domingo, 16 de janeiro de 2011

Intenções e ações – qual é a realidade?

Do portal da URBS (Apresentação) temos (ajustando formatos e parágrafos) que essa empresa deve trabalhar para:
“Melhorar a vida urbana, facilitando os deslocamentos e assegurando o acesso das pessoas às suas casas, ao trabalho, serviços e lazer, de maneira confortável, segura e eficiente.
Esta é a missão que a URBS - Urbanização de Curitiba S.A. tem como desafio diário.
A URBS é a empresa responsável pelas ações estratégicas de planejamento, operação e fiscalização que envolvem os serviços essenciais de transporte e trânsito, além do gerenciamento e administração de equipamentos urbanos de uso comercial da cidade, instalados em bens públicos.
O desafio permanente da empresa tem sido buscar ações efetivas para garantir uma mobilidade segura, eficiente, acessível e com qualidade, seja para o pedestre, motorista, ciclista, motociclista ou para o passageiro do transporte coletivo.
A mobilidade segura, que contribui para a melhoria da qualidade de vida da população, é a meta diária dos dirigentes, gestores e colaboradores da URBS.
Missão
Melhorar a vida urbana.
Visão
Ser referência em soluções inovadoras e excelência na gestão da mobilidade urbana
Valores
- Comprometimento com nossa missão
- Honestidade na condução de nossas atividades e negócios
- Responsabilidade por nossas ações
- Respeito pelas pessoas
- Transparência em nossos atos”
Como podemos ver, a URBS existe com grandes responsabilidades e seus estatutos e lemas mostram excelentes intenções.
Infelizmente, contudo, qualquer empresa pública sofre os caprichos e “competências” do comando político e assim os resultados nem sempre são positivos, ou melhor, além do risco da ineficácia técnica existe a possibilidade de abandono e desprezo pelas boas normas administrativas e funcionais.
Em Curitiba sentimos que especialmente as lógicas mais criteriosas do exercício da Engenharia foram abandonadas, talvez no açodamento de ações midiáticas.
Temos repavimentação de ruas sem cuidados elementares de qualidade (o que vale é o número de “obras”), calçadas lastimáveis, insistência em padrões superados, a novela do lixo, o vandalismo impune, a degradação dos sistemas de drenagem, a construção de prédios em locais inadequados... e a degradação do transporte coletivo e do individual, que já foram motivos de orgulho dos paranaenses, apesar dos longos anos de tremendas dificuldades que enfrentamos após o desmonte de nosso pais no cenário financeiro mundial (final dos anos setenta e anos oitenta do século passado, culminando com a moratória e um longo período de estagnação e inflação).
Felizmente a tecnologia oferece recursos fantásticos e melhor estaríamos se, por exemplo, o sistema de supervisão ótica criado e implantado pelo arquiteto Marcos Prado [ (UFPR) (Franco, 2008) ] não tivesse sido abandonado inexplicavelmente após investimentos enormes (vaidades e incompetências de seus adversários). Curitiba foi a primeira cidade do hemisfério sul a ter um sistema de monitoramento do tráfego com câmeras óticas, zoom, telecomando e central de monitoramento na Rodoviária do Guadalupe.
Com o prefeito Jaime Lerner ganhamos o primeiro calçadão e as canaletas, projeto que enfrentou resistências fortes, mas que agora todos aplaudem. Poderíamos e deveríamos ampliar os calçadões, principalmente entre os grandes terminais centrais (Rui Barbosa, Guadalupe, Tiradentes e Praça Carlos Gomes, pelo menos).
Na administração Roberto Requião e com o apoio do Governador Álvaro Dias ganhamos o SITES (TERMINAL - SITES (SISTEMA INTEGRADO DE TRANSPORTE PARA O ENSINO ESPECIAL)). A equipe do prefeito (da qual fiz parte com muita honra) mudou a relação com os empresários do transporte coletivo urbano impondo o pagamento por quilômetro rodado (dando uma tremenda facilidade de racionalização do sistema), a frota pública criada e adquirida sob licitação e exigências técnicas tão boas quanto possíveis naquela época, padronização do layout dos ônibus, impedimento de veículos excessivamente poluidores (dentro e fora), gerenciamento pela URBS [o IPPUC (IPPUC Hoje) passou a se dedicar à sua finalidade principal, pesquisa e planejamento urbano], mais linhas e terminais, repavimentação do piso de algumas canaletas, usando-se, inclusive, pela primeira vez em Curitiba, escarificador para nivelamento adequado do piso, reforma do terminal Guadalupe etc. Ou seja, foi um período de grande produtividade técnica apesar das dificuldades financeiras do município e do Brasil.
Infelizmente, após 1988, o modelo institucional foi modificado para pior, eliminando-se de imediato a frota pública e assim perdendo-se um instrumento de subsídio e dissociação do capital da competência dos operadores. Adiante o custo da URBS entrou no cálculo da tarifa e novas regras foram impostas, culminando com o edital extremamente reprovável para outorga de concessões para exploração do transporte coletivo urbano de Curitiba, apesar de protestos tímidos, éramos poucos para enfrentar a máquina estatal em tempos de férias (Cascaes, MPL e Sociedad Peatonal em luta). Ou pior, chegamos a uma situação de risco maior de acidentes e com a possibilidade de um tarifaço, pois os termos dos contratos assinados levam-nos a crer na iminência desse ato contra o povo de Curitiba.
É importante que todos leiam o questionamento feito pela Sociedad Peatonal (Sociedad Peatonal - Mobilidade Urbana Sustentável) e outros (REF.: Solicitação de impugnação ao edital de licitação do transporte coletivo por ônibus em Curitiba.).
O resultado não poderia ser diferente.
Perdemos tempo, oportunidades de aprimoramento e caímos numa situação que exigirá o socorro do estado e da União para que Curitiba ganhe um padrão de serviços razoáveis.
Perdemos autonomia e lamentamos acidentes que poderiam ser evitados.
Por enquanto, de acordo com especialistas do município, a culpa é dos motoristas...

Cascaes
11.1.2011

(s.d.). Acesso em 11 de 1 de 2011, disponível em Sociedad Peatonal - Mobilidade Urbana Sustentável: http://sociedadpeatonal.blogspot.com/
Apresentação. (s.d.). Acesso em 11 de 1 de 2011, disponível em URBS - Urbanização de Curitiba S.A.: http://www.urbs.curitiba.pr.gov.br/PORTAL/index.php
Cascaes, J. C. (s.d.). MPL e Sociedad Peatonal em luta. Acesso em 11 de 1 de 2011, disponível em O Transporte Coletivo Urbano - Visões e Tecnologia: http://otransportecoletivourbano.blogspot.com/2010/04/mpl-e-sociedad-peatonal-em-luta.html
Cascaes, J. C. (s.d.). REF.: Solicitação de impugnação ao edital de licitação do transporte coletivo por ônibus em Curitiba. Acesso em 11 de 1 de 2011, disponível em O Transporte Coletivo Urbano - Visões e Tecnologia: http://otransportecoletivourbano.blogspot.com/
Franco, C. (2008). TRÂNSITO COMO EU O ENTENDO, a Ciência da Mobilidade Urbana. Rio de Janeiro: E-papers Serviços Editoriais.
IPPUC Hoje. (s.d.). Acesso em 11 de 1 de 2011, disponível em IPPUC - Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba: http://www.ippuc.org.br/ippucweb/sasi/home/
TERMINAL - SITES (SISTEMA INTEGRADO DE TRANSPORTE PARA O ENSINO ESPECIAL). (s.d.). Acesso em 11 de 1 de 2011, disponível em Portal de Serviços de Curitiba: http://www.curitiba.pr.gov.br/servicos/cidadao/equipamento/terminal-sites-sistema-integrado-de-transporte-para-o-ensino-especial/1373
UFPR. (s.d.). Apresentação e Histórico. Acesso em 11 de 1 de 2011, disponível em Universidade Federal do Paraná - Arquitetura e Urbanismo: http://www.cau.ufpr.br/graduacao/apresentacaoehistorico.htm

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