terça-feira, 21 de setembro de 2010
PcD, Ética e Política
O dia 21 de setembro[i] é o DIA NACIONAL DE LUTA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA[ii], infelizmente ainda necessário num país em que muitas lideranças instrumentalizaram o idoso e o deficiente, cobrando verbas para sustentação de projetos e fazendo favores em troca de votos. Criado por efeito da Lei Federal 11.1133 de 14 de julho de 2005 (mas realmente inventado em 1982) é mais uma lembrança a todos que existem pessoas com restrições motoras, sensoriais, mentais ou uma combinação dessas limitações, como sói acontecer aos idosos à medida que avançam na idade.
Ética, quando queremos aplicar suas bases filosóficas, e são muitas e diversas, é um “conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade” (Houaiss – Dicionário Digital). Ou seja, pode ser muita coisa, sempre em função da época e cultura de um povo ou de alguma corporação ou segmento, até o elemento único, o ser humano. Estrutura-se em torno de interesses e teorias nem sempre saudáveis ao conjunto e ao próprio indivíduo.
A Política é a arte de governar e de conquista de poderes para tanto.
Estamos em processo de campanha política. Que interesses movem nossos candidatos e seus queridos partidos? Qual é a “ética de governo”?
Voltando ao tema inicial, o DIA NACIONAL DE LUTA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA, notamos que em Curitiba começou sob trovões. Seria um protesto Divino? Temos, de fato, preocupação legítima de nossos governantes e parlamentares (salvo raras e belas exceções) com as PcDs, os idosos, as pessoas doentes (transitoriamente PcDs ou lesadas permanentemente)?
A decisão de se fazer a Copa do Mundo de 2014 no Brasil mostrou uma falha ética monumental entre nossos administradores públicos. De repente tudo se tornou possível. Para termos a oportunidade de ver jogos que nem sabemos quais serão durante duas semanas, em Curitiba, jogamos no lixo até o planejamento urbano integrado, amplo, geral. Vimos, por exemplo, a oferta absurda de espaços para mais ruas verticais (Solo Criado) sem grande preocupação com os efeitos dessa decisão, isso numa cidade que já dá mostras eloqüentes de imobilidade no trânsito de veículos.
Prioridades, nossos políticos estão certos? Por quê esse tema não é debatido com vigor? Seria a famosa ética política a responsável pelo quase silêncio, apenas murmúrios de perplexidade? Faz parte do jogo político ver os adversários se afogarem em seus projetos? Ou pura vaidade de constar de alguma lista da FIFA?
Felizmente temos a imprensa livre mostrando sistematicamente a incoerência em torno dessa questão.
Com certeza existem questões mais importantes do que receber turista durante um mês. Algumas empreiteiras ganharão muito. Restaurantes, hotéis etc. vão faturar nesse mês da Copa. Vamos torcer para termos turistas ricos. O Faustão vai poder fazer o “torpedo patriótico” louvando as virtudes de uma nação de sorvetões a serviço de um grande negócio de gente internacional. Depois é só pagar a conta...
Aliás, o futebol clássico está deixando de ser um esporte para virar um teatro ou cinema, dependendo da forma como é visto (no estádio ou em casa diante de algum televisor). Os espaços para a garotada praticar o que era um esporte popular estão acabando. Nem em frente à casa isso já é possível, as ruas se transformaram em pistas de corrida. As várzeas se transformaram em favelas, avenidas ou parques.
Sim, precisamos de ética, ética sensata e a favor de pessoas que realmente precisam de governo. Será que avançaremos um pouco nessas eleições ou simplesmente referendaremos esse estado de miséria intelectual? Enquanto isso falta dinheiro até para arrumar ponto de embarque de ônibus e mudanças na lógica administrativa das calçadas. As PcD e os idosos que não têm carro que fiquem em casa...
Cascaes
21.9.2010
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[i] http://www.cedipod.org.br/dia21.htm
[ii] DIA NACIONAL DE LUTA DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
Nós, pessoas com deficiência, vimos a público neste nosso Dia Nacional de Luta, refletirmos juntos com a sociedade sobre alguns aspectos.
No Brasil, segundo o IBGE, 14,5% da população tem algum tipo de deficiência (algo em torno de 24,5 milhões de pessoas). Os nossos direitos estão garantidos na Constituição Federal de 1988 e temos uma das legislações mais avançadas sobre os direitos das pessoas com deficiência, das quais citamos algumas:
Lei Federal nº 7.853, de 24/10/1989, dispõe sobre a responsabilidades do poder público nas áreas da educação, saúde, formação profissional, trabalho, recursos humanos, acessibilidade aos espaços públicos, criminalização do preconceito.
Lei Federal nº 8.213, 24/07/1991, dispõe que as empresas com 100 (cem) ou mais empregados devem empregar de 2% a 5% de pessoas com deficiência.
Lei Federal nº 10.098, de 20/12/2000, dispõe sobre acessibilidade nos edifícios públicos ou de uso coletivo, nos edifícios de uso privado, nos veículos de transporte coletivo, nos sistemas de comunicação e sinalização, e ajudas técnicas que contribuam para a autonomia das pessoas com deficiência.
Lei Federal nº 10.436, 24/04/2002, dispõe sobre o reconhecimento da LIBRAS-Língua Brasileira de Sinais para os Surdos
Estes avanços naturalmente não nos “caíram do céu”, foram frutos de muita luta e enfrentamentos e muita vontade de transformar. Muito há que se fazer, para que estas leis saiam do papel fazendo de nós cidadãos.
Conselho Municipal da Pessoa Deficiente/SP
Movimento pelos Direitos das Pessoas Deficientes-MDPD
Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos-FENEIS
Fraternidade Cristã de Doentes e Deficientes-FCD/SP
Assoc. dos Funcionários do Grupo Santander/Banespa-AFUBESP
http://www.portadeacesso.com/artigos_leis/informativos/21_set.htm
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segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Prioridades – quais? Eleger quem?
Talvez algo que não seja muito agradável, mas sempre necessário, é decidir em cima de prioridades analisadas, ponderadas e objetivas. Habitualmente agimos intuitivamente, até porque seria impossível parar todo instante para avaliações do passo seguinte.
Algumas decisões, contudo, precisam ser bem pensadas, pois terão reflexo sobre o resto da vida. Isso vale em todas as esferas de existência do ser humano, sendo causa de sucesso se lógicas sensatas nortearem sua vida.
A Organização das Nações Unidas tem feito um grande esforço para chamar atenção ao que deve ser visto de forma prioritária pelos governos e seus eleitores. No Paraná a FIEP, sob o comando do Dr. Rodrigo da Costa Rocha Loures, abraçou essas questões, que se refletiram no engajamento de sua entidade na promoção das Metas do Milênio dentro dos ODM. No CIETEP inúmeros eventos sistematicamente levantam temas que alertam para a necessidade de atenção de todos, empresários e empregados, estudantes e professores, funcionários e políticos etc. para a importância de propostas universais, humanas. Naturalmente a ONU evolui e outros indicadores aparecem, o fundamental é que se coloca a necessidade de atenção para o que fazer.
O desafio passa a ser: quando, como, quanto, onde, quem, fonte de recursos etc.
Decidir e viabilizar é um problema monumental num país que, por diversas razões, desenvolveu-se mal, apesar da hipotética boa qualidade de alguns de seus governantes. Erramos demais e o resultado é fácil de ser visto. Nossos indicadores sociais são assustadores.
A “Times Higher Education (THE, http://www.timeshighereducation.co.uk/world-university-rankings)” apresentou uma classificação[i] de universidades em que ficamos feio na tabela, mas poderíamos facilmente prescindir dessas avaliações simplesmente observando a situação de nossos alunos e escolas até a poucos anos.
Exemplificando: em janeiro de 1964 ingressei numa escola de Engenharia (Instituto de Eletrotécnica de Itajubá) cujos professores tinham seus salários atrasados. Federal, era a opção de um catarinense para ser engenheiro eletromecânico. Saí de Santa Catarina (que não tinha nenhuma escola similar, ou pior, não tinha universidades) para estudar em Minas Gerais. O Brasil simplesmente vivia paralisado em disputas políticas enquanto o povo, de modo geral, sobrevivia em atividades primárias.
Felizmente o Brasil mudou muito nesse meio século, apesar da tremenda crise econômica e da instabilidade política. Temos escolas precárias e boas, mas já as temos. Também existem exceções e alguns estados já podem se orgulhar da qualidade do ensino público e privado, que devem, acima de tudo, ter no Primeiro Grau uma base universalizada e de excelência.
Um povo bem preparado, com um grau de escolaridade e cultura de bom nível, certamente saberá votar e escolher bem seus candidatos, formar partidos políticos consistentes, programas e ações eficazes para poder evoluir e escolher suas prioridades com critério e maturidade.
Teremos eleições dentro de poucos dias. Quem iremos eleger?
Precisamos de governantes sérios, honestos, bem preparados. Isso não significa a necessidade do candidato apresentar uma coleção de diplomas. Tivemos péssimos governos apesar do grau de escolaridade que traziam. A probabilidade, contudo, de enfrentarmos com sucesso os desafios do século 21 depende muito da formação acadêmica, inteligência e competência dos futuros eleitos, ou seja, não podemos errar nem cair sob em governos simplórios. Educação, Segurança, Energia, Transporte, Saúde... com Sustentabilidade física e moral é o que precisamos.
Vamos cobrar de nossos candidatos a revelação de suas prioridades e projetos. Antes de apertar as teclas da urna eleitoral impõe-se avaliar a sustentabilidade de suas teses diante dos problemas ambientais e sob o prisma da honestidade, seriedade e competência.
Votar certo é o pouco que a Democracia exige de todos nós.
Cascaes
20.9.2010
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[i] http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:rjFJUeZVV9AJ:www.estadao.com.br/noticias/vidae,sem-surpresa-harvard-lidera-ranking-de-universidades,610820,0.htm+classifica%C3%A7%C3%A3o+de+universidades+mundial&cd=2&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
Algumas decisões, contudo, precisam ser bem pensadas, pois terão reflexo sobre o resto da vida. Isso vale em todas as esferas de existência do ser humano, sendo causa de sucesso se lógicas sensatas nortearem sua vida.
A Organização das Nações Unidas tem feito um grande esforço para chamar atenção ao que deve ser visto de forma prioritária pelos governos e seus eleitores. No Paraná a FIEP, sob o comando do Dr. Rodrigo da Costa Rocha Loures, abraçou essas questões, que se refletiram no engajamento de sua entidade na promoção das Metas do Milênio dentro dos ODM. No CIETEP inúmeros eventos sistematicamente levantam temas que alertam para a necessidade de atenção de todos, empresários e empregados, estudantes e professores, funcionários e políticos etc. para a importância de propostas universais, humanas. Naturalmente a ONU evolui e outros indicadores aparecem, o fundamental é que se coloca a necessidade de atenção para o que fazer.
O desafio passa a ser: quando, como, quanto, onde, quem, fonte de recursos etc.
Decidir e viabilizar é um problema monumental num país que, por diversas razões, desenvolveu-se mal, apesar da hipotética boa qualidade de alguns de seus governantes. Erramos demais e o resultado é fácil de ser visto. Nossos indicadores sociais são assustadores.
A “Times Higher Education (THE, http://www.timeshighereducation.co.uk/world-university-rankings)” apresentou uma classificação[i] de universidades em que ficamos feio na tabela, mas poderíamos facilmente prescindir dessas avaliações simplesmente observando a situação de nossos alunos e escolas até a poucos anos.
Exemplificando: em janeiro de 1964 ingressei numa escola de Engenharia (Instituto de Eletrotécnica de Itajubá) cujos professores tinham seus salários atrasados. Federal, era a opção de um catarinense para ser engenheiro eletromecânico. Saí de Santa Catarina (que não tinha nenhuma escola similar, ou pior, não tinha universidades) para estudar em Minas Gerais. O Brasil simplesmente vivia paralisado em disputas políticas enquanto o povo, de modo geral, sobrevivia em atividades primárias.
Felizmente o Brasil mudou muito nesse meio século, apesar da tremenda crise econômica e da instabilidade política. Temos escolas precárias e boas, mas já as temos. Também existem exceções e alguns estados já podem se orgulhar da qualidade do ensino público e privado, que devem, acima de tudo, ter no Primeiro Grau uma base universalizada e de excelência.
Um povo bem preparado, com um grau de escolaridade e cultura de bom nível, certamente saberá votar e escolher bem seus candidatos, formar partidos políticos consistentes, programas e ações eficazes para poder evoluir e escolher suas prioridades com critério e maturidade.
Teremos eleições dentro de poucos dias. Quem iremos eleger?
Precisamos de governantes sérios, honestos, bem preparados. Isso não significa a necessidade do candidato apresentar uma coleção de diplomas. Tivemos péssimos governos apesar do grau de escolaridade que traziam. A probabilidade, contudo, de enfrentarmos com sucesso os desafios do século 21 depende muito da formação acadêmica, inteligência e competência dos futuros eleitos, ou seja, não podemos errar nem cair sob em governos simplórios. Educação, Segurança, Energia, Transporte, Saúde... com Sustentabilidade física e moral é o que precisamos.
Vamos cobrar de nossos candidatos a revelação de suas prioridades e projetos. Antes de apertar as teclas da urna eleitoral impõe-se avaliar a sustentabilidade de suas teses diante dos problemas ambientais e sob o prisma da honestidade, seriedade e competência.
Votar certo é o pouco que a Democracia exige de todos nós.
Cascaes
20.9.2010
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[i] http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:rjFJUeZVV9AJ:www.estadao.com.br/noticias/vidae,sem-surpresa-harvard-lidera-ranking-de-universidades,610820,0.htm+classifica%C3%A7%C3%A3o+de+universidades+mundial&cd=2&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
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terça-feira, 14 de setembro de 2010
E os jovens?
A lógica neoliberal procura transmitir a todos que somos descartáveis, material de consumo e que o mundo é terra do “cada um por si e Deus por todos”. Essa mensagem subliminar se sustentava com o sucesso de um país que aprendeu a explorar a humanidade e afundou querendo ganhar dinheiro demais à custa do seu próprio povo. A esperteza da era Bush, infelizmente, custou muito caro aos nossos irmãos do norte, em todos os continentes. No hemisfério sul o egoísmo é atávico, não surpreendeu, mas aqui a motivação da violência é o mandonismo arbitrário, o prazer sádico do exercício do poder.
No caudilhismo esquerdista temos a alternativa latino-americana, o Governo totalitário, incapaz de gerar um povo inovador, criador, empreendedor. Nesse estilo de dominação vimos situações antológicas (sem ofensa às antas) no Brasil e no Paraná. Perplexos, testemunhamos espetáculos de deboche de pessoas trabalhadoras, sem maior preocupação dos grandes caciques que demonstrar autoridade até sobre indivíduos bem colocados na hierarquia de poder. As ofensas não se limitaram aos meio fortes. Nossa legislação para o inquilino, por exemplo, mudou draconianamente e ninguém protestou (incrível o grau de castração do nosso povo). Aposentado? Que morra! Seguros? Taxas em cima dos trouxas... Pretensos projetos sociais aos poucos se revelam autênticos pesadelos para seus beneficiários. O cidadão comum, quanto mais pobre, mais se transforma em estatística. Solução? Esmolas oficiais mal feitas...
O lucro é a meta (para o Estado a Receita Fiscal e o lucro das estatais). As empresas se viram para mostrar balanços favoráveis. Seja ao custo de “enxugamentos” ou limitações em investimentos e custeios, o fundamental é exibir-se bem para a banca internacional e o cassino entre jogadores de Bolsa; até cafezinho cortaram em companhias que tradicionalmente cuidavam bem de seus “colaboradores”, eufemismo inventado pelos consultores em administração.
Problemas gravíssimos de infraestrutura, por exemplo, foram “empurrados com a barriga” e a incompetência administrativa do ponto de vista técnico tornou-se flagrante. Em dois congressos e seminários vimos isso com exaltação, emoção e tristeza.
Dois eventos vinculados ao CONFEA (Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), a 67ª. Semana Oficial da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia e o 7º. Congresso Nacional dos Profissionais, realizados em Cuiabá, MT, de 22 a 28 de agosto de 2010 e o seminário nacional “Investimento Público: análise e perspectiva”, promovido pelo FISENGE, DIEESE e SENGE-PR com o apoio do IPEA e CREA-PR (9 de julho de 2010, vide blog http://economia-engenharia-e-brasil.blogspot.com/ ) mostraram isso com todas as letras.
Questões importantíssimas foram deixadas para mais tarde, colocando nossas grandes concessionárias, COPEL, por exemplo, sob riscos institucionais diante da inação de muita gente, que deveria ter batalhado para resolver as incoerências de leis mal feitas e decisões equivocadas. Em Curitiba, no desprezo pela opinião pública (devemos ser idiotas na visão desses “administradores”) chegamos ao absurdo de desmontar uma boa lógica técnica em torno do transporte coletivo urbano com uma licitação para outorga de concessões inacreditavelmente mal conduzida e o lixo da RMC será o pesadelo a ser resolvido após as eleições (assim como as tarifas dos ônibus). A solução do que poderia ser fácil, a Copa do Mundo, vê todos os prazos esgotados pela incapacidade de descobrirem alternativas a propostas inaceitáveis. Incrível!
Mas, e os jovens?
Num evento no IEP alguém experiente em política perguntou, e os jovens? Só vimos cabeças brancas.
Sim, e os jovens? Teriam disposição para fugir a seus afazeres domésticos e lutar por ideais que ao longo dos últimos anos foram demolidos sistematicamente?
Felizmente nosso povo é muito diferente daqueles que Hannah Arendt descreve em seu livro (Origens do Totalitarismo, 2007) e simplesmente se afasta de processos políticos que não o atraem após tantas frustrações e vivência em empresas com espírito primário. Se a garotada prefere lutar pelo futebol é na falta de empolgação em torno de um processo político que, no geral, mostrou-se sórdido, hipócrita e agressivo. Ou quem sabe, a ausência dos jovens aconteça porque dentro das grandes empresas não viram ambiente para exercitarem a cidadania, algo que as nossas universidades inibiram na esteira de lógicas repressivas do período militar...
Se queremos um Brasil melhor precisamos empolgar, cativar, reeducar os jovens. Eles são (para nós mais velhos sempre garotos e garotas) e serão o futuro do Brasil. Queremos ver garotos jovens e adultos imberbes empunhando bandeiras sociais, gritando, falando de política. Essa será a vacina contra maus governos e novas ditaduras.
Vale a dúvida, contudo: será que estamos educando de forma correta nossos filhos e netos?
Cascaes
14.9.2010
No caudilhismo esquerdista temos a alternativa latino-americana, o Governo totalitário, incapaz de gerar um povo inovador, criador, empreendedor. Nesse estilo de dominação vimos situações antológicas (sem ofensa às antas) no Brasil e no Paraná. Perplexos, testemunhamos espetáculos de deboche de pessoas trabalhadoras, sem maior preocupação dos grandes caciques que demonstrar autoridade até sobre indivíduos bem colocados na hierarquia de poder. As ofensas não se limitaram aos meio fortes. Nossa legislação para o inquilino, por exemplo, mudou draconianamente e ninguém protestou (incrível o grau de castração do nosso povo). Aposentado? Que morra! Seguros? Taxas em cima dos trouxas... Pretensos projetos sociais aos poucos se revelam autênticos pesadelos para seus beneficiários. O cidadão comum, quanto mais pobre, mais se transforma em estatística. Solução? Esmolas oficiais mal feitas...
O lucro é a meta (para o Estado a Receita Fiscal e o lucro das estatais). As empresas se viram para mostrar balanços favoráveis. Seja ao custo de “enxugamentos” ou limitações em investimentos e custeios, o fundamental é exibir-se bem para a banca internacional e o cassino entre jogadores de Bolsa; até cafezinho cortaram em companhias que tradicionalmente cuidavam bem de seus “colaboradores”, eufemismo inventado pelos consultores em administração.
Problemas gravíssimos de infraestrutura, por exemplo, foram “empurrados com a barriga” e a incompetência administrativa do ponto de vista técnico tornou-se flagrante. Em dois congressos e seminários vimos isso com exaltação, emoção e tristeza.
Dois eventos vinculados ao CONFEA (Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), a 67ª. Semana Oficial da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia e o 7º. Congresso Nacional dos Profissionais, realizados em Cuiabá, MT, de 22 a 28 de agosto de 2010 e o seminário nacional “Investimento Público: análise e perspectiva”, promovido pelo FISENGE, DIEESE e SENGE-PR com o apoio do IPEA e CREA-PR (9 de julho de 2010, vide blog http://economia-engenharia-e-brasil.blogspot.com/ ) mostraram isso com todas as letras.
Questões importantíssimas foram deixadas para mais tarde, colocando nossas grandes concessionárias, COPEL, por exemplo, sob riscos institucionais diante da inação de muita gente, que deveria ter batalhado para resolver as incoerências de leis mal feitas e decisões equivocadas. Em Curitiba, no desprezo pela opinião pública (devemos ser idiotas na visão desses “administradores”) chegamos ao absurdo de desmontar uma boa lógica técnica em torno do transporte coletivo urbano com uma licitação para outorga de concessões inacreditavelmente mal conduzida e o lixo da RMC será o pesadelo a ser resolvido após as eleições (assim como as tarifas dos ônibus). A solução do que poderia ser fácil, a Copa do Mundo, vê todos os prazos esgotados pela incapacidade de descobrirem alternativas a propostas inaceitáveis. Incrível!
Mas, e os jovens?
Num evento no IEP alguém experiente em política perguntou, e os jovens? Só vimos cabeças brancas.
Sim, e os jovens? Teriam disposição para fugir a seus afazeres domésticos e lutar por ideais que ao longo dos últimos anos foram demolidos sistematicamente?
Felizmente nosso povo é muito diferente daqueles que Hannah Arendt descreve em seu livro (Origens do Totalitarismo, 2007) e simplesmente se afasta de processos políticos que não o atraem após tantas frustrações e vivência em empresas com espírito primário. Se a garotada prefere lutar pelo futebol é na falta de empolgação em torno de um processo político que, no geral, mostrou-se sórdido, hipócrita e agressivo. Ou quem sabe, a ausência dos jovens aconteça porque dentro das grandes empresas não viram ambiente para exercitarem a cidadania, algo que as nossas universidades inibiram na esteira de lógicas repressivas do período militar...
Se queremos um Brasil melhor precisamos empolgar, cativar, reeducar os jovens. Eles são (para nós mais velhos sempre garotos e garotas) e serão o futuro do Brasil. Queremos ver garotos jovens e adultos imberbes empunhando bandeiras sociais, gritando, falando de política. Essa será a vacina contra maus governos e novas ditaduras.
Vale a dúvida, contudo: será que estamos educando de forma correta nossos filhos e netos?
Cascaes
14.9.2010
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E os jovens
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Efeito avestruz
Nesta semana dois meteoritos passaram, em termos astronômicos, raspando a Terra. Por muito pouco continentes poderiam ter mudado de forma e cidades pulverizadas se esses corpos celestes colidissem com o nosso planeta. Um vulcão de nome complicado da Islândia quase complicou de vez a economia européia e o acidente da BP parou na undécima hora. Malucos fazem de tudo para que a humanidade volte a ter guerras religiosas.
Mega questões podem inibir a compreensão de problemas menores (e vice versa), fenômeno facilmente reforçado pelas monstrópoles que aos poucos ganham forma, transformando seres humanos em formigas anônimas com uma diferença, cada uma por si.
Já não nos impressionamos com o número de mortes violentas em qualquer final de semana. A violência do trânsito virou rotina e a desonestidade dos políticos e seus financiadores algo a comentar, simplesmente. Nossos candidatos revoltam-se com a divulgação de dados pessoais que deveriam ser públicos e insistem em manobras excludentes, de modo a que o eleitor tenha um mínimo de opções ao votar. O pior, isso tudo acontece sem que nosso povo reaja de forma adequada.
Psicólogos, sociólogos, pedagogos, historiadores, médicos etc. poderão explicar essa capacidade de alienação.
Temos nossas teorias improvisadas, entretanto. É até divertido pensar nas possíveis causas de tanta alienação.
Com certeza a humanidade sempre esteve sob diversos tipos de pesadelos, riscos tremendos à própria sobrevivência. A morte precoce, inesperada e violenta era tão comum que se transformou em elemento fundamental a todas as seitas, religiões, credos filosóficos, esotéricos etc. A Guerra Fria, tão recente, por pouco não deixou a Terra em escombros.
Diante de tudo rezamos muito e fazemos quase nada...
Os exemplos de omissão aparecem até na filosofia de internet, nos livros de auto ajuda e estratégias de campanha política. Pense em você, o mundo é belo, ignore as nuvens escuras...
Em Curitiba estamos vivendo um período que poderá, ao longo de sua história, servir de objeto de estudos científicos sob o tema “alienação”. Começamos o ano com um edital absurdo em relação ao transporte coletivo urbano, vimos os escândalos da ALEP, denúncias gravíssimas em relação a inúmeras questões, sem solução para o lixo, aliás para muitos tipos de lixo, e o que acontece? Quase nada, exceto quando alguma emissora de TV transforma tudo isso em algum show.
Alguns procuram mexer com a consciência popular. Militantes em urbanismo (Sociedad Peatonal, por exemplo, e o grupo FOMUS) já não sabem o que fazer para dizer à nossa gente que muita coisa está errada.
Andando pela cidade notamos que o povo sem automóvel é gente humilde, via de regra com pouca instrução, trabalhando desesperadamente para sustentar a família. E essa é a parte mais atingida da população pelos maus governos.
Seria a miséria material e cultural a base do império de aristocratas e oligarquias?
Parece que sim, se for temos uma grande esperança. O estado do Paraná tem milhões de jovens nas escolas. Nunca tantos freqüentaram os bancos escolares. A internet se universaliza. Blogs, youtube, twitter, emails etc. permitem um padrão de comunicação que, somados à imprensa formal, deverão começar a mudar gerações de brasileiros. Mais ainda, nas universidades, para se ter títulos de mestrado e doutorado na área de humanas, tudo isso é espaço fertilíssimo de teses e dissertações.
Vamos mudar, ainda que não tão rapidamente quanto gostaríamos (afinal de contas existe o voto de legenda somando pontos a favor dos mais estruturados para campanhas e a Justiça, cautelosa, é lenta), mas o nosso povo será diferente, e não vai demorar muito a mostrar isso no voto. Por enquanto sentimos que, se a avestruz não pegou no Brasil, seus hábitos diante do medo são similares aos nossos. Enfiamos a cabeça no primeiro buraco (férias, praias, carnaval, futebol, etc.) que aparece para não vermos (vermes?) em volta.
Cascaes
10.9.2010
Mega questões podem inibir a compreensão de problemas menores (e vice versa), fenômeno facilmente reforçado pelas monstrópoles que aos poucos ganham forma, transformando seres humanos em formigas anônimas com uma diferença, cada uma por si.
Já não nos impressionamos com o número de mortes violentas em qualquer final de semana. A violência do trânsito virou rotina e a desonestidade dos políticos e seus financiadores algo a comentar, simplesmente. Nossos candidatos revoltam-se com a divulgação de dados pessoais que deveriam ser públicos e insistem em manobras excludentes, de modo a que o eleitor tenha um mínimo de opções ao votar. O pior, isso tudo acontece sem que nosso povo reaja de forma adequada.
Psicólogos, sociólogos, pedagogos, historiadores, médicos etc. poderão explicar essa capacidade de alienação.
Temos nossas teorias improvisadas, entretanto. É até divertido pensar nas possíveis causas de tanta alienação.
Com certeza a humanidade sempre esteve sob diversos tipos de pesadelos, riscos tremendos à própria sobrevivência. A morte precoce, inesperada e violenta era tão comum que se transformou em elemento fundamental a todas as seitas, religiões, credos filosóficos, esotéricos etc. A Guerra Fria, tão recente, por pouco não deixou a Terra em escombros.
Diante de tudo rezamos muito e fazemos quase nada...
Os exemplos de omissão aparecem até na filosofia de internet, nos livros de auto ajuda e estratégias de campanha política. Pense em você, o mundo é belo, ignore as nuvens escuras...
Em Curitiba estamos vivendo um período que poderá, ao longo de sua história, servir de objeto de estudos científicos sob o tema “alienação”. Começamos o ano com um edital absurdo em relação ao transporte coletivo urbano, vimos os escândalos da ALEP, denúncias gravíssimas em relação a inúmeras questões, sem solução para o lixo, aliás para muitos tipos de lixo, e o que acontece? Quase nada, exceto quando alguma emissora de TV transforma tudo isso em algum show.
Alguns procuram mexer com a consciência popular. Militantes em urbanismo (Sociedad Peatonal, por exemplo, e o grupo FOMUS) já não sabem o que fazer para dizer à nossa gente que muita coisa está errada.
Andando pela cidade notamos que o povo sem automóvel é gente humilde, via de regra com pouca instrução, trabalhando desesperadamente para sustentar a família. E essa é a parte mais atingida da população pelos maus governos.
Seria a miséria material e cultural a base do império de aristocratas e oligarquias?
Parece que sim, se for temos uma grande esperança. O estado do Paraná tem milhões de jovens nas escolas. Nunca tantos freqüentaram os bancos escolares. A internet se universaliza. Blogs, youtube, twitter, emails etc. permitem um padrão de comunicação que, somados à imprensa formal, deverão começar a mudar gerações de brasileiros. Mais ainda, nas universidades, para se ter títulos de mestrado e doutorado na área de humanas, tudo isso é espaço fertilíssimo de teses e dissertações.
Vamos mudar, ainda que não tão rapidamente quanto gostaríamos (afinal de contas existe o voto de legenda somando pontos a favor dos mais estruturados para campanhas e a Justiça, cautelosa, é lenta), mas o nosso povo será diferente, e não vai demorar muito a mostrar isso no voto. Por enquanto sentimos que, se a avestruz não pegou no Brasil, seus hábitos diante do medo são similares aos nossos. Enfiamos a cabeça no primeiro buraco (férias, praias, carnaval, futebol, etc.) que aparece para não vermos (vermes?) em volta.
Cascaes
10.9.2010
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14:33:00
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Efeito avestruz
Competição institucional
Do Dicionário Houaiss temos que “Institucional” é:
adjetivo de dois gêneros
1 relativo ou pertencente a instituição
Ex.: uma das tarefas do antropólogo é distinguir e classificar os comportamentos i. numa sociedade
2 relativo às instituições do Estado
Ex.: âmbito i. do Estado
3 cuja finalidade é institucionalizar algo
Ex.: ato i.
4 que tem características de instituição
5 Rubrica: publicidade.
que visa estabelecer uma imagem favorável para uma dada marca, empresa, instituição, órgão público ou privado (diz-se da propaganda)
A onda neoliberal, provocando no Brasil um processo de privatização de estatais, teve a simpatia popular, pois muitas delas simplesmente desprezavam o principal, o cliente, o povo. A irritação popular pode ser tanta que até existe lei alertando o cidadão de que é crime tratar mal um funcionário público (Decreto-Lei No 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Art. 331 – Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa).
Tivemos, portanto, uma competição entre a imagem da empresa pública e a expectativa de serviço ou produto dessa mesma companhia sob comando privado. Ela tinha sentido. Muitas estatais, bancos, inclusive, atendiam muito mal e apenas despertavam no cidadão a raiva de ser mal tratado numa empresa que lhe pertencia, ainda que infinitesimalmente.
Sobraram poucas estatais, o risco continua, entretanto. Felizmente para os defensores das empresas sob controle do governo, muitas concessionárias privatizadas mostraram-se terrivelmente ruins, agressivas, até, aos seus clientes.
Vivemos, dessa forma, uma competição entre propostas institucionais que aparecem com força em campanhas eleitorais. Por exemplo, a Copel deve ser privatizada? A Sanepar? O transporte coletivo urbano pode continuar como está? O SUS cumpre suas obrigações? E o INSS, seria melhor se privatizado?
Lamentavelmente a discussão se instala no plano ideológico. Deveríamos ser mais precisos, mais objetivos. Afinal aprendemos a criar indicadores, a fazer pesquisas, a ter elementos matemáticos de avaliação, medição, fazer comparações, estabelecer qualificações etc.
Qualquer solução tem aspectos positivos e negativos.
Com certeza o mais flagrante é a qualidade dos gerentes. Imagina-se que numa estatal seus chefes tenham maior sensibilidade ao cidadão comum; ledo engano, via de regra estão realmente atentos ao que os grandes caciques desejam. Nas empresas privadas a coisa é mais simples, normalmente todos olham os balanços, os indicadores da Bolsa de Valores, os resultados financeiros e a possibilidade de perder o emprego.
Precisamos evoluir e viabilizar inúmeras formas de vigilância e avaliação, principalmente em torno dos serviços essenciais. Nosso povo certamente chegará lá. Temos dezenas de milhões de brasileiros nas escolas, estudando, aprendendo. Vem por aí uma nova geração, mais moderna, melhor preparada. O desafio será, contudo, dar-lhes elementos de independência de julgamento, de discernimento, de capacidade de avaliação, vigilância permanente. O que hoje é estatal amanhã poderá ser privatizado e vice versa. Acima de tudo queremos bons resultados e não simples imagens ou natureza institucional, a favor dessa ou daquela ideologia.
Felizmente aos poucos a humanidade está aprendendo que rótulos dizem muito pouco...
Cascaes
6.9.2010
adjetivo de dois gêneros
1 relativo ou pertencente a instituição
Ex.: uma das tarefas do antropólogo é distinguir e classificar os comportamentos i. numa sociedade
2 relativo às instituições do Estado
Ex.: âmbito i. do Estado
3 cuja finalidade é institucionalizar algo
Ex.: ato i.
4 que tem características de instituição
5 Rubrica: publicidade.
que visa estabelecer uma imagem favorável para uma dada marca, empresa, instituição, órgão público ou privado (diz-se da propaganda)
A onda neoliberal, provocando no Brasil um processo de privatização de estatais, teve a simpatia popular, pois muitas delas simplesmente desprezavam o principal, o cliente, o povo. A irritação popular pode ser tanta que até existe lei alertando o cidadão de que é crime tratar mal um funcionário público (Decreto-Lei No 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Art. 331 – Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa).
Tivemos, portanto, uma competição entre a imagem da empresa pública e a expectativa de serviço ou produto dessa mesma companhia sob comando privado. Ela tinha sentido. Muitas estatais, bancos, inclusive, atendiam muito mal e apenas despertavam no cidadão a raiva de ser mal tratado numa empresa que lhe pertencia, ainda que infinitesimalmente.
Sobraram poucas estatais, o risco continua, entretanto. Felizmente para os defensores das empresas sob controle do governo, muitas concessionárias privatizadas mostraram-se terrivelmente ruins, agressivas, até, aos seus clientes.
Vivemos, dessa forma, uma competição entre propostas institucionais que aparecem com força em campanhas eleitorais. Por exemplo, a Copel deve ser privatizada? A Sanepar? O transporte coletivo urbano pode continuar como está? O SUS cumpre suas obrigações? E o INSS, seria melhor se privatizado?
Lamentavelmente a discussão se instala no plano ideológico. Deveríamos ser mais precisos, mais objetivos. Afinal aprendemos a criar indicadores, a fazer pesquisas, a ter elementos matemáticos de avaliação, medição, fazer comparações, estabelecer qualificações etc.
Qualquer solução tem aspectos positivos e negativos.
Com certeza o mais flagrante é a qualidade dos gerentes. Imagina-se que numa estatal seus chefes tenham maior sensibilidade ao cidadão comum; ledo engano, via de regra estão realmente atentos ao que os grandes caciques desejam. Nas empresas privadas a coisa é mais simples, normalmente todos olham os balanços, os indicadores da Bolsa de Valores, os resultados financeiros e a possibilidade de perder o emprego.
Precisamos evoluir e viabilizar inúmeras formas de vigilância e avaliação, principalmente em torno dos serviços essenciais. Nosso povo certamente chegará lá. Temos dezenas de milhões de brasileiros nas escolas, estudando, aprendendo. Vem por aí uma nova geração, mais moderna, melhor preparada. O desafio será, contudo, dar-lhes elementos de independência de julgamento, de discernimento, de capacidade de avaliação, vigilância permanente. O que hoje é estatal amanhã poderá ser privatizado e vice versa. Acima de tudo queremos bons resultados e não simples imagens ou natureza institucional, a favor dessa ou daquela ideologia.
Felizmente aos poucos a humanidade está aprendendo que rótulos dizem muito pouco...
Cascaes
6.9.2010
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Competição institucional
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Voto de tabela
No processo político brasileiro temos algo estranho, muito estranho. Os candidatos a vice a Senador e para substituto do Presidente da República parecem tirados de livros de aventuras confusas, boas para assustar criancinhas. É difícil de imaginar que um sistema democrático permita essa excrescência, segundo a qual pessoas eventualmente irrelevantes ou desprezíveis aparecem como segundo e até terceiros em chapas importantes. Indivíduos, que não conseguiriam se eleger vereadores em suas cidades, poderão ser até presidentes da República se os titulares vencerem as eleições.
Cabe uma pergunta ao eleitor: já escolheu seu candidato a Senador e Presidente da República? Sabe quem são os vices? Conhece a dinâmica do Poder?
Deveríamos ter eleições separadas para qualquer cargo, em hipótese alguma nessa condição de vinculação. Até porquê parece que nem sempre existe afeto e companheirismo real entre o eleito e seu(s) vice(s), afinal nenhum “galinheiro” aceita dois galos.
A “brincadeira” existe também para os diversos Parlamentos. O famoso “voto de legenda” faz com que, apesar do cuidado de nossas escolhas, na verdade estejamos dando votos aos mais votados do partido. De novo a pergunta, o leitor tem idéia de quem serão os mais votados do partido do seu candidato? Será ele, por acaso? Se não simplesmente estará contribuindo, não raramente, para a entronização de quem não gosta.
Vimos na definição das chapas para o comando do Brasil a guerra para escolha do candidato a vice-presidente. Por quê?
Os três candidatos não têm saúde tão forte a ponto de darem tranqüilidade à nação. Se eleitos viajarão muito, sujeitos, portanto, a todo tipo de acidente. No Brasil temos suspeitas homéricas em relação à morte de algumas personalidades políticas. Carlos Heitor Cony (O Beijo da Morte, 2003) que o diga... Vimos Tancredo eleito e Sarney sendo empossado. A desculpa é a segurança institucional, a normalização democrática. Desse jeito?
Com certeza é hora de uma revisão política. A questão é: como fazê-la? Quando? Mudar o quê?
Tudo começa pequeno. Devemos provocar debates, discussões, estudos, dissertações, teses, doutorados etc.. O fundamental é que nosso povo evolua e corrija as imperfeições de sua “Democracia”. Isso é palpável quando sabemos que agora milhões e milhões de brasileiros freqüentam escolas, tem acesso à internet, estudam e acompanham algo mais que futebol e carnaval. Aliás, os grandes chefes fazem uma força tremenda para que o famoso “pão e circo” não falte no cotidiano dos brasileiros. Essa é uma lição romana que os políticos brasileiros usam intensivamente.
De passo em passo podemos progredir. Temos bons candidatos. Talvez alguns partidos políticos ainda não estejam impregnados de esquemas, de estruturas de cooptação de votos tão odiosos quanto vimos no escândalo da Assembléia Legislativa do Estado do Paraná, agora com “agentes políticos” institucionalizados..
Precisamos escolher criteriosamente em quem votar. Esquecer programas eleitorais e ir fundo na biografia dos candidatos e na de seus companheiros de chapa, seus vices e vices dos vices. Principalmente quem vive por aqui não tem a desculpa da ignorância. Temos bons jornais, rádios, blogs, portais etc. Quem quiser encontrará informações talvez não suficientes, mas necessárias a tirar muitas dúvidas.
O Brasil precisa de nosso respeito, carinho e disposição de luta. Simplesmente bater no peito e cantar o hino nacional é muito pouco. Agora, vote certo, vote conscientemente.
Cascaes
8.9.2010
Cabe uma pergunta ao eleitor: já escolheu seu candidato a Senador e Presidente da República? Sabe quem são os vices? Conhece a dinâmica do Poder?
Deveríamos ter eleições separadas para qualquer cargo, em hipótese alguma nessa condição de vinculação. Até porquê parece que nem sempre existe afeto e companheirismo real entre o eleito e seu(s) vice(s), afinal nenhum “galinheiro” aceita dois galos.
A “brincadeira” existe também para os diversos Parlamentos. O famoso “voto de legenda” faz com que, apesar do cuidado de nossas escolhas, na verdade estejamos dando votos aos mais votados do partido. De novo a pergunta, o leitor tem idéia de quem serão os mais votados do partido do seu candidato? Será ele, por acaso? Se não simplesmente estará contribuindo, não raramente, para a entronização de quem não gosta.
Vimos na definição das chapas para o comando do Brasil a guerra para escolha do candidato a vice-presidente. Por quê?
Os três candidatos não têm saúde tão forte a ponto de darem tranqüilidade à nação. Se eleitos viajarão muito, sujeitos, portanto, a todo tipo de acidente. No Brasil temos suspeitas homéricas em relação à morte de algumas personalidades políticas. Carlos Heitor Cony (O Beijo da Morte, 2003) que o diga... Vimos Tancredo eleito e Sarney sendo empossado. A desculpa é a segurança institucional, a normalização democrática. Desse jeito?
Com certeza é hora de uma revisão política. A questão é: como fazê-la? Quando? Mudar o quê?
Tudo começa pequeno. Devemos provocar debates, discussões, estudos, dissertações, teses, doutorados etc.. O fundamental é que nosso povo evolua e corrija as imperfeições de sua “Democracia”. Isso é palpável quando sabemos que agora milhões e milhões de brasileiros freqüentam escolas, tem acesso à internet, estudam e acompanham algo mais que futebol e carnaval. Aliás, os grandes chefes fazem uma força tremenda para que o famoso “pão e circo” não falte no cotidiano dos brasileiros. Essa é uma lição romana que os políticos brasileiros usam intensivamente.
De passo em passo podemos progredir. Temos bons candidatos. Talvez alguns partidos políticos ainda não estejam impregnados de esquemas, de estruturas de cooptação de votos tão odiosos quanto vimos no escândalo da Assembléia Legislativa do Estado do Paraná, agora com “agentes políticos” institucionalizados..
Precisamos escolher criteriosamente em quem votar. Esquecer programas eleitorais e ir fundo na biografia dos candidatos e na de seus companheiros de chapa, seus vices e vices dos vices. Principalmente quem vive por aqui não tem a desculpa da ignorância. Temos bons jornais, rádios, blogs, portais etc. Quem quiser encontrará informações talvez não suficientes, mas necessárias a tirar muitas dúvidas.
O Brasil precisa de nosso respeito, carinho e disposição de luta. Simplesmente bater no peito e cantar o hino nacional é muito pouco. Agora, vote certo, vote conscientemente.
Cascaes
8.9.2010
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Voto de tabela
Voto direto já
Teremos eleições e os candidatos aos cargos eletivos aparecem dizendo maravilhas do que farão. Deputado (vereador) e Senador podem, quando muito, encaminhar Projetos de Lei, votar em seus ambientes, fazer lobby e discursos. Prometem o que não podem.
Teremos por estado algumas dezenas de representantes, apenas.
Pior ainda, muitos deles realmente vão querer fazer leis, estimular decretos, já os temos demais. Do jeito que vamos precisaremos de habeas corpus preventivo para viver, sempre estaremos infringindo alguma lei, queiramos ou não. É impossível que isso não aconteça, basta ler com atenção o que estabelece nossa legislação.
Precisamos simplificar e ampliar a democracia, viabilizar o Brasil e melhorar a vida de todos.
Isso é possível?
Graças à internet, TVs e rádios estatais (inclusive por internet) podemos dispensar representantes. Os meios de comunicação poderão ser a tribuna de quem tiver idéias, quiser propor algo, talvez dentro de algum critério seletivo, mas já podemos divulgar propostas sem as tremendas limitações que existiam há pouco tempo.
O Projeto Ficha Limpa foi uma demonstração cabal do que é possível.
Todos os brasileiros poderão votar e propor leis. Especialistas da OAB, CREA, IAB etc poderiam organizar as propostas, simplificá-las, criar métodos seletivos para exposição e análise de todos. Uma vez por ano, exceto em emergências, seríamos chamados para votar em urnas eletrônicas ou via internet, decidindo sobre o que fazer.
Precisamos, contudo, do Senado, representando regiões e não estados. Do jeito que está a criação de novos estados mudará a equação de forças sem respeito ao número de eleitores, fazendo de nosso país algo imprevisível. Esses senhores e senhoras, eleitos pelo povo, passando a morar em Brasília, fariam uma vigilância e apoio mais preciso do Governo Federal.
A simplificação da União depende também de melhor distribuição dos impostos. É querer demais que o Governo Federal cuide de tudo, ou melhor, interfira em tudo.
Para tudo isso é fundamental a reforma fiscal. A maior parte dos impostos deve ficar entre estados e municípios. Para a União apenas o que for necessário às suas obrigações reais, ou seja, Poder Judiciário Federal, Forças Armadas, defesa da moeda, Chancelaria, suporte técnico de algumas funções e algumas atividades para sustentação do Distrito Federal, só!
Temos candidatos, quem serão eleitos? Aqueles que, bem apoiados por seus patrocinadores e corporações, conquistarem votos. Isso não é democracia, é outra coisa que não sabemos qualificar.
Votar é algo sagrado, e será melhor se tirarmos intermediários entre o governo real (Presidente, Governador e Prefeito) e o povo. O Poder Executivo precisa trabalhar e não sobreviver, eventualmente à custa de acordos impublicáveis.
Impostos?
Vamos liberar a União, Estados e Municípios, por exemplo, para cobrarem o que for necessário sobre produtos poluentes e nocivos à saúde de modo geral. Cada unidade sabe de si. E as repartições públicas federais? Vamos discutir com profundidade quais merecem ser mantidas. O custo e benefício de cada uma elas precisa ser discutido.
Vamos para um mundo cibernético, dinâmico, interativo. Estamos em situação muito diferente daquela dos tempos de Sócrates, Júlio César, Lincoln ou Getúlio Vargas. É possível criar a maior e mais eficaz democracia do mundo, é só querermos. O que é terrível é escolher em quem votar, sabendo que se votarmos nos melhores, provavelmente estaremos elegendo os piores, afinal os não eleitos carrearão os seus votos para os mais votados. Quem são os mais votados? Normalmente alguns privilegiados que, de alguma forma, serão a opção de eleitores, via de regra indecisos, iludidos, ignorantes e obrigados a escolher seus candidatos de relações enormes e sem sentido.
Vamos repensar nossa “Democracia”?
Cascaes
5.9.2010
Teremos por estado algumas dezenas de representantes, apenas.
Pior ainda, muitos deles realmente vão querer fazer leis, estimular decretos, já os temos demais. Do jeito que vamos precisaremos de habeas corpus preventivo para viver, sempre estaremos infringindo alguma lei, queiramos ou não. É impossível que isso não aconteça, basta ler com atenção o que estabelece nossa legislação.
Precisamos simplificar e ampliar a democracia, viabilizar o Brasil e melhorar a vida de todos.
Isso é possível?
Graças à internet, TVs e rádios estatais (inclusive por internet) podemos dispensar representantes. Os meios de comunicação poderão ser a tribuna de quem tiver idéias, quiser propor algo, talvez dentro de algum critério seletivo, mas já podemos divulgar propostas sem as tremendas limitações que existiam há pouco tempo.
O Projeto Ficha Limpa foi uma demonstração cabal do que é possível.
Todos os brasileiros poderão votar e propor leis. Especialistas da OAB, CREA, IAB etc poderiam organizar as propostas, simplificá-las, criar métodos seletivos para exposição e análise de todos. Uma vez por ano, exceto em emergências, seríamos chamados para votar em urnas eletrônicas ou via internet, decidindo sobre o que fazer.
Precisamos, contudo, do Senado, representando regiões e não estados. Do jeito que está a criação de novos estados mudará a equação de forças sem respeito ao número de eleitores, fazendo de nosso país algo imprevisível. Esses senhores e senhoras, eleitos pelo povo, passando a morar em Brasília, fariam uma vigilância e apoio mais preciso do Governo Federal.
A simplificação da União depende também de melhor distribuição dos impostos. É querer demais que o Governo Federal cuide de tudo, ou melhor, interfira em tudo.
Para tudo isso é fundamental a reforma fiscal. A maior parte dos impostos deve ficar entre estados e municípios. Para a União apenas o que for necessário às suas obrigações reais, ou seja, Poder Judiciário Federal, Forças Armadas, defesa da moeda, Chancelaria, suporte técnico de algumas funções e algumas atividades para sustentação do Distrito Federal, só!
Temos candidatos, quem serão eleitos? Aqueles que, bem apoiados por seus patrocinadores e corporações, conquistarem votos. Isso não é democracia, é outra coisa que não sabemos qualificar.
Votar é algo sagrado, e será melhor se tirarmos intermediários entre o governo real (Presidente, Governador e Prefeito) e o povo. O Poder Executivo precisa trabalhar e não sobreviver, eventualmente à custa de acordos impublicáveis.
Impostos?
Vamos liberar a União, Estados e Municípios, por exemplo, para cobrarem o que for necessário sobre produtos poluentes e nocivos à saúde de modo geral. Cada unidade sabe de si. E as repartições públicas federais? Vamos discutir com profundidade quais merecem ser mantidas. O custo e benefício de cada uma elas precisa ser discutido.
Vamos para um mundo cibernético, dinâmico, interativo. Estamos em situação muito diferente daquela dos tempos de Sócrates, Júlio César, Lincoln ou Getúlio Vargas. É possível criar a maior e mais eficaz democracia do mundo, é só querermos. O que é terrível é escolher em quem votar, sabendo que se votarmos nos melhores, provavelmente estaremos elegendo os piores, afinal os não eleitos carrearão os seus votos para os mais votados. Quem são os mais votados? Normalmente alguns privilegiados que, de alguma forma, serão a opção de eleitores, via de regra indecisos, iludidos, ignorantes e obrigados a escolher seus candidatos de relações enormes e sem sentido.
Vamos repensar nossa “Democracia”?
Cascaes
5.9.2010
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Voto direto já
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
O ônibus e as Normas Técnicas
Há anos sonhamos com normas técnicas para as calçadas e os ônibus.
Passeios seguros, pontos de embarque bem feitos, sistemas de segurança, iluminação pública, mobilidade sem obstáculos e armadilhas e veículos tão bons quanto possível formam um conjunto essencial a cidades que crescem sem parar e pretendem oferecer a seus cidadãos o que precisam para uma vida digna.
Dedicando esse artigo aos ônibus, já que falar de calçadas parece algo inútil numa cidade, Curitiba, que esqueceu os pedestres a ponto de manter orelhões absurdos, apesar dos protestos constantes e veementes dos deficientes visuais, podemos agora destacar avanços importantes no âmbito da ABNT em relação aos ônibus, não, sem antes, colocar nossas opiniões.
Precisamos de normas rígidas, que valorizem e imponham, onde for possível, veículos de piso rebaixado (principalmente), com controles de aceleração e desaceleração, ajoelhamento, suspensão inteligente, monitoramento total, freios de última geração, motores tão pouco poluidores quanto possível, desenho universal etc. e isentos de impostos, favorecidos por subsídios, valorizados pelos administradores públicos.
Isso é possível no Brasil, um país que exporta chassis e ônibus completos dentro das melhores técnicas e descobre montanhas de dinheiro para a Copa do Mundo de 2014.
Em 2009 visitamos a Volvo onde, com muito orgulho, o Sr. Gilcarlo Prosdócimo mostrou-nos detalhes do chassis B9S, uma plataforma articulada com piso baixo total (100% rebaixado) e características técnicas de primeira linha, que três das maiores encarroçadoras brasileiras completaram num programa de exportação para o Chile. Apresentou-nos também a opção não articulada, piso parcialmente rebaixado com chassis B7RLE. Exportaram 2100 unidades (B9S e B7RLE) para a cidade de Santiago, e aqui?
A Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT, lançou (entre outras) duas normas, a NBR 15570 – “Especificações técnicas para fabricação de veículos de características urbanas para transporte coletivo de passageiros”, norma para fabricação de ônibus urbanos (antiga NBR14022) e a NBR 15646 para plataformas elevatórias e rampas para ônibus urbanos. Representando um grande avanço poderiam ser melhores, contudo. De qualquer forma as normas NBR15646 e NBR15570, lançadas em fevereiro de 2008 e janeiro de 2009 respectivamente, já nasceram compulsórias e isto é muito significativo, pois caso o fabricante não tenha o certificado do INMETRO[i] comprovando que atende realmente todos os requisitos da norma não poderá comercializar tal equipamento.
Em Curitiba temos visto acidentes terríveis, que podem ser explicados de diversas formas, talvez a mais evidente seja a fragilidade dos critérios técnicos de segurança no projeto, nas especificações construtivas e operacionais dos ônibus. Com surpresa notamos, há poucos anos, a degradação de especificações que pareciam consolidadas por aqui. Ônibus com motor dianteiro, layout ruim, características técnicas deploráveis apareceram assustando quem estudou o assunto.
Os ônibus são veículos pesados, disputando espaços com pedestres, ciclistas, motociclistas, automóveis, caminhões e outros coletivos, produzindo ruídos e gases, cumprindo, entretanto, uma função extremamente importante para todos, inclusive aqueles que não precisam do transporte coletivo urbano.
Existem aspectos que são próprios à Engenharia Mecânica, Arquitetura, Urbanismo, Processamento de Dados, Sociologia etc. que fazem de normas dessa espécie tema permanente de análise, ou seja, deveríamos discutir e avaliar sempre tudo o que a ABNT produz. Infelizmente isso não acontece com a intensidade desejável.
Felizmente tivemos a oportunidade de conhecer a Arquiteta e Enga. de Segurança Vera Lúcia de Campos Corrêa Shebalj (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia do Paraná – IBAPE PR), membro atuante da ABNT, e retomar contato com o engenheiro Sérgio Yamawaki (DAIKEN), outro guerreiro a favor de boas normas técnicas e partícipe de grupos da ABNT. Com o time da Sociedad Peatonal, do Movimento do Passe Livre e outros amigos (UFPR, CREA, MP do PR, ONGs etc. e o trabalho sensacional da Gazeta do Povo) podemos, quem sabe, aprofundar esse debate que no FOMUS, grupo de discussão (internet) sobre mobilidade, ganhou intensidade surpreendente, graças à liderança dos engenheiros André Caon Lima e Roberto Ghidini.
Temos a convicção de que lutar pela boa mobilidade urbana é tema atual, adequado às teses de sustentabilidade, acessibilidade, dignidade, enfim.
E as Normas Técnicas sobre calçadas, ciclovias, ônibus, pisos etc., que grande entidade poderia oferecer um ambiente adequado para sua discussão em Curitiba?
Cascaes
3.9.2010
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[i] Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - Inmetro - é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que atua como Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro), colegiado interministerial, que é o órgão normativo do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro).
Objetivando integrar uma estrutura sistêmica articulada, o Sinmetro, o Conmetro e o Inmetro foram criados pela Lei 5.966, de 11 de dezembro de 1973, cabendo a este último substituir o então Instituto Nacional de Pesos e Medidas (INPM) e ampliar significativamente o seu raio de atuação a serviço da sociedade brasileira.
No âmbito de sua ampla missão institucional, o Inmetro objetiva fortalecer as empresas nacionais, aumentando sua produtividade por meio da adoção de mecanismos destinados à melhoria da qualidade de produtos e serviços.
Sua missão é prover confiança à sociedade brasileira nas medições e nos produtos, através da metrologia e da avaliação da conformidade, promovendo a harmonização das relações de consumo, a inovação e a competitividade do País.
Passeios seguros, pontos de embarque bem feitos, sistemas de segurança, iluminação pública, mobilidade sem obstáculos e armadilhas e veículos tão bons quanto possível formam um conjunto essencial a cidades que crescem sem parar e pretendem oferecer a seus cidadãos o que precisam para uma vida digna.
Dedicando esse artigo aos ônibus, já que falar de calçadas parece algo inútil numa cidade, Curitiba, que esqueceu os pedestres a ponto de manter orelhões absurdos, apesar dos protestos constantes e veementes dos deficientes visuais, podemos agora destacar avanços importantes no âmbito da ABNT em relação aos ônibus, não, sem antes, colocar nossas opiniões.
Precisamos de normas rígidas, que valorizem e imponham, onde for possível, veículos de piso rebaixado (principalmente), com controles de aceleração e desaceleração, ajoelhamento, suspensão inteligente, monitoramento total, freios de última geração, motores tão pouco poluidores quanto possível, desenho universal etc. e isentos de impostos, favorecidos por subsídios, valorizados pelos administradores públicos.
Isso é possível no Brasil, um país que exporta chassis e ônibus completos dentro das melhores técnicas e descobre montanhas de dinheiro para a Copa do Mundo de 2014.
Em 2009 visitamos a Volvo onde, com muito orgulho, o Sr. Gilcarlo Prosdócimo mostrou-nos detalhes do chassis B9S, uma plataforma articulada com piso baixo total (100% rebaixado) e características técnicas de primeira linha, que três das maiores encarroçadoras brasileiras completaram num programa de exportação para o Chile. Apresentou-nos também a opção não articulada, piso parcialmente rebaixado com chassis B7RLE. Exportaram 2100 unidades (B9S e B7RLE) para a cidade de Santiago, e aqui?
A Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT, lançou (entre outras) duas normas, a NBR 15570 – “Especificações técnicas para fabricação de veículos de características urbanas para transporte coletivo de passageiros”, norma para fabricação de ônibus urbanos (antiga NBR14022) e a NBR 15646 para plataformas elevatórias e rampas para ônibus urbanos. Representando um grande avanço poderiam ser melhores, contudo. De qualquer forma as normas NBR15646 e NBR15570, lançadas em fevereiro de 2008 e janeiro de 2009 respectivamente, já nasceram compulsórias e isto é muito significativo, pois caso o fabricante não tenha o certificado do INMETRO[i] comprovando que atende realmente todos os requisitos da norma não poderá comercializar tal equipamento.
Em Curitiba temos visto acidentes terríveis, que podem ser explicados de diversas formas, talvez a mais evidente seja a fragilidade dos critérios técnicos de segurança no projeto, nas especificações construtivas e operacionais dos ônibus. Com surpresa notamos, há poucos anos, a degradação de especificações que pareciam consolidadas por aqui. Ônibus com motor dianteiro, layout ruim, características técnicas deploráveis apareceram assustando quem estudou o assunto.
Os ônibus são veículos pesados, disputando espaços com pedestres, ciclistas, motociclistas, automóveis, caminhões e outros coletivos, produzindo ruídos e gases, cumprindo, entretanto, uma função extremamente importante para todos, inclusive aqueles que não precisam do transporte coletivo urbano.
Existem aspectos que são próprios à Engenharia Mecânica, Arquitetura, Urbanismo, Processamento de Dados, Sociologia etc. que fazem de normas dessa espécie tema permanente de análise, ou seja, deveríamos discutir e avaliar sempre tudo o que a ABNT produz. Infelizmente isso não acontece com a intensidade desejável.
Felizmente tivemos a oportunidade de conhecer a Arquiteta e Enga. de Segurança Vera Lúcia de Campos Corrêa Shebalj (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia do Paraná – IBAPE PR), membro atuante da ABNT, e retomar contato com o engenheiro Sérgio Yamawaki (DAIKEN), outro guerreiro a favor de boas normas técnicas e partícipe de grupos da ABNT. Com o time da Sociedad Peatonal, do Movimento do Passe Livre e outros amigos (UFPR, CREA, MP do PR, ONGs etc. e o trabalho sensacional da Gazeta do Povo) podemos, quem sabe, aprofundar esse debate que no FOMUS, grupo de discussão (internet) sobre mobilidade, ganhou intensidade surpreendente, graças à liderança dos engenheiros André Caon Lima e Roberto Ghidini.
Temos a convicção de que lutar pela boa mobilidade urbana é tema atual, adequado às teses de sustentabilidade, acessibilidade, dignidade, enfim.
E as Normas Técnicas sobre calçadas, ciclovias, ônibus, pisos etc., que grande entidade poderia oferecer um ambiente adequado para sua discussão em Curitiba?
Cascaes
3.9.2010
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[i] Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - Inmetro - é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que atua como Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro), colegiado interministerial, que é o órgão normativo do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro).
Objetivando integrar uma estrutura sistêmica articulada, o Sinmetro, o Conmetro e o Inmetro foram criados pela Lei 5.966, de 11 de dezembro de 1973, cabendo a este último substituir o então Instituto Nacional de Pesos e Medidas (INPM) e ampliar significativamente o seu raio de atuação a serviço da sociedade brasileira.
No âmbito de sua ampla missão institucional, o Inmetro objetiva fortalecer as empresas nacionais, aumentando sua produtividade por meio da adoção de mecanismos destinados à melhoria da qualidade de produtos e serviços.
Sua missão é prover confiança à sociedade brasileira nas medições e nos produtos, através da metrologia e da avaliação da conformidade, promovendo a harmonização das relações de consumo, a inovação e a competitividade do País.
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14:07:00
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O ônibus,
Sociedad Peatonal
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
A mediocridade e o governo do estado
A mediocridade tem um pecado grave, não mostra custos definidos, é bem comportada, não se expõe.
Precisamos de bons governos. Se o Brasil engatinha dependendo do acasalamento de touros e vacas, galos e galinhas e sementes de cereais, se demoramos a sair da mesmice dos projetos antigos, apesar da sorte relativa de descobrir petróleo e gás lá no fundo do oceano, poderíamos estar muito além, melhor, mais competitivos e produtivos, com nosso povo feliz, sem depender de esmolas oficiais e da necessidade lamber seus sapatos.
Felizmente temos gente que pensa e trabalha, cria e planeja o futuro. Assim, sem citar a fonte, mostro a seguir a contribuição de um amigo que aprendi a respeitar ao longo dos anos, falando do Paraná, da Copel e de sua área de Telecomunicações e Informática:
Na área das telecomunicações, a COPEL tem hoje implementada a maior rede de fibras ópticas que não está sob o controle das operadoras, rede essa que continua crescendo.
O desafio, daqui para frente, é fazer com que essa rede produza, rápida e eficientemente, mais e melhores serviços de valor agregado para as pessoas e para as empresas. Nesse sentido, propõe-se que a COPEL, em conjunto com a UFPR, a FIEP e outras instituições, organismos e agentes, tanto públicos quanto privados, unam-se no sentido de que o Paraná, nos próximos 4 anos, possa se tornar o pólo de atração e desenvolvimento de conteúdos e aplicações inovadoras para as infovias.
Essa é uma proposta que a COPEL já está chamando de BEL-i9 e que deve ser levada adiante e impulsionada pela próxima gestão, pelo seu potencial de gerar renda e empregos qualificados, de atrair indústrias da era do conhecimento para o Estado, e, principalmente, de reduzir o chamado "custo Paraná", produzindo, por meio de conteúdos inovadores e aplicações, maior eficiência para os diferentes setores produtivos, da indústria, do comércio, de serviços em geral.
É muito claro que a COPEL é o motor do desenvolvimento do Paraná. Essa é a nossa cultura!
Todavia, vale destacar que, nos últimos 15 anos, a COPEL foi progressivamente perdendo sua característica técnica e adotando uma postura essencialmente financista. Como se uma empresa como ela existisse primordialmente para gerar caixa, ao invés de voltar-se, antes de tudo, para o desenvolvimento do Estado e melhoria da condição de vida dos paranaenses. Com essa postura, pode-se dizer que ela ficou "menos humana", colocando-se o dinheiro acima das pessoas e da sua missão desenvolvimentista.
Há 15 anos, a COPEL possuía várias dezenas de mestres e doutores, que estavam principalmente locados no Centro de Hidráulica (CEHPAR), no LACTEC (naquela época, "LAC"), no SIMEPAR e no LAME. Hoje, com a desvinculação dessas unidades contam-se nos dedos, de uma única mão, os doutores da COPEL.
Em plena era do conhecimento, a empresa regrediu para uma cultura fordista. De uma companhia que empreendia projetos arrojados, inovadores e importantes para o Estado, foi-se tornando uma "fábrica" eficiente, repetidora de metodologias e técnicas já existentes e bem conhecidas. Perdeu-se muito em criatividade, o espírito inovador, a cultura de empreender. E, como "fábrica", seus empregados mais qualificados foram sendo desprestigiados (inclusive salarialmente) e, progressivamente, substituídos pelos novos contratados, sem a mesma experiência, conhecimento e comprometimento.
O LACTEC (incluindo CEHPAR), SIMEPAR e LAME precisam ser retomados para o original controle da COPEL e da UFPR, como eram no início. Hoje, ficaram organismos "sem dono", portanto sujeitos a políticas e politicagens, o que jamais pode acontecer com unidades de excelência técnico-científica. Precisam voltar a oxigenar a empresa com novos conhecimentos e, especialmente, com a cultura que existia: a do empreendedorismo inovador voltado para o progresso do Paraná e dos paranaenses. Os laços com a UFPR devem ser estreitados, para que esses dois importantes organismos voltem juntos a produzirem desenvolvimento.
A COPEL deve voltar a atrair as melhores competências, os engenheiros e técnicos mais qualificados, que procurem a empresa e queiram permanecer nela, porque nela encontrarão ambiente adequado para se desenvolverem, sendo recompensados por salários dignos e compatíveis com sua qualificação e desempenho. [
Os copelianos remanescentes ainda carregam capacidade tecnológica e espírito pioneiro, e poderão auxiliar a próxima gestão do governo do Estado em várias frentes, independentemente de quem venha a ser o novo governador.
Para pensar.
Cascaes
2.9.2010
Precisamos de bons governos. Se o Brasil engatinha dependendo do acasalamento de touros e vacas, galos e galinhas e sementes de cereais, se demoramos a sair da mesmice dos projetos antigos, apesar da sorte relativa de descobrir petróleo e gás lá no fundo do oceano, poderíamos estar muito além, melhor, mais competitivos e produtivos, com nosso povo feliz, sem depender de esmolas oficiais e da necessidade lamber seus sapatos.
Felizmente temos gente que pensa e trabalha, cria e planeja o futuro. Assim, sem citar a fonte, mostro a seguir a contribuição de um amigo que aprendi a respeitar ao longo dos anos, falando do Paraná, da Copel e de sua área de Telecomunicações e Informática:
Na área das telecomunicações, a COPEL tem hoje implementada a maior rede de fibras ópticas que não está sob o controle das operadoras, rede essa que continua crescendo.
O desafio, daqui para frente, é fazer com que essa rede produza, rápida e eficientemente, mais e melhores serviços de valor agregado para as pessoas e para as empresas. Nesse sentido, propõe-se que a COPEL, em conjunto com a UFPR, a FIEP e outras instituições, organismos e agentes, tanto públicos quanto privados, unam-se no sentido de que o Paraná, nos próximos 4 anos, possa se tornar o pólo de atração e desenvolvimento de conteúdos e aplicações inovadoras para as infovias.
Essa é uma proposta que a COPEL já está chamando de BEL-i9 e que deve ser levada adiante e impulsionada pela próxima gestão, pelo seu potencial de gerar renda e empregos qualificados, de atrair indústrias da era do conhecimento para o Estado, e, principalmente, de reduzir o chamado "custo Paraná", produzindo, por meio de conteúdos inovadores e aplicações, maior eficiência para os diferentes setores produtivos, da indústria, do comércio, de serviços em geral.
É muito claro que a COPEL é o motor do desenvolvimento do Paraná. Essa é a nossa cultura!
Todavia, vale destacar que, nos últimos 15 anos, a COPEL foi progressivamente perdendo sua característica técnica e adotando uma postura essencialmente financista. Como se uma empresa como ela existisse primordialmente para gerar caixa, ao invés de voltar-se, antes de tudo, para o desenvolvimento do Estado e melhoria da condição de vida dos paranaenses. Com essa postura, pode-se dizer que ela ficou "menos humana", colocando-se o dinheiro acima das pessoas e da sua missão desenvolvimentista.
Há 15 anos, a COPEL possuía várias dezenas de mestres e doutores, que estavam principalmente locados no Centro de Hidráulica (CEHPAR), no LACTEC (naquela época, "LAC"), no SIMEPAR e no LAME. Hoje, com a desvinculação dessas unidades contam-se nos dedos, de uma única mão, os doutores da COPEL.
Em plena era do conhecimento, a empresa regrediu para uma cultura fordista. De uma companhia que empreendia projetos arrojados, inovadores e importantes para o Estado, foi-se tornando uma "fábrica" eficiente, repetidora de metodologias e técnicas já existentes e bem conhecidas. Perdeu-se muito em criatividade, o espírito inovador, a cultura de empreender. E, como "fábrica", seus empregados mais qualificados foram sendo desprestigiados (inclusive salarialmente) e, progressivamente, substituídos pelos novos contratados, sem a mesma experiência, conhecimento e comprometimento.
O LACTEC (incluindo CEHPAR), SIMEPAR e LAME precisam ser retomados para o original controle da COPEL e da UFPR, como eram no início. Hoje, ficaram organismos "sem dono", portanto sujeitos a políticas e politicagens, o que jamais pode acontecer com unidades de excelência técnico-científica. Precisam voltar a oxigenar a empresa com novos conhecimentos e, especialmente, com a cultura que existia: a do empreendedorismo inovador voltado para o progresso do Paraná e dos paranaenses. Os laços com a UFPR devem ser estreitados, para que esses dois importantes organismos voltem juntos a produzirem desenvolvimento.
A COPEL deve voltar a atrair as melhores competências, os engenheiros e técnicos mais qualificados, que procurem a empresa e queiram permanecer nela, porque nela encontrarão ambiente adequado para se desenvolverem, sendo recompensados por salários dignos e compatíveis com sua qualificação e desempenho. [
Os copelianos remanescentes ainda carregam capacidade tecnológica e espírito pioneiro, e poderão auxiliar a próxima gestão do governo do Estado em várias frentes, independentemente de quem venha a ser o novo governador.
Para pensar.
Cascaes
2.9.2010
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13:53:00
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A mediocridade e o governo do estado
O perigo do transporte
A resolução do CONTRAN determinando a utilização de cadeirinhas especiais para crianças em automóveis é no mínimo intrigante. Muitos são os recursos modernos a favor da segurança em veículos e o CONTRAN centrou uma decisão até polêmica, diante dos resultados que os autores do livro Superfreakonomics (As cadeirinhas de crianças nos carros só servem até os dois anos, quando a criança é pequena e não cabe nos cintos normais. Depois, não há diferença estatística em termos de vidas salvas) destacam nos EUA. Lá a existência de piscinas em residências mostrou-se muitíssimo mais grave que a utilização ou não desse equipamento de segurança.
E se a segurança das crianças é importante, por quê não determiná-las em taxis, ônibus escolares e de transporte coletivo urbanos e interurbanos?
Considerando a intensidade da multa (7 pontos perdidos na carteira do motorista e R$ 191,54 de multa) pode-se imaginar a gravidade percebida pelos especialistas que a definiram. Insistindo, contudo, se é tão perigoso para uma criança ir sentada no banco de trás de um automóvel, se o cinto de segurança não é suficiente, por quê desprezam a segurança de crianças, jovens, adultos e idosos em ônibus urbanos?
A falta de coerência de nossas autoridades é preocupante. Temos situações de risco consideráveis. Em Curitiba, ilustrando, os ônibus que trafegam pelas canaletas (mão e contramão) podem atingir 60 km/h, o que significaria, num impacto frontal, 120 km/h de velocidade relativa, condição que certamente matará muita gente. Além disso, esses veículos em todas as cidades brasileiras, articulados ou não, competem com pedestres, ciclistas, motociclistas, taxistas e motoristas de carros e caminhões espaços cada vez mais reduzidos.
É louvável a preocupação do CONTRAN, devemos, contudo, perguntar:
E os ônibus? Será que dentro deles as crianças estarão mais seguras?
O Brasil é um país estranho. Nossa capital foi instalada no centro do país e lá funcionários já antigos em suas salas ditam regras para o Brasil inteiro. Essa centralização é perigosa. Aliás, gravíssima em todos os sentidos, a começar pela distribuição dos impostos que faltam aos municípios e estados, de onde saem montanhas de dinheiro que desaparecem em contas mágicas do Banco Central.
Segurança das crianças, quanto existe por fazer... Podemos começar pelas calçadas, pelas proteções que deveriam ter para que meninos e meninas não saíssem em direção às ruas sem pensar, na educação de motoristas e responsáveis por esses futuros adultos, na importância da direção segura a favor do pedestre, qualidade das calçadas, iluminação pública, desobstrução dos passeios etc.
No Brasil “a coisa” parece andar bem quando é para inventar custos e multas.
Precisamos repensar essas estratégias, talvez descentralizar leis que, se são ótimas para os funcionários federais em Brasília, talvez não sejam adequadas por aqui, onde, quem sabe, outras ações seriam amais eficazes, como, por exemplo, proibir radicalmente que motoristas e veículos precários dirijam seria lei severa.
Com bom senso o Brasil será melhor. Isso, contudo, dependerá muito de quem elegermos. Por isso é extremamente importante o voto consciente, a atenção nas qualidades de nossos candidatos. Nossos erros, eleitores, têm custado a vida de centenas de milhares de brasileiros...
Cascaes
1.9.2010
E se a segurança das crianças é importante, por quê não determiná-las em taxis, ônibus escolares e de transporte coletivo urbanos e interurbanos?
Considerando a intensidade da multa (7 pontos perdidos na carteira do motorista e R$ 191,54 de multa) pode-se imaginar a gravidade percebida pelos especialistas que a definiram. Insistindo, contudo, se é tão perigoso para uma criança ir sentada no banco de trás de um automóvel, se o cinto de segurança não é suficiente, por quê desprezam a segurança de crianças, jovens, adultos e idosos em ônibus urbanos?
A falta de coerência de nossas autoridades é preocupante. Temos situações de risco consideráveis. Em Curitiba, ilustrando, os ônibus que trafegam pelas canaletas (mão e contramão) podem atingir 60 km/h, o que significaria, num impacto frontal, 120 km/h de velocidade relativa, condição que certamente matará muita gente. Além disso, esses veículos em todas as cidades brasileiras, articulados ou não, competem com pedestres, ciclistas, motociclistas, taxistas e motoristas de carros e caminhões espaços cada vez mais reduzidos.
É louvável a preocupação do CONTRAN, devemos, contudo, perguntar:
E os ônibus? Será que dentro deles as crianças estarão mais seguras?
O Brasil é um país estranho. Nossa capital foi instalada no centro do país e lá funcionários já antigos em suas salas ditam regras para o Brasil inteiro. Essa centralização é perigosa. Aliás, gravíssima em todos os sentidos, a começar pela distribuição dos impostos que faltam aos municípios e estados, de onde saem montanhas de dinheiro que desaparecem em contas mágicas do Banco Central.
Segurança das crianças, quanto existe por fazer... Podemos começar pelas calçadas, pelas proteções que deveriam ter para que meninos e meninas não saíssem em direção às ruas sem pensar, na educação de motoristas e responsáveis por esses futuros adultos, na importância da direção segura a favor do pedestre, qualidade das calçadas, iluminação pública, desobstrução dos passeios etc.
No Brasil “a coisa” parece andar bem quando é para inventar custos e multas.
Precisamos repensar essas estratégias, talvez descentralizar leis que, se são ótimas para os funcionários federais em Brasília, talvez não sejam adequadas por aqui, onde, quem sabe, outras ações seriam amais eficazes, como, por exemplo, proibir radicalmente que motoristas e veículos precários dirijam seria lei severa.
Com bom senso o Brasil será melhor. Isso, contudo, dependerá muito de quem elegermos. Por isso é extremamente importante o voto consciente, a atenção nas qualidades de nossos candidatos. Nossos erros, eleitores, têm custado a vida de centenas de milhares de brasileiros...
Cascaes
1.9.2010
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04:41:00
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O perigo do transporte
A decadência do transporte coletivo urbano de Curitiba
A capital paranaense teve momentos clássicos a favor de uma política de urbanismo inteligente. O arquiteto e ex-prefeito Jaime Lerner teve disposição para implantar as canaletas apesar da resistência feroz de muitos curitibanos assim como a criação de jardins lineares, que hoje poderiam ser avenidas à disposição para motoristas e suas corridas.
Na seqüência, quando Roberto Requião foi prefeito, definimos padrões técnicos para os ônibus, introduzimos a bilhetagem automática com fichas metálicas (inibindo trocas prejudiciais aos usuários), criou-se a frota pública, o pagamento por quilômetro foi implantado, o custo de gerenciamento (URBS) impedido de pesar na planilha de tarifas, os empresários deixaram de ser concessionários para virarem permissionários etc. Paralelamente já no início da instalação das canaletas tivemos as estações de integração e sempre a preocupação de se priorizar e melhorar o transporte coletivo.
As novas teses (mundiais) de urbanismo recomendam sistemas que reduzam a poluição e evitem o transporte motorizado individual. O transporte coletivo urbano está na moda e para regiões maiores até sistemas de trens suburbanos entram na pauta dos planejadores.
Infelizmente em Curitiba vivemos um período de decadência. A cidade foi dividida em três áreas de concessão travando a liberdade dos planejadores, os operadores assumiram compromisso de aumentar a velocidade média dos ônibus (pondo em risco maior a população, vide reportagem http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=1042371&tit=Mais-um-onibus-desgovernado) e todas as lógicas de priorização do transporte coletivo gradativamente abandonadas.
São conceitos que podem ter amparo na redução do preço dos automóveis e conforto de quem pode usá-los e por efeito a falta de segurança do pedestre, desprezo pelas calçadas (péssimas), iluminação sem atenção ao ciclista ou caminhante, armadilhas por todo lado, e que encontram uma cidade saturada, sem espaços para mais veículos, principalmente carros para uso e lazer de motoristas de forma aleatória.
Precisamos convencer, mostrar, explicar, demonstrar ao povo curitibano que as atuais diretrizes são ruins, perigosas, inclusive.
Os acidentes com ônibus estão aparecendo nas estatísticas e podem ser autênticas tragédias. Motoristas estressados e veículos nem sempre adequados ao desafio de andar pela cidade ainda poderão aleijar ou matar muita gente que, ainda por luxo, caminha sobre calçadas péssimas e cheias de trambolhos.
Temos o projeto do metrô num trajeto pouco inteligente. Até nisso erraram. Para quê substituir a linha de superfície? Não seria mais lógico começar com um trajeto circular unindo terminais? Onde estão as pesquisas de origem e destino e as geológicas, de impacto ambiental etc. que recomendaram esse trajeto? Quem vai pagar o sistema?
Mais grave ainda a coisa parece para quem se criou em manutenção e operação de grandes instalações. Ainda não temos a empresa de metrô de Curitiba, ela não possui profissionais sendo preparados, acompanhando projetos e especificações, sendo treinada para a operação e manutenção das composições ferroviárias. Ou seja, começamos mal.
Concluindo vemos um quadro de irresponsabilidade assustador e desnecessário. Por quê?
Parabéns à Sociedad Peatonal e ao Movimento Passe livre, pelo menos temos um grupo de especialistas e cidadãos protestando, denunciando questões que deveriam ser melhor discutidas. Só lamentamos a ausência forte, enérgica, decidida de outras entidades.
Precisamos de todos nessa luta por um futuro melhor para o povo de Curitiba e sua Região Metropolitana.
Cascaes
1.9.2010
Na seqüência, quando Roberto Requião foi prefeito, definimos padrões técnicos para os ônibus, introduzimos a bilhetagem automática com fichas metálicas (inibindo trocas prejudiciais aos usuários), criou-se a frota pública, o pagamento por quilômetro foi implantado, o custo de gerenciamento (URBS) impedido de pesar na planilha de tarifas, os empresários deixaram de ser concessionários para virarem permissionários etc. Paralelamente já no início da instalação das canaletas tivemos as estações de integração e sempre a preocupação de se priorizar e melhorar o transporte coletivo.
As novas teses (mundiais) de urbanismo recomendam sistemas que reduzam a poluição e evitem o transporte motorizado individual. O transporte coletivo urbano está na moda e para regiões maiores até sistemas de trens suburbanos entram na pauta dos planejadores.
Infelizmente em Curitiba vivemos um período de decadência. A cidade foi dividida em três áreas de concessão travando a liberdade dos planejadores, os operadores assumiram compromisso de aumentar a velocidade média dos ônibus (pondo em risco maior a população, vide reportagem http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=1042371&tit=Mais-um-onibus-desgovernado) e todas as lógicas de priorização do transporte coletivo gradativamente abandonadas.
São conceitos que podem ter amparo na redução do preço dos automóveis e conforto de quem pode usá-los e por efeito a falta de segurança do pedestre, desprezo pelas calçadas (péssimas), iluminação sem atenção ao ciclista ou caminhante, armadilhas por todo lado, e que encontram uma cidade saturada, sem espaços para mais veículos, principalmente carros para uso e lazer de motoristas de forma aleatória.
Precisamos convencer, mostrar, explicar, demonstrar ao povo curitibano que as atuais diretrizes são ruins, perigosas, inclusive.
Os acidentes com ônibus estão aparecendo nas estatísticas e podem ser autênticas tragédias. Motoristas estressados e veículos nem sempre adequados ao desafio de andar pela cidade ainda poderão aleijar ou matar muita gente que, ainda por luxo, caminha sobre calçadas péssimas e cheias de trambolhos.
Temos o projeto do metrô num trajeto pouco inteligente. Até nisso erraram. Para quê substituir a linha de superfície? Não seria mais lógico começar com um trajeto circular unindo terminais? Onde estão as pesquisas de origem e destino e as geológicas, de impacto ambiental etc. que recomendaram esse trajeto? Quem vai pagar o sistema?
Mais grave ainda a coisa parece para quem se criou em manutenção e operação de grandes instalações. Ainda não temos a empresa de metrô de Curitiba, ela não possui profissionais sendo preparados, acompanhando projetos e especificações, sendo treinada para a operação e manutenção das composições ferroviárias. Ou seja, começamos mal.
Concluindo vemos um quadro de irresponsabilidade assustador e desnecessário. Por quê?
Parabéns à Sociedad Peatonal e ao Movimento Passe livre, pelo menos temos um grupo de especialistas e cidadãos protestando, denunciando questões que deveriam ser melhor discutidas. Só lamentamos a ausência forte, enérgica, decidida de outras entidades.
Precisamos de todos nessa luta por um futuro melhor para o povo de Curitiba e sua Região Metropolitana.
Cascaes
1.9.2010
Postado por
relatar atividades culturais e reuniões da Academia de Letras José de Alencar - ALJA
às
04:40:00
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