sábado, 30 de outubro de 2010

Nestor Kirchner – o Presidente

A Argentina perdeu um grande líder, um de seus maiores em toda a sua história, com certeza.
Quando assumiu a Presidência em 1987, seu país estava literalmente quebrado. Graças à submissão radical às lógicas neoliberais, a Argentina mergulhava no que poderia ser o início de décadas de paralisação econômica e desastre social.
Nos anos anteriores, a visão da catástrofe levou inúmeros “argentinos” a emigrarem com malas cheias de valores portáteis, dólares, jóias etc.. Amor à pátria?
Negociando com firmeza e ousadia o Presidente mudou a situação argentina, que ainda sofre, contudo, pressões violentas do cassino internacional. De qualquer jeito voltou a crescer e estaria muito melhor se os seus grandes fazendeiros tivessem aceito impostos de exportação de alimentos. Sem desejar ver seus lucros diminuírem, agiram com violência no inicio do Governo Cristina Kirchner, impedindo, assim, que o povo “hermano” viesse a encontrar o equilíbrio fiscal e de divisas que precisa ansiosamente para poder retomar com vigor o desenvolvimento econômico e social.
Talvez agora, diante da veneração ao grande líder morto para a vida terrena, herói e venerado por aqueles que viram seu trabalho, possa, sua imagem e teses, ajudar o atual governo a reagir com mais força. A Argentina precisa se reequilibrar de forma sustentável, segura, e pode. É um país naturalmente rico e com potencial produtivo.
Desindustrializou-se, possui, contudo, talentos profissionais que só carecem de oportunidades. Apoio às micro, pequenas e médias empresas (Os grandes? Onde investem os lucros? Precisam do assistencialismo?) e investimentos federais tirarão a Argentina de riscos econômicos e sociais de que ainda padece.
O ex-presidente Nestor Kirchner mostrou ao mundo os erros de seus antecessores, cobrou dos banqueiros acordos, refez sua pátria. Falta, entretanto, concluir um trabalho de reconstrução, se possível sem submissão aos eternos especuladores e banqueiros internacionais. Afinal, de que adianta ter bases econômicas fortes (???) e a nação enfraquecida e castrada?
Teremos eleições, infelizmente, a mídia do “sucesso” brasileiro e a profissão dos dois candidatos assustam. O circo está sendo montado. Teremos a Copa do Mundo. Nosso governo até ampliou o direito dos municípios sede de Copa a se endividarem mais, como é bom ver o dinheiro do contribuinte pagando juros... O pão é distribuído sem muito critério. Muita coisa precisa ser ajustada para realmente termos um país seguro e saudável sob todos os aspectos.
A campanha eleitoral no Brasil mostra, na guerra de escândalos e contribuições para campanha, quem manda em nosso país. Talvez o futuro governo, seja quem for, mude este cenário vergonhoso (pelo menos).
Quem sabe a morte de Nestor Kirchner também ajude nosso povo, tão ligado a circos e arenas que até esquece a miséria, a carência de infra-estrutura e o custo astronômico das facilidades dadas para podermos ingressar no planeta dos negociantes de dinheiro.
Nossos pêsames ao povo argentino, e medo em relação ao futuro de nosso país...

Cascaes
29.10.2010

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