Educar, ser
exemplar, disciplinador, saber usar sua força e caráter, estimular talentos dos
filhos, zelar pela sustentação da família, ter consciência dos desafios da
sobrevivência, ser pessoa trabalhadora, honesta, responsável etc.
Meu pai foi
isso e muito mais,
Com imensa
paciência compreendeu os excessos de seu filho.
Com minha
mãe, um casal que se completava em tudo, mostrou o que é amar sem
exibicionismo, de forma discreta e, tudo indica, afetiva em todos os sentidos,
capaz de cativar minha mãe enquanto ela sobreviveu ao meu pai.
Meu pai não
se considerava dono da verdade, tinha as suas, ouvia as minhas, ainda que pensamentos
de um garoto.
Era um livre
pensador, sou um pensador livre.
Essa diferença
marcou nossos questionamentos quando decidi esquecer as religiões, sem,
contudo, aderir de forma absoluta às suas teses.
É bom
lembrar, hoje, que ele faria 104 anos.
Morreu muito
cedo, vítima do tabaco, modismo de sua juventude, vício muito bem pago pelos
fabricantes de cigarro.
Sua preocupação
em suas últimas horas antes de espirar e seu coração parar foi me chamar,
beijar e perguntar o que eu fazia lá (no hospital). Porque não estava
estudando.
Isso
aconteceu três vezes, morreu ao anoitecer.
Consegui
realizar muitas de suas vontades, sempre sentindo sua inspiração, talvez sua
presença ao meu lado.
Errei sempre
que desprezei meu instinto, coisa que até podemos chamar de intuição...
Precisando
concluir, é difícil escrever com lágrimas nos olhos, só digo: Pai, você fez
muita falta para sua família...
Caio
Curitiba,
29.6.2019