A França vive o clímax de uma fantasia. A aposentadoria é, antes de mais nada, uma equação financeira. Pode-se pagar em função do que se tem em caixa, a questão maior deve ser, o que fazem com o dinheiro das contribuições de todos nós e porque a situação se deteriorou tanto.
Infelizmente a administração política é tudo, menos administração. Quando vemos quem é indicado para determinados cargos públicos ficamos convencidos da fragilidade do poder que os eleitos conquistaram.
A privatização é uma conseqüência direta do descrédito sobre os políticos, tanto mais forte quanto mais incapaz forem os governos.
Visitando a Colômbia vimos um país em obras e um guia turístico falava com orgulho da valorização das ações que comprara de uma empresa de energia. Na Inglaterra podia-se comprar participação de empresas em processo de privatização em bancas de revistas. Aqui virou negócio de fundos de pensão e investidores privilegiados.
Passamos por uma época em que seminários técnicos tinham como objetivo principal exaltar as maravilhas de uma ciência com palavras exóticas e mal explicadas, falava-se de coisas que só economistas entendiam... será?
No Brasil é difícil de dizer o que é pior, se estatal ou privada. As estatais foram amarradas por leis absurdas e as não estatais continuam com liberdade excessiva.
A campanha eleitoral pouco contribuiu para esclarecer métodos e propostas. Elas são o resultado de marqueteiros que nivelaram muito baixo as mensagens dos candidatos. A convicção de que nosso povo é analfabeto e idiota é amplificada durante as propagandas. Raramente vemos e ouvimos algo que preste. O negócio é fazer promessa. Para nós sobra rezar e torcer para que tenhamos um bom governo.
Estamos num período delicado, difícil. Sob todos os aspectos o próximo Presidente da República deverá ser extremamente capaz. O mundo está em crise graças à desonestidade de alguns mega banqueiros e no Brasil pagamos juros que compensam qualquer incompetência bancária. Sorte para os fundos de pensão que assim têm onde aplicar o dinheiro arrecadado e alegria dos banqueiros, ganharam um negócio sem riscos.
Difícil mesmo será fazer o que a FIFA exige sem quebrar os municípios, distribuir dinheiro caro, reduzir e racionalizar impostos, construir tudo o que prometem. A famosa sustentabilidade continuará falando de saquinhos de plástico e os lobbies industriais mantendo a guerra contra as hidrelétricas. Automóvel será artigo permanente de mídia enquanto as mesmas emissoras falarão do efeito estufa... Pior ainda será diminuir a burocracia, mãe de cartórios e regulamentos que gratificam tantos fantasmas.
A luta entre privatização e estatização é um dos focos da campanha. Que privatização? A do FHC? A estatização do Lula?
Precisamos racionalizar o governo brasileiro. O Brasil é um país fantástico, que querem dividir para vender armas em comprar diamantes, nióbio, ouro, etc., a desculpa é a nova forma de racismo, camuflada em proteção de etnias.
Teremos uma eleição importante, vamos pedir ao Grande Arquiteto do Universo que tenhamos maturidade para escolher o melhor, mais capaz, mais competente. Temos poucas opções, infelizmente.
Cascaes
24.102010
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