Em praticamente todas as profissões a evolução e a glória, o
reconhecimento público é função da visibilidade e sucesso. Isso vai do esporte
à qualidade de um pedreiro, artesão ou cientista, engenheiro, médico.
Infelizmente em muitos ambientes de trabalho existem
sentimentos de obscurecimento de atividades que podem ser até essenciais, como
é o caso da Engenharia, Sociologia, Medicina e Segurança em Urbanismo.
Entidades de planejamento de cidades esquecem os serviços
essenciais, valorizando talvez excessivamente o aspecto visual e vaidades de
seus chefes, sempre querendo mostrar alterações ou ajustes personalistas. Isso
também tem custos, consumindo verbas que poderiam atender postos de saúde,
escolas, creches, abrigos para pessoas idosas etc.
Em muitas profissões seus agentes parecem sofrer de complexo
de inferioridade.
Temos, em tempos modernos, condições de destacar bons
trabalhadores, o que acontece?
Nossas corporações são apáticas ou centradas na figura do
seu presidente, quando deveriam cuidar mais de seus associados valorizando-os
além do ambiente corporativo em que existem. Não basta colocar artigos em
revistas especializadas e para isso as redes sociais seriam fantásticas.
Em treinamento de Qualidade Total, padrão JUSE em 1988 (1) , vimos em todas as
fábricas japonesas em que visitamos quadros de honra no mês, como também agora existem
em muitas empresas brasileiras. Que legal!
E os engenheiros?
Qualquer obra deveria mostrar em placas bem visíveis quem são
os profissionais responsáveis por qualquer detalhe significativo. Nome, número
CREA, telefone para contato, antes, durante e após a obra, nesse final em algum
lugar de destaque em alguma parede de forma permanente deveríamos conhecer os
autores daquilo que usamos.
Seria extremamente importante e mais valioso que entidades
especializadas certificassem qualquer profissional para o que pretender fazer.
Vivemos tempos de pulverização de especialidades e os diplomas dizem muito
pouco. Aliás, é bom lembrar que pessoas extraordinárias fizeram e fazem
história em tese sem cursos adequados. Quem tem vocação e quer aprender pode
superar inúmeros “especialistas”, algo muito comum na COPEL à época em que
comecei a trabalhar nesta empresa com excelente DNA.
Infelizmente o Brasil é um país opaco, com pouco destaque
para seus profissionais e precariamente apoiado em leis anacrônicas, mal
regulamentadas, pessimamente aplicadas. Por quê?
É bom ponderar que esse é um vício quase universal, o que em
muitos casos é destaque é o nome da autoridade máxima que determinou a
realização do que turistas embasbacados admiram.
Brasília, por exemplo, assim como o Museu do MON em
Curitiba: quem são os projetistas além dos arquitetos e urbanistas, quem fez o
cálculo estrutural, de segurança e mobilidade etc.?
Tudo tem Matemática, Física, Química, restrições de saúde e
segurança e muito mais. Uma obra de grande porte precisa dessas análises e da
identificação dos autores desses trabalhos.
Em Direito e Medicina normalmente sabemos quem faz e o
resultado de seus ofícios, resultados bons e maus. Afinal sentimos diretamente
seus efeitos. E nas outras atividades humanas?
Quem sabe quais são os melhores motoristas de ônibus de
Curitiba? Deve ser um tremendo desafio dirigir seus veículos em canaletas com
todo o stress causado por pisos malcuidados, ciclistas, pedestres, skatistas...
e estacionar em estações tubo de forma adequada. Dos outros profissionais do
volante o pesadelo deve ser total. Não sem razão a insalubridade é flagrante.
Precisamos de paradigmas.
É triste ver “famosos” inconsequentes e de comportamento
prejudicial ao nosso povo. Devemos mostrar que os brasileiros também são eficazes
em outras profissões assim como queremos vaiar, processar, prender ou multar
quem se atreve a fazer o que não é capaz.
Cascaes
30.6.2016
1. Cascaes, João Carlos. 1994 - um certificado
que marcou um projeto de que nos orgulhamos muito - JQC - Seminar for Brazil
Top Management - JUSE. Minha história na COPEL. [Online] http://minha-historia-na-copel.blogspot.com.br/2016/07/1994-um-certificado-que-marcou-um.html.
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