Um tema sério e de paixão questionável é o “amor à Natureza”. Essa é uma questão de importância crescente, não apenas pela mudança no meio ambiente, mas até pelos reflexos na nossa própria formação. Para aumento das oportunidades de vida artificial é até necessário ter capacidade de adaptação, mas quanto? Vale a pena? Assim como um astronauta é obrigado a aprender a sobreviver dentro de sua cápsula, todos nós vamo-nos envolvendo em casulos de onde poderemos sair de forma bem diferente das borboletas.
Deformações existenciais são tão prováveis quanto aprimoramentos possíveis. A dúvida é se realmente estamos agindo de forma adequada. Para algum conforto ou temor, contudo, é bom lembrar que a qualquer momento, por um simples choque com um pequeno asteroide, a vida sobre a Terra seria tremendamente afetada, ou seja, os riscos de mudanças são permanentes e já aconteceram diversas vezes no passado. Por bem ou por mais que desejamos manter cenários teremos mudanças drásticas, até a que eliminará a vida sobre esse planeta mutável.
Com certeza a Humanidade está acordando para a importância da sustentabilidade e a vida sadia. O que é preocupante, contudo, é sentir propostas menos importantes do que simplesmente saber viver de forma coerente com as teses de preservação da Natureza.
O volume de consumo de qualquer coisa pode ser um bom indicador econômico, mas também saber viver não é simplesmente gastar e a ativação de todos é possível, dividindo-se melhor as oportunidades de trabalho e criando-se padrões de atividades adicionais, na esperança de se estar contribuindo para um aprimoramento da vida.
É importante questionar hábitos antigos e alienados em relação a tudo o que fazemos. As praias, por exemplo, eram lugares importantes para uma coleção de seres vivos que desaparecem sob os pés e sujeiras dos turistas. Como administrar essa questão? Com certeza é vital a criação de áreas especiais de preservação ambiental em lugares e em número suficientes.
Pescamos?
Impõe-se criar formas de repovoamento de espécies mais visadas pela fome humana.
E no continente, plantar o quê e onde? Criar animais de que jeito?
Nos radicalismos oportunistas temos até posturas técnicas pouco convincentes. Vale o paradoxo até hilariante de se impedir o plantio de espécimes exóticos quando somos todos exóticos, nós e praticamente tudo o que consumimos a partir da Natureza criada por nós. O tema “espécime exótico” precisa, pois, de novas definições assim como a necessidade de cuidados reais com a Natureza, pois nela estamos inseridos e com ela viveremos ou morreremos.
A Natureza é dinâmica e fazemos parte dela e com o espaço, fauna e flora em nossa volta devemos poder viver se a intenção for garantir nossa própria sobrevivência.
O desafio, contudo, é encontrar um padrão conciliatório entre nossas necessidades, desejos e limitações.
Cascaes
31.8.2011
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