domingo, 30 de julho de 2017

Política, Justiça e a Pessoa idosa

Envelhecimento, pessoa idosa, prioridades e a Engenharia
A pessoa idosa certamente foi agente ou paciente da tremenda evolução tecnológica do século 20 e, agora, no século 21, a necessidade de adaptação a cenários que assustam ou empolgam, dependendo do que possamos usar e sentir.
Falar de celulares, tablets, computadores etc. é algo que preocupa. Temos novos verbetes e frases que geram um processo de exclusão para seres humanos sem escolaridade adequada e mais ainda a todos aqueles que gradativamente perdem a eficácia por efeito de doenças, acidentes e o famoso relógio biológico.
Parece que cometemos crimes hediondos quando não usamos “telemóveis”, não dirigimos automóveis, não queremos sair correndo pelas ruas e parques, recusamos convites até de amigos mais próximos e assim por diante.
Na terceira Idade[1] talvez sejamos vítimas de nossas decisões técnicas quando tivemos oportunidade de mudar ou decidir com mais consciência o que agora usamos, como, por exemplo, aquele apartamento que era o sonho da esposa, nele mergulhando sem avaliar de forma adequada detalhes de acessibilidade (Desenho Universal), segurança externa e urbanismo para reunir em uma palavra detalhes eventualmente mórbidos de vilas que puderam crescer muito.
É muito difícil a autocrítica honesta e responsável que deve conduzir o time sênior durante o tempo de vida restante, eventualmente algumas dezenas de aniversários adicionais.
E a Política?
Extremamente triste é sentir que tecnocratas tendem a culpar os aposentados pelos seus erros sistemáticos, inclusive morais no exercício de atividades políticas e institucionais.
No Brasil mergulhamos em mais uma crise econômica e financeira. Nossa pátria empobreceu e agora condena milhões de jovens ao desemprego e empurra até gente aposentada para filas de esmolas e cartórios de protesto. Governantes e seus asseclas pulverizaram fortunas. Querem agora que esqueçamos tudo em arenas, carnavais, praias e feiras catando o que for digerível.
Naturalmente, se pensarmos em Darwin, estamos em processo de eliminação dos mais fracos. Se lembrarmos que o Brasil é um país com potencial para sustentar e dar trabalho a centenas de milhões de pessoas, precisamos procurar entender o poço em que mergulhamos. 
Em tempo, os gerentes da Economia talvez venham a usar dados de redução da expectativa de vida e usem isso em seus cálculos atuariais opacos, mal explicados, deixando impunes empreendedores desonestos e irresponsáveis, os verdadeiros donos do Poder.
Para nossa satisfação, principalmente entre os brasileiros que abominam esmolas, sofrendo o que for necessário, talvez vejamos rigor e celeridade no julgamento de inúmeros administradores públicos e seus patrões ocultos. As máfias, contudo, procuram artifícios e nomeações fiéis a seus quintais.
A Lava Jato, Zelotes e outras operações estão criando processos inéditos no Brasil. Talvez muitos dos políticos que fizeram leis que agora pretendem mudar não imaginassem que eles próprios seriam alvo do rigor do Poder Judiciário no Brasil.
Com certeza todos os argumentos mais sofisticados serão usados na defesa dos bandidos. Têm poder e dinheiro até para mudar a Constituição Federal. É, portanto, fundamental que nosso povo mostre a cara, não se deixe levar pelas fantasias que desesperadamente procuram gerar (até verbas federais para o Carnaval Carioca, só ele?).
E os brasileiros idosos? Estão com vergonha? Nós, mais velhos, talvez tenhamos sonhado com um Brasil melhor; desprezamos, contudo, a vigilância cívica e a participação política. Imersos em questões secundárias esquecemos o principal: o futuro de nossos filhos, netos, bisnetos, amigos e amigas.
Estamos vivos? Podemos gritar? Votar melhor? Apoiar quem se atreve a lutar?
O Gigante precisa acordar.
E a Engenharia? Considerada Ciência Exata por aqueles que desprezam minúcias pode educar para o civismo. Técnicos e Engenheiros sabem que não adianta enganar a Natureza. Data Vênia, nossos profissionais da Justiça precisam enquadrar os criminosos, os velhinhos agradecem.
Estamos cansados de firulas jurídicas que estão transformando o Brasil num campo de batalha, uma autêntica guerra civil entre aqueles que cresceram sem escolas e creches ou simplesmente mal-educados (ainda que em gaiolas de luxo) e o resto da população, trabalhadora, séria, responsável.

Cascaes
Curitiba, 30,7,2017




[1] Wikipédia em 30 de julho de 2017 - Crise da meia-idade é um termo criado em 1965 por Elliott Jaques usado para descrever uma forma de insegurança sofrida por alguns indivíduos que estão passando pela "meia-idade", no qual percebem que o período de sua juventude está acabando e a idade avançada se aproxima. Essa crise pode ser desencadeada por vários fatores relacionados com essa época da vida, como a morte dos parentes, casos extraconjugais, andropausamenopausa, sensação de envelhecimento, insatisfação com a carreira profissional e saída dos filhos de casa. Normalmente quem passa por isso sente uma enorme vontade de mudar seus modos de vida fazendo gastos exagerados com aquisições fúteis, abandonando o emprego ou terminando o casamento.

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