terça-feira, 26 de outubro de 2010

Concursos públicos e vagas especiais

A legislação determina que concursos públicos e empresas de porte médio ou grande tenham Pessoas com Deficiências (PcD) contempladas com uma cota de aprovação. Essa é uma condição que cria oportunidades a milhões de brasileiros que, dentro de padrões antigos de seleção, estariam alijados do mercado formal de trabalho.
A PcD, como todos dizem e o senso comum confirma, acaba desenvolvendo habilidades que outros perderam na vida comum. São pessoas que, portanto, podem ser utilizadas com muito sucesso em serviços onde outros falhariam por falta de atenção, concentração e habilidades excepcionais.
De qualquer modo encontramos muitas diferenças entre pessoas nessas condições. Infelizmente até em documentos e pronunciamentos oficiais vemos e ouvimos a qualificação “deficiente físico” quando nessa categoria de vida (PcD) encontramos pessoas com problemas sensoriais, mentais, metabólicos etc. Ou seja, os responsáveis por seleções de profissionais precisam dominar essas situações e criar concursos justos, necessários e suficientes aos empregos que oferecem.
Os surdos, por exemplo, ainda sofrem barreiras monumentais de comunicação, pois jornais e revistas usam expressões muito distantes da formatação gestual, a LIBRAS, que tem um padrão extremamente simplificado de comunicação. Sistemas e programas televisivos que poderiam ter intérpretes em LIBRAS são poucos e normalmente específicos a determinados interesses.
Obviamente uma pessoa que tenha sido oralizada saberá melhor como ler e escrever, terá, contudo, dificuldades de compreender situações especiais. Pior ainda é quando, em provas de redação adotam-se temas mais complexos, algo muito mais difícil para um deficiente auditivo do que seria para um ouvinte completo.
Após as eleições deveremos ter abertura de concursos públicos e muitas empresas privadas precisam ajustar seus quadros para atenderem a legislação. Será que teremos situações justas, adequadas às necessidades das PcD em geral?
É mais do que evidente que carecemos de um trabalho formal e profundo de compreensão da PcD, suas necessidades e facilidades. Mais ainda, em tempos em que o conhecimento humano dobra a cada 72 horas e os sistemas de comunicação criam tantos prodígios tecnológicos, vemos muito pouco sendo feito a favor dos idosos (PcD gradativos), pessoas com deficiências e sistemas de apoio a pessoas debilitadas por doenças crônicas.
Mudanças de governo sempre criam esperanças de evolução. A saturação de quem está no Poder se reflete na mediocrização do governo. Como dizem: vassoura nova varre melhor. Assim, graças à Democracia, temos esperanças de avanços.
Mudanças a favor de qualquer grupo organizado dependem, acima de tudo, de luta, militância. Esperamos que de norte a sul, leste a oeste do Brasil os clubes de serviço, ONGs, instituições filantrópicas etc. estejam pressionando os políticos a aprimorarem nossa legislação em torno das PcD, assim como cobrando mais pesquisas, produtos e serviços adequados e, entre todas essas situações, concursos públicos bem feitos.

Cascaes
26.10.2010

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