos afirmar que a PMC precisa agir imediatamente ou o potencial de acidentes continuará elevado e crescendo assustadoramente.
Infelizmente, estranhamente, perdemos oportunidades excelentes de aprimoramento do transporte coletivo urbano de Curitiba no processo que terminou com a assinatura dos contratos de concessão atuais. A aceleração final foi ruim e inibiu discussões importantes, como, por exemplo, estratégias de aprimoramento e de subsídios (Cascaes, Férias caras, 2011).
Os editais das férias em Curitiba que o digam.
João Carlos Cascaes
Curitiba, 31 de março de 2011
Cascaes, J. C. (s.d.). Acesso em 28 de 12 de 2010, disponível em O Transporte Coletivo Urbano - Visões e Tecnologia: http://otransportecoletivourbano.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (3 de 1 de 2011). Férias caras. Fonte: Jornal do Alcy Ramalho - Paraná Político: http://pp1-mirantedoaprendiz.blogspot.com/2011/01/ferias-caras.html
Wikipédia - colaboradores. (s.d.). Saneamento. Acesso em 30 de 3 de 2011, disponível em Wikipédia, a enciclopédia livre: http://pt.wikipedia.org/wiki/Saneamento
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Falando de ônibus
Falando de ônibus
A história dos ônibus é bem conhecida pelos estudiosos, a dos veículos utilizados em Curitiba, nem tanto.
De qualquer forma aprendemos muito com a criação da frota pública quando Roberto Requião foi prefeito (1985 a 1987) de Curitiba e assim sentimo-nos encorajados a colocar questões sobre os carros utilizados em Curitiba, que conhecemos muito bem por diversas razões.
Sendo idoso, agora, usando o transporte coletivo urbano e obrigatoriamente as calçadas, cruzamento de ruas, obrigado a enxergar sinais distantes etc., querendo morar numa metrópole inteligente, segura e saudável, o que é possível se boas soluções forem adotadas, devo, quando tenho oportunidade, colocar questões técnicas para reflexão do povo da capital do Paraná.
A reportagem da PMC fala de alguns dados técnicos interessantes, importantes (Curitiba agora tem o maior ônibus do mundo, com 28 metros) sobre a novidade azul, que transcrevemos:
Os novos ônibus azuis farão as linhas Pinheirinho-Carlos Gomes, na Linha Verde, e Ligeirão Boqueirão, na Marechal Floriano. Juntos, transportam cerca de 50 mil passageiros por dia. Ainda neste semestre, Curitiba terá um total de 24 ônibus deste modelo, com 28 metros de comprimento. A capacidade do ônibus azul é de 250 passageiros.
Produzidos pela Volvo, com carroceria Neobus, os novos ônibus azuis têm vidros com película fumê, exaustores e ventiladores para manter a temperatura interna mais amena, bancos ergonômicos com estofados; sinal luminoso para indicar a abertura das portas, o que beneficia especialmente pessoas com dificuldade de audição, e plaquetas em braille indicando o nome da linha colocadas nos braços e encostos dos bancos reservados a portadores de deficiência, idosos e gestantes.
O projeto, tecnicamente conhecido como B 100 (100% Biocombustível), foi implantado em caráter experimental em agosto de 2009, com seis ônibus da Linha Verde, o que significou uma redução de 50% de emissão de fumaça. A partir de agora todos os Ligeirões rodam exclusivamente com combustível de soja.
As viagens do Ligeirão são mais rápidas. Com o desalinhamento de estações-tubo, a Prefeitura conseguiu espaço para criar pontos de ultrapassagem, o que permite manter a linha com parada em todas as estações tubo, e implantar o Ligeirão, com paradas apenas nos terminais e um reduzido número de estações.
O Ligeirão Boqueirão, por exemplo, faz apenas três paradas – nos terminais, Hauer, Carmo e na Estação UTFPR – enquanto o expresso convencional faz 16 paradas, aí descontados os pontos de chegada e saída (Terminal Boqueirão e Praça Carlos Gomes).
Seria interessante sabermos se esses carros têm e de que tipo são os sistemas de controle de aceleração e desaceleração, freios, caixa de “trocas” (automática, provavelmente), suspensão, motor (torque, normas técnicas), sistema de transmissão, eixo de tração, monitoramento, visibilidade para o motorista, alerta de movimentos, padrão de sinalização, sistema de segurança das portas e janelas, etc., enfim, características de segurança e conforto que os melhores ônibus podem ter e que são oferecidos em função de custos e benefícios (inclusive políticos).
Um ônibus de grande porte lotado e trafegando em vias sob conflito de tráfego (uma pessoa ou ciclista na canaleta, por exemplo) numa situação em que o motorista é obrigado a cumprir tabelas difíceis, é um equipamento capaz de grandes acidentes.
Não devemos esquecer que a energia de um corpo em movimento é diretamente proporcional à sua massa e ao quadrado da velocidade. Passageiros de ônibus não usam os dispositivos de segurança dos automóveis, esses cada vez mais adequados ao passageiro.
Não bastassem os dados dos ônibus, precisamos estabelecer vigilância sobre os padrões de pavimentação das vias em que os ônibus trafegam. O asfalto (concreto betuminoso) escoa, deforma-se com facilidade. Enquanto os carros novos estiverem em vias exclusivamente de Concreto de Cimento Portland – CCP (UFPR), ótimo, mesmo assim carentes de bom projeto, excelente execução e de manutenção imediata sempre que alguma falha aparecer.
Os biarticulados apresentam certa instabilidade no terceiro módulo em pistas irregulares (“dançam” podendo provocar abalroamento), como os novos carros resolverão essa questão e outras?
Cascaes
28.3.2011
Curitiba agora tem o maior ônibus do mundo, com 28 metros. (s.d.). Acesso em 28 de 3 de 2011, disponível em Prefeitura Municipal de Curitiba: http://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/bolo-gigante-e-novo-ligeirao-na-grande-festa-no-barigui-no-domingo/22335
UFPR. (s.d.). Introdução - Conceitos etc. Acesso em 28 de 3 de 2011, disponível em NOTAS DE AULA DE PAVIMENTAÇÃO: http://www.dtt.ufpr.br/Pavimentacao/Notas/mod1Introducao.pdf
A história dos ônibus é bem conhecida pelos estudiosos, a dos veículos utilizados em Curitiba, nem tanto.
De qualquer forma aprendemos muito com a criação da frota pública quando Roberto Requião foi prefeito (1985 a 1987) de Curitiba e assim sentimo-nos encorajados a colocar questões sobre os carros utilizados em Curitiba, que conhecemos muito bem por diversas razões.
Sendo idoso, agora, usando o transporte coletivo urbano e obrigatoriamente as calçadas, cruzamento de ruas, obrigado a enxergar sinais distantes etc., querendo morar numa metrópole inteligente, segura e saudável, o que é possível se boas soluções forem adotadas, devo, quando tenho oportunidade, colocar questões técnicas para reflexão do povo da capital do Paraná.
A reportagem da PMC fala de alguns dados técnicos interessantes, importantes (Curitiba agora tem o maior ônibus do mundo, com 28 metros) sobre a novidade azul, que transcrevemos:
Os novos ônibus azuis farão as linhas Pinheirinho-Carlos Gomes, na Linha Verde, e Ligeirão Boqueirão, na Marechal Floriano. Juntos, transportam cerca de 50 mil passageiros por dia. Ainda neste semestre, Curitiba terá um total de 24 ônibus deste modelo, com 28 metros de comprimento. A capacidade do ônibus azul é de 250 passageiros.
Produzidos pela Volvo, com carroceria Neobus, os novos ônibus azuis têm vidros com película fumê, exaustores e ventiladores para manter a temperatura interna mais amena, bancos ergonômicos com estofados; sinal luminoso para indicar a abertura das portas, o que beneficia especialmente pessoas com dificuldade de audição, e plaquetas em braille indicando o nome da linha colocadas nos braços e encostos dos bancos reservados a portadores de deficiência, idosos e gestantes.
O projeto, tecnicamente conhecido como B 100 (100% Biocombustível), foi implantado em caráter experimental em agosto de 2009, com seis ônibus da Linha Verde, o que significou uma redução de 50% de emissão de fumaça. A partir de agora todos os Ligeirões rodam exclusivamente com combustível de soja.
As viagens do Ligeirão são mais rápidas. Com o desalinhamento de estações-tubo, a Prefeitura conseguiu espaço para criar pontos de ultrapassagem, o que permite manter a linha com parada em todas as estações tubo, e implantar o Ligeirão, com paradas apenas nos terminais e um reduzido número de estações.
O Ligeirão Boqueirão, por exemplo, faz apenas três paradas – nos terminais, Hauer, Carmo e na Estação UTFPR – enquanto o expresso convencional faz 16 paradas, aí descontados os pontos de chegada e saída (Terminal Boqueirão e Praça Carlos Gomes).
Seria interessante sabermos se esses carros têm e de que tipo são os sistemas de controle de aceleração e desaceleração, freios, caixa de “trocas” (automática, provavelmente), suspensão, motor (torque, normas técnicas), sistema de transmissão, eixo de tração, monitoramento, visibilidade para o motorista, alerta de movimentos, padrão de sinalização, sistema de segurança das portas e janelas, etc., enfim, características de segurança e conforto que os melhores ônibus podem ter e que são oferecidos em função de custos e benefícios (inclusive políticos).
Um ônibus de grande porte lotado e trafegando em vias sob conflito de tráfego (uma pessoa ou ciclista na canaleta, por exemplo) numa situação em que o motorista é obrigado a cumprir tabelas difíceis, é um equipamento capaz de grandes acidentes.
Não devemos esquecer que a energia de um corpo em movimento é diretamente proporcional à sua massa e ao quadrado da velocidade. Passageiros de ônibus não usam os dispositivos de segurança dos automóveis, esses cada vez mais adequados ao passageiro.
Não bastassem os dados dos ônibus, precisamos estabelecer vigilância sobre os padrões de pavimentação das vias em que os ônibus trafegam. O asfalto (concreto betuminoso) escoa, deforma-se com facilidade. Enquanto os carros novos estiverem em vias exclusivamente de Concreto de Cimento Portland – CCP (UFPR), ótimo, mesmo assim carentes de bom projeto, excelente execução e de manutenção imediata sempre que alguma falha aparecer.
Os biarticulados apresentam certa instabilidade no terceiro módulo em pistas irregulares (“dançam” podendo provocar abalroamento), como os novos carros resolverão essa questão e outras?
Cascaes
28.3.2011
Curitiba agora tem o maior ônibus do mundo, com 28 metros. (s.d.). Acesso em 28 de 3 de 2011, disponível em Prefeitura Municipal de Curitiba: http://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/bolo-gigante-e-novo-ligeirao-na-grande-festa-no-barigui-no-domingo/22335
UFPR. (s.d.). Introdução - Conceitos etc. Acesso em 28 de 3 de 2011, disponível em NOTAS DE AULA DE PAVIMENTAÇÃO: http://www.dtt.ufpr.br/Pavimentacao/Notas/mod1Introducao.pdf
Postado por
relatar atividades culturais e reuniões da Academia de Letras José de Alencar - ALJA
às
12:59:00
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