segunda-feira, 4 de julho de 2016

Transparência Técnica e a evolução profissional



Em praticamente todas as profissões a evolução e a glória, o reconhecimento público é função da visibilidade e sucesso. Isso vai do esporte à qualidade de um pedreiro, artesão ou cientista, engenheiro, médico.
Infelizmente em muitos ambientes de trabalho existem sentimentos de obscurecimento de atividades que podem ser até essenciais, como é o caso da Engenharia, Sociologia, Medicina e Segurança em Urbanismo.
Entidades de planejamento de cidades esquecem os serviços essenciais, valorizando talvez excessivamente o aspecto visual e vaidades de seus chefes, sempre querendo mostrar alterações ou ajustes personalistas. Isso também tem custos, consumindo verbas que poderiam atender postos de saúde, escolas, creches, abrigos para pessoas idosas etc.
Em muitas profissões seus agentes parecem sofrer de complexo de inferioridade.
Temos, em tempos modernos, condições de destacar bons trabalhadores, o que acontece?
Nossas corporações são apáticas ou centradas na figura do seu presidente, quando deveriam cuidar mais de seus associados valorizando-os além do ambiente corporativo em que existem. Não basta colocar artigos em revistas especializadas e para isso as redes sociais seriam fantásticas.
Em treinamento de Qualidade Total, padrão JUSE em 1988 (1), vimos em todas as fábricas japonesas em que visitamos quadros de honra no mês, como também agora existem em muitas empresas brasileiras. Que legal!
E os engenheiros?
Qualquer obra deveria mostrar em placas bem visíveis quem são os profissionais responsáveis por qualquer detalhe significativo. Nome, número CREA, telefone para contato, antes, durante e após a obra, nesse final em algum lugar de destaque em alguma parede de forma permanente deveríamos conhecer os autores daquilo que usamos.
Seria extremamente importante e mais valioso que entidades especializadas certificassem qualquer profissional para o que pretender fazer. Vivemos tempos de pulverização de especialidades e os diplomas dizem muito pouco. Aliás, é bom lembrar que pessoas extraordinárias fizeram e fazem história em tese sem cursos adequados. Quem tem vocação e quer aprender pode superar inúmeros “especialistas”, algo muito comum na COPEL à época em que comecei a trabalhar nesta empresa com excelente DNA.
Infelizmente o Brasil é um país opaco, com pouco destaque para seus profissionais e precariamente apoiado em leis anacrônicas, mal regulamentadas, pessimamente aplicadas. Por quê?
É bom ponderar que esse é um vício quase universal, o que em muitos casos é destaque é o nome da autoridade máxima que determinou a realização do que turistas embasbacados admiram.
Brasília, por exemplo, assim como o Museu do MON em Curitiba: quem são os projetistas além dos arquitetos e urbanistas, quem fez o cálculo estrutural, de segurança e mobilidade etc.?
Tudo tem Matemática, Física, Química, restrições de saúde e segurança e muito mais. Uma obra de grande porte precisa dessas análises e da identificação dos autores desses trabalhos.
Em Direito e Medicina normalmente sabemos quem faz e o resultado de seus ofícios, resultados bons e maus. Afinal sentimos diretamente seus efeitos. E nas outras atividades humanas?
Quem sabe quais são os melhores motoristas de ônibus de Curitiba? Deve ser um tremendo desafio dirigir seus veículos em canaletas com todo o stress causado por pisos malcuidados, ciclistas, pedestres, skatistas... e estacionar em estações tubo de forma adequada. Dos outros profissionais do volante o pesadelo deve ser total. Não sem razão a insalubridade é flagrante.
Precisamos de paradigmas.
É triste ver “famosos” inconsequentes e de comportamento prejudicial ao nosso povo. Devemos mostrar que os brasileiros também são eficazes em outras profissões assim como queremos vaiar, processar, prender ou multar quem se atreve a fazer o que não é capaz.

Cascaes
30.6.2016

1. Cascaes, João Carlos. 1994 - um certificado que marcou um projeto de que nos orgulhamos muito - JQC - Seminar for Brazil Top Management - JUSE. Minha história na COPEL. [Online] http://minha-historia-na-copel.blogspot.com.br/2016/07/1994-um-certificado-que-marcou-um.html.




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