terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Tempos diferentes

Mudanças de governo representam alterações eventualmente significativas de estilo e prioridades. Sob democracia o povo exerce esse direito, ainda que sob imensas limitações quando tudo gira em torno de dinheiro e comandos excessivamente fortes dentro dos partidos políticos. Independentemente do mérito, evoluímos muito em relação a outros sistemas passados de escolha do Presidente da República.
No comando do Brasil, a economista Dilma Roussef poderá mostrar melhor a sua personalidade. Afinal, qual será o estilo?
De tudo o que pudemos observar ela é uma pessoa enérgica, e precisamos muito dessa qualidade num momento em que o mundo parece mergulhar em situações extremamente delicadas. Manter o Brasil numa linha de sobriedade e desenvolvimento será difícil, mais ainda com as pressões que sofrerá. Sua formação profissional mais a experiência no período Lula terão valor inestimável.
A política existe e nosso desafio é aceitá-la, ou melhor, acreditar que seus defeitos são o preço da liberdade.
Com certeza não foi nada agradável ver que lideranças partidárias possam ter sido prejudiciais ao bom governo que o Brasil precisa. Felizmente temos ainda facilidades para acompanhar o trabalho dessa gente, eventualmente, se necessário, recorrendo ao Poder Judiciário se evidências de corrupção acontecerem. A incompetência até confessada por um ministro, pelo menos, assusta.
A Presidência da República dispõe de instrumentos para a vigilância mais do que justa e necessária nesse país gigantesco. A liberdade de imprensa assim como os meios de comunicação atuais viabilizam controles difusos importantíssimos. Isso tudo junto permite-nos acreditar na evolução de um país que não pode ter gente acima da Lei.
De qualquer forma temos esperanças de evolução, de progresso. Afinal grandes hidroelétricas, refinarias, portos e até ferrovias deverão entrar em operação nos próximos quatro anos e o petróleo não é mais o fantasma de algumas décadas passadas. A agroindústria evolui sem parar e nossa indústria em geral poderá ganhar força com alguns ajustes importantíssimos.
Prometeu-se um Estado eficaz. O que é necessário não é segredo para ninguém. O Brasil transformou-se num imenso inferno fiscal, burocrático e institucional em que o empreendedor sobrevive se tiver extrema competência e determinação. Incrivelmente ainda existem pessoas capazes de resistir a tudo o que se criou nesses tempos “modernos”.
Maravilhosamente, contudo, estamos bem no cenário internacional, exceto em alguns indicadores sociais. Não precisamos apelar para lógicas absurdas nem entrar em clima de desespero monetário como aconteceu inúmeras vezes no passado. Só devemos ter cautela, usar bem cada centavo arrecadado.
O Mundo de hoje é completamente diferente daquele que parecia existir a poucos anos. Com certeza se refizermos, de forma honesta, avaliações de retorno financeiro de alguns projetos, eles perderão o charme econômico anunciado para justificar decisões absurdas, como, por exemplo, a renúncia à prudência urbanística e fiscal diante das exigências dessa mega-empresa denominada FIFA.
Não devemos pré-julgar, vamos ver e após quatro anos votar mais uma vez para a escolha do futuro Governo. Assim é a Democracia.

Cascaes
2.1.2011

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