No dia 8 de janeiro de 2011, reunidos na Praça do Homem Nu, em Curitiba, militantes do Movimento Passe Livre de Curitiba (MPL) foram agredidos covardemente por um grupo de pessoas aparentemente com motivações políticas ou a serviço de algum grupo divergente.
O resultado dessa agressão foi a perda de dois dentes frontais de uma mulher do grupo e a internação do seu líder por suspeita de fratura cerebral.
Na sequência o MPL acionou uma viatura militar, que na perseguição preferiu parar para investigar um grupo de negros sob suspeita de consumo de crack, e na Delegacia da Mulher, com quem entraram em contato telefônico, a resposta foi inibidora de qualquer ação maior.
Ou seja, no dia em que a cidade de Curitiba viu mais um acidente grave (dezenas de feridos) entre ônibus do transporte coletivo urbano, cidadãos que se reuniam pacificamente para discutir a dinâmica suspeita para licitação e outorga de concessões para este serviço, prestes a sofrer um tarifaço, viram-se agredidos “gratuitamente” e por pouco não aconteceu uma tragédia.
O serviço policial mais uma vez mostrou-se inoperante e com indícios de ações preconceituosas.
Felizmente, de um jeito ou de outro, as pessoas atingidas por essa violência terão elementos para protestar e talvez obter algum tipo de compensação judiciária, afinal o evento foi presenciado por muita gente e dá substância para ações jurídicas.
O que mais uma vez surpreende é a intolerância, perversão ou troca de prioridades. Tudo isso é extremamente perigoso.
Afinal, o Brasil caminha para a radicalização política?
O resultado desse tipo de comportamento mostra, ao longo da história, resultados raramente eficazes. Pior ainda, voltamos a ver jovens atacados, agredidos covardemente. Para quê? Afinal debatiam uma situação prejudicial a todos os curitibanos, que merece ações jurídicas, contestações e ações públicas para, no mínimo, evitar-se abusos.
O acidente mencionado, mais um de muitos, é um exemplo da degradação do transporte coletivo urbano na capital paranaense.
Pior ainda é a intolerância sob todos os aspectos. Político, racial, sexual etc., que tipo de Brasil queremos? Mais grave ainda é a ineficácia eventual das autoridades policiais. Temos uma estrutura complexa, cara e ambiciosa, diante da nossa Constituição Federal. Ela precisa funcionar.
Felizmente o governo pode estar evoluindo, aprimorando-se diante da realidade nacional. Pela qualidade dos eleitos podemos e devemos ter esperanças. Alguns a merecem.
O que aconteceu em 8 de janeiro de 2011 (com uma infinidade de alertas durante o ano de 2010) em Curitiba poderia ter tido consequências trágicas. É assunto para discussão e ações fortes de quem entende na defesa dos Direitos do Cidadão, expressos em tantos estatutos e artigos de nossa Constituição.
Vamos ver o que acontece, precisamos mudar para melhor.
Cascaes
9.1.2011
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